sábado, 14 de maio de 2011

LIMPAI

Te olham os olhos da verdade
Te consome a carne de sattva (harmonia*hindu)
Te relembra o cheiro da saudade
Em tempos quentes de agora
Se lamenta por quem chora
Se perdoa quem te culpa
Salve a Terra de ninguém
Salve a terra para alguém
Ouve o sino equidistante
Dorme e sonha uma lição
Maestria é possuir um plano
Um compasso completo
A retilínea vertical
Bem no meio deste chão
Banho de mar é a limpeza da alma
Areia entre os dedos
Pedaços de conchas
São runas minúsculas de esfoliar
As sujeiras das ruas
Os consumos abruptos
O resquício tentado
Que minimizam no sal
Banho de sol que benze a fronte
Cora esta pele e cicatriza esta nuca
Pense distante
Sonha no horizonte
E sinta a glória vindo no ar

quarta-feira, 4 de maio de 2011

É o que é


Certa vez ouviu o rei ao bobo uma teoria, em meio a plateia. No fim do discurso o rei não sorriu, porém toda a plateia aplaudiu. Logo mais tarde, num canto do salão, o bobo disse ao rei que iria tomar um posto maior por causa dos aplausos que recebeu. Então o rei sorriu, pois viu quão incapaz era o bobo de realizar teorias e quão capaz era ele, em acreditar na ilusão de sí mesmo quando alguns, muitos, contribuíram para a sua espantosa realidade.

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...