quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

PRIMEIRA ÁRVORE BASE

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Uma das poucas coisas boas ditas, faladas diretamente a mim, que me lembro neste instante ter recebido do meu pai, foi para eu corrigir a feição do rosto, para não ser carrancudo ou parecer triste. A claridade do sol faz esse efeito sobre os meus olhos durante o dia. Durante a noite talvez seja o peso da ansiedade. Lembro a todo instante da educação que minha mãe passou-me pela infância toda. Confiando-me aos simples suas corcundas. Lembro meus irmãos na mesma casa até hoje. A constante sensação de vida falada e muda.
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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

PIRÂMIDE REI

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Juizes da República
Buscam Paços, mandos
Juizes Monárquicos
Subjulgam-se ao Rei
O Clero presente é cansado
O Clero antigo viu o Rei
A Aristocracia hoje abandonada
A Aristocracia é o Império do Rei
E o Povo, bom Rei
O Rei é o Povo
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domingo, 28 de janeiro de 2018

"BRALIS MADAST" SAINT

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Esta é uma rota
Nascida das Minas
De serras e ares
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Aporta em Apolónia
Mirante no Cristo
O Rei mora aqui
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Península Ibérica
Centro e Quinas
Símbolos, Taramundi
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sábado, 27 de janeiro de 2018

PSICO DOM KISS HOT

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Os Fortes dos Castelos
São porções fundamentadas
No afeto parental apaixonado
Presente nos comportamentos
Nós, Humanos, criamos
Leões também... Impomos
Em toda natureza sistemática
É raro como luz do fogo
Ousa ser Oceano, ponte Lusitana
(Nome)
Onde árvores e bichos cruzam
Gentes transpõem
Por bem, ser causa
Ousadia e dádiva
Provinda do Destino
(Sabedor)
Seja qualquer coisa boa nesta língua
FADO
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CANTO MEDIEVAL

Inter-Intencional
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O pensamento antigo
O pensar peregrino
O pensante observante
O pensador além
"...Quero estudar a história básica
pois assim compreenderei a vida agora..."
"... Estado fundado em reinício
e passos tão certeiros, navegante...
Penso
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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

TU

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Eu
Continuas andante
Nómade errante
Sapato comprado
Já rasgado
Bainha da calça
Feita a mão
Já desfeita
Andas no inverno
Que te agrada
No frio, sem frio
No centro do país
Nas estações e portos
Vais à boca do norte
Voltas ao centro
Andante pensas
Na Ordem Franciscana
No mistério do espírito
Nas decisões do corpo
E no sangue bendito
Andas sobre o horizonte
Vês acima e abaixo
Sobes escadas
Desces ao inferno
Encontras demónios
Anjos te albergam
Choras enquanto andas
Rezando ao som das ruas
Entras em templos
Contemplas os vitrais
Ninguém se atira a ti
E te atiras às distantes
O álcool não te engana
A fumaça te esconde
Dias e noites tens esperança
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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

OSSO

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Roo, porque meus dentes duram. Unhas, pouco tive além da carne. Sono, não conheço profundamente mais que 4 horas. É cada um por si e vez em quando alguém sorri. Você é o artilheiro mas não há treinos para provar. Você joga o jogo da sobrevivência. E já ganhou alguns campeonatos. Achei fios brancos sobre a orelha. De volta à BOA LIS, a gata de pêlos negros vomitou-me o réveillon. Outra irritou-se por chamá-la pelo sobrenome. Pobre de mim. Crente fiel no Rei, com as gorduras acumuladas do Brasil, os lábios rachados de frio, a subir e a descer as sete colinas, cruzando o Tejo, por enquanto na alma danada, com quase nada, à espera de um milagre. Não! À espera da validação dos gols, das respostas das cartas. Óh cartas tantas tão maravilhosas, se forem lidas daqui há 100 anos, orgulhar-se-ão meus tataranetos. Tenho uma, feita ao Patriarca. Tenho a fala pronta para o Papa. Mas, sento numa tasca para comer um pão com queijo e vejo o sorriso feio do presidente do euro grupo. Pode ser que o Patriarca prefira-o. O próximo Papa pode não ser Franciscano. A profecia menciona os Jesuítas. E tudo está no tempo correto para a consumação. Peso enorme fazer parte disso. Nas calçadas portuguesas sinto muitas vezes um atrito que invade a minha sola e pulsa no meu peito. É o destino, são as letras, as marcas, o leão de Pombal, o mar doce, o sal do Império, Castelos, casarões, o povo belo. E ao sair do subsolo vejo uma luz, além da claridade do dia, alguém que me responde e no fim diz: "Tem que ser". E sigo pensando o mesmo "Tem que ser". No momento eu só preciso de um espaço, um retângulo com um tatame para eu repousar meu corpo vivo. Porque toda vez ereto, vertical, ativo, peito à frente, altivo, sobra muito mais que tudo isso dito.
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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

PUBLICARÊNCIA

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O poeta é um criador de palavras (Neologismo). "O poeta é um fingidor" (F. Pessoa). Agora eu. Os sentimentos são combustíveis para os poetas. Reza a lenda que é verdade que em Ouro Preto, Minas Gerais, os poetas se suicidavam. Não é o meu caso, hoje. Negação gera sensação. Uma velha consequência para as crónicas. "Os pesos dos valores". Se eu soubesse escrever romance, ou policial, ou qualquer outro estilo de narrativa com estória continuada e robusta, esse seria um bom título para um livro. Mas, penso logo escrevo, sobre o que sinto da existência tão cheia de inconstância. Eis que, lamento ter acreditado após ter enviado 2 textos elogiados e previamente aprovados para eventualmente serem publicados numa antologia de uma editora portuguesa, desta terra e nesta língua de Camões, e ao final da resposta do sim ou não, dizerem não, por eu não ter condições instantâneas na atual conjuntura - acabado de chegar de lá pra cá, agora aqui e amanhã acolá - para comprar 3 exemplares da futura obra conjunta com outros autores. A numérica não me abala mais que a frase equivalente: "Volte a nos contactar quando tiver melhores condições", vide Editora. Mas entendo. Também nos tempos modernos o dinheiro ainda é uma teórica anuência para o posicionamento de status. Lembra das dificuldades de Camões? Eu me lembro. Perdeu até um olho. Depois de décadas, melhor, séculos, ainda lembramos dele. E o que ganhou ele? Estátuas de bronze com louros nas fontes, não fede, nem cheira, os dois olhos não veem, impressões em notas menos valiosas que as letras de ouro que jorravam de sua cabeça para o Rei... Por fim, assim com uma pena de dedos e nanquim digital, desejei melhores condições financeiras à Editora, para poderem ser verdadeiros fãs das escritas de qualidade do que das moedas dos que escrevem.
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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

PROFECIA

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Eu vou aos vikings ver o meu leão e volto, se Deus quiser. Se não, caio e depois renasço. Então, deixa a PGR Joana Marques Vidal aí! Continuai por nós. Ela cata os espinhos do País. Sangre, mas persista, nós temos os Hospitalários e os Jesuítas estão de volta. Tenho a impressão que é mais fácil aqui do que lá. Fácil talvez não seja a palavra exata, mas para mim é mais "meu" aqui do que lá. Eu posso ajudar. Vou ajudar. Já fiz algo aqui. Já fiz algo lá. Mas é preciso mais. Falarei com o Patriarca, juro. Tenho símbolos místicos, uma cabeça ativa, um vigor de fogo, um amor histórico, a profecia à mostra e os sinais dos velhotes (carinhosamente chamados assim por mim) indicam. Os idosos me olham, talvez embaçado, mas me veem. A primeira vez que aqui cheguei, nas ilhas de brumas, uma senhora enigmática me parou, me olhou e me disse: "Salve-nos!". Eu rezei ao Salvador. Pedi apenas um aro de força e luz. Ele me deu. O que é meu na verdade é Dele e nunca deixará de ser.
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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

AS VELHAS E CADUCAS REPÚBLICAS DEMOCRÁTICAS, AS DUAS, DOA A QUEM DOER

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Hermano Chico, te vi na TV. Os bebés choravam durante o batismo. O senhor vê o que é preciso e fala, para as mães não se acanharem e alimentarem ali mesmo os seus filhos. "...Dêem de mamar, sem receio, com toda a simplicidade..." Óh, Hermano Chico, o senhor sabe o que é preciso. Lá na minha terra grande vive-se o maior drama da política. As escolhas. Preparam-se, sem esperança firme, mais uma vez, para votar em alguém, com confiança quase nenhuma, para conduzir os componentes do País, sabe-se lá como e para onde. É uma artimanha do caos associar o significado do poder ao "Demo" (Povo). Uma afronta à essência da liderança luminosa do construtor do tempo. Milhões de pessoas amarradas ao sistema atual. Até mesmo os mais ávidos militantes, crentes como os da "IURD", hipnotizados à uns punhados de Partidos com logotipos e tesourarias cheias de doações e desvios, bem como aos candidatos bem vestidos prestes à colocar as mãos nas rédeas de um País. "Entregar o poder ao povo é fazer dele carrasco de si mesmo". Escolhem quem carrega o machado que decepa. Uns figurassas, alguns bizarros, palhaços de circo, criminosos, malfeitores, hilários, lamentáveis ignorantes, gananciosos, provavelmente novos ou reeleitos futuros Deputados, Governadores, Senadores, Presidente... Jesus! Disse Ele na cruz: "Eles não sabem o que fazem". É verdade que até um macaco (Tião) já foi muito bem votado numa eleição democrática no Rio de Janeiro. Por aqui, Hermano Chico, na minha grande terra pequena, o País é tão rico de história mas está tão pobre de salário mínimo. O sistema político é parecido ao da terra grande e os governantes também vacilam, não são idóneos e usam máscaras horríveis. No mesmo dia que eu te vi na TV, Hermano Chico, também mostraram um hospital numa das maiores cidades (Faro) no sul do País, com idosos agonizantes, morrendo aos montes, esqueléticos em macas amontoadas, com enfermeiros expondo com medo o socorro à sua classe, e àquele povo que um dia também votou para escolher seus governantes. Uma cena arrepiante da Europa, comparada à qualquer submundo a leste, sul e oeste do Mapa Mundi. E na tentativa de assistir outra matéria mediática local para amenizar meu pavor perante as dores, mortes e reclamações do povo, este "poderoso povo democrático", deparei com massivos concursos telefónicos, assuntos de políticos novamente em conchavos com presidentes de clubes de futebol, políticos mentirosos com evidências de vantagens ilícitas, políticos discutindo presidência de Partido, políticos pedindo doações para Partidos políticos, deparei com richas entre técnicos de futebol discutindo como crianças assuntos tão banais, num meio econômico tão exorbitante e irreal, sem contributo intelectual, que quase morri nesses dias... Mas, ainda estou aqui, com o pé de meia diminuindo, distribuindo currículos, abrindo a cabeça, em risco de sangrar o coração, à rasca, pedindo... Óh, Hermano Chico, o senhor sabe o que eu preciso: O Império Quinto. Para dar ao povo, naturalmente.
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sábado, 6 de janeiro de 2018

A CRUZ DE VIDRO

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O Tintin achou pra mim, no chão
Envolta como os cristais, dos peixes
Na manhã de chuva e frio, na janela
Que surpresa ver que leem, cartas
Essa massa acima tem nome, Atlântida
Outra franca das montanhas, Pirineus
No ocidente mora um forte, nevão
Veio a gata, foi-se súbita, erupção
Tive a sorte de dois números, pratas
A esperança que não morre, coroa
Tudo isso tem sentido, místico
Como interpretar a prece, proteção
Há mil modos de conquista, toma!
O segredo tem efeito, dominó
Logo em breve sinto a cria, leão
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FOLIA DE REIS

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Eu sou o Thiago Pinheiro Nunes, tenho 34 anos, sou natural de Cataguases-MG, Brasil, mas consta um histórico estudantil e de vida relativamente ativo em Portugal. Sou graduado em Biologia Marinha na U. dos Açores (2009) e Mestre em Ecologia, Ambiente e TERRITÓRIO formado na FCUP (2012). Atualmente estou cursando o 1º Ciclo de Arqueologia na FCSH / UNL. Durante o ano de 2017 estive no Brasil a exercer um cargo de Coordenador de Equipe e Projetos na Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Cataguases e talvez esse seja o ponto forte da minha candidatura. Por favor, não me excluam para já pois quero convencer-vos com muito afinco e capacidade que estou apto à esta bolsa de investigação. Possuo um currículo vasto de experiências práticas obtidas no Brasil e em Portugal, não somente científicas ou ambientais, mas também no âmbito das humanidades com comunicação social, educação ambiental e voluntariados diversos. Visto que o concurso em questão indica um perfil com atribuições a exercer com exímia qualidade, apresento uma bagagem de integrações em diversas equipes de investigação e uma habilidade humildemente forte sobre as escritas, com uma gama enorme de textos quem sabe um dia publicados ainda em vida. Tanto é que a minha paixão pela lusofonia e não nego o raro Sebastianismo dentro de mim, fez-me naturalmente procurar ingressar novamente na Universidade e cumprir o primeiro degrau do Ensino Superior, visando inclusive a conquista dessa oportunidade e mais, acreditem, que inicio desde já teses envolvendo a Arqueologia Subaquática do Império português – falado com o Professor Doutor J.B. recentemente – arrisco a dizer, quiçá no esperado Quinto Império. Pois, a verdade é que eu necessito de um integração oficial trabalhista e esta bolsa de investigação me colocará participativo sob a tutela do Professor Doutor P.A.O., onde poderei aplicar meus conhecimentos e obter mais sabedorias, para o meu sustento e o prazer de viver a trabalhar para contribuir com a Ciência e agora com a História que já me compõe com muito orgulho. Quero que sintam que eu já sinto o curso. Além do mais sou pai de uma menina com 8 anos, maravilhosa, chamada Iara, vivente com a mãe na Dinamarca, e tal saudade me faz vencer o medo de cruzar o Atlântico mil vezes se necessário. E não poderia ocultar nessa carta de motivação corajosa, que sou peregrino de Santiago de Compostela, tendo percorrido a rota portuguesa por 6 vezes desde Braga e Porto, até àquela Terra Santa e Finisterra. Pode ser que na sétima eu fique por lá. Sinceramente, não tenho mestrado na área das Ciências Humanas, ainda, por estar a cursar uma licenciatura de Arqueologia. Mas tenho um mestrado que diz com muita força essa tríplice, Ecologia, Ambiente e TERRITÓRIO (tendo eu muito zelo por essa terra), além de possuir um currículo interessante (a ver, com todos os comprovativos, se consigo uma média). É verdade que fui encorajado pela Diretora Professora Doutora C.T., a procurar oportunidades como esta, e agora tento nesta carta talvez um tanto poética, mas genuína, conquistá-los, se assim queriam saber da minha real motivação. Como sempre, ficarei cheio de esperança, cada dia mais, tanto por manifestos emocionantes do Rei Dom Sebastião (lembrem que sou um fiel), como para conseguir provar que eu vos sirvo e muito bem. Saudações, Thiago Pinheiro Nunes. LISBOA, 06 DE JANEIRO DE 2018.
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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

1 MILÍMETRO DE UNHA A MAIS

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A ligeira sequência final dos altos tambores de artifícios explosivos talvez não fosse tão continuada como as estaladas dos lenhos lambidos por labaredas alimentadas pelas resinas dos eucaliptos em chumaços nas grandes manchas vegetais do País. Apesar de estarmos no inverno e ser possível subir navios para navegar mares gélidos e bravios é melhor pensar nos troncos que viraram mastros e conveses, nas colheitas e seus sucos multicoloridos, diferente do abandono medieval de potenciais novas vilas com centenas de campesinos quase todos cobertos por wireless. Os gritos e matracas no dobrar dos sinos à meia noite talvez fossem menos que os gritos nos ouvidos da França pelos pés de lusos vindos do Quinto dotados de maestria, força e sorte. No silêncio dessa fé legítima surge um eco da garganta limpa pelas nuvens baixas e molhadas do palato e língua dessa caixa bucal geográfica de cabeça leonina sobre o Tejo mais salgado nas marés cheias quando cruza com as vidas de água doce vindas diagonal arriba. Cresce assim um desejo tão intenso feito a ansiedade das chegadas e as lágrimas de todos os tipos de sentido em cada pulso do relógio infindo. E mostra cada vez mais nítido a figura mística que em conjunto de leais destinos realiza o mítico.
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MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...