segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

MARÃO

*
Ilustre gigantesco
É uma morada imensa
Casa de hall com ventos
Piso de areia de todos os mares
Tem os elementos para o fogo
Na reunião de um lual em massa
Meteoros atraídos por peixes kamikazes
As ondas acenam porque a fim do rio é mare (maré)
É dali que sai a força para construir naves
Que leva o homem a terras distantes
Donde une sangues para criar um Mundo novo
* * *

domingo, 28 de fevereiro de 2016

O EFEITO TRISTEZA

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Fiz amor com o frio
Para gozar com a esperança
Neste caso ele pode ser ele, e só assim
Um elemento que se encontra facilmente
Nesta noite solitário por quinas da cidade
Enquanto a sorte é dos que esquentam os pés
Vejo corpos embrulhados sob o grau que o corpo sente
Estou um tanto amargurado pois o tempo passa
Sem fazer cócegas à tal felicidade
Que me consome com insignificância
Posicionando-me curiosamente no ponto privilegiado
Que é o meio exato de todas as verdades
* * *

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A CARAPUÇA É A MÃE DO BOICOTE

*
Esse vai ser corrido, digo, sem parágrafos, pois meu caderno já vai acabar. É tão bom atingir 10 ao mesmo tempo. Em tempos de terrorismo horrível,  em que demônios explodem inocentes, regozijo quando é o verbo que rasteira indivíduos. Nessa história sou o carrasco de três coitados iludidos. Entrelinhas todos eles mas com um peso pena capaz de cortar a respiração. A primeira pessoa (não eu no singular mas sim ela) é uma sem educação. O rosto da pessoa é literalmente comparado à de um vampiro em alimentação. E não é uma análise estética conceitual, mas sim comparativa metafórica. Seu desejar de "bom dia" é como "passa a grana!". Seu desejar de "boa noite" é como "anda logo que tem outro para eu sugar". Aí o tempo passa e na esteira magnética que grava tudo que acontece, um portão de ferro abre e uma manada de elefantes atropelam aquele beco afunilado do teatro. O segundo personagem é um lunático tão desesperado que se joga da janela e grava o próprio ato. Mas não morre graças à ficção que o salva. Faz menção à sua classe com a ignorante mania de propagar o inimigo. Esse realmente se crava. Pior ainda é que na ânsia de alavancar a própria imagem, ele cria uma enxurrada de maus feitos para alimentar o ego das quantidades virtuais, manchando assim a cachoeira das qualidades das artes. O terceiro "tombado" está aqui ao pé de mim (relativamente perto). Recebe por ano um balúrdio para publicar a razão dos seus estudos. E o mais estúpido disso tudo é a arrogância que ele reza para demonstrar suas viagens em terceira classe. Se ainda fosse como um mineiro que come quieto, mas, se satisfaz com o poder de cariz público humilhando trolhas e cozinheiros que juntam suas economias para mandarem aos familiares. Este, vai em 5 países em três dias, registra imagens da cultura numa máquina sem saber das próprias ruas de onde estuda. Uma coisa é certa. Os senhores que pseudo comandam alguma coisa sentados de braços cruzados irão cair. Porque a carapuça é a mãe do boicote. E o rei que mora na barriga é bem diferente do que vos fala.
* * * * *

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

DÉCADA

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Não sabe nada do que passei vivenciado
Também não sei daquela em que ainda não vivia
Todo dia tem uma história que aflora fácil
Com o ligeiro atraso duvidoso do envio
Mas depois passa rápido pois lançada foi a ideia
De umas coisas meio assim misteriosas minhas
Mesmo sem requinte é um tanto labiríntico
Se falo de quem não sabe que falo sobre
Alguém que não sei saberá que não sei que sabe
Bem difícil mas eu sempre explico
Tenho orgulho em três pilares da Academia
Os mestres que não foram meus sabem disso
A filosofia, as ciências e as letras
A filosofia é singular ao passo que educa
Ao ponto de criar palavras por exemplo: "plura" (de plural)
As ciências são muitas mas domino a biologia
Que do cérebro sai o reflexo da própria filosofia
Dentre as letras resumindo, eu prefiro a portuguesa
Um primo meu me disse que falo como um tropicalista
Esse primo não é de sangue mas vale mais por natureza
É verdade que o nexo se camufla de vagante
Ora, pois, como esse texto vem à tona uma década adiante
* * *

"QUEM TREPA NO COQUEIRO É O REI"

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O aprendiz foi ao encontro do velho da torre para perguntar-lhe sobre o amor durante a guerra.

Aprendiz : - Mestre, quando o Rei Ricardo Coração de Leão foi para a Terra Santa na cruzada de retomada de Jerusalém, ele só fez guerra ou também amor?

Mestre: - Aprendiz, você é o septuagésimo sétimo na linha de sucessão do seu trono. Isso quer dizer que o Rei teve muitos filhos bastardos, antes, durante e depois da guerra. Porém não tenho dúvidas que você é o primeiro para o resgate da era dos reis. Porque tem no corpo as marcas do último grande desaparecido.
* * *

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

MUSA

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Quando vem sorrateira me surpreende por completo
Já que sou eu quem lhe busca para os sabores mundanos
Nova e adulta, capacitada para conduzir o meu aro brilhante
Fazemos países distantes da língua nossa nas mãos
É nessa hora que podíamos fugir para uma ilha deserta
Onde as lentes não captam sua imagem em ação
E os meus pensamentos se fixam em seu corpo dourado
Minha casa é o porto das luzes do rio do Cristo
Mas é bem merecido um palácio em seu nome fértil
Bem por causa do seu lindo sorriso espontâneo
Eu te espero sincero, óh bendita,  catita, menina
Mas o tempo me consome a todo instante com crueldade
Por isso lhe entrego esse gesto simplório e gritante
Junto com o meu verdadeiro e pulsante amor constante
Não há um controle zodíaco dos meus sentimentos d'ariano
É culpa da vida passada, destino que trago ao presente futuro
Construtor e amante desse maravilhoso Império Luso
*

D'ALÁ (DE DEUS)

*
Tem gente que gora
Tem gente que torce
Tem gente que cura
Tem gente que fere
Tem amor que volta
Amor que demora
Tem rima que cola
Tem coisa que é uma
Tem coisa que é duas
Tem erro que aceita
Acertos vindouros
Tem perdão possível
Tem carne que é soja
Tem peixe que voa (acredite)
Tem ave que nada
Tem tudo que é muito
Tem muito minúsculo
Tem nano que é visto
Espaço invisível
Tem globo que roda
Tem mapa que é fixo
Tem guerra que acaba
Tem paz por nascer
Tem ser que quer ter
Tem ser que só é
A composição do infinito
* * *

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

MEDITE

*
Foi então que eu fui na geometria
Tinha um círculo de cadeiras antigas
As pessoas ouviam a guia holandesa
Ela falava sobre paisagens gigantescas
E formas que apareciam como energias
De olhos fechados ouvia-se pássaros
Escutava o barulho da queda da cachoeira
Tudo vinha de uma fagulha dentro do coração
A respiração era longa, profunda e limpa
O excesso de alho, óleo, tabaco e álcool saíam
No final estava mais leve e arisco como um felino
Isto é uma carga de energia para o dia-a-dia
A pisada da sola é ainda mais certeira
As pessoas não andam como se eu fosse um íman
Nem desvio delas como se fossem lixo
Sim, medite todos os dias e viverá em harmonia
*
P. S. Sem hipocrisia. Os dois lados da moeda valem a mesma coisa.
* * *

NÃO HÁ CAFÉ PARA MUDOS

*
Sem pré conceitos, por favor
Merecem todos a bebida preta
Refiro-me aos que não falam
Ainda que facilmente possam falar
Pode ser uma questão de vontade
Pode ser a imaturidade da idade
Pode ser a intensidade do gosto
Pode ser muitos poderes inúteis
Um amigo me aconselhou a meditar
Para entender o comportamento alheio
Eu prefiro procurar a diversidade do povo
Quase todo igualitário, ainda assim estimulante
Enquanto os velhos cospem menos pelas ruas
Me alegro por limpezas donde passamos
Mais ainda quando miro o alto daquela igreja
Onde sonho que há de haver minha esposada

*   

domingo, 21 de fevereiro de 2016

ARMADO ATÉ AOS DENTES

*
Aguardem, melhor, notem
As coisas estão mudando
Vocês me verão com outros olhos
Depois que eu disser que tenho uma praia
Na verdade é uma praia de neve
À sua frente tem uma piscina no fundo
É o petróleo que paga a vossa escova de dentes
Jogam limpo quando o assunto é externo
Mas cospem sujo no prato que comeram
Eu estarei barbudo caso a guerra chegue perto
Estarei convosco sempre até o fim do destino
Enquanto isso as pessoas precisam saber locomover
Precisam saber falar, escrever, expressar
Ou serão conflitos regressivos onde se perde a evolução
Eu fui no mercado comprar chocolate
Havia uma mosca zunindo ao meu ouvido
Foi quando o pão caiu no chão
Isso é como derrubar uma ponte
Fico exalto, bravo, viro um leão
* * *

sábado, 20 de fevereiro de 2016

PENSE E DANCE

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Existe alguém merecedor dos meus desenhos novos. Estes são passatempos enquanto ela não volta ou servem de argumentos para lhe entregar em mãos. Existe alguém com uma energia tão vibrante e genuína que reside na minha lembrança toda vez que bebo chá. Esta é uma pessoa poderosa que não vejo mas vigora como o sol raia ao levantar. Ela é a Dona desejosa dos meus feitos já passados, da saudade que hoje sinto e de todas as certezas do meu real amor.
*

CRÔNICA: GÃO

*
Eu tenho um apelido
Meu irmão mais velho
Me chama de: Gão
Podem me chamar doutros nomes
Mas não há nada mais bonito
Que o meu irmão mais velho
Chamar-me: Gão
A noite passada subi umas escadas
Estava cheio de gente o ambiente
Eu tocava flauta ileso na margem
As pessoas ouviam e dançavam
Elas ouviam o assobio da flauta
Paravam enquanto a música estava no ar
Eu desci as escadas e fui trabalhar
Pois logo terei que viajar
Vou para o lado de lá
*

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A MAIS HONROSA DAS HUMILDADES

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Deus é capaz de fazer coisas maravilhosas. É capaz de criar o tempo e destruí-lo. Nós, somos apenas participantes dessa história. E é por isso que eu prefiro ter fé nas minhas vontades porque na verdade são as vontades de Deus.
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

FORTE

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Eu sempre gostei do seu nome mesmo antes de te ver agora. Na verdade não procurava nomes nem formas mas sim alguém que me fizesse mais forte. Falei com uma que me iluminava (meu farol) e ela me disse que a pessoa certa chegaria. No entanto muitas vieram e foram embora. Outras sem imaginar o que poderiam se tornar ignoravam ganhando o título de "rainha morta". Mas você é capaz de me tirar do topo da montanha e cruzar o bosque das feras só para pegar a sua mão e guardar junto à minha. Porque você apareceu sorrindo, dançante, com os olhos indígenas e um nariz de leonina. Você é capaz de fazer-me acelerar os planos e correr o risco de perder a cabeça. Ao tornar-lhe a minha Imperatriz porque eu sou quem condiz com o seu nome.
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

TÍTULO

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Agora é fácil chegar no parapeito da janela. Para alimentar as gárgulas com o soprar da flauta. A chuva proporciona tempo para isso. Enquanto as pessoas estão entocadas as gaivotas voam maiores que os pingos dágua.
Junto com as pombas e as gralhas. No litoral pode ser que não se veja a linha. Mas ela está lá. Não é imaginária. Contudo penso sobre para onde vou depois da vida levando comigo toda lembrança dessa clara história.
Vou de uma vez por todas vencer a escuridão pois é o que me cabe executar com perfeição.
*

CRÓNICA: AINDA SOBRE GRANA

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Justo
Na porta paga-se
A banda toca bem
Arrastam pés no tablado
As coxas e os bustos ficam quentes
Uma mais que outras fixa-me
Mas, noutra sala do mesmo prédio
Tem uma hora que toca uma música X
Nessa hora a cerveja passa a ser 1 euro
Então me dê um vinho por favor
*

VAMOS FUNDAR UM BANCO (Dom João VI)

*
A seguir, apresento de forma fiel como se comporta a tendência negativa do capitalismo exagerado. É uma carta direcionada à um gestor de contas de um banco ativo em Portugal. Somente os nomes dos receptores incluindo o próprio banco foram reduzidos em siglas quanto ao meu tratamento exposto à estes, para não ser motivo de insinuações de ofensas. Muito pelo contrário, o JUIZ (Todo Juiz) irá debruçar sobre a minha causa. Por isso, leiam:
=====
Sr. N. A. , 
Não! Não estou disposto a atualizar a natureza da minha conta para com isso ter despesas capitalistas que serão de benefícios para vós e prejuízo para mim. É chato/triste porque o sr. não coopera no sentido da boa fé e até sei o que irá dizer: "Estou fazendo o meu trabalho". Pois, eu também. Ora, lamento ter que fazer uma ínfima parte do B. ST.AR "lamentar" mas, se da sua parte como gerente é dificultar a manutenção de uma conta ainda verdadeiramente académica no sentido amplo, então, prefiro conhecer a política inicial de outra "caixa forte". Mesmo que sejam primas, serão formatos diferentes. Aguarde que ainda nessa semana pretendo ir à agência para cancelamento presencial da minha conta. Se não foram capazes de manter meu vínculo sem a ganância por taxas mixórdias tenho que salientar à todos que pretendem os serviços do B. ST.AR que esta é mais uma característica de captação de valores dos clientes do que a gestão do seu agrado para permanência neste sistema financeiro. Eu costumo dizer que temos 10 dedos nas mãos e se perdermos 1 temos outros mais que 9.
Por agora é tudo e isso é muito,
THIAGO NUNES
*

VOLTAREI

*
Quem eu quis ver vi
Quem quis tocar toquei
Meu espelho minha Imperatriz
Sua silhueta é certeza meu par
Quanto tempo chega ainda
Para ser completamente seu
Numa sala complementada
De ambiente sóbrio e ébrio
Equilibrado o tempo todo
Neste passo donde existe o Paço
Doo-lhe, Óh dança maravilhosa
Meu sonoro sopro de conquistador
* * * * *

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

CHOURIÇO

*
Os artistas são uma raça estranha
Cheios de variâncias e "tics" próprios
Uns criam conceitos novos e interessantes
Outros estão no barco "inaufragável" das constantes
Há artistas que não lhe falam sem razão
Artistas que escrevem mas não respondem
Há artistas extravasados e extravagantes
Que até em sua casa normalmente comem
Há artistas que fumam e alucinam
Que produzem mui bem feito o que consomem
Há artistas que bebem e exalam bafo
Manchando a honra da fantasia do nome
Há artistas que não fazem "porra" nenhuma
Isso hoje passa felicitada pela velha censura
Os artistas que competem perdem a gama
Já que toda arte vem da mesma gema
Os artistas que conjugam, graças ganham
Seja a participação do aplauso em palmas
Ou a estática pausa da sua vida culta
* * *

O MURO GRANDE

*
Você está bem ali no meio do stadium 
Sem ser escravo por mando de alguém
Gladiando com leões do mesmo nível
Você tem as suas armas todas funcionais
Você está dentro de um coliseu lotado
Fazendo o máximo com a maior simplicidade
E está sendo observado por tantos olhos
Claro, pelos sedentos por magnificências
Que os façam vibrar extasiados de emoção
É então que você nota entre o público um olho
Esse olho é um grande olho, não por perfeição
Ele é gordo porque inveja o grito da multidão
Esse olho bem queria ser a mão que luta com o leão
Mal descobre porém o olho que a mão doma a fúria
Sabe que é essa mão que desmembra e detona as ilusões
Pelo fato de fazer parte daquele que é realmente bom
*

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

DE JÓ PARA JEOVÁ

Sobre os que devem ficar presos
Por cometerem barbaridades prejudiciais
Estes, atos desprezíveis inaproveitáveis
Valem mais serem debatidos que filhos de santos
Para aqueles ritualísticos que seiam
Nos cânticos produzidos por benzidos
O mundo precisa de uma novidade tal
Que seja evolutiva e não mesquinha
Horríveis teorias conspiram a involução
Não acredite em tudo que passa na televisão
O homem domestica o cão há milênios
Ainda hoje deixam suas porcarias no chão
Pense nisso como moral simplícia
Logo filtre o ar antes de comer o pão
A certeza é que existe três mundos
Três dimensões de uma escada escalada
O meio é a consciência viva das coisas
O início provém do estalo divino misterioso
E o fim é o encontro infinito com o próprio
* * *

MAIS UMA RAINHA MORTA

*
Ela não morreu de fato
Não é que estava pelada
Já havia dito de outras beldades
Elas não morrem nas minhas letras
Perpetuam até sem saberem ingratas
Um plano de união não vale nada
Quando a vontade não é mútua
É como um livro sem final feliz
Meu ortopedista me ensinou
O andar com a cabeça ereta
Assim meus ombros acompanham os olhos
Por mais que tenha roupas velhas
Isso não é nada quando se tem o céu
Eu pensava que era diferente aqui
Mas na verdade é tudo exatamente igual
Bom, enquanto “morrem” aquelas todas
Uma nova Hospitalária nasce para a boca do leão

*** 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

LAMP


*
O vento assassinou uns quantos guarda-chuvas. Nas poças d'águas as ondas abalavam os raros barcos de folhagens. No céu um avião parecia que pairava quase "arremetendo o pouso". No solo caíam pequenas bolas de granizo que descongelavam depois de um segundo. A chuva se misturava com o sol num casamento de espanhol. Mas também o sol se misturava com a chuva num casamento de viúva. E o mais importante nessa paisagem histérica lusa são as pessoas de coração quente que enfrentam o frio de outras impuras (Sebastianismo). Por sorte dessa gente fria seus corações aquecem enquanto ganham o meu próprio coração os que aquecem essa gente fria com ternura.
* * *

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

TOTAL


*
Ajeitar a curta mesa
Porque partir é certo
Levantar da cama
Para organizar o passo (Paço)
Escrever com o punho
Pois é um bem bom
Sonhar com tudo possível
Sem deixar de realizar
Percorrer caminhos puros
De energia mística antiga
Banhar nos elementos verdadeiros
Da natureza aquática terrestre
Fazer o cumprimento do dever
Que é viver ciente com a ciência
* * *

SITARAMA

*
Minha pequena mostrou-me sua tenda. Eu pude ver seu sorriso em crescimento permanente. O seu dente de leite carregarei no peito. Como uma parte que terei para sempre por perto. Por isso tenho que ir voando ao seu encontro. Nos seus pés pingarem lágrimas limpas do pranto. Hoje o dia foi diferente porque sonhei contigo. Haviam praias entre o oceano e as montanhas. Nós comíamos trigo e logo fizemos da torre um abrigo. Seus vestidos sempre estarão bem no seu corpo. Uma vez que seu corpo é o sagrado fruto do meu amor conjunto. Minha fé permanece intacta graças ao Supremo. Que de todas as formas se manifesta vivo e invisível. Acredito o tempo todo que o tempo unirá nossos destinos.
* *** *

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

SURPRESA

*
Ei, você, das minhas entrelinhas
Você não sabe o quanto caminhei
Pra chegar até aqui percorri milhas
Existe até uma canção assim
Mas te ajudo a compreender o que se passa
Estava lá longe, agora estou cá perto
Tenho entradas duplas para os clássicos
O caderno azul já vai a meio
Tudo causa dos meus textos
Que são seus textos causa minha
Desde o tempo que não estava aqui
Noutra vida fui um construtor de pontes
Disse-me um místico antigo
Isso é bastante relativo
Podia ter sido operário ou projetista
Ou algo mais, ou menos
O certo é que hoje eu chego além
Além do meio do caderno
Além do mar nascido
Além da dor do que foi perdido
Você quer alguma coisa disto?
*

domingo, 7 de fevereiro de 2016

O CASTIGO DO GATO

*
Menos que pingados esquisitos
Obscuros maquiados de fantasias
Vazio, quase nada, nem brindes
Exceto os de cima extrovertidos
A noite humilha o fim do dia
O dia oficializa o árduo ofício
O ego te cerca com o ridículo
A casa é um ninho protegido
Marrentos acumulam migalhas
Simpáticos fartam de sorrisos verídicos
O voo é a ponta da língua rápida
As ondas são imparáveis pontes marítimas
*

sábado, 6 de fevereiro de 2016

BRAGA

*
Braga é a cidade dos Bispos
Eu vivi um bom tempo em Braga
Eu gostava das praças e montanhas de Braga
Mas Braga abalou o meu chão
Não foi culpa de Braga, foi uma facada
Depois disso Braga virou trauma e confusão
Eu ia à Braga e via fantasmas nas praças
As montanhas de Braga não tinham coloração
Recentemente eu me apaixonei por “Braga”
Na verdade eu sempre gostei de Braga
Mas “Braga” sumiu do mapa, não me fala
Não vejo “Braga” nem na televisão
“Braga” é o meu tormento e a minha salvação
Eu vou à Braga porque resisto como um leão
Eu vou à “Braga” porque ela é parte do meu coração
***

NOTA: Acredito muito sinceramente que não há declaração mais bonita do que esta. Agora é tudo ou amanhã será nada.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

POPULISMO

*
Não espero que venerem
Não suplico por beijadas
Nem entradas majestosas
Sei que conta o interno oculto
Sei que agrada os mais singelos
E invejam os presunçosos
Eu só quero a calmaria
Mas se a guerra me encontra
Junto a brava Ordem da Cavalaria
Tanto faz o sim e o não
Não escolhi a solidão que tenho
Tenho turbilhões de pensamentos
Muitos deles surgem o elo
Ela que é o meu encanto
Se ainda não sou visto
Se não ouvem o meu silêncio
É a vida paciente e progressista
*

EU DIGO SOBRE O DITO, DIGO!

*
O questionamento é diferente (Claro)
Pois, de afirmação evidente (Texto)
Agora imagine o firmamento (Céu)
Se considerar o espaço inteiro (Corpos)
Esse é “lato extensus”, amplo (Infinito)
Qualquer oferta validada soma (Fé)
Gera boas consequências instantâneas (Karma)
Uma despedida pode ser o beijo quente (Dama)
E a chegança uma oração leve, constante (Certa)
Gosto do meu solo hoje no momento exato (Luso)
Como todas as parcelas aproveitáveis de outrora (Imperialis)
Então por quê teme bela Dama esta arte? (Nobre)
Quando falo às boinas novas com coragem (Sangue)
Que a minha fala interfere na mentalidade (Gente)
Dos participantes desta história deslumbrante (Populare)
*

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O BOM CAMINHO

*
O peregrino fixo é um original observante do tempo. Ele nota a quantidade de gentes, a quantidade de carros e seus comportamentos, ora harmoniosos, ora degradantes. Ele calcula que de acordo com a quantidade de carros erroneamente estacionados nas calçadas – onde passa o peregrino e as “mães” de todos os leitores – a polícia fiscalizadora conseguiria angariar novas viaturas, fardas e até cavalos. O peregrino em movimento é um conselheiro original, um observante da natureza viva e da mortandade feita pelo homem. Ele nota a densidade das florestas, respirando puros ares exercita o corpo todo, desviando dos catarros da cidade chega às vilas espaçosas onde avista os alimentos.

*    

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

PASSA

* 
Muita coisa passa à vista desarmada 
É por isso que os testes valem para 
Educar o povo, para a gratidão da vida, 
Existir a pedra fundamental de uma ponte 
Ou as tentativas de voo do elefante 
A manteiga infiltra o pão cevada 
Sabe a leite, campo, mãos, culturas férteis 
É então que a calma abala quando pensa 
Na quantia inestimável sobre a cuca tenra 
Que translada em meio ao transparente incenso 
*

CRENTE

* 
Olha bem 
Veja bem 
O olho vê 
Mesmo fechado 
Uma imagem só 
Toda igual 
Só que cega 
Quando morre 
Porque a morte existe 
Para renovar o corpo 
E o espírito 
Ao crente 
É um olho Todo 
Que antes de ver 
Sente, justamente 
Quando o corpo é presente 
* 

O QUARTO QUARTO

*
Seria fácil situá-lo rápido
Na rua de um cruzeiro no caminho
Tem espaço e tacos, tapetes e hortas
Vê-se a igreja, ouve-se o galo
Dentro o altar de vieiras espalmadas
O sol se põe à minha esquerda
Se bem que virão telas para o quarto
Então deitarei com os pés limpos no oriente
Já o ocidente… Se me chama vou ao quinto
Mas, finca-me a alma deixar bela dama (DONANA)
E as gaivotas sobre as telhas de barro
Essa atmosfera tão velha e apaixonante
Até o silêncio das revoltas d´antes
Faz sentido mesmo que encoberto
Me disseram para voltar ao Castelo
Do mesmo nome que sê vê gravado na lua
Isso é certo e será quando Deus quiser
*


MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...