terça-feira, 29 de outubro de 2013

A sua mão é minha flecha

Cinza o céu rajado em vento norte está no ar 
Guardado está calor que faz inverno arrepiar
Começo, recomeço, mereço algum apreço 
Tomai meu arco agora pois a sua mão é minha flecha
Olhar a tela
A vertical 
A maresia
Horizontal
O que fazer 
Cria real
Sumiu do mapa
Vivi na mata
Cheiro de flores
Pintar figueiras
Buscar louvores

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Hoje e amanhã

Todas as noites eu deito sob os olhos do meu anjo escudeiro. Com os membros em repouso vejo um quadro novo que bem dentro da cabeça espreito. Fico preparado para sonhar com a realidade da sua grande e decisiva coragem. Eu torço para que meu coração se acalme, mas não pare de querer. E que a estrada nos ajude a encontrar presentes. Porque já temos os sinais dos dias que virão. E os pensamentos que emanam saem e chegam carregados de emoção. E só falta seu confronto, frente, lados, sobre o elo, forte e belo, o nascimento de um amor.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Tudo é relativamente perto

Para não ser tão massivo, com coragem, ousei fazer tudo de uma só vez. Também o desfazer faz sentido, mesmo que diferente de brando. No fim toda obra devora os olhos de quem viu a cama pronta em horas, tatame a luz de velas e cheiros sequenciam o início da tríplice com arte de pensar na meta que é unir amor e paz.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Base, teoria e prática

O que vem antes da prática é a teoria. E a teoria é uma prática da base. A base é onde se sustenta a criação de tudo que o homem pode fazer. E o que homem pode fazer com amor é uma história com início, meio e fim, feliz.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Família

Só ganharás quando ultrapassar o limite do sonho, consumindo com cuidado o desejo bem guardado logo abaixo do seu seio. Encontrarás a cada dia um mundo novo nas manhãs que o sol irradia como um som ou um alimento, como escudo ou braço amigo. Logo será fácil ser feliz quando se constrói o círculo rodeado de entes queridos, em cidades de flora ou edifícios.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A casa do leão é a boca da leoa

Quem quererá terraço, espaço, meus passos, meus traços no terreiro? Quem com um cisco desloca meu eixo, meu queixo e os sonhos que viajam como bala de canhão? É uma deusa Cleo, com olhos que abalam o céu. Uma beldade com maças de lua cheia e curvas como o litoral de Paraty. Ali, depois da porta, bem em frente ao mando do comando paralisado, os navios já zarparam com aqueles de cabelos presos, dourados, sob a chuva rumo à vida. Hoje a tinta azul, nanquim, color ou apenas o silêncio pensamento do vigor. Abro minhas mãos que não aguentam mais vontades de trazer ao peito um abraço aconchegado com carinho que o Mundo espera ver. Crer. Eu aguardo, me guardo e não esqueço.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Navio ou avião

Cortina azul, toalha seca
Imagine o pé da fiel, Penafiel
Concertos mil de cisnes a nascimento
Frutos de abril que chegarão do Brasil
Canção no ouvido
Um sonho perto
Pesadelo em farelos
Corpo forte, Porto belo

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

QUADRA DE DEZ

Conduz a poesia que condiz
Ferrugens
Em quantos canos corroídos por salobre?
De onde vem a água ETAR que banha e bebe?
Subterrâneo visto a planta do arquiteto
Engenharia labirintos consertar/arranjar
Porque a água enxofre existe longe em ilhas
Aqui somente linha antiga a renovar
Tumor covarde são espinhas pelas costas
Justiça altar na mesa e a fome de amar

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Biomineral

Confronta a faca com a tesoura
Extrai o biomineral das cápsulas
Crânio dos peixes, caixa branca
Andares de um líquido equilibrista
Anel de concha, vieira rosa
Para a certeza, a portuguesa.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CARTA XXI

De: Vinci a CsF
Macro Extra Micro

Ciência é ferramenta que fascina
In vitro, in situ, bioma e clima
Do veneno extrai soro que se faz vacina
Bio, Medicina
*
Pavilhão institucional, laboratório que ensina
Fronteiras de pontes, providências divina
O Portucalle, a cruz do norte
Natureza, estudo, da vida.

*

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A bondade do Shaolin

Abaixe o som para escutar o grito
É um chamado vindo da caverna de Platão
As varreduras servem para evitar pisadas
Poupam as mortes das formigas quando passas
* 

São monges bravos que explicam o zen
Explicam o ápice explosivo de amar alguém
Apenas sobram folhas beges do verão passado
Nesta carreira em banhos quentes, rosas molhadas
*
E se aceitasses navegar de polo a polo, os mares?
Atento iria a controlar o licor da mente
Para atracar num porto belo, velho, branco ou negro
Mas tão eufórico que apurado ficaria o faro sobre os bichos
*
Descubro as torres cinzas e as pontas das cidades
Caminho ao lado de roldanas, cobre, maquinarias
E sonho após algumas taças, vinho tinto
Com frutos rubros que brotarão como cascatas

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Acontecerá

O frio vem, o livro alcança, desenhos mostram
A ler culturas, piscicultura, agricultura
Romance tem, meu sul além, o mar azul
O limpo sol do outono, manhãs dos pássaros
A sorte vem, o tempo passa, a cria cresce
Um ventre, um bem, beleza pura
A roupa velha, se queima, acaba
As vestimentas, o olho nu

Quatro passos

Simples, porque a pausa das palavras não merece lisonja e desrespeito é continuar
Forte, porque o total dos passos dados até hoje dão a volta ao mundo em hemisférios
Solo, porque as notas que ilustram renascença ficam presas na cúpula do pensar
Livre, porque lembranças amargam lágrimas e o sorriso equivale a cantar.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Perder e perdi

Perdeste a cama. Perdeste a sala. Perdeste os quadros. Perdeste retratos. Perdeste a reza. Perdeste a varanda da janela. Perdeste flores. Perdeste odores. Perdeste-a (ela). Perdeste a mãe. Perdeste o pai. Perdeste irmãos. Perdeste o filho. Perdeste o jogo. Perdeste o gozo.

Ganhaste o quê então?

Perdi o medo de descansar na cama, de estar na sala, de refazer os quadros, de tirar retratos, de rezar a reza, de abrir janelas, de semear a terra, de queimar incensos, de conquista-la (ela), de falar com a mãe, de ouvir o pai, de brincar com irmãos, de fazer um filho, de assistir o jogo, de satisfação. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sabia que disse maestria

Quem é você? Você é quem?
De onde vem e para quem?
Eu sou o ramo de uma árvore antiga
O velho ramo que nasceu além
É para ti e para mim
É para alguém que bem me quis
Estas respostas desvendam sonhos
Realçam cantos
Reforçam planos
De conquistar.

domingo, 6 de outubro de 2013

Patrício

Trecho de: Paixão Resoluta

Capítulo: Censure a pré opinião, ajude o proceder

“País, deixai a ganância de querer fazer parte de pontuações em tabelas de rankings económicos com a sede cega que desvia outras importâncias. Se não é ganância mas imposto, coragem então. Para olhar para o seu pano e enxergar no sistema desta organização o que há de melhor como solução. Enxergue ainda o que lhe falta por detalhe de conjugação.
Território, não matai com esquecimento a essência nossa. São terrenos, são as águas, o movimento dos ventos. O pulso forte, o sangue bravo de gente tão variada que abre portas sem olhar caras. Somos serventes de beneficências e não porque nos dizem, mas naturalmente. Exercitem o amor do coração, vivam continuamente em criação e construção. Todo prezado Juiz, outros tantos janotas, em qualquer palácio “habitado” por representantes dependentes e dispostos a tentar conduzir crianças, mulheres, homens e idosos, escutem simplesmente. Se com poder temporal, frente de uma nação inteira, foco de um continente velho e bem visto, ainda assim não conseguem felicitar nascentes e poentes, despertem então para o milagre que se realiza com humildade em aceitar o elo que faz a sopa da união. Pois o maior valor patrício é um caráter que altera a concepção de felicidade contagiosa. É um ensinamento que convence o exterior a agradecer o interior. Este item vive em nós e foi doado por um Santo Mestre e Rei, Nosso Senhor”.

Pupilas dos olhos de Francesco. Em caminhada.   

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Histórias de quem viu para quem não leu

Coisas de lá para cá
...Espero então efeito. Eventos que passam sem a tal confirmação. Vou adiantando então: Eu venho de uma terra cheia de gente que recebeu um galardão de outras gentes passadas não somente inteligentes ou potentes, mas audaciosas em declarar seus sonhos às multidões. É que eu tenho pressa. A massa do pão, a massa, o macarrão não coze completamente. Sou salvo pelo dente do animal mais bonito, o leão. Trabalho, escrevo, penso e ainda não faz efeito. Certa vez encontrei um poeta em plena rua cava de pedras largas. Estava ele bem sorridente com o vinho tinto que bebia e estava eu tão aquecido com a neblina ardente que a minha mente claramente dizia: "A minha estrada não tem luz. Eu ando no escuro mas consigo ver graças aos relampejos que meus passos produzem. E não me é fácil seguir assim. Mas acredito que o acúmulo de clarões é depositado num container que aberto só será no fim da caminhada". É tão chato imaginar o destino quando imutável. A sorte é que o destino não tem só uma estrada, é verdade. Eu venho de uma terra que as coisas mais bonitas são as praças vazias nas madrugadas frias e uma floresta isolada...

Ventanias movem nuvens, seu chamado movem terras

* Lançamento do mar no rio
“Eu joguei a concha ao rio porque toda vez que me deparava com o curso estava sempre a subir maré. Como se o mar viesse ao meu encontro toda vez que chegava perto da água. Lembro de uma história do Buda que para testar sua fé deixou um vaso leve às margens de um rio esperando que este movesse na direção contrária à correnteza. Mas, aquela concha espiralada que lancei encheu-se de água, pousou no fundo ou arrastada fora para cima da nascente ou para a foz no mar. O certo é que agora vejo o rio descer e a subir e não tenho a impressão que ele só corre num sentido. Contudo, faz sentido acreditar que a concha está no mesmo lugar que pousou no leito do rio, pois tal como deixo as páginas da esquerda em branco até o fim deste caderno escrito em lados direitos, farei o sentido inverso remarcando as palavras na banda esquerda. É isso que me faz crer que os lados e os sentidos não são mais que a mesma coisa”.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Do Oriente: Entrevista ao Shiva

Shiva é uma das três básicas e fundamentais divindades aceites pelo intelecto humano para fazer sentido ao entendimento da vida. Na verdade, Shiva, é a última parte do entendimento da vida. É o finalizador. Tem os olhos semiabertos ou semifechados, como queiram. Sua morada predileta é o cume dos Himalaias, sua arma é um tridente poderosíssimo e sua vestimenta são as peles dos animais mais ferozes da terra. Certa vez um investigador da vida depois de sofrer extremas amarguras com a humanidade subiu os Himalaias para encontrar Shiva. Seu intuito era perguntar o que deveria acontecer com todas as pessoas que o fizeram sofrer. Shiva, encontrado, produzia um contínuo som rouco vibrante, era o OM. E respondeu ao alpinista: “Não se preocupe com algumas pessoas somente. Saiba que existem muitas pessoas no Mundo e em todas elas deves pensar e te preocupar para fazer sua questão deixar de ser ínfima e se transformar numa grande questão. De forma geral posso dizer que no Mundo atual há muita vida humana. Nessa massa humana muitos praticam o mau, seja em pensamentos ou em pequenas e grandes ações negativas. Estes, mancham o poder vital da humanidade e são responsáveis pelas atrofias do pulsar dos corações. Outra grande parte dos viventes são passivos neste tempo de necessárias ações. Iludidos e preguiçosos, crentes serem bons por comer sem plantar ou colher, crentes serem salvos por oferecer sacrifícios teóricos a nomes e formas antiquíssimas. Estes, não colocam mão à roda da vida, nem pelo fato de esconderem desamor quando o sentem. Por fim existe uma rara parte dos viventes que agem por natureza limpa, lutam por existir deixando marcas sem querer, mas bem cientes que vivem para proliferar o bem do amanhã. Estes são automaticamente salvos, sabendo ou não que o são. Agora escute bem para te situares. O que acontecerá aos maus que lhe disse existir é que no fim da vida “seus” espíritos se desfragmentarão no fogo do núcleo da terra. Não serão mais que matéria bruta inanimada. Não terão sequer chance de voltar a ter conjugação de potencialidades vivas, intelectuais ou qualquer poder de movimento autônomo. O que acontecerá aos passivos, inertes e iludidos, será que voltarão a nascer depois desta vida, porém como animais, vacas por exemplo que pastam sob a chuva ou gazelas que são devoradas por leões, ou leões que são contaminados por insetos que infectam suas feridas ou ainda, serão compostos por células vegetais e passarão anos, dezenas, centenas de anos fixos ao solo. Isto porque a potencialidade humana recebida anteriormente não fora honrada, nem usada como tal. Acontecerá aos bons a continuidade da construção do bem através do vigor da ação, da capacidade de superação, da força e coragem para conviver com sentimentos, na dualidade de tristeza e alegria. Serão belos que por beleza interior se nota à primeira vista. Serão procriadores, líderes, orientadores, guerreiros, inventores e também morrerão, mas sempre voltarão, bons. Agora, desça esta montanha, mate a primeira fera que encontrar (para dar lugar à passividade / remete ao controle das forças brutas), com a minha arma poderosa (inteligência de criar e destruir / remete a matar o que é mau com inteligência e até com força bruta) e tal como eu que pareço ter os olhos fechados, abra os olhos da humanidade com seus descendentes e finalize a maldade existente com todo vigor que possuis”. 

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...