terça-feira, 30 de junho de 2015

RAMA

Mar que o cheiro chega só de imaginar
Língua que tanto adoça como amarga
Corpo que no descanso planeja os passos
Sal que limpa a alma e tempera ao dente
Abraço que o caloroso amasso imita o sol
Noite que segue o dia, que encontra a lua
Fala que nas escritas expõe a estrada clara
Vida que a natureza é terra, água, fogo e ar

segunda-feira, 29 de junho de 2015

ESTÁ TUDO SEMPRE COMEÇANDO

Depois que as lágrimas caem
Amenizam as lembranças dos males
Depois que o horizonte está aberto
Tormentas nos deixam mais fortes
Depois que a carta é enviada
É como a flecha sedenta ao alvo
Depois que o ciclo das estações acaba
Aumentam as histórias de nossas vidas

domingo, 28 de junho de 2015

DAQUI PRA LÁ AQUI TAMBÉM

Não há maneira de colocar a paixão pela terra a frente dos “bois” que controlam os passos das nações? Não tem como ter mão autônoma sobre as rédeas dos “cavalos” que são nascidos e criados nos próprios campos? O que quero dizer mais precisamente é se não há maneira desses países da velha Europa, mais conhecidos como berços da civilização moderna com histórico alargado desde as imposições naturais aos impostos antrópicos, desde as guerras geográficas à tal confusão da União, serem de fato independentes hoje ou amanhã, já, das armadilhadas planilhas financeiras, dos valores eletrônicos digitais, das logomarcas capitalistas de uma moeda única? Será que tem como nos dias de hoje pesar (peso) outros valores, não menos que os próprios valores materiais, iguais às próprias moedas, igualar tal balança com cultura, língua (idioma), produtos típicos, novas invenções, história, técnicas e métodos de estilos que justificam capacidades de alternativas e com isso a diversidade de inteligências, em suma, a satisfação de bem-estar mais gradativo das populações no desenvolvimento natural do tempo e espaço consoante às necessidades básicas e fundamentais? O compacto do pensamento ainda são perguntas, por mais que eu tenha já o gabarito das respostas: Será que tem como mudar essa tendência de crer que só, ou, mais a economia (dinheiro) é que dita o sucesso de um país ou a conjugação de valores mais imateriais e sentimentais podem ser a causa de uma revisão para atuação sobre os conceitos de ordenamento, condução e gestão dos territórios? Quem, seja singular ou comunitário, poderá fazer isso?

DIAGONAL

É uma linha que indica subida ou queda, é um gráfico
É a bravura mais conhecida do Coração de Leão, é uma campanha
É uma faixa que indica supremacia e comando, é suposto
É outra faixa que tampa apenas uma das mamas, da liberdade
É a cruzada de pernas das mulheres e um Imperador, do Brasil
É a linha que liga ângulos extremos do quadrado, é a base do triangulo
É o caminho mais curto do meu quintal à janela do seu quarto, é aqui ao lado
É a rota marítima da Europa ocidental à América do sul oriental, é norte e sul

sábado, 27 de junho de 2015

O MAGNÍFICO EFEITO CONTRÁRIO

(...) Dessa vez o aprendiz subiu bem devagar as escadas da Torre pensando muito bem nas perguntas que iria fazer ao seu Velho Mestre.

- Mestre, eu chamei uma e veio outra, falei a nossa língua e me responderam em outras, procurei Vênus e achei Saturno, pintei longas mandalas e imprimiram faixas, falei de Reis e me apontaram bombas, compus notas novas, mas não ouço nenhum novo som, lancei o anzol na água e o que me veio foi um calçado mais conservado do que essa que uso agora.

(...) Vocês sabem que o Velho da Torre é um Mestre, ele tem sempre na ponta da língua as melhores respostas. E não é que seria fácil para o Velho responder o contrário das perguntas do aprendiz, ele sempre sabe o que diz.

- Aprendiz, veja bem. Chame uma ou chame todas, chame-as. O que vale mesmo é quem te chama. Porque quem te chama não te teme, pelo contrário, te quer. Se te responderam em outra língua o que você perguntou quer dizer que eles te entenderam, né? Isso é bom sinal. Não só continue a perguntar em nossa língua, mas também afirmar, eles irão aprender com você. Quanto a Vênus, ela está com a cabeça em Marte, isto quer dizer em você. Por isso é que o gigante Saturno deixou visíveis os anéis, para que você “pegue-os” e “ofereça-os”, para Vênus, para Vênus! Suas mandalas são labirínticas, são mapas secretos, consta até a planta oculta inversa desta Torre, ufa, eu mesmo já vi isso. Elas espantam o mau olhado e os retalhos que andam por aí são a sobra dos conflitos que essa sua arma multicolorida finda. Você falou dos Reis? Quantos? Quais? Onde? Espere um minuto, vou pegar um vinho para você, sente-se, se acomode, levante os pés, quer uma massagem? Os Reis precisam reviver, por isso é que tentaram matar você, ora essa, fique esperto rapaz! Ai, ai, tantas perguntas, você deve ter subido essas escadas bem lentamente para me entregar tantos pepinos. Vamos lá, agora sobre as músicas. Você precisa do eco. Você deixou as conchas aqui em cima quando as trouxe a um tempo atrás para oferecer a Krishna, lembra? Por isso não tem som lá embaixo mais (risos). Essa última pergunta é a mais fácil de responder. Limpe o calçado, use-o, vá ao aquário e eduque o público. Mas eduque em nossa língua e em outras mais, eduque com o amor de Vênus em seu coração, eduque com a revelação dos desenhos abstratos, eduque como um Rei ileso às bombas, eduque como Amadeus compondo novidades e ousadias, eduque sobre a conservação da natureza viva. Assim verá o magnífico efeito contrário, isto é, de tudo isso que agora me diz. Ah, tenho certeza que em breve você será chamado!

(...) Bom, eu vos disse que o Velho da Torre era fera, não é?!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

SÉRIA PROSA: SOU O PÃO

A economia é como uma panela de pressão. Um cilindro alto e largo com uma tampa em cima. O suficiente para caber muitos itens e acelerar a prontidão. São tantos ingredientes que podem entrar nessa panela que afunda o prato raso da população. Farta, ela ganha ânimo para outras produções. Porque é uma panela imensa. Um só país é como a caldeira de um vulcão. Agora pensa num festival na feira. A feira são outros países. O festival é a união. Estou falando de Lusofonia, ou melhor, de economia. Da economia dos produtos do Império!*. Ele estende de norte a sul, de leste a oeste e tem uma lista de produtos que não cabe num caderno. É uma superpotência e ainda aceita convidados, é claro. Enquanto comemos é sempre enriquecedor bater um papo histórico com a Grécia. No caldo temperado ralo é capaz de navegar o pão. No caldo grosso bem tratado é possível transladar porções. Eis aí a lenha, agora é preciso atirar o fogo no fogão. Quem fará esse sopão?

quinta-feira, 25 de junho de 2015

DE OUTRO MUNDO

Tem um brilho cativante
Seu poder é um relâmpago
Que clareia a vontade de te ver
Saber cheiro, gosto, som e pulsação
Forma de beldade e realeza divinal
Conteúdo de pura inspiração jovial
Comparada à violeta ultra dos raios de sol
Tão clara como a Dama do poeta camaleão
Oculta faz-se muda e não muda o meu revelar
Amuleto cristalino misturado em terra, água e mar
Ponta da grandeza do mistério que me prende e me faz voar

quarta-feira, 24 de junho de 2015

EQUIPARADO

É MAL SINAL
Quando a chuva arma e não cai
Quando o mar azeite não mexe
Quando o pombo voa e não volta
A ESPERANÇA É UM BEM
Que a água limpe com força a sujeira do chão
Que o movimento das ondas traga novos ventos
Que as mensagens cheguem a tocar o coração

O PORTO É UMA CIDADE DE BRAVOS

Certa vez, eu vinha pela madrugada a fora, caminhando como de costume, rumo à Praça da República, o Quartel General e à Igreja da Lapa, para onde eu morava. Já estava meio aquecido com os vinhos da Adega e as minis do 77 após ter passado uma noite festiva com os amigos ladeira abaixo. Eu estava com uma jaqueta vermelha, o que lembrava o Benfica, que por coincidência naquela noite mais cedo havia ganhado uma partida da Champions. Foi então que vi dois caras, sendo que um deles estava muito bêbado. Eu estava um tanto alegre e tive a cisma de mexer com o cara: “E aí brother, tá chapado, heim!”. Num súbito movimento, o bêbado levanta-se e me pergunta se eu queria uma chapada (um tapa), vem cambaleando em minha direção e lança o tapa, que não me acerta por desviar, ele rodopia e quase cai, amparado por mim e o outro amigo seu. Umas meninas que ali estavam viram a cena e quando passei disseram elas: “Lá vem o bravo”.

terça-feira, 23 de junho de 2015

EAT, PRAY, LOVE

A vida passa com a culpa do tempo
A cada dia acaba e a cada dia surge intensa
Existem alguns pilares que servem como guias
O que já passou está imerso, é o impossível
Mas o que há para vir, isto sim está visível
Como o topo das colunas os faróis indicam
Comer, porque o alimento é a natureza da energia
Rezar, porque o alimento da alma é o mistério da prece
Amar, porque o amor alimenta o corpo e o espírito

UM QUADRADO CHEIO

A pracinha é o quadrado de um quarteirão que tem árvores por todo lado
Até quase no meio, mas no meio tem uma quadra com ferros nos lados
Dizem ser de patinação, mas o que reina mesmo é... a pelada
Mantém a fama a nova geração descalça, faça chuva ou faça sol
Toda ela, a pracinha, tem um histórico anterior a mim, dos meus irmãos
A minha lembrança começa com fogo, vai às queimadas de Judas
Às galinhas pretas para substituir os balões de São João
Lembro-me dos bêbados que caíam como moscas na teia
Dos “pegas” que os andarilhos nos davam, aos moleques implicantes
Os piques com 20 cabeças ou mais escondidos nos topos das árvores
O taco, com bola de tênis, cabo de vassoura e palitos de picolé
De invejar qualquer baseball americano e parar o trânsito
As peladas já ditas eram preparações para os campeonatos
Havia medalhas, elas eram pratinhas furadas com cordão de barbante
E lembro-me das paqueras, a minha era uma que vinha de longe
De longe vinham também outros moleques para brincarem na praça
E são muitas as lembranças porque o tempo era outro e a distância é pouca

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A MINHA

A fome continua, a sede aumenta
Sobre os que cravam pelas costas
Sobre os que promovem a discórdia
Sobre os que competem por bananas
Sobre os que colecionam inimigos
Sobre os que fingem serem amigos
Estes confundem essência com glória
Pensam que ter é uma dádiva divina
Murmuram dos outros a esquecer do umbigo
É impossível dizer bom dia nestes cômodos
É melhor dizer adeus do que pagar as contas
Vou-me embora a cumprimentar os que passam
Ou então fico a lutar sem a graça de vencer os meus

A TERRINHA

Quando ouço um sino repetindo pelas ruas
Logo procuro a gravidade do som no alto
Mas percebo que as ondas não são grossas
Repetem-se na caixinha dos anúncios de produtos
Nem o frio temporário que na chuva interrompida lembra
Nem os cavalos surrados atrelados nas charretes lembram
Nem as maiores avenidas, os rios, as roupas, gentes, lembram
A terrinha asfaltada
A altura da sardinha assada
Os sinos anunciantes de outrora
As chuvas que se instalam na paisagem
Os cavalos passeantes da cavalaria armada

O VELHO DA TORRE em... QUEM SEREI?

(...) O aprendiz sobe correndo as escadas da Torre...

- Mestre, quem serei? Não me diga agora, mas só no fim. Lá embaixo eu vi tanta coisa feia. Homens roubando comida de crianças, crianças amontoadas em caixotes, políticos ditos organizadores desorganizando a nossa terra, mesas e bancadas onde arrastam as gravatas de inúteis do sistema, com pena do povo que pensa ter força, sem pena da pena de morte pra quem vive a prejudicar o próximo, jovens sem cultura média intoxicando com drogas químicas, gente escravizada por causa das ferramentas que ferem a natureza... Que tristeza, Mestre.
*
- Você é um aprendiz do contrário de tudo isso que me diz. Você é a criança que sobrevive, é o político sem gravata, é o homem que alimenta, é a lei que condena, é o líder que agrega a ordem, é a base vertical que move, é o arquiteto dos planos vindouros é a variedade dos bens para quem escolhe. Agora, fique feliz, você não será um Velho da Torre qualquer, porque você é o aprendiz.
(...)

domingo, 21 de junho de 2015

ACONCHEGO

De desejar meu par desde a terra firme a além-mar
Espreguice, abre a boca, experimente este anel
O seu chá está na mesa, morno e cheira a flores
Eu reduzi o fogo pois estou na praça e vejo o Porto
Anda, eu tenho as malas prontas penduradas no ar
Saiba que meu visto são meus olhos e as solas dos pés
Seus olhos poderão cruzar com o mar, minha Senhora
Todos os dias e noites propostos a aventura de amar
Minha permanência é fiel às estações, nunca trai o verão
Sua companhia é energia, irradia, gera livros e canções
Vá! Descubra logo que o que deve ser só será se você chegar

sábado, 20 de junho de 2015

O NASCIMENTO DE RÁ

É uma proveniência intelectual
Da união do masculino e o feminino
Lógico na lógica de raios e orbes
Isto é Dali! Vem um filho e mais
Bons descendentes do equilíbrio
Procriado, gerado das energias
Tal como o sol pai das cores
Que nas formas se faz amplo
Eu sou o Sol

sexta-feira, 19 de junho de 2015

ERGA OMNES

• Como é que camufla a sociedade ao viver tão junto dela em observância acordado aos seus passos de noite e de dia? Revelando-a em ações expressivas sem medo à exposição das raridades magníficas e das massacrantes repetições insignificantes.

• Como é que se cala quem mal diz com pena por mal dizer o que mal diz? Com benefícios linguísticos diretos lançados ao entendimento ante ao menosprezo do que a frase explica aos ignorantes de saberes.

• Como é que pode o álcool ser propagado, ser propaganda, ser consumido de ponta a ponta da semana e ainda estar aceite nas mentes e nas panças que conduzem os volantes e mentem aos olhos e às barbas dos juízes? Depois que revisto for o texto dos consumos e das produções – isto é uma aula de economia e legislação – com posterior liberação do incenso que é justamente fumaça, tal qual lançadas dos fogos em festas (SJ) e as indicações que “Habemuns Papam”.

• Como pode a malícia das mais prejudicáveis ser pivô de conflitos nas ruas e no interior das casas, afastando irmãos, conflitando sangues, confrontando os que apenas têm (ter) com os que tudo são (ser)? Esperando sua morte é uma opção, mas antes, levando-a ao esforço de se autodestruir por pensar vencer o bem jamais vencível. Sendo invencível por isso é convictamente invicto. 

• Como pode os jovens que mal conduzem as dinâmicas de suas comunicações, por causa da má condução dos seus progenitores, serem aspirantes a habitarem outros planetas, sendo que as descargas de seus corpos e máquinas não os levam sequer às portas do Nirvana (espiritualidade)? Pacientes mestres, mas também ferozes, fazem tremer por resistência ou por súbito estalo os que carecem de bases ensinando-os que os sentidos se instalam na mente e a mente prepara o terreno para a evolução. 

• Como é que elimina o hipócrita que opina sobre educação sendo que visto ao espelho é o mais contraditório dos casos de desunião? Avisando-lhe que mais vale viver intenso e só por isso a história lembra e desvanece os maus, e marca para perpetuar os bons.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

O VELHO DA TORRE DIZ TALVEZ

Se os seus jardins não despertam os sentidos dela ao ponto de fazê-la suspirar em êxtase, talvez seja porque ela não gosta das cores e formas dos seus bosques. Se suas letras não tocam a alma dela e não abre uma porta do seu coração, talvez seja porque ela ainda vive presa ao passado, esquecida da chave que recomeçam as emoções. Se os seus passos não a encontra nem perto, nem longe, talvez seja porque ela se esconde ou acredita que num belo dia uma estrela caia em suas mãos. Por fim, meu bom aprendiz, você que sobe essa torre alta para encontrar verdades, saiba que sobre ti não há talvez, pois sei que seus jardins são os mais belos, suas letras as mais sinceras e os seus passos os mais certos. Assim, não tenho dúvida que você gosta dela, mas ela, talvez.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A NOITE SOBE E O DIA DESCE

O dia sobe e a noite desce nas cirandas das epopeias
Os astros cruzam em arcos horizontes além das rosas
Ora vezes mais abertos com a vista alta
Ora vezes mais fechado e o queixo baixo
O clima ameno é culpa da atmosfera calma
O clima rude é culpa da ignorância humana
O mar oscila a hidrosfera que o sol e a lua puxam
O solo encharca as sementes pelas quintas desse mundo
A vida passa, o bem não some, o mau acaba, a consciência importa

AQUODIR

A Educação Ambiental é um esqueleto pronto
Serve base e sustento ao entendimento humano
Sobre mapas informativos de oceanos Mundi
Onde a ecologia simula sistemas aquáticos mix
Demonstrando elementos da natureza vivos
Planos de ensino e pesquisa são conhecidos
Presença interativa de público de toda língua
Real é a matriz produtiva de um “porto feliz”

terça-feira, 16 de junho de 2015

DEPOIS DA CHUVA A CIDADE É TINTA

Por amor ao PAPA
Não me peçam dinheiro
Preciso, não tenho para dar
Peçam-me qualquer outra coisa
Já ando corcunda por causa do peso
O que nós temos é tudo que nós somos

...E não me xinguem, pois voltará como maldição Templária

segunda-feira, 15 de junho de 2015

EQUILI.BRA.UM.MAX.

A vida não surgiu no norte
Ela chegou ao extremo
A vida nasceu no norte
Ela não chegou ao extremo

VOCÊ NA CABEÇA A TODO INSTANTE

Não apareceu ninguém que me faça esquecer
Nem lembrar alguém que já me fez assim
E mui provavelmente não irá haver por meses
Mesmo que seja fracasso os meses que passam
Tudo que podia acontecer num instante passado
Chegamos à mesma hora e tivemos tantas horas
Ainda temos bases, berçários, projetos e lugares
Palavras adiantam o que de mim terá constante
O som da sua voz à minha frente é o que mais penso

CRÔNICA: A VOZ DO COMANDO

Tenho os pais ativos mas meus avós não existem mais
Meus bisavós ainda moraram por cá
E meus tataravós só andaram por lá longe
Tomaria muito tempo em dizer que navegaram
Instalaram-se, reproduziram e aqui estou
Até que foi rápido avançar a lógica do tempo
Mas o que quero falar mesmo é da Avenida e seus “com vivos”
Aquela com árvores cabeludas e um corguinho desmilinguido
Havia uma convenção digna das bizarrices de Roma ou Paris
Primeiro que, logo na porta havia uma cortina de pano
Segundo que, o segundo segurança tinha cinco palmos de altura
Terceiro que, a entrada custava uma hemorragia de notas vermelhas
A Polícia Federal tem as mãos firmes nas rédeas e isso alegra a Justiça
No mesmo dia Frankenstein e Conde Drácula morreram, ao mesmo tempo
Não escondo a alegria de estar vivo, não por nada disso, mas só por ela
Porque é nela que eu acredito enquanto escrevo delícias e ridículos
Enquanto os dias passam a condução avança e a esperança existe
Então as crônicas serão íntegras viagens com imagens e emoções

domingo, 14 de junho de 2015

JAPÃO

Pensai no oriente
E por causa da língua portuguesa
Sabei no ocidente

A expansão galopa, navega, vigora
Chega ao sol nascente Ilhas Fiji
Gradiente refletor de luz do sol contente

(Leon)

sábado, 13 de junho de 2015

SINTONIZE O NÍVEL QUINTO, IMPÉRIO

Você me aceitaria descalço? Abraçar-me-ia sem ouro? Isto envolve as matérias que iludem o corpo. Isto mostra o mapa do espírito que nos fará (faz) ser um do outro. A você mundana, eu sou do Mundo. E pretendo me entregar como a lança em voo se une ao ar em seu percurso. Até cravar no alvo que atrita a faísca que produz a chama que acende o fogo. Com isso, vigoram as florestas onde abundam elementos, as fundações reforçam sistemas, organizações e as pontes aumentam as qualidades das nossas bases familiares. Eu não sou fã da monotonia, tão pouco vivo as monológicas (monólogo). Te ouço quando mostra os seus sinais. Pouca gente sabe, talvez um pouco mais agora, contudo basta uma só ciente pessoa saber. Quando sumo de uma hora para outra percorro um caminho até casa passando por um portal extenso onde ao lado estão enfileiradas grandes árvores barbadas que requintam a imaginação. Depois de um momento volto, quase sempre com um pensamento novo. Tanto sobre a vida que é traduzida em sopro harmônico e corajoso, como sobre a morte que vem para quem está vivo seja só um pouco. Certo é que palavras minhas fazem parte da sua história. Basta agora assumir a posse dos sentidos. Aviso, o sexto é seu segredo, o primeiro o meu mistério e no meio está lá bem visto, escrito, destino.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

DOM KISS HOT E SANTO PANÇA em... QUEM É QUENTE NUNCA ESFRIA

(...) Dom Kiss Hot, lembram-se dele? Depois que Dora Té trancou-se no quarto sem querer vê-lo, ele ameaçou partir. E partiu. Tanto é que eu mesmo – o narrador – tirei férias, e congelei o Dom Kiss Hot. Ora essa, aturar uma marrenta de primeira como Dora e outro vulcão em erupção como Dom, não conseguiria escrever só sobre o Pança, a encher a cara dia e noite nos Saloons. Mas tenho uma boa notícia para vós. Dom Kiss Hot, mandou um recado através de um moleque que corria no sentido contrário aos trotes do seu cavalo. A transcrição da mensagem é mais ou menos assim:

Dom Kiss Hot: Tenho os lábios secos. Nem por isso estão frios. Afinal, sou Dom Kiss Hot. A minha bússola parece que endoideceu, pois me mostra dois nortes. Acreditam? Um norte é o translado para o outro lado do Mundo. O outro norte é a minha permanência para conquistar Dora Té. Ela ainda bebe muito chá? E Pança, como está? Muito em breve a minha bússola apontará um norte apenas, então de um jeito ou de outro a história continuará. Um fato é que a ponte que me levará ao outro lado do Mundo oscila, porque é pênsil e por isso curva-se, côncava, a rebaixar meus passos. Outro fato é que Dora Té não me responde o pombo, digo, correio, pois se ela me respondesse eu esquecia a ponte e voltava nesse instante.
(...)

terça-feira, 9 de junho de 2015

A NOVA E INCANSÁVEL CANÇÃO

Véi (a), você não imagina quão
Seremos tão fortes após cruzar o marzão
Antes, porém, dias e noites nos iluminarão
Que roupas, calçados e ferramentas inventarão
Porque lado a lado, Véi (a), não há nada mais claro
Que os nossos sorrisos interligados
Que a nossa pele dourada doada ao sol
Que os nossos olhos preciosos de leão
Essa esperança viva brota a toda hora, Véi (a)
Só de pensar no som da fusão dos nossos corações

O REMÉDIO DA ESPERA

É a caminhada matutina ao extremo da cidade
É a subida ao cume mais alto desses vales
É a contemplação do rio descer na cachoeira
É o estalar das faíscas de uma fogueira santa
É o transformar passado num papel branco
É acreditar que a areia fina move a ampulheta
É uma prece em canto do oriente no ocidente
É um bem querer continuar querer-te tanto

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O CONSOLO DO VELHO DA TORRE

Ouça bem o que vou lhe dizer:
Erga-se! Você pertence aos raros
Por ser multivariado convive com os administradores
E os construtores e os gladiadores, sem ser odiado
Atente-se! Você é previsível
O dom do acaso sabe disso
Por isso brinca com o seu poderio
Tanto pode estar aqui agora neste alto
Como mais alto ainda nalgum ponto do infinito
Não pare! Porque seus planos migram, instalam e coroam
Com a força de ser visto vivo
Fica preso à mente dos que te fixam
Ileso pela maior riqueza que possui, bondade

domingo, 7 de junho de 2015

A PORTA

Ainda que a volta demore ela é certa
Mais dizeres continuam a formatar o título
Comum prólogo extensivo e capitulado
Preciso só que você saiba o que faço
Ajo para que o rumo dessa história vigore
Decole, quando em breve seja o encontro
Peça qualquer coisa minha bela agora
Ria, não chora, o amanhecer está à porta

DEUS MANDA

A carne descongela sozinha
O trem que passa e impacta
Artistas têm o dom da pausa
O beijo porta o cheiro d´alma
*
A Dama que aguarda ganha
O Mestre que andante fala
A dança nesta roda alcança
O dono dessa incrível jornada

ANGU AO LADO

Deitado no degrau aquático doce estagnado
Na base do milho que cresce solto num todo
Nuvens brancas estampam o céu da casa
Como o tempo que aparece e desvanece

CHEIO

Por estar tomado da presença que me norteia
Com a bagagem pronta pra mudar de sítio logo
Neste tempo onde os conselhos pedem calma
Já dizia sobre as unhas curtas e as curvas novas
Ou o pescoço inquieto a procurar quem chega
Será que dorme e sonha, acorda e lembra?
Será que anseia a cruzada da conquista derradeira?
Essa atmosfera é o pressuposto da genética da escrita
Como toda poesia, vale mais pra quem faz parte dela
Porque a gravação do sentimento é uma dádiva nobre
Vale tanto quanto o cheiro de perfume da natureza pura
Uma vontade de atar a minha mão na sua, corpo e alma
E desbravar lugares com paixão firmando o laço da união

sábado, 6 de junho de 2015

O INÍCIO DEPOIS DO FIM

O trajeto nesta praça passa
Por bandeiras entre fileiras
Corredores abstratos natos
Dotados de posturas buenas
Todo ato que negado chora
E vigora toda boa força plena
As formas estampadas fixam
Os fatos mais alegres voltam
As damas todas temem a reina
Por causa de uma força clara
Dos olhos da mais bela fera
Faço desse livro livre ao mundo
Porquê tenho inspiração d´amor

quinta-feira, 4 de junho de 2015

DE CABEÇA PARA O SILÊNCIO

Para mim não há surpresas, bem podia
Pra você, porém há a minha espera
Para mim não há presente, quem me dera
Pra você, até a primavera volta fora da época
Poder é chance e chance é vastidão
Num grão que sobre ele cresce um colégio interno
E no meio da mata resguarda-me e me faz são
Eu tenho a chance de ver a arte misturar-se entre o povo
Eu levanto os olhos para encontrar o seu clarão
É bem provável hoje ver, ouvir, falar, tocar, sentir, aqui
Tudo que seja sim e nada que seja não

quarta-feira, 3 de junho de 2015

DOS SAPIENS

Provérbios de um velho sábio oriental
Não necessariamente de olhos puxados
Porém focados à vista da concentração
E alerta ao universo manifesto existente
Revelando com certeza os pensamentos
Sê primeiro o plantar em conjunto colher
*
A onda molda
Recorta a orla
Adentro ao mar

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...