segunda-feira, 31 de março de 2014

O GATO


Está aprisionado dentro um gato
Olhos que observam o exterior
Enquanto espera o descarne da alma instalada
Com apego apenas à postura que lhe cabe
Não tendo mais o que fazer não foge à regra
Por ter nascido assim e pronto
Não escreve mas é escrito

domingo, 30 de março de 2014

NÃO!



Não gosto da ideia de desconhecer
Só por andar à margem do círculo
A fazer espetáculos para estátuas
Ou gentes que desagradam
Com pios que são gritos de equilíbrio
Não gosto dos maus modos
A Calcanhoto não gosta dos bons
Pois, não gosto, das falhas da movimentação
Mas, sorria, outra juventude será minha
Quando a maioria fecha os lábios quando eu canto
Param sem querer estar amando
A noite com pólen das flores ainda é fria

terça-feira, 25 de março de 2014

O DIÁLOGO DO VINHO



Na cidade onde escoa dos montes cavos
Pós “pisança” das esferas liquefeitas verde e grená
Sai das caves vitrais cheios derramados em tabuleiros
Copos médios, não pequenos, nem canecas, mas cheio
Emana o cheiro da mistura de outras frutas adocicadas
E as questões colocadas por desnecessidade não custam
Exceto o som da voz que em grupo é como o éter misturado

sábado, 22 de março de 2014

PUJANÇA

Riqueza! Riqueza! A terra toda é riqueza!
Tristeza! Tristeza! Desvaneceu a tristeza!
O fado, o vinho, os peixes, recantos
O óleo, untado, à vida de quem ama
A terra! Riqueza! Tristeza desapareceu

LEMBRARÃO

Extremo é o fio da lâmina da espada guarda
Ao ponto de se situar junto à malta dos barbados
Com a manta do pano que o mosaico lembra
No manto do rio que oscilam vilas iluminadas
O barco flutua seguro com olhos postos em mim
E a ponte brilhante distante da paz enfim

sexta-feira, 21 de março de 2014

OS BONS ARES DA FRONTEIRA

Certa vez, a morte, ficou entediada de ir de tantas vezes ao encontro de pessoas comuns e resolveu fazer-se em vida, na pele de um poderoso e belo Rei, só para ser referência de imitação para aquelas pessoas comuns. De fato, durante muitos anos não morreu ninguém na Terra e todos os atos da morte disfarçada de Rei foram seguidos pelos viventes, quase como se desejassem ser aquela figura tão impressionante. Depois de um tempo passado, a morte notou que havia muitas pessoas vivas que chegavam à semelhança dos bons atos do Rei. Então, voltou à sua originalidade finalizadora de vidas e consumiu um banquete de nobres.

MORAL: A morte atinge a todos sem sabermos que o que melhor lhe agrada é a honra de uma vida bem feita.

quarta-feira, 19 de março de 2014

O CONDOR PASSA

A minha política é filosófica e poética com uma boa dose de música original e ambiente próprio
Guerras políticas de partidos e pessoas de partido é um malefício para o auxílio do próprio povo
Questiono se o Júri preocupa-se mais comigo do que com partidos?
Este é um patriotismo natural, este é o meu patriotismo!

A GERAÇÃO LAETIX VIGÍLIA



As tias de segundo grau acompanhavam a avó até o fim da vida. Reuniam a família quando assentavam em cadeiras de cordas colocadas na calçada em frente às suas casas. Os tios, com postura de dedos debaixo do sovaco, um cruzar de braços clássico, assentavam em bancos de madeira, alongando as pernas e algumas vezes também cruzando os pés. Isto era certo em quase todas as noites quentes de qualquer estação do ano, que ventava e trazia um cheiro de chuva, armando um toró no céu. De prontidão já esperávamos para acender as velas quando o blecaute acontecia comemorado por todas as crianças que brincavam na praça. Certa vez uma tia de segundo grau, ainda em companhia da avó, dentro da típica casa cristiana (crucifixo) de piso judaico (branco e frio) e máquina de costura em ferro antigo, me contou que os avós delas vieram num navio inglês, mas eram pois, portugueses. Contou-me ainda, histórias das tranças dos cavalos e das roupas brancas que na corda do quintal molhavam no orvalho enquanto a fumaça do cachimbo do saci confundia-se com a fumaça da lenha da lareira. E ao mesmo tempo que eu conhecia a minha origem, tinha medo desta parte, ainda mais na quaresma. Vendo isso, minha avó me ensinava a tríplice, preparava o banho do meu cavalo em bacia prata e alimentava o meu corpo com o mais simples prato.

terça-feira, 18 de março de 2014

AQUÁRIO DO RIO

É um risco grave invocar o absoluto
O absoluto é total e isso engloba literalmente, a gente (nós)
Eu, tenho a faca e o queijo
O pão está na fábrica
Eu, largo a faca e o queijo
Pois, preparo o campo para o centeio
Eu, como o pão, reparto o pão, pois o pão não acaba

segunda-feira, 17 de março de 2014

OS TEXTOS



Um tanto proféticos, já lá vão muitas cartas
Um pouco “armagedônico” ou melhor apocalíptico
Mas sempre com um vocabulário fácil
Como uma síndrome holywoodiana, a criar diálogos em cenários
Naturalístico, mas ao mesmo tempo na linha da frente das derrubadas
Um extrativista de primeiras impressões, de sequências, que assustam
Com dotes de visíveis valores internos e externos com invisíveis posses materiais
Se bem que alguns códigos como a pena e a espada mais os cinco sentidos do corpo
O tornaria causador do re-start da história de um legado maravilhoso
Mas isso é para quem virá, porque o fardo é bem levado à frente
Sim, pesado, tão pesado que faz rir quando descansa, ou quando goza ou quando chora

TRI MIL



O músico com olhar que vagueia pelo som que produz entrega de graça aquilo que mais tem
Escutando das palmas, ferozes baladas de harmonias, nas ruas, nas casas, cheias ou vazias
O filósofo que num estalo rebate o surgir do pensamento, no ato registra momentos claros
O pescador ao buscar o canto do rio encontra nas margens a terra onde veio às vezes sozinho
Não sabe quais peixes irão para mesa mas sabe que em terra existe quem o serve com vida

domingo, 16 de março de 2014

PAPO PRÉ CONCEITO TOLERA-SE

Não sejais homofóbico só porque um ou dois /gays/ são racistas
São, por causa do trauma do excesso de estranheza misturada
Não deixais de mover só porque um urso branco atrasa dois ou três passos
Destaca o tamanho da estrutura mas sem cérebro ágil guarda o corredor do salão
Não parais de sorrir só porque a chuva voltará dentro de duas ou três semanas
Justamente, ela se vai, a chuva. E vem, o sol, mas, vem a chuva e vai o sol
Desejais mais cinco ou seis mulheres porque praias são as melhores companhias
É por causa do horizonte que acalma ou acelera a vontade de expansão

HÁ, QUEM PERTENÇO

País, pessoas e sistema
Agradecida desculpa de um irmão
De onde vem impulsos e organização
A desordem é vacilo bobo, é desunião
Idades altas, patentes baixas
Idades baixas, patentes altas
Seja como for, algo novo, pelo menos bom, é um pedido de favor
Aquelas bruxas que estiveram na fogueira, quanto mais fogo atiçavam
Mais queimados ficavam, os que fogo lançavam
Os que na fileira de guerra esburacavam a passarela
Mais a frente tropeçavam pois pensavam enquanto andavam
Que sugar energias de anônimos, deixando-os sem ânimos
É o mesmo que não calcar a terra
E não calcar a terra é estar parado, debruçado, dependurado, deitado em sono ou morte
Enquanto acreditamos voar como os pássaros só por viver algumas horas no ar

sexta-feira, 14 de março de 2014

CRENÇA

Suas frentes
A fronte
Horizonte
Multi foco
Belo e forte
Sempre
Amem

SITA RAMA

HARE KRISHNA!
SRI GANESH
- A muito tempo atrás viveu na terra do rio Ganges um grande pedaço de Deus. Seu nome, RAMA (HARE=DEUS) ... Sita era mulher de RAMA, SITA RAMA
O mantra é uma forma de entrar em transe
O transe é a extensão do tempo
O estado de espírito em paz
O conhecimento Supremo

O ESCUDO CIENTÍFICO ARMA A LETRA

Como produtor fabricante de energia nuclear
Em Angra dos Reis
De contentores poderosos
Fonte enérgica que movimenta
Subaquáticos, terra e solo dágua
Oceano Brasileiro

terça-feira, 11 de março de 2014

TEMPERO CRU



A humanidade abarrotada nega cega os tesouros revelados
De muito em muito tempo nascem construtores de um novo tempo  
Enquanto o intelecto trava uma luta com a fisionomia dos corpos e o brilho das matérias
Os homens trocam união planetária por bandeiras distintas e andam em pontes sem passagens
Então a esperança é citada para alegrar os que ainda fazem bondade
E a esperança é tão fraca diante dos que riem com maldade
Um rude diz: Que seu país expluda!
Um cruel diz: Já não existe mais!
Maquiavélico príncipe: Soltem os leões e prendam os loucos!  
São três pilares. Espaço, natureza e manutenção
Por fim a esperança pousa inerte no cume eixo desta balança
Mas como é esperança, não é em vão

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...