sexta-feira, 31 de julho de 2015

GARRA

Ontem eu procurei
Hoje irei achar
Ontem portas se fecharam
Hoje casas fundirão
Ontem leais cantaram
Hoje canções ensurdecerão
Ontem sua luz era forte
Hoje continua a mesma
Ontem a lua crescia
Hoje ela está cheia

quinta-feira, 30 de julho de 2015

quarta-feira, 29 de julho de 2015

CHEIRO A GOLPE

Não é mera conspiração. De fato existe este movimento. É um momento de viragem. Pelo que tem acontecido. Prenderam alguém da Ordem. A ordem vinha construindo nucleares. Pegaram alguém com nome de dinheiro. E pegaram mais, caolhos, gordos, ricos, magros e secretarias. Pegarão manetas e piadistas. Há um velho ditado: Depois da tempestade vem a bonança. Agora é hora de planejar o pós. Cairá como luva. Assentará justo como profecia. Por dizer bem assim: “Escrevo o recomeço, tracejando os pilares, o novo mundo, a salvação”.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

VOCÊ ESTÁ A ESPERA DO QUÊ EXATAMENTE?

Sentado no degrau que leva ao quintal na única hora do dia que faz frio a ver rasantes de andorinhas de dorso azul e peitos brancos. Nos dedos uma caneta de pena que desliza nanquim sobre linhas de um caderno capa preta. Ainda estão as poças de ontem, o vento as trouxe e as deixou. Mas me disperso ao ouvir um apito alto. Pode ser que seja a fábrica, mas parece com o ronco dos cruzeiros que aportam, porém, é o trem ainda. Que como eu circula por esses trilhos, mais interessado com as cunhagens das moedas, isto é, as caras, que as coroas. Desejo deitar minha cabeça entre o seio onde pousa um amuleto, para ouvir outro pulso que me aviva. Mas a tecnologia deixa as pessoas distantes - inconformável - deviam se aproximar. Então, você está a espera do quê exatamente para a próxima viagem que leva ao litoral onde ilhas no horizonte são tão belas como as montanhas de Minas?

domingo, 26 de julho de 2015

BRDT

Estás feliz
Certo
Pela razão
Viva
A comunhão
É
Felicidade
Com
Os seus irmãos
Sim
A chuva cai
Pois
São proteções

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O DIA E A RUA - A SARA E O MAGO (Saramago)

Inverno de burburinho e calor
Constroem por toda parte
Na esquina a loja agropecuária
Terra ensacada e grãos de milho ao sol
Noutra esquina reflexo de esplendor
Uma Dona entra e a outra canta
Hoje você é nova, menina
Amanhã serás velha, senhora
Assim saberás mais, mulher

quinta-feira, 23 de julho de 2015

O PODER DA SÍNTESE

Sobre a cabeça tenho Portugal
Nas entranhas a circulação do Brasil
Tenho a chance de escolher duas cadeiras
Já é bem sabido do poder da Tradição
Independente de quem não diz sim por ocasião
Além disso, muitas outras coisas acontecem
De outro mundo uma Senhora me surgiu
Antes que eu perdesse a última musa
Antes que se processasse a comunhão
Sabem elas que falo delas e dentre elas, ela
Que me faz bem ao saber que sou um velho
Um escrivão estudioso dos mergulhos
Que um dia novo quis ser justamente isso
Alguém que sabe o seu telefone e te liga
Alguém que sabe sua morada e te visita
Alguém que tem o seu coração e te ama

RÁ (Isto já estava escrito)

Eu vou. Eu sempre vou. Fico lá um bom bocado. Depois volto e fico aqui um bocado só. Não tenho um lugar fixo no extenso mapa que vivo. É previsível isto. Tenho ciúmes da língua portuguesa. Não tenho pretensão de dominar a inglesa – exceto inglesas (segredo) – se com o básico consigo alguns beijos no bordão da frase: “One kiss, please”. Mas isto não dá certo com as que falam português. Certa vez usei essa frase com uma brasileira, em português, claro. Ela me disse que não era feira. Eu bem que entendi freira. E insisti. Ora se não é freira mais fácil ainda, né? Ela negou novamente. Depois cruzei com ela pela cidade durante um dia de chuva. Ela estava fula com uma pasta sobre a cabeça. Acho que a irritei mais ainda, pois disse que isso era um castigo por ter me negado um beijo, a chuva estragava sua chapinha. Sim, há outros países de língua portuguesa. Eu tenho duas paixões, ou mais, mas, uma é a língua, outra é uma certa menina. Certa menina que não me nega um beijo. Uma menina que me pede um beijo. A menina que fala a minha língua e que vem comigo para toda parte que se fala português.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

CHANCE

Tende haver uma maneira
Digo
De não ser eu a expressar
Somente
Uma resposta positiva
Perto
Que aconteça esse encontro
Agora
Parece que o tempo sabe
Longe
Dos dias mais potentes por vir
Impaciente
Porque a estrada acaba ali
Contente
Porque a estrada começa aqui

terça-feira, 21 de julho de 2015

A CASA

Situa acima da praça de terra
Onde estáticas são as estátuas
Bacco, Pa. Américo e a República
Ativa é a armada de quarteirão inteiro
Que protege um coração morto de D. Pedro
Desejoso ser a Lapa uma Igreja de repouso
Onde os ventos fortes derrubam gigantes
E as mãos dos homens plantam novas árvores
Está acima da estrada que leva ao leão
Que caçou a águia diretamente no mar
Mirado por D. João peitudo a cavalo
Essa casa tem um corredor com quartos
Que leva à cozinha de “frangos tintos”
E “vinhos assados” em dias de calor e frio
Com máquinas ligadas a discutir o mundo
Abrigo de um andarilho dono de destinos

DADO

Ofereço a minha pausa
Recheada de ofícios
Quando espero dentre vales
Sentar-me frente ao mar do Rio

Amuletos pousam no seu seio
Conchas, anéis, vieiras, rosas
Mapa extenso tudo é perto
Marinheiros vencem montes

Tantos panos hoje cheios
Pontos foram bem traçados
Seja a cruz de Cristo forte
Prata espada ao punho d´ouro

Bem comigo tem o Mundo
Ao meu lado um sangue belo
Os seus passos me acompanham
Ao altar do céu de estrelas

domingo, 19 de julho de 2015

O ESTRONDO DO SILÊNCIO

Ele afunda o meu barco
Ele manca o meu cavalo
Ele faz o destino calar
Ele conflita a coragem
Ele confunde as palavras
Ele faz a sorte cegar
O estrondo do silêncio
É a monotonia do vazio
É a interrogação da procura
É um castigo por te desejar

sexta-feira, 17 de julho de 2015

ADIANTE

Levantara-me no fim da noite. Tive um sonho onde o cenário era uma imensa piscina do tamanho do Mediterrâneo. Eu estava abraçado a uma menina e nadávamos num só corpo tão rapidamente que chegávamos ao outro lado da borda num instante. Era possível sentir a velocidade como de um torpedo durante o percurso. Mas agora acordado diante da janela do quintal, arrastei a cortina que impede a vista para o céu. Lá em cima somente uma estrela se via. Isto quer dizer que em sonho estou junto dela, mas na realidade estou separado. Até que os pássaros começaram seus pios pelos meus cantos, anunciando um novo dia adiante.

MAPA DA PAZ

A profundidade da tristeza molha
Está mais na vida que não se vê
Do que na morte inevitável dor
A felicidade é uma ilusão rasa
Que de vez em quando surge e seca
Em forma humana de beldade feminina
Ou como sorte entre copas fartas
Esta balança pertence aos pensadores
Condenados a explicar os sentimentos
Se a tristeza fosse rasa seria fácil
A felicidade seria uma profunda prisão
Superfície e assoalho são as piores posições
Melhor então é estar no meio ou
Na altíssima fonte da criação

quinta-feira, 16 de julho de 2015

JURO (Poesia possível)

Que penso ir ao extremo sul
Depois seguir a rosa dos ventos
Mas voltarei ao núcleo de Porto Real
Onde tenho um barco armado de brio
Quando ele não conquista terras, mares
Está sinuoso nas curvas dos rios
Só me esqueço quando monto
Pois juro, tenho um cavalo branco
Que em seu dorso fora visto mantas
Desde as torres que abrigam donzelas
Pensando no pássaro que se eleva
Trazendo no pouso uma flor maravilhosa

quarta-feira, 15 de julho de 2015

PRÉVIA: PINHEIRO BRANCO * NOVOS VERDES

VOCÊS VIERAM PELO PORTAL?
Na lateral ao fim da borda d’água
Tem uma porta alta aberta enferrujada
Em um extremo desta estrada uma antiga casa
Que tem tanto cimento e ferro como um anfiteatro
E no outro extremo ainda um colégio quase todo arborizado
Que aberto forma desde poetas, arquitetos, a loucos e apaixonados

***

CABELO DE ANJO
Há um bar de nome Piolho numa cidade à beira mar distante
Seu espaço é decorado com palavras de estudos e boemia
Neste bar, porém, agora, há o mesmo que se lê por cortesia
Só que aqui o trem com terra passava até o mês passado
E lá os travadores se inspiravam à beira de um rio d ´ouro

terça-feira, 14 de julho de 2015

LA SEX TA

É por causa do prolongamento superior
O equilíbrio do corpo num só membro inferior
É uma questão de bom senso
Dizer sim ao novo tempo onde nele nós crescemos
É uma capacidade destacável
Elaborar livros pintados de páginas destacáveis
É uma matemática fácil
Posicionar as quadras para revelar o entendimento
É como a glândula liberar adrenalina
Abrir o peito de onde dentro sai toda a sua verdade

segunda-feira, 13 de julho de 2015

APOIO

Eu torço para que você abra a janela
E venha sentir a companhia desses dias
Antes que a nave decole separando as mãos
Antes que o picolé derreta um sumo doce
Estará ainda ansiosa pelas uvas nos pés
Eu falei com os velhos das praças todas
Se também esperam uma mulher de branco
Uma noiva, seja dia, seja noite, que aceite
Caminhar mais do que sentar em lembranças
Pois conquista mesmo são as estrelas fixas
Que ensinam que o céu é irmão do mar por semelhança
E é nesta terra agora que se projetam sonhos a realizar

RESTAURAR O RIO

Família é a ramificação do sangue
Existe até sem ser vista na pele
Sejam os mortos ou os vivos
Uma vez procriadores contribuem
Seja um tio mesmo não vivente
Manifesta em irmãos, filhos, netos e sobrinhos
Uma filha que por estar viva troca os dentes
Possui exatamente o mesmo por dádiva minha

domingo, 12 de julho de 2015

NÍQUEL, O DISTRITO FEDERAL

Você pode fazer a revolução
Você tinha o vocalista do Oasis nas mãos
Você fala sobre reprodução
Isto é um modelo para a perfeição
Você pinta quadros abstratos
Natos nadam em nata como os escritores
Você ouviu o mestre te chamar
O mestre é a propaganda do que é bom
*
*
*
Yeah!
You could make the revolution
You had the lead singer of Oasis at hand
Yeah!
You talk about reproduction
This is a model for perfection
Yeah!
You paint abstract paintings
Born swimming in cream as writers
Yeah!
You heard the teacher call you
The master is the spreading of good

sábado, 11 de julho de 2015

TIII... BUMMM... NÁGUA (JÁH)

Viste
Que o que porto
É coragem
Num olhar sério
Que perdura
Quando parte
Para longe
Ou para perto
vijahKING
Este desenho é um barco
Ileso barco
Porém são otras cosas más
Como que una chave
Que mira la plata
PRÓ COR PÚR BÁR
POR
Veem-se muitas coisas
Pois
Vê-em-se
Assim sendo
Vale tudo
Que se
Vê-se

sexta-feira, 10 de julho de 2015

PRÉVIA DE UMA HISTÓRIA EM DOIS TRECHOS: ROMANCE E BOÊMIA

(...)
 
Ele a viu assentada com suas amigas assim que chegou ao bar. Como também estava acompanhado de seus amigos, primeiro se acomodou numa mesa ao lado e logo em seguida pediu bênção a um de seus "irmãos", dizendo: “Eu vou lá”. Seu irmão então lhe beijou na testa e sorrindo disse-lhe: “Quero ser o padrinho”

- Dá-me a honra dessa música? – Expôs sua mão como convite para que ela se levantasse sob os risos eufóricos de suas amigas

Na verdade não tocava música para uma dança típica a dois. Ele desejava fisga-la para um espaço a sós ainda dentro do bar. Frente a ela, não disse mais que duas frases e o sim dela coincidiu com o sino da comida pronta vinda da cozinha. Eles se beijaram e vistos de longe pareciam dois doces de ovos amarelados ou numa tradução mais profunda, a esperança do futuro do país. (Acreditem que tem tudo a ver a relação do doce de ovo com o futuro do país) risos.

Novamente o sino tocou, mas dessa vez anunciava a chegada das bebidas enviadas pelos padrinhos de ambos, que os chamavam para perto onde as mesas já se juntavam. 

(...)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

RELESSE REESCREVE * REBIOMAR ARVOREDO * 2004

Hoje eu vi de perto uma parte da força de Deus. Minhas lágrimas contidas estavam acumuladas como potes de energia. Os últimos segundos do dia pareciam atrasar a noite a entrar no céu. Esse momento é único, mas acontece todos os dias. Felizes aqueles que podem ou puderam contemplar tal vista. Contudo as ondas do mar não têm um momento certo para se contemplar, pois elas estão sempre a agitar. Parecia uma praia cheia de anjos ouvindo o fim do dia. Então chorei o que havia acumulado fazendo as lágrimas fundirem-se ao sal e ao som das ondas. O mar, por agrado ou pena, esculpiu uma fera mansa no horizonte. Ela lambia as minhas pernas como a brisa que mexia o meu cabelo. Ao meu lado sussurrava ao meu ouvido uma oração misteriosa: “Essa é a essência da vida!” E como que sabido de um segredo de Deus, um festejo se fez em meu rosto. A brisa tornou-se vento forte, quente e frio. Meu grito era interno, não saía, pois pulsava para dentro como um fluxo de energia. Minha alma me mostrava que eu estava vivo. E toda vez que piscava os olhos, resquícios de lágrimas caíam virando grãos de areia. Eu estava no sul do Brasil, na ilha do sol, vivo e morrendo a cada segundo como o astro rei, completamente entregue à infinita lei de Deus.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A MALDIÇÃO DO BOM TEMPLÁRIO * (Isto é uma ficção)

Ficam tortos, moribundos, pobres de espírito, mal vistos e sozinhos
Perdem a sanidade, perdem as casas para as lamas, os insetos invadem
São tomados por doenças todo dia que os perseguem pior que os cancros
Caem no esquecimento, não são vistos como exemplos, são mal interpretados
Some toda marca registrada que um dia possa ter havido quando viveram
Todo aquele que no campo de batalha recusa consentir que a vitória é o bem

CONSORTE

Cara, bata a cabeça, bata na tecla
Mergulhe de ponta no peito, na certa
Paredes sucumbem ao pensamento bom
O som dessa tecla tem o tom de um Dom
O mergulho não cessa o fôlego, mas sim regenera
Cara, venere a beldade, dedique os poemas mais belos
Esconda da massa e revele suas peças posicionadas a ela
Cara, levante a bandeira, ela é a mais bela mistura da natureza
Nela constam matas, tesouros, águas ricas e as vias do céu iluminado
Sendo seu, por cortesia oferece tudo a ela, que sem saber já é sua, a parte dela

MÍSTICO

(...) Depois que o chá verde ficou pronto pousei-o na mesa esperando que mornasse e fiquei mirando as labaredas da lareira como se estivesse hipnotizado. Minhas lembranças transcenderam e eu via naquele fogo um imponente galo selvagem e um cavalo branco. A minha biblioteca rapidamente seria doada logo que saísse dali. (Como bem aconteceu). Eu não sou de colecionar objetos e um livro só tem muitas letras onde o melhor é guarda-las na cachola. Porém gosto de conchas e estas as carrego sempre para onde parto. Lembrei ainda ao ver o fogo, das estradas onde passei, até mesmo as navegações que fiz e os sobrevoos impacientes por terra e água. Quanto ao ar, me fascinam os incensos, sejam da Índia ou das árvores e flores dos bosques que mesmo invisíveis pareciam sair do fogo como salamandras que salpicavam lufadas de cheiro. O chá ia diminuindo no copo, mas havia mais na chaleira e na dispensa. Era inverno, véspera de Natal, eu estava sozinho como muitos outros natais que assim passei. No canto da sala subia uma pirâmide incompleta de brinquedo e sobre a borda do móvel dos livros um Buda branco, grande e sorridente parecia satisfeito. Lá fora o dia terminava amarelo - alaranjado, as outras casas também lançavam fumo pela chaminé e no monte a frente dois grandes Santuários, um de ouro, outro de prata. Eu vivia num templo como um velho numa torre inabalável, porque havia escadas e na parede frente à porta destrancada estava pendurada uma espada. Por fim descobri que se eu levasse as conchas, os livros ficariam para serem doados. Se eu quebrasse a espada, o Buda continuaria sorrindo. O chá, numa ou duas goladas findava. O fogo sem madeira apagava. A pirâmide só um novo filho poderá termina-la. E assim desceria aquelas escadas, passaria as mãos no ouro e na prata sem contaminar-me, para tornar-me novamente novo, procurando aromas divinos, vendo a cor e a dor do povo festivo, destinado a uma nova jornada, com a peitoral estufada de um galo insistente ou as galopadas nobres de um cavalo branco, sobre a terra, frente às águas, com a pura inspiração do ar, onde o fogo – e o chá verde – com certeza voltarão me fazer lembrar (...)

A MÁXIMA

Nós teremos a chance de unir Marte e Vênus
Nós seremos potência ao expor força e beleza
Minha mente sonha e no sonho sente o cheiro
Seu pescoço quente, vivo, permitido a mim inteiro
O meu corpo esforça e o suor me limpa ao seu beijo
Sei bem o que dizer-lhe por pensar a todo instante
Que o tempo que esperei foi um treino leal constante
E o que tem que ser será se você quiser na hora "H"
No dia "D" eu vou certo como o sol que nasce em você

segunda-feira, 6 de julho de 2015

SUSTENIDO

Quando eu morrer
Não poderei mais fazer
Pra quem não chora
Toquem um Fado
Um Fado apenas
Que faz chorar
A cigana de Braga
Que me olhou as cartas
Falou da vida que eu teria
Antes de morrer

*

BEIJA A FLOR QUE EU BEM TE VI

Lanço letras ao ar crente que o vento as levará
Ou seus olhos meu jornal verão com ampliação
Tenho as unhas curtas pra acalmar o instinto
E um sopro doce em meio aos loucos bons
Eu tenho um eixo solitário, quase raro por assim dizer
Que deseja unir-se ao eixo mais correto que é você
Mas um “mendigo” me viu e me pediu
Descobriu que eu tenho mais o que não se vê
E as mesmas coisas que os que não merecem ter
Por isso, todos estes, até eu e você
Procuramos o sentido da vida
Sujeitamos morrer sem percebermos
Assim a flor é minha razão de conhecimento
Pois seu beijo me deixará com os dois pés no chão

CRUZADO: UM LADO REAL POR OUTRA FICÇÃO

Certa vez eu enfrentei um “demônio”. Eu morava numa ilha, numa casa com pessoas do Mundo inteiro. Um amigo francês ajudou a fazer uma escada que ligava a varanda do segundo andar até o quintal dessa casa. O rapaz que eu combatia tinha a mania de quebrar os degraus da escada até que o corte fino da minha fala impedi-o de repetir estas maldades. Uma amiga de Espanha ajudou a pintar as paredes da cozinha. Ela era toda decorada. Mas o mal que nos atormentava insistia em pichar sobre as formas que agradavam. Até que meus intocáveis símbolos místicos tocaram-lhe ao ponto de paralisá-lo. Mas houve uma vez que foi bem grave. O mal convidou o seu pai para ir à casa. Eu estava dormindo. Na cozinha eles bebiam álcool e comiam tremoços (sementes da família das favas), só que eles quebravam garrafas. Levantei-me e sentei à mesa perguntando o que fariam agora que eu já estava ali diante deles. Na ausência da resposta eu virei literalmente a mesa. As bebidas e as comidas caíram no chão. Foi então que assustados e com os olhos arregalados, eles se encolheram até quase a extinção, pois souberam estar diante de um leão. Depois disso um amigo português me disse assim: “Se para cada demônio que você eliminar da nossa terra tenha que perder nossos tremoços e nossos licores, mesmo que no azar dos confrontos haja derrames e seja visto como mau augúrio eu ainda prefiro você a nos proteger a demônios a nos prejudicar”.

domingo, 5 de julho de 2015

FÁCIL

O dia cinza
A água limpa
A gente boa

As horas passam
Brotos afloram
Em sua roupa

É bem por isso
Que me convenço
A ir além

Pr`além do Porto
Dos vales belos
Bem para perto

Dentro, interno
No pensamento
Da bela nova
O meu amor

sábado, 4 de julho de 2015

EMANA, O ÂMAGO EMANA!

Você já se autoconhece
Você já conhece suas facetas
São as facetas de produção e de hibernação
A produção é o que vem depois da hibernação
Mas você está situado(a) algures no estado de hibernação
Quando escuta alguém dizer: “Acorde!”
Quer dizer que a produção está bem perto
Quem te disse foi o âmago, porque âmago emana

ANTI THEATRO

Hey Bill
Você viu? Eu estava lá
Desde quando o Museu era sem teto
Quando a chuva vinha era a manivela que protegia
Mas agora querem o verde dos meus olhos
Hey Bill
Os chicletes da sua prima ainda estão no chão
Naquele mesmo chão que os festivais aconteciam
Mas sem grana, Bill, nem o Joe é meu amigo
Hey Bill
Existe a fama e a má fama
A diferença é que com fama a sexta básica é preenchida
E a má fama é quando os ditos donos te esvaziam

COMO EXPLICAR O EFEITO DO BICARBONATO DE SÓDIO

Ele é uma porção de sal, mineral
No plural, são micro pedrinhas
Rígidas elas funcionam mecânicas
E desfragmentam moléculas orgânicas
Ao chocar num átrio do corpo
Na funcional gestão da saúde
Diriam os futuros arqueólogos
Que os consumidores de cristais
Serão naturalmente mumificados
Quem diria Dona Amélia

QUE PAÍS É ESSE?

Eu sou deste
Que sei quem sou
De portas abertas
Completamente
Não aparento
Ter mais do que sou
Porque sou deste que sei
Ser mais do que ter o que sou
Numa riqueza vaga que existe
Desejada por vagantes
Que não são navegantes
Como eu sou

COR

Eu não quero uma coroa
Este aro vale o Mundo
Quero a base deste aro
Onde cresce numa arte
Deste aro um novo mundo

quinta-feira, 2 de julho de 2015

GRANDE CARTA ABERTA SOBRE AS FACES DA POLÍTICA

"Meu brother (te chamaria de “Companheiro” se fosse do seu partido), mas te chamar de meu irmão já é um laço forte, pois não? Eu assisto às comunicações dos repórteres da Globo News com assiduidade. Do mesmo jeito que sou apartidário democrata republicano, não tenho uma emissora televisiva xodó, por assim dizer, assisto porque são bons. Olha pra você ver, hoje mesmo vi alguns minutos de Chaves no SBT, momento de convívio social num espaço de “fulano de tal” e somente por isso. Além de ter eu um time de futebol para torcer e paixão por dois países, cabe aqui agora defender com unhas e dentes um desses países, porém com um modelo de governança diferente do que vivemos hoje. Vejo a pergunta da repórter um tanto inteligente, como que proposital indagar a resposta precipitada a quem nem foi dirigida a pergunta. Pautar ou ingenuamente citar o Brasil como potencial regional era mesmo para ver a reação dos líderes e não para situa-lo – o Brasil – em tal patamar realmente. Potencial regional? É claro que a repórter brasileira não vê assim, nem os poucos entendidos, contudo ela queria ver a reação daqueles líderes e se espantavam ou consentiam com a pergunta. Eu arriscaria dizer que é simular àquelas afirmações errôneas dos professores para ver se os alunos estão atentos. Saca? “Escrevi errado para ver se estavam atentos”. Ou outra similaridade mais sinistra, inevitável dizer agora, por exemplo: buscar a polêmica para ser mais visto. Veja o Zeca Camargo, ganhou a frase: “quem é Zeca Camargo?”. Depois da polêmica souberem mais quem o é, só por ele ter falado de quem já se foi. Sacou? Um dos motivos de eu ser apartidário (não ter partido), é por notar e indignar com essas guerrinhas pequeninas de “ele disse”, e “eu disse o que todo mundo está dizendo”. É descartável bater no peito com um título: Registro Histórico, vindo de um partido líder do governo, com picuinha com uma repórter, de uma emissora, que por capacidade, naturalmente consegue uma imediata correção afirmativa nada mais nada menos que dita pelo presidente de um país distante do nosso, este, no meu ver apenas com material bélico mais poderoso, que ainda se coloca numa posição de necessitado do nosso espaço e bens. Assim, se me entende, e como estudante de filosofia que somos, entenderá, volto à questão partidária e apartidária, modelo de governança atual. Se os partidos são assim tão importantes para o nosso país, e têm um número exagerado de ativos, cabeças e barrigas, como é que o nosso país está nessa cansativa e vergonhosa situação de corrupção desde a época da primeira república? Calma. Antes dessas repúblicas, com partidos, simbologias, slogans e princípios pouco funcionais, existia um modelo de governo que mesmo havendo corrupção (imperfeito sim, utópico, no contexto de Marx) indiscutivelmente o número de beneficiários desse antigo modelo, era menor. Isto é, o rei e sua corte (família e amigos) incluindo o clero, os conselheiros e as forças armadas). Isto é para dizer que o modelo atual é mais prejudicial que o modelo antigo na sistemática política organizacional. Por fim, quero tentar te salientar que as pequenas causas que os militantes de partidos tendem travar entre si atualmente (como nas paródias e insignificantes implicâncias como as custosas visitas de Estados, entre outros episódios fúteis, diferente das discussões de idade e pena, educação, saúde e outras significâncias) a minha opinião é que só cega a visão dos mesmos partidários, quando na realidade os maiores benefícios (desproporcionais) são direcionados aos políticos, que são muitos e de muitos partidos. Enquanto isso a massa demográfica, o POVO, é dependente desses poucos/muitos. A própria massa, o POVO, se ilude em ter poder na democracia em esperar e esperar os ciclos de 4 anos, que pouco a pouco e muito pouco alteram a prática do bem estar da sociedade. Agora serão 5 anos de ciclo (mandato), né? Agora daqui a 15 anos? Veja. Bilhões em barris nacionais e milhões em contas de bancos privados? Milhares de hectares produtivos e pessoas sem terras? Tecnologias e ciências, filosofias e humanidades e mendigos nas ruas? Cracolândia? A Índia ainda tem bollywood e nós temos cracolândia? E impactos ambientais e balas perdidas? E capacidade para resolver o que se pode resolver rapidamente nos dias modernos de hoje? Hum... Será que o Barack O. sabe que a grana que se gasta para colonizar Marte, dá para resolver os problemas das favelas no Brasil? Ou melhor, da fome e das doenças na Etiópia? Estão cozinhando a gente. Quem joga esse jogo é como contratar o atacante que só chuta a bola na trave e se contentar com isso."

quarta-feira, 1 de julho de 2015

NUNCA MAIS VI

Mas ainda corro numa velocidade de avermelhar o rosto
Minhas pernas tremem não por medo, mas por esforço
Quase tudo fiz, quase nada é, maior o gosto do olho a olho
A vontade ainda vive tão misteriosa sem saber porquê assim
Na distancia que nem tão longa é, nas igualdades em comum
Falei em céu, mar, extra, intra, falei em dia, noite, falo dela
Que nunca mais vi mais silenciosa como agora que só sorri
Bom seria um grito, uma saudação, uma vibração de vitória
Ou apenas numa hora do mês sete me conceda sua visita
Para as sete portas dos meus chakras se abrirem em honraria

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...