As tias de segundo grau
acompanhavam a avó até o fim da vida. Reuniam a família quando assentavam em
cadeiras de cordas colocadas na calçada em frente às suas casas. Os tios, com
postura de dedos debaixo do sovaco, um cruzar de braços clássico, assentavam em
bancos de madeira, alongando as pernas e algumas vezes também cruzando os pés. Isto
era certo em quase todas as noites quentes de qualquer estação do ano, que
ventava e trazia um cheiro de chuva, armando um toró no céu. De prontidão já
esperávamos para acender as velas quando o blecaute acontecia comemorado por
todas as crianças que brincavam na praça. Certa vez uma tia de segundo grau,
ainda em companhia da avó, dentro da típica casa cristiana (crucifixo) de piso judaico
(branco e frio) e máquina de costura em ferro antigo, me contou que os avós delas
vieram num navio inglês, mas eram pois, portugueses. Contou-me ainda, histórias
das tranças dos cavalos e das roupas brancas que na corda do quintal molhavam
no orvalho enquanto a fumaça do cachimbo do saci confundia-se com a fumaça da
lenha da lareira. E ao mesmo tempo que eu conhecia a minha origem, tinha medo desta
parte, ainda mais na quaresma. Vendo isso, minha avó me ensinava a tríplice,
preparava o banho do meu cavalo em bacia prata e alimentava o meu corpo com o
mais simples prato.
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