quarta-feira, 29 de março de 2023
terça-feira, 28 de março de 2023
MEU ANEL INVISÍVEL
Tenho cruzado com gente impactante
Que não só passa e segue, mira e interage
Gente que passa olhando os telemóveis
Para ver a hora que passa, comunicando...
A dose do que é vasto desde mesas e parapeitos
Gente contida no complexo raro abstrato
Que crê além do sangue e das nomenclaturas
Que a chuva não cai por causa de você
Mas crê que na chuva existe um mistério belo
De sentir, de gatilho e tiro certo, não um coração vazio
Minhas costas doem, mas é sabido, inevitável é a dor
São andanças, são amores e amores consomem
Que se sonha num tatame de abraços e mais tempo
À espera de um avanço que equivale o que é simples
Ao que é altivo, para equilibrar o meio e cumprir o Destino
segunda-feira, 27 de março de 2023
NA SOLA DE DORA TÈ TEM O COMPASSO DE D. KISSHOT
Quando eu durmo e acordo fora da bolha
Casa
Em suma eu acordo pro mundo ultrapassando muralhas
Longe
Saboreio a glória dos clichés da natureza nua, una em tudo
Dama
Sob o céu de minguadas chuvas e raios com seus roucos
Forte
Mirando a fronte de um horizonte onde no cume posta
Belas
Uma amostra greco-romana e outras misturebas mais
Artes
Estruturo os arcos proximais de novas pontes e seus canais
Multi
Esses tempos de agora me arrepiam como antes
Místico
Porque hoje é uma pista que amanhã pode ser melhor
Agora
domingo, 26 de março de 2023
O QUE VOCÊ FAZ QUANDO NINGUÉM TE VÊ?
O voluntariado exercido cedo é uma absorção de experiências práticas quando poderia gozar descanso – atrofia nos dias de hoje com celulares em mãos – ou outras queimas de energia. O voluntário expedicionário, desde novo, entregue às monitorias de áreas, campos e escarpas, que passa por marcas e odores de felinos e canídeos em solos e arranhões nas árvores e entre tantos outros seres vivos, consome em suma disciplinas de botânica e zoologia, além das físicas pontes, as sociabilidades com os trabalhadores e os visitantes, de onde se voluntaria. O voluntariado aproxima da realidade mais natural do tempo durante o percurso vivido, pois é ali que por ex.: se aprende o ritmo de comunidades mais genuínas que ao invés de explorarem na bruta o palmito nativo (jussara) – (Mata Atlântica Sul), que é também alimento de primatas, de outros mamíferos e de aves diversas, se extraído massivamente pelo homem – por causa do lucro que se vende dentro de vidros com líquido e bastões brancos nos supermercados e pizzarias, desequilibraria o ecossistema rapidamente, o habitat, casas e alimentos de muitos seres vivos. De todos os processos, a maioria das pessoas não estão nem "tchum" pra isso, ainda mais hoje, com a quantidade de passatempos improdutivos de entretenimentos. O voluntário que dedica tem em qualquer idade, no seu íntimo mais dormente ou desperto, respostas daquilo que sempre pensa de modo mais maravilhoso, diriam algumas pessoas, fantasioso e desejoso, mas realístico, quando você se vê por dias ou horas em contemplação diante de quedas d´águas ou praianas, até dentro de trilhas interpretativas de cada trecho de natureza respirada. A fotografia capta um fragmento, mas o momento é um êxtase, há lugares que arrepiam, há por do sol que grava, mar que limpa, cheiro que agarra... Quem voluntaria sente isso. O voluntariado te ensina, me ensina desde novo, que não é apenas um período que marca o indivíduo que doa, realiza o cumprimento e nutre suas realizações, mas os dias seguintes no dia-a-dia de todas as horas captadas (vivenciadas) e entregues no percurso. Em meus “baús” também existem coisas que devem ser priorizadas, se um dia forem encontradas e valorizadas. Enquanto não trabalho na área, a ganhar bem feito pra decorar modernas casas, criar filhos, plantar batatas, traçar mapas, moldar cidades e num cantinho de um terrário com bonsais criar um eco ECO E C O com uma malta forte junta de boa fama e firme conduta, devo seguir doando mais aos 40 anos. Por isso fiz um curso desses autos que se lê, ouve e marca, pra alimentar talvez credenciais e reforçar escritas posteriores como esta e outras mil em balanços mensais de produções de ordenamentos específicos que poderia estar criando. Mas, creio que mesmo assim, continuo trabalhando, pois dos lugares onde passei e voluntariei tenho muito a escrever ainda >>> RPPN Salto Morato; Parna Cipó; Rebiomar Arvoredo, Es.Ec. Água Limpa; Escolas do Brasil e de Portugal; Movimentos, Eventos e ONGs. >>>TPN´23
sexta-feira, 24 de março de 2023
PRA CIMA DA INHA
quinta-feira, 23 de março de 2023
HEY, LULA!
É você que contrata nessa joça?
Tá fazendo bem feito?
Tá falando bem feito?
Sorria, você está sendo filmado?
No style do palooza br, cê sabe?
É bem visto por quem filma?
É bonito esse ódio aveludado?
Que fogo fraco em fim de linha?
Qual é o número dessa joça que viaja?
Já dançou alguém na pista?
E aí, depois que tudo piora, melhora?
quarta-feira, 22 de março de 2023
NATURAL BEATNIK
Faz tempo Dom KissHot não aparecia. De longe assim isso tem cheiro que irá ascender. Fica uma expectativa se irá pausar o moinho - essa é a sua birra - mas não para deixá-lo parado, e sim renovando o impulso de outro modo, com forças novas - essa é a sua sina. E não ficando fixo, seu estilo andante, portando-se como cavaleiro, não o alcançam ou desejam, exceto os que sim. Então segue distante. Mas antes de perdê-lo de vista saibam que ele ama borboletas, floras, leoas, luas além das Damas que lhe sacodem a cuca. Saibam que Dom sobe quase sempre correndo as escadas da Torre e ofegante deixa a sua verdade, inclusive fracassos e conquistas, tudo devorado pelo Velho da Torre, saindo de lá leve em empolgantes recomeços, todos eles bem complexos. Saibam por fim mais um último segredo. Dom tem um calor que não é o beijo quente nem sua eloquência, é a sua descendência, a perpetuação.
sexta-feira, 17 de março de 2023
O FRUTO DOS AÇORES (2005)
Havia chegado pela segunda vez ao Arquipélago. Eu seguia cabreiro com aquela máxima de não ficar como o peixe dentro do aquário, limitado, sobre aquilo que a Professora de química no Colégio Cataguases nos dissera na virada do milênio. Então, as ilhas do Oceano Atlântico Norte me mostravam o quanto e como eu deveria crescer. Para longe eu voltava. A comunidade do Passal 74, em Ponta Delgada já existia como casa de estudantes Erasmus, misturados aos nacionais. Eu voltava para continuar os estudos da vida em Biologia e a Marinha (aquática ao fim ao cabo), mas o ano letivo começava apenas 6 meses a frente do calendário. Com a primavera numa mão e o verão noutra, candidatei-me num programa de observadores de pescas durante a faina dos pescadores até de outros arquipélagos e d´outras ilhas, ali na zona marítima dos AZ. Um observador embarcado em uma traineira/atuneiro colhe dados físicos, químicos e biológicos gerais, protegendo golfinhos principalmente, e outros seres, de mortandades ilegais e outras lesas que pudesse haver durante a pescaria artesanal (manual), algumas vezes bruta na natureza de pescadores ao estilo Brutus do Popeye. Estive embarcado por cerca de 5 dias, e somente nessa campanha, devido aos movimentos e oscilações que trago de outras vidas. Os enjoos sempre passam quando se deita no balanço das ondas de uma embarcação rasa, o líquido do ouvido aquieta-se, mas quando em pé, os ossos escorregam nas cartilagens e almofadas internas da coluna central, ainda mais quando à procura de fantasmas (no respiro das baleias gigantescas), pilotos, tartarugas, cagarros, tintureiras, dourados, espadartes, atuns, moluscos, sardinhas e peixes voadores no binóculo, anotações e manuseios de utensílios nos campos dos formulários das pesquisas. No meu limite fui ao mestre da embarcação, José Nunes – por curiosidade é o nome do meu pai – que encostou o bico do barco (proa) na ponta do farol do Porto da Praia da Vitória na Ilha Terceira Jesus Cristo. Já tenho contado e escrito que dali, fui para Angra num verdadeiro Heroísmo, tendo dormido Hospitalário na noite de Sanjoaninas, e embarcado novamente na manhã seguinte num Cruzeiro para o Faial e o Pico, cheio de equipamentos. No departamento do Programa (DOP), fiquei escalado para receber os relatórios dos outros observadores que passavam mais dias no mar do que dias em terra, e inserir as infos num banco informático como peça servente presente, de tudo que se pode comparar com os dados passados e os futuros (que podem ser os de hoje até) de toda a significância do trabalho que é em suma o estudo da vida, nesse caso o estudo da vida marinha. A base terrestre dos observadores ficava na Madalena do Pico. Via-se da janela o canal ponteado com os ilhéus deitado e em pé, todos os dias, exceto quando em poucos dias de verão o céu confundia-se com o mar. Numa das tardes em passeio com uma das observadoras desembarcadas que vinha da terra do Minho, queimados de sol e sorridentes por aquela costa fixa não se movimentar tão bruscamente com o vulcão dos capelinhos e o Piquinho do Pico, encontramos um casarão abandonado. Era um casarão cinza e branco porque suas estruturas mais visíveis eram de pedra cortada, também vulcânica, não tinha teto, paredes ao chão, não era abrigo humano, nenhum resquício recente de estada, madeiras furadas e todas podres, nem andarilhos ou romeiros dormiriam ali. Eram as ruínas de um casarão abandonado, um escombro misto de colapso e fuga rápida dos antigos habitantes, o quintal de frente estava tomado por matagal, não se chegava fácil até ao spray nas pedras. A maresia sim, chegava no casarão impregnado de sal, e talvez também por isso maquiava aquele casarão quase vazio. Dentro dele, o piso se via batido e rachado nos clarões de mato, alguns lugares estampados e quebrados remetendo ou a cozinha ou sala, e os poucos móveis de madeira não eram completos, mas estavam pedaços grandes revirados. Dentre esses móveis, havia 3 baús bem grandes empilhados que uma pessoa sozinha quebraria algumas vértebras para desempilhá-los. Surpresos e já ao fim da exploração, abrimos os três baús e dentro deles tinham coisas colocadas como roupas, candelabros (“luz da época”), algumas fotografias bem rasuradas e manchadas, tinha bichos vivos como baratas e outros artrópodes (bichos rasteiros e voadores), insetos, lacraias, centopeias, alguns vertebrados rápidos como os lagartinhos da ilha que predavam logicamente essas presas. Havia mofo forte, estava tudo bem deteriorado, algumas coisas que se pegava se desfazia como um lenço de papel provavelmente que envolvia algum pão ou alimento, e copos, alguns metálicos outros de barro... Dentro dos três baús tinha sobretudo roupas, alguns utensílios, nenhuma joia ou peça reluzente de histórias de piratas. Havia cartas num desses baús. Blocos dobrados, maços de cartas. A menina do Minho e eu decidimos que não iríamos levar nada mais do que as cartas. Todo o resto ficou nos baús, sem grandes mexericos, porque os baús não se configuravam explícitos de algum controle privado, não era de tudo limpo, fácil e nítido. Estávamos seguros que estávamos na linha da costa e andando adentramos o esqueleto de um casarão abandonado, um sítio tomado pelas intempéries. O achado estava à beira mar, camuflado tanto a arquitetura num todo quanto os itens que foram alocados nos baús e por algum motivo foram deixados. Tínhamos encontrado um lapso da história aparentemente marcante desde o tempo de alguma partida, das pessoas que ali habitavam num tempo consideravelmente longe, passado. Essa história estava se ocultando ou se perdendo aos poucos e veio à tona em 2005. Não fosse esse achado da menina do Minho e a sua Cia., estaria lá até hoje, ou até alguém tê-lo encontrado e tendo feito sabe lá o que fosse. Não empilhamos os baús, mas fechamos e colocamos lado a lado. Então, decidimos levar apenas as cartas com intuito de consumar mesmo o achado e expor cada um à sua maneira. E assim fizemos. Divulgamos inclusive para os outros colegas observadores que chegavam cansadíssimos e bronzeados das observações em alto mar, à nossa chefia e em outras ocorrências em relato. Logicamente a história contada não foi muito empolgante para quem ouvia, nem se interessaram tanto por ver aqueles papéis velhos, mofados como se tivessem caído ao mar e sobrevivido, enfim. Naquela época, dividimos as cartas. Eu fiquei com um maço e a menina do Minho ficou com outro maço. Ela voltou para o norte do continente e eu voltei para a ilha de São Miguel, para a Rua do Passal 74. Esteve comigo como um tesouro semiescondido por dois anos, e como sempre, ao fim desses dois anos comuniquei primeiro ao meu Tutor que em seguida indicou-me um Doutor da História daquela casa acadêmica do complexo científico de Ponta Delgada. As cartas remetem à “família Rosa”, que fora desde há tempos nomeados aos braços das regências do império português. Nas cartas há menções e relatos históricos rudes do tempo daquela época, a tristeza que era a índole do “Homem armado e poderoso” comercializar pessoas como escravos levados aos Açores. As cartas revelaram em análises até onde sei, posteriormente, o que reza sobre posses de vinha, terras, funções, heranças, balanças de natalidade e mortalidade, papéis com brasões, marcas d´água, desenhos e símbolos da rosa dos ventos, nomeações de Juízes de Fora que comandariam o cultivo de pés de uva de uma estirpe tal que suportava a maresia e o solo, e que virariam vinho para os czares russos, passando antes pela Inglaterra e o resto da Europa. A descoberta dessas cartas não me renderam riquezas, exceto um passe (pass/upgrade) pelo socorro dos itens, que neste caso foi repassado para um historiador do Arquipélago que tratou devidamente, estudou e incrementou em suas produções de investigação e pesquisas esse achado. Soube que ficaram expostas em alguns espaços culturais da ilha de São Miguel e que voltariam à Ilha do Pico, com certeza pertencente ao acervo público regional. É tempo de dizer que existia uma carta dentre as cartas que era a carta da Rainha. Dona Maria I (“a louca”), mãe de Dom João VI, avó de Dom Pedro I, bisavó de Dom Pedro II - último imperador do Brasil. Depois que desfiz das cartas, coloquei uma mochila nas costas já sarada, voei para Lisboa e junto com a menina russa-nórdica, cruzamos a península ibérica e o cadarço da itálica até Roma... Um ano depois, nasceu a Iara S.T.P.N.
quarta-feira, 15 de março de 2023
PRÓXIMA ESTAÇÃO: ESPERANÇA!
terça-feira, 14 de março de 2023
A CIDADE DIRIGIDA II
Em Braga eu cheguei pela primeira vez a pé. Vinha iniciado na rota litorânea portuguesa para Santiago. Na minha esquerda o mar, na minha frente pontes, na minha direita árvores e atrás de mim cidades velhas e suas povoações. Cruzei no mapa uma diagonal para o centro e observava um tanto imenso muita coisa do continente a cada passo. Era a primeira vez que eu explorava a terra firme e fazia com vigor rumo ao norte da coroa da península ibérica. Fazia tanto calor antes de chegar em Braga, que uma senhora que molhava a varanda de casa me esguichou um tanto por pedir aquela água em mim. E as crianças que estavam próximas sorrindo pediram também à dona que lhes molhassem. Na noite anterior eu havia dormido em Barcelos. Havia chegado de noite em Barcelos e dormido num “pague e apague” tão profundamente que nem um grito gigantesco que ecoasse no espaço me acordaria de súbito. Porém de manhã lembrei-me do grito, afinal estava na cidade do galo, onde há, pois contos sobre milagres na hora da sentença de morte. Pesquisa-se. Vivo e acordado, já pela janela do leito vi altas cruzes decoradas em fileiras sobre a praça. Logo desci para um café mirando um lindo jardim onde passei para seguir para Braga. Não sabia que depois, naquela cidade habitaria em família, casas. Mas sabia que era a cidade dos Bispos e tinha lá amigos a estudar psicologia. Alguns das próprias ilhas outros que lá moraram. Eu estava na ilha (São Miguel), havia saído não para enxergá-la, nem a mim, mas para entregar uma carta que contava ser necessário (ainda) armar (tornar) cavaleiro da ordem e rumar junto com outros mestres para uma terra nas proximidades de Taramundi, nas Astúrias. Ali se fincaria uma bandeira com 6 símbolos, e assim um novo rumo se faria. Há, entregue na Catedral de Santiago, na Galiza, um dizer sobre essa busca que decorre, talvez o querer tanto dum terreno para projetar malocas que abriguem as boas almas que me guiam desde sempre até agora, junto da força da flora, da fauna, dos fixos e dos vivos que sempre recriam. Braga viria ser a cidade que morei e lembro sempre dela ainda que agora esteja diferente. Eram tempos de juventude ainda a primeira vez que cheguei a Braga e as histórias que havia vivido antes contava aos mais próximos, que de certo modo faziam parte, revivendo e recriando em Braga. Como o tempo passa... Em Braga vivi por quase 5 anos intensivos a fotografar, escrever, caminhar, absorvendo tudo que me davam, até espadas, cantos, sinos, cartas, avenidas e montes luminosos onde formam-se exorcistas, lembram as igrejas do ouro de Minas, até bostas de cães e cuspes, mal cheiro, gente fula, e ruas aos pedaços milenares. Imagine o “Rans o Zinza”, reclamando de uma cidade tão antiga d'antes do Império de Roma. E tudo que eu entregava, como esse texto agora. Há um portal de pedra em Braga, onde toda vez que eu saía e entrava a pé pela cidade tocava-lhe um dos pilares com a mão. Dali em diante eu rezava, pensava, chorava, sorria, observava, sentia o mundo aberto toda vez que saía ou entrava em Braga. Fazia isso desde a primeira vez que entrei a pé em Braga, por isso mesmo não me esqueço do calor que fazia quando cheguei e do frio que depois veio, de todas as estações, das praças frutíferas, do batismo de Iara, das cores que continha, dos castelos, torres e muradas, da fumaça dos pinhões, de todas as criações, construções e também as destruições (no sentido físico e humanístico).
Trecho de pesquisas: A imagem da Cidade, de Kevin Lynch"A cidade não é apenas um objeto perceptível (e talvez apreciado) por milhões de pessoas das mais variadas classes sociais e pelos mais variados tipos de personalidades, mas é o produto de muitos construtores que constantemente modificam a estrutura por razões particulares. Se, por um lado podem manter-se as linhas gerais, exteriores, por outro, há uma constante mudança no pormenor. Apenas parcialmente é possível controlar o seu crescimento e sua forma. Não existe um resultado final, mas somente uma contínua sucessão de fases. Assim, não podemos admirar-nos pelo fato de a arte dar forma às cidades, visando um prazer estético, está/estar bastante distante da arquitetura, da música ou da literatura. Pode aproveitar delas grandes contributos, mas não imitá-las." (1960).
EXTRAPOLADO CROQUI FUNCIONAL
Um
dos tantos que os contratantes podem ter em mãos, essa é a idealização de um
mapa que referencia e expõe cidades (em polígonos brancos com seus respectivos
nomes) e grandes manchas verdes, geralmente em altitude ou áreas protegidas
(polígonos em verde limão). É uma amostra simples de apontamento e situação –
um retrato real de satélite – dos efeitos devastadores da humanidade, direta e
indiretamente, durante o tempo de ocupação e usos sobre o território. Nesse
caso, um quadro centro sul da zona da mata mineira que fora explorada e ainda é,
manejada de diversas formas (bem ou mal), principalmente com precárias
conduções administrativas citadinas no contexto sanitário, ambiental e
educacional, o extrativismo vegetal, mineral, as gerações de energia, as
produções agropecuárias, resultando em florestas homogêneas com baixa
biodiversidade; pastagens, erosões, assoreamentos, poluições dos veios
aquáticos por contaminantes orgânicos e químicos, ausência ou fracas aplicações
de alternativas de manejo de sucesso, incluindo a Educação Ambiental rural e
urbana, etc.). É impactante pra quem compreende os traçados robustos no mapa –
como dito extrapolado croqui funcional – do que ainda pode ser elaborado com
minúcia dedicada, isto é, mapas mais interativos, mas só com esse esboço é
capaz de abrir um leque de possibilidades de melhores conduções do território
por “pluri proprietários” e suas intenções. Por isso, o mapa que o condutor
revela, quando explicado com clara objetividade e intenção é importante para
fazer saber os indivíduos em formação, crianças, jovens e adultos, que do mesmo
jeito que se modifica cenários drasticamente para qualquer fim de progresso e
evolução física e humana, úteis e indispensáveis nos dias de hoje, também é
possível trabalhar sobre a recomposição de paisagens mais equilibradas, novas e
melhores produções e manejos, com a urgente mudança de hábitos gerais que levam
a sufocar o próprio meio ambiente, e que seja feito mesmo no dia a dia, em casa
e em centros de formações. Visto assim é interessante imaginar que há somente
300 anos, esse quadro era um tapete verde contínuo e diverso de flora e fauna,
de fato sem cidades, quando era solo atlântico original e com muitos mais
componentes, inclusivamente antropológicos. Era. Atualmente a realidade é,
alguns poucos fragmentos de florestas clímax (florestas primárias, virgens),
outros fragmentos regenerados pós-atividades humanas (florestas secundárias),
florestas planejadas (áreas verdes), algumas Unidades de Conservação públicas e
privadas funcionais ou protetoras e as boas conduções de ordenamento do
território por órgãos e pessoas capazes, desde as políticas e legislações mais
complexas às amostras das pegadas do homem na Terra, é o lado da moeda que mais
vale. Na verdade pode-se entender como pegadas. Há pegadas e pegadas. Essa é a
pegada verde!
MÉTODO
DE KEVIN LYNCH (1962)
“
Lynch, o autor do livro A Imagem da cidade, aproximação semântica à imagem
visual em contraposição á pura representação física, introduz a expressão site
planning como a `arte de dispor ou adaptar o meio ambiente físico
externo para acolher as atuações humanas´, criando uma nova escola de
urbanistas interessados em desenvolver técnicas capazes de abordar o urbanismo
desde uma perspectiva integral, que entende como única forma de chegar a
soluções racionais e conscientes, mediante a intervenção de especialistas de
diversas profissões”. (pág 32 – Planejamento Ambiental de J. Ribeiro et al
(1993).
sábado, 11 de março de 2023
DO CIMO VEJO O HORIZONTE
Carta aos Doutores
Sinto que tende haver uma virada de chave e isso tem várias vertentes. Quando trato a minha vida unicamente, juro que penso passar um tempo num claustro. Escreveria logicamente antes uma carta variável às Ordens Cristianas, que me fitariam e aceitando ingressava em dedicada introspecção por anos consecutivos. Isso seria um ato drástico, extremo, possível já testado nesse corpo peregrino. Caso contrário a subida da montanha realizaria o máximo do livre arbítrio. Sinto que vivo em estado protegido sob o céu e sobre o magma, ainda que vacile e por isso continuaria produzindo sem pecado obras aos dons de Rupnik. Ao lado mesmo de Francisco que mirando aponta e mostra os novos rumos da história. Mas, não é o caso trajar-me de sacerdote para encontrar a paz, exceto uma necessidade de sair desse cenário atual local ou que as máquinas andem. A cidade é um berço fera, velha, é caduca, estão as calçadas em pedaços, há areia e terra nos cantos como nas praianas ou de faroeste, salpicados de lixos, o sol arde no verão, há cuspes e escarros já lembrando o velho possuído da Estação de São Bento; as praças, ruas e avenidas estão lá em blocos e pedras e curvas, sujas, mijadas, onde rola grana, super exploradas em horários de inferno e caos e abandono. O córrego fede raso tudo que todo mundo excreta, desde o mendigo ao de qualquer teto de conta bancária. E as crianças, adolescentes e adultos estudam, mas infelizmente estou congelado em participar. Esse é o cenário do berço, é o que eu amo e sabido haver lugares mais podres, ainda que sejam berços lindos. A esperança que paira é no propósito acreditado que me entrega a verdadeira chave da independência local, podendo ajudar mais a todos, como um poderio de ofício específico simplesmente, a euforia contínua de suar e sangrar pela certeza e a crença no percorrido da estrada que venho construindo... E como não tenho um chamado, nenhuma bandeira me agrega à mudança, vou ficando fadado sem poder pintar paredes, namorar todo dia, semear e desbravar paisagens naturais, educar ambientalmente... E vou ficando velho correndo para continuar enérgico. Quando uma parte da sobra dos que lucram - veja bem que tenho a Matemática I – é dedicada em aplicação financeira no ramo especializado para tratativas ambientais de manutenção (gestão) e formação (Educação Ambiental) os resultados em décadas serão maravilhosos, porque aumenta-se as manchas verdes e as cidades dirigidas, porque forma quem cresce sabendo que essa é uma missão de escala planetária. Eu penso em outros cenários que existem, nos vários cantos do mundo, já pensei chegar em locais que já fui e em locais que desejaria chegar e estar. Estou sempre a um passo disso, ficando longe do cenário que amo e das pessoas também, não por crime, insanidade, descontrole ou paixão, ainda que oscilamos todos e estamos às margens de um provável Superior Mor. Partindo carrego sempre naturalmente comigo escritos, desenhos, sonoras e as memórias dos registros.
quinta-feira, 9 de março de 2023
ETERNO EMBARQUE
terça-feira, 7 de março de 2023
DE DKS PARA DORA TÈ
Sinto os dedos seus na terra que tocam patas
Tenho a natureza que espera nostra agora
Ajo tanto quanto vivo amando presença conexa
Tento o não lamento, mas sofro, e acelero
Percorro como todos que cumprem, quero
Busco tanto que peço e encontro a pausa
Durmo e sonho, ventre rosa abelha borboleta
Juro, puro, que um sim muda o Mundo!
Essa prosa é uma prova matriz da língua
Que as esquadras e entrelinhas comando
É uma amostra das potências românticas
E alavancam torres donde vê-se luas e estrelas
Onde surgem pontes que conectam horizontes
GENTE BOA E SANGUE BOM
Surgem preces que precedem o embarque Rumo ao verde mata que morre por mim Ai de mim se o folclore me encontra falho Lembrará que plantei vi...
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* É básico e simples constatar através da análise e pesquisa que nas sociedades antigas a humanidade associava as reações do tempo e da nat...
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Um pouco de ironia não faz mal a ninguém, pois não? Há piadas e piadas. Gargalhadas e bufos que contradizem as tentativas das eras das comun...
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Um dos primeiríssimos eventos ocorridos no Centro Cultural Humberto Mauro (2001-2002), foi a palestra do Navegador e Expedicionário Amyr Kli...