quinta-feira, 30 de abril de 2015

POL.XXI.

MODELO REUNIDO DE POLÍTICA TERRITORIAL
INFRAESTRUTURAS DE LOCOMOÇÃO
FERROVIAS
Dados das linhas existentes
Quais são as funcionais? (Melhorias)
Quais são as desativadas? (Ativação)
Esforço para reabilitação das linhas desativadas
Gastos e impactos menores que novas linhas
Benefícios imediatos (emprego bruto e especializado)
De produtos: Alternativas de escoamentos (rapidez)
De pessoas: Alternativas de deslocamentos (bem estar)
Amplos benefícios conjuntos:
*Distribuição de impactos
*Descompressão de rodovias
*Qualidade do ar
*Possibilidade de crescimento de outras zonas populacionais
METAS GEOGRÁFICAS
MAPA INTERATIVO ONDE CONSTE:
LINHAS ATIVAS
LINHAS POR ATIVAR
VISUALIZAÇÃO DA REDE
REALIZAÇÃO DO PROGRESSO

UMA PORÇÃO DE CADA VEZ

Antes que a tinta acabe
Que o projeto seja lido
Aprovado e esteja indo
Aumenta a água na boca
Para mergulhar ao pé do mar
Dos arquipélagos litorâneos
Que se avistam em terra firme
É que o oxigênio eu tenho
E outros itens mais que básicos
Eu preciso é ser aceito completo
Para poder fazer parte do meio
Caso contrário apelo ao Atlântico
Que também beija outras bordas
Que são terras boas para se viver
Automaticamente à minha mercê

quarta-feira, 29 de abril de 2015

DESLIGUE E VOLTE A LIGAR

O sistema está tão caduco
Que a sensação de ser boa gente
Passa em ter uma piscina, mesmo suja
Quando vestido fica num estereótipo horroroso
O sistema está tão maldoso
Que acreditam que um sorriso forçado é bondoso
Colocando pequenas peças incompletas em confronto
Quando à noite geme de dores por causa de castigo
O sistema está tão perdido
Que consegue achar-se o máximo
Só porque o álcool é liberado e defendido
Quando criminosos descarregam distúrbios e alaridos
O sistema está tão fútil
Que pessoas falam de gorduras como se fosse comida
Sem deliciarem manjares de prana e ainda assim zombarem
Quando o sopro que alimenta emana e não degrada
O sistema está tão monótono
Porque os textos são só textos
As mulheres não sonham mais alto
E os homens não dedicam a fé ao Mundo

MEUS TEXTOS SEUS

A CASA I
Paralela a Dom Pedro V
Em frente ao mercado poente
Subiam-se umas escadas
Chegava-se ao terceiro piso
Entrava-se com quadros
Estendia-se um salão vermelho
Uma mesa de pedra lisa
Uma espada na parede equilibra
Da janela via-se o bosque
Na cadeira aprendia a cria
Que sem berço dormia ao meio

A CASA II
Referente ao centro do comércio
No topo de um pequeno morro
Uma porta de vidro abria-se fria
Uma caixa com botões elava-se pra cima
A visão de um monte com Santuários
O deslumbre do nascer de luas lindas
A parede com quadros fixos coloridos
A espada retorcida com as mãos da força
As lembranças das festas vividas
E a despedida desesperante da criação

CONTINUAÇÃO

terça-feira, 28 de abril de 2015

A INCRÍVEL MATEMÁTICA DAS VIDAS

Eram 7 da última vez que escrevi sobre elas. Eu vivia num quarto com uma janela, um armário, uma mesa rasa e um banheiro sem chuveiro. Depois disso o número caiu para 3 pois havia ido à Cidade dos Bispos onde ocorrera a tempestade. Quando faltava apenas uma vida, eu dormia em um quarto que só cabia o meu corpo. Não podia estar em pé direito, mais parecia um pequeno mausoléu, e de fato era ao lado da Lapa. Na manhã que me mudei, despedi-me dos leais companheiros e enfrentei a neblina espessa da madrugada. Eu viria de encontro à reposição de vidas. Hoje, a dinâmica move-se numa tendência contrária. O quarto não tem banheiro, a cama range como uma porteira, a janela não impede a luz e animais voadores me "beliscam" o tempo todo. Contudo as vidas multiplicam-se a cada dia por 7. Isto quer dizer que tenho uma bagagem incontável de vidas preparada para os gastos novamente. Consigo sentir realmente a sensação do renascimento, quando ignoro a lembrança das perdas só porque penso que antes de as perder, as vivi. E me alegro imensamente ao saber que é por causa das batalhas exatamente aqui que as vidas se multiplicam, ainda mais sendo "filho" de Marte, sou ciente que as derrotas e as vitórias não me pertencem, somente as vidas e unicamente a morte.

UM POR TODOS

A porta aberta é um sinal que só devo olhar, parado aqui
Ainda que saia para desbravar a liberdade da prisão de casa
Depois de mastigar com todos os dentes o mau tentador
Digere em meu interior o tempo composto de variadas estradas
Como se a paciência de Jó fizesse crescer as unhas dos dedos
Sarasse o pé para enquadrar mais ângulos e geometrias naturais
Até a hora de cruzar a baía do mar de barca sob a ponte do Gigante
Com créditos para salvar as vidas dos rios que na água sustentam
E alimentar humanos com bananas à luz de velas brancas
Essas linhas expressas são propriamente a prova do domínio
Sobre as coisas que se entendem, se estendem e se findam
Desde o pensamento que sonoro chia até a fala muda sem graça
Pois uma praça bendita é um sítio cercado por polos de muitas raças
Eis que o dote do precoce fundamento independente é protegido
Para sempre, porque gera tudo aquilo que ainda será vigente
Bem como neste solo o nativo chega em paz no sopro do vento sul
Em outras terras o forasteiro entrega a luz que emana seu coração

sexta-feira, 24 de abril de 2015

BRASILIS

Ei morena! Você é brasileira?
Então não me conhece, só pode
O dinheiro acabou. Aparentemente
Eu tenho no bolso uma arma sonora
Que leva ao lixo o mais imundo ser
Isso quer dizer que eu venço sempre
Meu pé manco é móvel porque eu luto
Hey, bons meninos! Eu sou o bem também
Venço por perder aquilo ilusório que observam
Broto de um passo majestoso forte certo
Olho como se um leão domasse o domador
Sumo como o vento que translada pelos trilhos
Falo como fala um belo raro trovador
Pois, sou herança histórica exata agora
Eu sou infinitamente amor

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O EFEITO CONTÍNUO DE UM DESRESPEITO

(...) Certa vez ocorreu uma enorme tempestade na Cidade dos Bispos. Durante as primeiras horas da noite os trovões sonorizavam pelas paredes da casa como se relâmpagos estourassem no teto da sala. Eu tinha que sair de casa para ajudar alguém mas quando chegava no parapeito da varanda do sétimo andar minhas pernas tremiam. Via-me incapaz de salvar alguém. No dia seguinte a tempestade continuava e a floresta que compunha o monte parecia ter apenas uma cor, quando na verdade ela tinha muitos tons de verde. A floresta estava completamente cinza naquela dia. Durante a noite consegui sair de casa para ir a um pátio com luminárias onde várias pessoas se aglomeravam pra agitar o corpo a fim de esquentá-lo. Eu precisava encontrar e salvar alguém. A chuva ainda era forte, a tempestade continuava e estávamos todos molhados. Voltei a casa, cabisbaixo e da mesma forma que cheguei adormeci numa cama vazia. Já não tinha esperanças. Eram as últimas horas da tempestade e ainda senti que ela levaria as batidas do meu coração. Então, na manhã seguinte, cheguei ao parapeito da varanda no sétimo andar e vi o monte verde, um pássaro azul pousou ao meu lado, piou, levantou voo e quando assentei no meio da sala com um livro aberto, muitas crianças me abraçaram. Na verdade eu fui salvo naquele momento. Mas uma nova tempestade começou. Era um choro que perduraria por mais dois anos continuamente a chover dentro e fora de mim.

terça-feira, 21 de abril de 2015

*** KRISHNA ***

Ninguém tem razão completa de tudo. Todos nós achamos que estamos certos. É verdade, não estamos sozinhos no Mundo. Temos que cativar e conquistar pessoas, naturalmente. Quando conhecemos o ar, é o momento que nascemos. Mas todo o ar que respiramos até o fim da vida fica chato. Por isso temos que aproveitar para afirmar expressões fortes. Arriscar dizer um pouco de tudo, inclusive de nós mesmos. Mesmo que seja perigoso dizer sobre as pessoas. Ainda mais dizer sobre as pessoas para outras pessoas. Acabamos por nos contaminar porque entramos numa avalanche. Com definições que nos iludem sermos juízes de comportamentos. Então, eu pergunto: No início você escolheu respirar? Nascer? Para chegar agora e dizer que existe tanta coisa neste Mundo talvez a Gênese de Adão e Eva esteja certa e tenha sentido a vida sem reprodução. Não haveria multiplicações e todos os homens eram um e todas as mulheres uma. Mas lembre-se, não é assim que reza a história, somos todos pró criadores. Tudo que eu sou ou não sou, você também é ou não é, só mudam os corpos. Somos condenados a viver pensando que somos algo e sabemos coisas. Começamos e acabamos todos iguais durante as respirações entre pessoas. Você só não será hipócrita e terá algum mérito se disser ser igual a mim. Caso contrário, se continuar a classificar isso ou aquilo, apontando erros ou acertos sem lembrar-se do passado inicial de tudo e aproveitando a sopa de pensamentos, acabará por morrer e renascer e morrer e renascer e morrer e renascer, assim... Até aprender esta complexa chave do entendimento sobre tudo. A vida é um livro de 100 páginas sendo que 50 páginas são boas e 50 são más. Temos que ter consciência disso, das duas partes. Sabendo que podemos estar de um lado ou de outro deste livro qual é o melhor posicionamento? No meio, pois! No meio do caos existe a tranquilidade, no meio da chuva existe o sol, no meio da noite existe a claridade, no meio do futuro existe o presente. O passado é prova que a tríplice do tempo existe. Acalmem-se, nós iremos continuar a receber palavras boas e más, sabendo que devemos encontrarmos no meio. Ainda não entendemos por completo nós mesmos e por isso, adiantamo-nos a dizer sobre as coisas mastigando histórias provindas dos livros sagrados antigos que conduzem as notas musicais de um cântico ecoado dentro de uma grande Catedral. Você tem que dizer sim! Fazer o caminho ao meu lado juntamente com meu filho (a). Ainda temos vida para refazer a rota ou aproveitar as outras vias que existem no Mapa Mundi. Nós temos que ler a parte das palavras boas do livro da vida. Nós temos uma matéria corporal bonita, porém o espírito deve ser sempre lembrado. Se eu ganhar a sorte eu farei uma estátua enorme, que nenhum rebelde destruirá. Eu decidi isso quando subi uma estrada de terra até chegar num Castelo Branco. Durante o caminho haviam vacas no pasto e eu tocava flauta, cantava silenciosamente o mantra, por isso eu não estava sozinho, eu estava com Krishna! Essa foi uma das maiores maravilhas da minha respiração. Agora me diga coisas suas, mesmo sabendo eu que são as mesmas coisas que as minhas. Dizer faz com que nos conheçamos melhor e com isso respeitamos a Deus, o responsável disso tudo.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

POR VER

Bastou pensar no frio para equilibrar o tempo
Para andorinhas sobrevoarem rasante o quadro
Da boa vista sem cortina que atrapalha a renda
Que na mesa faz progresso tanto necessário
Certo dia alguém me diz com fim de sim se não
Mais que ouvir eu cantaria uma parte toda a ela
Este fogo de mil chamas não apaga nem dormente
Acelera a queda da cascata e limpa a alma inteira
Só porque a obra viva investiga e encontra os louros
Pertencente ao mestre do aprendiz que tudo vê

domingo, 19 de abril de 2015

BOÉMIA

É aquela cadeira que pendula num balanço
Que resgata o “pelinha” da turma, o mais novo
Até chama a menina que de longe mira, linda
Com o mesmo olhar que se faz constante a todos
Onde um burburinho alegra alguns bons vícios
Salienta mais os livres de copos vazios contentos
Pois aqui nesta terra tem mais que ouro negro sujo
Esta terra tem beleza vista no sorriso mais seguro
Entre papos que trafegam por travessas e avenidas
Com amigos tão antigos como as pedras da nascença
É que a marca do passo é silêncio e voz constante
Qual um Paço fundado hoje só por estar ali presente
Por isso viva o mormaço que transpira testa e fios
Para agradar o colo de quem queira a brisa do infinito

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A PEDRA E O CORAÇÃO

É tão previsível a declaração de alguém que ama
Quanto a insignificância de quem é insensível
Porque o imprevisível acontece num instante
Não depende de nós mesmos mas sim do destino
Como um terremoto que derruba o mais forte castelo
Ou um beijo em mar aberto capaz de gerar um filho

A RESPOSTA DO REI ILLUMINATI

(...) Ele era simples e responsável. Era dono de uma vida e de milhões. Mas diante do peso unitário confiado escondia-se sob uma capa e debaixo do braço a coroa. Mesmo que as pontas do aro fincassem suas costelas permanecia ocultado, pois precisava aprender o que fazer. Um capataz percebeu um homem em meio ao povo querendo entender porque os homens trabalhavam e as necessidades das vidas a que ele era responsável. Foi então que o capataz empurrou o rei para fora tendo o rei por autoridade lhe revelado as seguintes palavras:

“Tenho eu compaixão de ti por não me conhecer bem aqui. Sua mão que pesa o impedimento da minha perspicácia pesa a minha balança viva sobre tudo que há nesta estada. É por isso que seu posto existe, sei bem eu a descontrolar o que não importa quando pensam para quem trabalham. Pelo contrário, certo é o controle do que pensam sobre para quem trabalham. Tais trabalhos não são menos, nem mais, nem iguais aos meus. Todo trabalho é cabível ao seu executor. O vosso é vida por um rei e o meu é vida por vocês. Assim, todos nós executamos. Toda gente que é empurrada para dentro do funil não entrou por querer, e toda gente que é empurrada para fora do gargalo não faz bem o que deve ser”.

(...) Moral da história: Faça muito bem o que te compete fazer. A saber por dom de autoconhecimento nato ou adequada condução de Superiores. O trabalho do rei iluminado era esclarecer, clarear e com isso ser um condutor superior para a sociedade ao mesmo tempo que executava suas funções, inclusive a de investigar, aprender e procurar fazer bem o que lhe cabia. Remete a ideia de hierarquia de liderança com base na posição de comando de mentes aptas ao cargo de líder e guia de condutas consoantes às formatações de pessoas e espaços. Esta filosofia é a base do intelecto organizado ou por outra via, intelecto iluminado. Sem esse pensamento fundamental não se chega nem mesmo ao pensamento contrário a este ou a outras teorias a esta.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

O DIA DO NÃO VOU AGORA

Não vou porque não é a hora, alguém me disse
Porque na rede acordo e na mesa assento a produzir
Não vou porque não digo que irei para a retomada
Porque no chão não devo me encontrar morto no Império
Por coragem e paixão que também existe logo aqui
Não vou porque o barco está fechado com as artes de pesca
E a chave pendurada numa árvore que cresceu ocultando o gancho
Não vou porque o mar atlântico também está aqui no sul do globo
Porque aquários, passarelas e passeantes me seduzem o tempo todo
Não vou porque Brasília empilha as minhas pastas projetistas
Porque a ciência é espontânea independente até de pré-definição
E saudade fortalece minha alma quando lembro da pequena e sua canção
Não vou porque um ano não passou e o ciclo é bem vindo aos amantes
Porque formar-se como sábio é conduzir a união de forma deslumbrante
Não vou agora porque não é a hora e sou eu que digo, continuação

segunda-feira, 13 de abril de 2015

PARA QUEM NÃO QUER

O Rio perto desta serra
O mar tão longe numa ilha
O rio raso de ouro e barro
E o passo livre peregrino
Que bom seria, ó menina
Se desbravássemos a vida
Lado a lado não temeríamos
Porém a porta é esta agora
Não esta fechada, veja bem
Um paredão maciço, um Forte
Onde lá em cima mora a glória
Só que a escalada é feita em fé

domingo, 12 de abril de 2015

DOM KISS HOT E SANTO PANÇA em... TODO CARNAVAL TEM SEU FIM

(...) Segue “louco”, Dom, com os lábios secos, outrora quentes por pulsar seu sangue até a boca, mas agora é mais frio que o próprio inverno. Feliz ou infeliz tem ele na sola dos seus pés um presente destino amargo e solitário somente um barco atracado no Porto mais distante desse vale. Segue sem olhar para os lados e ultrapassa o exército dos moinhos sem reagir, sem se importar com esses tapas de vento que o maltratam. Talvez porque pensa tanto na desunião e nos fracassos em conquistar Dora. Não irá voltar tão cedo para ela, talvez nunca, talvez. Talvez eu mesmo como narrador dessa história tire férias pois desolador é o vazio de acontecimentos para eu narrar. Com certeza há outros contos com sorrisos e aventuras, mas neste agora a paisagem é árida. Está tudo encaixotado para o sumiço e o desmanche do cenário. Até mesmo Pança emagrece, enquanto Dom Kiss Hot some no horizonte. Porém, como a esperança é uma palavra misteriosa, pode ser que um pingo d´água caia como elixir no chá de Dora Té, como uma fórmula que desperte forte essa mulher de sorte. Mas pode ser também que um pingo de lágrima seja a única coisa que lhe resta, pois lentamente ela perde a areia que escorre da ampulheta para a praia e que as ondas do mar apagam qualquer passo, beijo ou abraço que um dia teve nesta fantástica criação.

CRÔNICA: NOITE DIA E PADARIA *** (ALÁ SARA O MAGO)

Há uma rua do comércio toda feita de calçada portuguesa que me leva até à porta da história do trabalho da iluminação. Sendo início do fim de semana, ali no pátio encontro pendurados filtros dos sonhos e um negrinho tão simpático no sorriso que suas palmas quando batem fazem um som de um milhão. Outros participam como estrelas mais berrantes, outros juvenis luzentes cantam e dançam bem e outros poucos, alopram. Lá pro fim dosom regrado um amigo que desenha e grava a pele das pessoas “para sempre” boa gente que só ele, leva a gente à uma casa de mais gentes boa com uma garagem imensa e luzes alternantes, acreditem, de energia nuclear. Numa mesa junta, duas são, brotam latas e garrafas e açúcares e fumaças, obrigado, eu fazia aquilo mesmo, se lembrarem dos embalos e colagens ao som da caixa digital, o som da flauta em pios, tremores e contínuas maresias que de fato enjoa se a solo permanece sempre. Bem, por isso insistia àquele moço do caiaque que pegasse um tarol ou uma caixa, até mesmo disse que nas feiras lusitanas onde os negros vindos d´áfrica vendem não tão caros troncos de madeira e couro, pois, os djembés, servem muito bem para os luaus e os soleis. Foi então que em meio a um papo entusiasmante eu disse sem maldade: “Se parece com Carlota”. Mas sabida, retrucava ela: “Joaquina era feia”. Como um raio fulminante quis dizer a semelhança não ao físico da Princesa Bourbon, mas à sua posição de queixo alto e imperialista. Pois de fato, fora embora devastando a vista de quem olhava, feliz por não ser feia, mas com o nariz mais empinado ainda. Depois o dia amanheceu. Os que sobraram em pé acompanhavam-se, incluso, ainda chamei para o outro lado da rua onde se tinha de cruzar o trilho. Tive tempo de dar três tapinhas corretivos no capacete de uma “bicicleteira” que como um trem subia em contra mão mais fantasiada que neon, sem buzina e merecedora de rodinhas, aquelas laterais para quem está começando a aprender, quase atropela a minha anca, uai, que isso! Na chegada de um café ou padaria, um café primeiro, outro duplo, pão com queijo e fiambre e uma coca. Coca Cola, não tenham dúvidas. Só que estou matutando uma coisa ainda. Tenho a impressão que o nosso grupo por estarmos tão livres, contentes e consequentes discutíamos às 7 horas da manhã se as pererecas (anfíbios) tinham cabelos?

quinta-feira, 9 de abril de 2015

A RAÇA DE UM ROSA CRUZ

Levante e suba essa escada determinada
Entrega-me a fronte nesse belo horizonte
Não zarpo se o porto maravilha me abraçar
Creia que a vida é uma novela boa e má
Pés de moleque nos aproximam facilmente
Enquanto o mar nos enferrujará com a distância
Força, coragem, uma vontade só, desate os nós!
Que sorte a sua ter um descobridor ativo e bravo
Destino duro é domar um coração bicho do mato
Mova! O tempo passa, transborda o gosto, reaja!

quarta-feira, 8 de abril de 2015

COISAS DOS PILARES

Qual o grande último ato depois do primeiro passo
Previsível é ter sentido, literário, visionário e auditivo
Pois no último ato do suspiro algum alguém grava
Antes de um lançamento bem distante ao espaço
Valoroso por coragem é capaz de ser visto ao longe
Esperto por seguir com amarras que não o prendem
Porém confuso se um elo é mais benéfico para o futuro
Ou se os quadros do passado se equiparam ao momento
Então, antes que acabe, arquitetando um novo rumo
Entrega o pensamento num produtivo ócio de existência
Porque aguarda a hora de um recomeço já vivido, visto e dito

terça-feira, 7 de abril de 2015

SE PARTO... É PARA ALI

Adeus verde avenida e tempestades súbitas
Adeus muitas moedas por uma garrafa só
Adeus tempero d´alho de madrugada
Adeus jogos, praças e gente da minha casa
Adeus cheiro de incenso que na mente viaja
Adeus menina manhosa que diz sim e diz não
Adeus aves, frutas, rios, montes e cascatas
Adeus astro fogo que aquece o povo dessa mata
Adeus serras, vales e diversidade de sotaques na fala
Adeus escritas corajosas sobre antiguidades e modernidades
Adeus mapa grandioso onde a decolagem é também minha aterrissagem

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O SILÊNCIO DA VISÃO

Dentre todos os mosaicos e padrões multicoloridos
Você se destaca humana com cor folheada a ouro
Tenho exatamente algumas horas para decidir
Ficar mirando o mar daqui ou voar para ver baleias
Sob as copas desta cidade verde com aromas d´arte
Em extensas avenidas onde corre um fio d´água ao meio
Uma mão está vazia, nem suor, nem lágrimas, nem calor
Noutra mão já cabem muitos planos conjuntos de amor
Tenho que ser breve para ativar o seu bem querer
E ao mesmo tempo longo para explicar-lhe a minha vida
Uma coisa boa dessa história é que o calendário muda
Só não muda a certeza que toda data é histórica

domingo, 5 de abril de 2015

SÉRIE POESIA I

*
ELITES
São fiéis
Mais próximos d´alma
São manifestos de vivaz afeto
Baseados em aceitação d´existir correto
*
LEAIS
Boalis
De fronte ao mar
Que em noites de monstros marinhos
O farol sinaliza as estadas D´Alfa Sinhás reais
*
TRAÇOS
De ficar assim aqui
Constantemente caminhante
No doce canto que revela Iara Sita atuante
Antes que meu tempo recomece logo neste instante
*
MASTER
Terra de berçários, vidas
Terra de templários hospitalários
Terra gigante com forças exuberantes
Terra de diamantes e infinitos rios d´natantes
*

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A RESPOSTA DE KISS HOT AO VELHO DA TORRE

Meu velho observador nessa torre alta. Cruzei desertos, cheguei ao mar, escalei trilhos, achei tesouros, venci moinhos, mas não tenho a aceitação daquela que é a mais bela da minha estada. Por isso não fixo e ando só. Do mesmo jeito que você sabe sobre a variedade de pessoas que existem neste mundo aí de cima vendo a todos, eu sei sobre as mais belas paisagens em andanças que mesmo assim não me fascinam sem alguém que tanto amo para habitar comigo estes lugares. Eu tenho um macete para não cair do cavalo. Quando estou dormente e cambaleio, acabo por escorrer da sela, mas abaixo do ventre da besta, tem uma rede que me embala o sono quando não ajo. Por não querer desonras, resolvi pousar a lança e assumir ser simples homem, pois estando atônico talvez meu punho não espete o peixe nos rios ou as maçãs nas árvores. Por sorte, as águias que pescam, deixam cair as presas durante o voo bem diante de mim e as maçãs que caem maduras não arrebentam e rolam até meus pés. A maior dificuldade que enfrento é o desejo. Desejo continuar vivo em meus descendentes e isso não é nada radical, é apenas natural. Também não é brando, porque de certa forma eu preciso de um ventre certo. Contudo certo pode ser qualquer ventre, até o de quem não amo. Mas isso de fato não corresponde na íntegra quem somente quero. E sobre as teorias da vida que me diz serem esforços para a concretização de sonhos, aí então começo a sentir a brisa já no fim das suas linhas para mim. Eu tenho forças para seguir sumindo assim, mas, tenho um sonho maior que me faça voltar, porque ela está aí.

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...