Diz a lenda que na Roma antiga os personagens que compunham o poder latente do Império e da República (vice versa), mantiveram-se em sucessões sanguíneas ou em novas dinastias, mudando por pouco mais de 1 milênio, seus rostos, passos, capas e egos. Personas com seus desejos mais eloquentes que marcaram de fato a história, e que de alguma forma até hoje respinga na gente. Entre nós, tantos sem atenção com celulares nas mãos, outros em fome ou em guerra ou alucinações religiosas, químicas e capitalistas. Mas, falo daqueles personagens do passado, que sucederam desde o primeiro ao último no papel de Imperador. O destino era a nascença e a trajetória até o fim, essa era a crença no destino. Tal figura que pela vastidão de poder, comandava através de selos com cunhas e ceras de velas com cheiros e pigmentos, com luz, semeaduras, colheitas, moedas, espadas, bravuras, faces, Damas, Crias, estampas e conteúdos, mosaicos... Imperadores moviam-se, trancavam, traziam ao mundo ou tiravam dele o meio amplo da pirâmide até o pé onde deita a base. Essa noção de poderio de Império e Maximuns, que conseguiram manter o grão pós morte continua sempre nos grãos posteriores ao presente e atual. Essa ideologia de Império e Destino, ou messianismo, filtrando como é possível apenas os sucessos e matando literalmente o que é medonho, na prática ainda há resquícios desse tempo (ou fragmentos) que são mais visíveis quando televisivos, citados em livros, cantados ou chocantes em news (Extra! Extra!), num mix atual de comportamentos humanos lesivos e aparentemente evolutivos, multiplicados, sem rédeas, que faz imaginar estar metido em guerras, em terras sem lei, sem comida, sem educação e sem governo bom. Estamos contando o que completa o primeiro quarto de tempo, do primeiro século do terceiro milênio, e o Mundo do Homo é cheio de nódoas. Roma, por mil anos na história do seu tempo atravessou a era de Cristo - e ainda lavou as mãos - talvez tenhamos vivido naquele tempo em território romano, antes ou depois de Cristo, os nascidos e os idos do tempo atual. Mas, Roma, por tamanha fama e expansão, semeando tendências e calendários e sufocando o meio e o resto da massa, dando e retirando a ilusão de poderes ao povo, fora assim lembrada agora por causa da propaganda das suas regras e poderios dos topos iluminados. Personagens como Papas, Reis, Guerreiros, homens e mulheres que procriavam, pois, a demografia depende desses atos para gerar figuras que asssumiam um papel relatado da história. Até os escravos. Visto que o território romano na sua máxima totalidade englobava homens e mulheres, e gêneros de auto-identidade sexual que pudesse manifestar na sociedade àquela época, e até a rebeldia já existia. Ou sofrer, ou diferenciar-se com significância, não pelo aspecto das formas do mundo e do corpo, mas com o espírito coroado, com visão superior, a frente, iluminado pela luz do sol, muitas vezes cego, sedento por Glórias, prazeres e conquistas, fartos em êxtases e autodestrutivos. Devo lembrar da difícil equanimidade que o Bhagavad Gita ensina. As perdas, de qualquer matéria sentimental ou física, seja mesmo o corpo e a vida ou qualquer outro bem material, revela emoções guardadas ou escondidas, existentes lá no coração. Todos temos alegrias e tristezas nessa vida. É uma frase cliché. O Buda já dizia isso. Por isso, acordando Pessoa, lembro da Arqueologia em Lisboa e sou grato aos convívios gratuitos de hoje, por compartilhar acertos e erros, suportando e digerindo igualmente balanças das atitudes humanas em meio à Floresta Amazônica. Nascido e seguindo um fim na média aos olhos do Supremo, e por saber que devo seguir assim, também percorro um caminho onde existem buracos, cobras, malícias e degredos que tentam engolir, picar e contaminar a vida. Assim como existem na vida outros elementos que contribuem com a história inversa ou branda, atingindo metas, Glórias, uniões, fundações, abundâncias e por isso é o que pende para aceitar o papel, torna conhecedores de nós mesmos, espelhando sempre na humildade do Todo. Creio que todo momento presente, o agora, é composto de emoções sutis ou marcantes, prazerosas ou repugnantes, eis a vida até que a morte chega uma hora a todos. Há uma crença de que o futuro será diferente e melhor, talvez com mais bondade e equilibrium, mesmo que para lá levemos as amarras dos apegos do passado, venceremos no futuro. O presente ora pode ser amargo, ora o paraíso. E o futuro é como uma esperança na existência de um paraíso real, para que sejamos genuínos às provas do tempo atual. Uma ponte eterna.
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