terça-feira, 29 de abril de 2014

NO PAÇO


Pousada a viola está posicionada a cadeira
Preparada a mais bela de todas as realezas
As luas refletem a luz do sol e a noite é parda
E a nova reluta em chegar tarde pois não ecoa
O frio perde a força na fogueira que salpica a carne
Os lábios bebem goles de água misturada sabor terra
Faíscas nos olhos são relampejos do mais íntimo desejo
Foguetes aos vitoriosos, nós os reunidos, nós os cavaleiros

domingo, 27 de abril de 2014

OH PIOLHO! VAI PRO RIO!

- O Piolho está cheio
- É porque tem muito cabelo
- Pois, há pessoas vivas
- Os mortos não estão aqui
- Quanto é o copo, posso levar?
- As uvas dos barcos
- O vinho da adega no seu devido lugar

QUESTIONAMENTOS

No passo quando pensas sabes que trarás apenas resquício?
Não encontras unidade mas, encontras variados e não sacias?
O olho aberto grava em partes o que fechado está absoluto?
Todo pensamento além da postura ou da pausa do momento é Deus?
É untado óleo azeite vinho e pão no largo rio que escoa ouro líquido?
E a paciência com ciência abranda o fôlego de conquistar?
Quais se atiraram em galope ao vento e o beijo se perdeu no mesmo vento?

terça-feira, 22 de abril de 2014

Como um conxuro chuva e fogo na floresta ou a gota máxima de um cálice de vinho



Ouvindo bem este mantra, a prece
Poderá notar uma revelação, do voto 
"Jacobus de Aquárius", consanguíneo
Descendência nascida em zodíaco, d`ares 
Peixe dourado da pureza humana, Indra
Caracóis, universos e o infinito, Cristo 
Sequência protegida, sabida e nata, AMEM

sábado, 19 de abril de 2014

O DIA DO ÍNDIO



O índio é aquele que estava lá e ainda está
Na terra nova quase nada devastada que agora está
Estava lá, nu, com suas armas e seu cocar
Arco e flecha, lança, escudos não precisava
Cabelo liso, pés que pisavam cobras
Mãos que extraiam caninos das onças
Nativo, evolutivo, original até 1500

sexta-feira, 18 de abril de 2014

AIREARES



Não quero mais poluição em casa
Eu vim do voo em alta liberdade
Suei a testa e o tronco nas passadas
Impregnaram odores de mil flores
Vieram a pairar na brisa das serras
E assentaram no interior da minha paz
Não vou me abalar com a negativa
Com a sedenta malícia da competição
Que não é sadia quando copia minha mão
Pois original é a fortaleza do meu farol
Batem as ondas e não deforma a sua luz

TODOS



As travessias anteriores de dianteira firme cravada nas pontas das calçadas da cidade, cansara meu corpo que agora no abrigo da estrada está em quina, esquina do descanso voluntário, ao lado da defesa das matas, Vilar do Pinheiro, lar de combatentes do fogo. A companheira solidão. As marcas do passado reveladas na lembrança dos dias quentes. Saudade imensa da pequena criação que aprendia a minha companhia. Vai ficando o peso, desvanecendo as mágoas. O som dos pássaros no meio das florestas. O campo cansa, o corpo age, a mente limpa. As pernas ficam fortes. A anca afina os lados. A pança perde o álcool. Os pés desviam pedras. As pedras alavancam os saltos. Constata os olhos a terra. Riqueza gigantesca! As árvores têm muitas formas. As serras escarpadas. O som dos camponeses com as roupas da natureza. No caminho acordo, durmo, lembro, oro, toco, falo, escuto, cresço. E de alguma forma bem no meio do caminho encontro seio, vida, dama, beijo, ouro, espada e existências que me levam a percorrer novamente um caminho novo. A estrada da vida é plana. Porém possui buracos, que cheios d`água são poças ultrapassados com saltos, montado. A estrada da vida possui pedras que fixas sangram os dedos e soltas rolam montanha abaixo. Na estrada da vida sorris de alegria hoje com a entrega do bem a alguém mas choras amargo também com a decepção egoísta de outrem. O por do sol em Portugal tem um amarelo como o dia limpo. Reflete espelhos cristalinos em muitos rios. Na ponta, copa, está a clarear verdejantes pinheirais bem no cume da fronteira. O sol se põe extremo e a Europa inveja o velho mundo iluminado por mais tempo e amando fica esta terra. Como prova um suspirar de toda inspiração da natureza.

domingo, 6 de abril de 2014

PAIXÃO


Existe pois na liberdade
Caminho aberto para revelar alguém
Que por ela me purificarei na fonte de água doce
Ao beber você em lances perto ou longe
Para que meu paladar dissolva excessos
E esteja pronto para o sabor calmo
Que é este seu o seu sorriso, dentes brancos
Olhos como os meus, tão claros como o dia
Mantém-se firme sem mais nem menos
Para o que o deve ser
Caminhando até você
Direi que é a pessoa mais linda
Aquela que grava por mais tempo
Enquanto ando a lembrar
Do cheiro e imagem do seu bem-estar

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...