segunda-feira, 31 de julho de 2017

EXAME EM PROSA

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O conselheiro aconselha
Um Concelho aproveitável
Temos um mapa de patrimônios
Um cine teatro com átrios apagados
Reabilita, a luz vem da fonte à frente
A Nacional Companhia que Energisa
Fácil, bebedouro à entrada, pipoca, praça
Limpas paredes, cortina grossa fechada
Ainda que precise reproduzir imagens
E lamentavelmente o fosso esteja fechado
Abra a Galeria Ed. na moderna edificada
Com políticas público privadas acordadas
Áquela escada acima funcionaria a Sede
O povo seria mais culto ao receber por ano
12, mais, conjuntos d'obras d'artes culturais
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A NOVARQUIA

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Absoluta numa sistemática rara
Sobre massas físicas e humanas
Aliás, pode haver uma família grande
Que porta o esqueleto estrutural passado
Como a descendência treinada
E a lealdade dos que acompanham
Afinal os mandos não surgem por acaso
Tende haver um tanto de sabedoria
Não pertence aos atos falhos
Como estes que enganam com leves rastros
Enquanto os que impactam ficam, gravam
Uma "Novarquia" é a Esperança da Realização
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sábado, 29 de julho de 2017

TANTOS CONTOS DE RÉIS

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No cômodo alto do Velho da Torre
Tem tapetes retangulares no chão
Plantas equilibradas sobre os móveis
Armas limpas nas paredes coloridas
Há quadros sem molduras, só centros
Assentos compõem a mesa de alimentos
Instrumentos vários, coleções, incensos
Reza a escrita que o cômodo é uma fortaleza
Sons de água gélidas e ferventes ouve-se
Também movimentos de seres crescentes
Lá é possível fazer várias coisas no tempo
O Espaço, um Paço majestoso no pensamento
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O PESSIMISTA

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Porque hoje, sábado
Em pleno Século XXI
Nem o sol tem ânimo
Há papéis jogados em toda parte
Que vão parar nos rios
E bosta de animais à porta
Misturado aos pedintes de cachaça
Porque há muita gente no Mundo
Que desgraça o próprio Mundo
E muita gente com poderes nos Palácios
Num país com apelido de paraíso
Onde os dias passam como no inferno
E é por isso que é melhor haver tremores
Tanto dos ares, das terras como dos mares
E que o fogo dos homens cesse, pois ele destrói
*

quinta-feira, 20 de julho de 2017

COM A ESPERA

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Os cabelos caem
Porque o tempo passa
E o inverno vai
As paixões adormecem
Porque o fogo abranda
E a sequência se faz
A lembrança fica
Porque a Dama é bela
E o desejo permanece
Eu pretendo sair
Porque já estou fora
E sempre posso voltar
*

O ATLAS COSMOPOLITA

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A cidade tem que ser um íman
Atrativa a toda boa gente
Arquitetônica, modernista
Futurista, com águas correntes limpas
Tende haver acervos d'artistas
Conhecidos pós bom censo (pesquisa)
Onde obras brotam em toda parte
Como incensos que agradam
Saem de baluartes pensantes
Estampam interiores transparentes
Como guias que conduzem às margens do centro
Em conselhos pátrios e amáveis
Num mapa que aponta histórias plenas
*

CAPIT. UNO. VER. REI V

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Om, dá-me a sorte
Aum, dá-me calma
Mor, dá-me a Dona
Deus, dá-me luz 
Pai, dá-me o saber
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SÃO CRISTÃO DA ROSA

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Há um chamativo
Que significa repartir
Quando um ramo seu existe
Para receber presente vida do Criador
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terça-feira, 18 de julho de 2017

ELA NÃO QUER, MAS ELA NÃO SABE

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Serão os meus olhos fundos por insônias?
Mal sabe ela que luto com “demônios”
Será a minha idade progenitora?
Mal sabe ela que tentei com todas
Será a minha cor da pele nata?
Mal sabe ela que meu sangue é triplo
Serão as minhas posses somente letras?
Mal sabe ela que com isso mudo coisas ao longe
Serão as minhas idas e vindas atlânticas?
Mal sabe ela que ainda há outros mares
Será a minha mediana e temporária pança?
Mal sabe ela que ando, faço e venço
*

segunda-feira, 17 de julho de 2017

TUDO ESTÁ ACONTECENDO

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Faltam dois anos para a profecia das cartas
Eu terei que me confessar com o Chico
Ainda choro e quando choro sangro e vivo
Pingam incolores líquidos do meu coração
Durmo sem medo da morte treinado
Esquivo dos cravos da Rosa que persigo
Essa beldade ativa em cada rumo dos ventos
Passos sabidos dos Paços antigos
Bélico potente é a ponta do dedo do mando
Imagino que esses versos virarão hinos
Continuo escondido sob a lua que envolve a névoa
Os fios crescidos absorvem os raios da esfera de fogo
As ondas dos mares são como pontes que ligam
O místico mistério desejo por ser feito destino
*

segunda-feira, 10 de julho de 2017

CAEZAR (Isto não é uma ficção)

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Todo sistema político tem algo bom
Sistemas caem por causa dos seus males
Hoje, o “patrimônio negro” vale mais
Que essa República sem esperança
Tirem o Temer daí! Basta de vergonhas! (Incompetência)
Aproveitem o Estádio de São Januário!
Peguem essa cambada de políticos corruptos
Soltem-nos no meio do campo junto com onças e jacarés! (Punição)
Tomem todas suas posses materiais!
Fisco aos extorsionários religiosos! (Verdade)
Francisco está de acordo!
Chamem as Forças Armadas!
Digam-lhes que terão uma nova frente
Os baderneiros combaterão na Venezuela! (Expansão)
Replantem os morros atlânticos!
Desamontoem as cidades, voltem aos campos! (Êxodo Urbano)
Digam ao povo que nem todos os trovões vêm do céu
Porque relâmpagos podem vir de intelectuais (Iluminação)
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domingo, 9 de julho de 2017

CAFÉ COM LEITE

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Enquanto eu ando impaciente pela cozinha
Meus olhos se enchem de lágrimas
Sou tão diferente de quem me fez
Que sinto estar num ninho de espadas
Acho que tenho uma maldição do destino
Querer viver em dois hemisférios
Fazer uma ponte circular no globo
Porém há uma fórmula para o encanto
O que requer um manifesto histórico
Além do mais tenho uma cria não vista
E pago com dor os castigos d´outra vida
Minhas roupas não são novas ainda
Bebo chás misturados e fumo o frio
Hoje quero uma índia e que ela me dê filhos
Amanhã a quero mais ainda e filhos mistos
Já pensei enclausurar-me, sumir, ultrapassar
Mas tenho que fazer afrescos nas paredes
Escrever com punho livre e forte a nova ordem
Encontrar a resposta máxima escondida no tempo
Que leva o espírito à paz sobre todas as coisas
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sexta-feira, 7 de julho de 2017

A REAL

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Houve um tempo
Bem remoto
Quinhentista
Que do alto
Do Castelo
Mirava o mar
E na nuca
Das florestas
Retirava as naves
Para navegar além
Hoje teço lento
Com os dedos
O desejo de voltar
Mesmo numa Vila
Típica com coreto
Gente quieta na igreja
Pão e vinho no altar
Tão depressa quereria
A sorte da cruzada voadora
A vida dividida com a Dona
E a prole iluminada em graças
Mesmo que o tempo passe
Como flecha no horizonte
Eu me contentaria infinitamente
Fazer da Lusitânia meu nome
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quinta-feira, 6 de julho de 2017

OS DIAS SÃO ASSIM

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Não sangrem
Pensem igual
A/C dos Titãs
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“Rabudas”
Bode expiatório
Vômitos, catarros
Facadas nas costas
Ócio, inação
Desvios de informação
Falas altas, indignação
Jogos de empurra
Falta de méritos
Pena, pesar da seleção
Vantagens sem emoção
Degraus que descem
Cartas sem nexos e anexos
Buraco, contrato
Tempo chegando ao fim
Início à vista, ação 
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terça-feira, 4 de julho de 2017

O VELHO DA TORRE E A AULA DO GELO

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(...)
Ninguém ou quase ninguém sobe a Torre do Velho Mestre nessa altura do ano. Afinal é inverno e o cômodo onde mora o Velho Mestre da Torre é no ponto mais alto da coluna. Nessa época, lá em cima, o sábio não encontra ninguém, nem pombos chegam para levar mensagens. Mas o Velho da Torre está sempre a fazer alguma coisa. Então, o Mestre resolveu ensinar aos homens os efeitos do que eles andam queimando lá baixo. Pegou uma grande placa de gelo do telhado e sem quebrá-la pousou-a num cesto onde desceu-a pelas roldanas até ao pé da torre. As primeiras pessoas que encontraram o bloco, viram também um recado: "Lambam e sintam o gosto da fumaça que vocês fazem. Vejam mais de perto com a lupa (micro), essa água que sobe e congela, quando desce descongelada, não é transparente. No próximo ano envio-lhes outra amostra".
(...)
Pensemos e mudemos
*

BRASIL

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A República está tão caduca, tão inversa, tão desviada, que os políticos, ao invés de fazer valer publicamente suas esperadas benfeitorias, com orgulho moderado a exemplo de bons líderes, passam os dias negando o que constatamos terem feito de malfeitorias. Está tão crítica que o próprio cadeado da cadeia está sem trava. Até as leis enganam os homens, não vale nada.
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segunda-feira, 3 de julho de 2017

ESTIGMAS

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Vou fazer promessas
Não pararei de escrever
Levarei o alvo no peito
Não vou fazer a barba
Vou falar com a mente aberta
Não ficarei muito tempo aqui
Comerei e beberei menos
Não pisarei em formigas
Desejarei apenas uma mulher
Não verei a árvore natal
Vou ao encontro do meu ramo
Não tirarei minha armadura
Tentarei ser melhor a cada dia
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HOJE É DIA 3

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Eu poderia ter o nome deste mês
Poderia morrer nesse dia
Poderia “matar” nessa hora
Só vou lembrar o que eu poderia
Porque antes de nascer eu não podia
Depois, pequeno, asas me encaparam
Depois de mais um tempo cresci e voei
Construí, desconstruí, desbravei e chorei
Só que hoje é dia 3 e estou aqui, voltei
Não tenho capas, não tenho asas
Coloco à mesa uma parte da ceia
Mas o que o seio quer é a minha cabeça
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domingo, 2 de julho de 2017

OKAPA E ÔMEGA

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Gostaria de lançar uma rampa de livros
Que fossem lidos antes da minha morte
Relatasse os labirintos que apresentam no "Fantástico"
Para lembrar que podemos ser melhores
Alguns livros modernos, destacáveis
Que pudessem ter páginas com símbolos, desenhos e letras
Outros que contenham manuais de mudança antiga
E livros que revelassem majestosas fantasias
Esses escritos poderiam valer meio mundo ou folhas verdes
Serviriam de alavanca física para repartir a terra
Rezaria nesses livros as crônicas do que acontece no tempo
Desde a paz, a guerra, as crenças e as realizações
*

EU TENHO UM PLANO (Isto é poesia)

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De encontrar-te, "óh" cria
Sangue nascido meu
Levo um corpo sano
Comportamentos tantos
Ao som da produção "áh mais"
Próprio como as artes natas
Saiba que, há oráculos
Raros são, excêntricos
A matriz é de onde viemos antes o nascimento
A matriz é o meio tempo que vivemos
A matriz é para onde vamos ao fim total das manifestações
Da casa (Arch.) o teto é ao pé do céu
Base onde ensina o máximo e infinito
Uma comunhão contínua, familiar
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sábado, 1 de julho de 2017

A COVA DO TOLO

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Quando o Brutus do Popeye sai por aí com o Che Guevara na barriga, falando pelos cotovelos, dizendo saber mais que os verdadeiros conhecedores, não tem a mínima noção da dificuldade de monitorar uma faixa larga do território quiçá todo território do tamanho do Brasil. O Brutus, pensa que o mapa do tesouro que ele tem é uma linha reta. É assim que ele "cai" no horizonte. Por fim, só mesmo o Popeye para chegar ao "x" da questão.
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DO QUINTO DOM TEMPLÁRIO

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Essa tecnologia alude ao fácil
Ilude a maioria como a política
Retarda o avanço dos pacientes
Acelerando os atos dos eloquentes
Assim, é melhor ser contemplador
No recato dos segundos que passam
Desmembrando o corpo aos esfomeados
Dar um pingo de espírito basta aos saciados
Nem a morte livra as amarras dos sistemas
Mas existe quem aceita os restos bons
Sofrem os que amam e ferem com paixões
Como os revolutos que desejam mas não são
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O CASTIGO DA DILMA

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Foi você quem mandou tirar?
Não estou pensando voltá-la
De abobrinhas a mandiocas
Não é que eu prefiro a neve
Nem Silvas, bicudos ou balísticas
Mas a ausência mostra a necessidade
Justamente do que já não havia
Aquele tempo contaminou agora
Esta Babel de mesma língua
Onde oculta está a Ordem Tripla
E foi bem feito, para ver a zona
De gravatas em palhaços e atletas
Enquanto literários montam pedras
Lenhadores escrevem sem grafite
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MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...