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De 2014 a 2016 concorri a um Doutorado através do Programa Ciência sem Fronteiras com um projeto sobre “Impactos dos Peixes Exóticos em Ecossistemas Estuarinos e Soluções para o Equilíbrio Aquático”. A banca negou o meu percurso. Quem era eu? Um mineiro graduado em Biologia Marinha no meio do Oceano Atlântico Norte após rifar uma geladeira e pedir dinheiro para comprar passagem aérea. Depois, virei Mestre em Ordenamento do Território, Ecologia e Meio Ambiente. Já falei sobre isso. Esbarrei com dezenas de brasileiros contemplados no “Ciência sem Fronteiras”. Uns muito bons, cientistas mesmo, dedicados. Outros passeantes de balão pela Capadócia, Transiberiano e Paris. Uns tantos assim, mamando numa teta de euros que provinham de três tetas de reais (R$). Vi governos federais virarem chacota por conta de entrevistas ébrias e hilárias na ONU, escândalos dos “ãos”, petróleo achado debaixo do sal viraram criptomoedas, ficaram alucinados como se fumassem mesmo, ou cheirassem petróleo! Petrolão! Mensalão! O Brasil estava voando. Eu via tudo isso triste por não aceitarem um projeto escrito em tantas páginas misturado às poesias à la Pessoa, e não foi por isso que negaram, pois queriam levar estudantes superiores do Brasil para o exterior. Eu já estava lá. Mas eles foram. Ficaram. Já voltaram? Trouxeram alguma fórmula nova? Alguma descoberta científica? Algum teorema, teoria, prática a ser aplicada agora? Agora, parece que a amargura continua. Um governo federal atual igual ou pior aos anteriores, só que com escândalos das "inhas". Coisas das mais bizarras, rachadinhas e um tanto menos investimentos aos envios de brasileiros para fora. Batem cabeça aqui dentro. Estão acuados, sem Grêmios, sem UNEs, sem bandeiras, sem intelectos ousados e sem coragens, são especialistas em “tik tok’, porque não devem ler mais do que editais muito longe de cliques no “ver mais” de desabafos “facebookianos”, para serem aceitos em algum ganho fora da sua área, EAD sobre as coxas, ou apenas likes, já agrada. E não estou generalizando. Eu continuei minha estrada, até que cheguei a Santiago de Compostela pela sétima vez. E isso serve para algo? Talvez para acordar as boas cabeças no (do) Brasil. Conheço muitas, acompanho muitos, leio muitos, converso com muitos... Mas o petróleo já foi derramado. O Brasil está queimando. O Brasil está secando. O Brasil está mesclado por espécies silvestres exóticas de flora, fauna, micróbios, fungos, vírus, políticos... Unidades de Conservação estão ao leu, satélites fotografam, o povo rasga sacos de lixo em busca de alumínio e restos...
Quem sou?
Como estou?
Onde estou?
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