sábado, 31 de dezembro de 2016

JÓ E JORGE, SALVE

*
Passou um ciclo vindo, agora ido, em breve
Neste tempo blindei-me com o sorriso forte
Lágrimas caíram por ver dormir a minha cria 
No bolso a paciência de um cruzado simples
Ainda que armas me apontassem a todo instante
E vivesse sob a mira das bruxas que invejam o rei
A lua iluminada pelo sol girava junto e a meu favor
E aquele castelo que foi abaixo desenterro-o hoje
Corro leve mesmo que com o corpo cheio de vida
Os ouvidos das paredes são como os passarinhos
Que me contam o reflexo das maldades atiradas
E eternizam as lembranças das vitórias divinas
*

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

À LA ALLAN POE

*
O dia apareceu na noite
Num sonho bem vívido e suado
Havia um píer em frente a mata
Alguns cavalos trotavam no pasto
Um carro de ré empinava as dianteiras
Um homem fazia fumaça na cerca ao lado
A dama à mesa comia e reclamava já cheia
Gatos malhados desesperados com as últimas vidas
Havia uma escada que ia pra cima, mas estava escorregadia

*

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

"VAMOS CELEBRAR A ESTUPIDEZ HUMANA"

*
É assim desde Caim e Abel. Só que agora está sendo filmado. A pedra é a pisada na cabeça, a bala perdida, o ladrão que cata e corre em pleno dia. Sorrir? Os nascidos estão mergulhados em matrix. Bonecas camufladas no espelho, robôs retangulares nas mãos, cidades pegando fogo, florestas peladas, rios podres sem sangue natantes. Cara, eles cresceram, multiplicaram, extinguiram espécies. Andam a caçar leões, navegam a matar baleias, constroem atômicas às custas da ciência mas, basta uma praga do Egito, um tremelique do inferno, uma picada de mosquito zebrado ou de uma pulga bubônica, para que os foguetes sosseguem o facho.
*

domingo, 25 de dezembro de 2016

NATAL

*
E aí?
Pensou Alepo?
Comeu Alepo?
Bebeu Alepo?
Rezou Alepo?
Acabou a jihad?
Oh, pobre de nós
Espectadores do teatro
De uma peça descontrolada
Então renasça
Por favor, renasça!
E que seja forte
Seja de turbante, burca ou barba
Com costumes outros santos
Pelas profecias ditas e esperadas
Nem que seja cavaleiro bruto
Arrebatador de mortes
Para assim fundar a nova era
E podermos marcar o novo calendário

*

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

COOL

*
Essa cidade tem medalhões
No sentido humano da palavra
Alguns vivos, outros mortos
Alguns ricos, outros pobres
Os mortos influenciam mais
Mesmo em placas e silêncio
Mas com marcas e realizações
Que os vivos e suas vaidades
Incapazes de trocarem um “dedão”
Nestas prévias exposições virtuais
Aí você olha para as praças sem lixeiras
Um cinema mal assombrado
Rios fedorentos como peido alemão
É preciso mapa pra chegar ao Cristo
Para sentirmos que estamos na Índia
Só faltam vacas e elefantes na estação
Então é preciso pele de camaleão
É preciso digestão de bode, irmão
É preciso uma coisa interessante
O matrimônio do patrimônio com a população
*

MANGA DE PESCADOR

*
Essa manga é a manga Titã 
Tão grande que equivale a um almoço
São precisas quatro mãos para descascá-la
Se espremer o caldo enche um litro
Se tiver bicho nela ele morre de overdose dela
Os fiapos são os próprios fios-dentais
Seu cheiro emana como incenso aceso
Até quem não come mais quer voltar do além
Não se chupa, se mastiga, de preferência com os molares
O caldo dela escorre pelo peito até o pé
Para não melecar é melhor comê-la de talher, na tigela
É um exagero, mas até no caroço tem suco
Nenhum canídeo consegue chupá-la
E não é mentira que os macacos trocaram a banana por ela
Essa manga é das matas, das Minas Gerais
*




terça-feira, 20 de dezembro de 2016

DEITO

*
Procuro ver se relaxo
É fim de ano
Aconteceram mais assassinatos
Na cidade maravilhosa
No mercado das luzes
Nos campos de batalhas
Eu tento
Lembrar dos bons momentos
Esquecer os males passados
Mas deitado escrevo
Num quarto apagado
Com os dedos no teclado
Assumo, esse é um trabalho
Que ninguém me deu
Que nasci com ele
Que não vale nada agora
Mas será a jóia do meu pedaço
Espero, por ter adiantado
Mais ou menos tranquilo
Mas um tanto apressado
Por mil chamados
Que me leve ao outro lado
Pois aqui não tenho torcida
Não se mexem bandeiras
Não espero mais barcos
Mas desejo embarcar
Então arrumo o altar
Onde há quatro prateleiras
A primeira é mais perto
Há imagens e formas de Deus
A segunda tem fotos
Quando as olho rio e choro
A terceira é pesada
Fiz ferros beijarem ímanes
A quarta é mais alta
E não me pertence
*

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

DOIS MIL E DEZESSETE

*
Toda hora chega lenta
Toda hora passa rápido
Essa roda uma hora sobe
Quando sobe pode ser que caia
Quero o seu calor de pão de manhã cedo Quero cheiro da cozinha índia-indiana em casa
Quero quadros, conchas e espadas na parede
E o som de viking da minha bela Iara
Pode ser que eu sirva a força armada
A Marinha seja dos dois lados do Atlântico
Eu já sirvo a força do espírito invencível
Mas é certo que meu amor nunca acaba
*

sábado, 17 de dezembro de 2016

SOBRE ESTAR NO ORIENTE

*
Este som, mensagem ida
Que apresento e mostro
Ser antigo em poderios
Ele, encontra-se ainda vivo
Para além de Bagdá!
Para o sol nascente!
No centro da mata abundante passageira
De corpos d´águas, frutos e animais
Entre a natureza bruta e a iluminada
Eis a escadaria temporária do homem no globo terrestre
Que remete ao pensamento de planos organizados
Como a própria procriação
*

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

TUDO POR CAUSA

*
Quebram os indignados pelo toque
Dão a cara na janela os que lamentam
Enquanto isso o país queima como palha
E você ri como se fosse seu aniversário
Sua assinatura vale a vida das pessoas
Desde os pequenos aos que não falam
Até aos que aprendem a sentar-se à mesa
Então você precisa de uma equipe atinada
Mesmo que não seja do seu sangue
Que proteja o seu lançamento forte
Meio à chuva, ainda que relampeje
Sob o ultra sol já que és filho dele
Pulse como um coração que nunca morre
Então comerás como um leão soberano
Ainda que hienas riem e abutres espreitem
Sua alma ficará ilesa e fixa no espaço
Justamente nessa atmosfera que respiras
Se estás, nada é mais bonito que seu olhar
Se não estás, nada é mais bonito do que sua ausência
*

domingo, 11 de dezembro de 2016

DOM SEBÁ

*
Diria eu sobre a chuva
Que não veio pois ficou
Aquecendo o manto mata
Puro, forte e com louvor
Houve lua que astuta ainda cresce
Como hora que às vezes míngua sempre
Chegaria às galerias veteranas D´Europa
Entendiam todos, entendiam os de manto ao vento
Em oferenda ao nu resquício raro mas notável
Já que expresso está adentro ao peito
É o passo da batida viva
Nosso Rei Dom Sebá
TIÃO
*

ATO I

*
Sincronizado
Enquanto uns riem
Outros choram
Aparentemente
Inerte mas auto
Suficiente e forte
Para sustentar a massa
Isto é um carrilhão de palavras mais

*

sábado, 10 de dezembro de 2016

SALON

*
Olha o retrato da cena
Olha a cara da República
Manchada, mesquinha
Dedam relógios, vasos...
Que chegam a mil, milhões
Aumenta o drama com republicanos
E chegarás à uma ferida pátria
Maldosos, podres, sem honras
Não amam o próximo, o povo
Mas amam o poder, que acaba
Se ainda fosse uma corte
Com o Estado todo nas mãos do Rei
Um primo lá do Rei seria Conde
Um irmão do Rei Governador
Os números chegariam aos decilhões
Isso só a metade do Império
Com festas maiores que o carnaval
Houve a era em que a fé fez estradas
Hoje a era engatinha para a queda
Logo ali, amanhã, a era revelará o Rei
*

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

ATENCION FOR ART

*
Lembrem-se!
Temos uma rede global e isto também é uma arma!
Remember we have a global network and this is also a weapon!
Remember we have a newspaper and this is a gun too!

*
… AWARE
*
How can a leader reject
Um velho experiente
 Pódium 3Th em conquistas
 How can anyone not want Paris?
 …
Then I'm the crazy one!

*

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

ÍNDICO

*
Vi isso noutra vida
Ter sido a mesma coisa
Convoquem-me!
Se quiserem
E assim irei convosco
Em travessias aquáticas
Em terras férteis e áridas
E voos sobre o cinturão da muralha

*

LION SOLDIER

*
Não compro dama alguma
Se nem arroz e feijão compro
Tenho disponível o destino
Já que prezo o amor sentido
Por isso meu tento vai àquela
Que sendo livre sou dela
Sem saber ela é minha
Sina que recolhe, não termina
Procura na chegança agalopada
Que até o galo ressuscita o canto
Enquanto o tempo passa pacato
Eu tenho plano pronto novo
Santos virariam estátuas boas
E robôs chegariam em outros planetas
*

BACCO

*
Imagine um elixir
Nem tanto líquido
Porém tanto misturado
Um misto de estados
Que eleva o espírito
Mexe com o infinito
Cria lei de razão certa
Puro porque alerta
“O Rei”, crede, é vero
Nele de avatar d´ouro
Necessário em todo Paço
Belo como a luz do sol
Absolutamente próprio
Único, máximo e raro
*

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ISTO É UMA FICÇÃO

Eu sou o autor
*
Solida Mentum
*
Ho
Bisogno
Di dichiarare “guerra”
O di formazione
Contro tre città
Ho bisogno in quanto
Permette questa azione
*
BABEL É A TORRE ATÉ DEUS / Babel é a Torre que vê Deus
I need to declare “war” or training against three cities
I need the post that makes this action possible
*

EXISTE

*
A vida é uma escada
Ou será queda livre?
A vida tem portas
Tem trancas
A vida é o mar aberto
É o muro no rio
A vida é uma flecha
E um alvo vazado
A vida uma hora fixa
Noutra desvanece
A vida tem dor
Alegria
A vida começa
A vida termina
A vida germina
Frutifica
Apodrece
A vida é mistério
A certeza presente
O passado lembrado
O futuro imaginário
A vida é filha do tempo
Mãe das pirâmides
Pai das conquistas
*

domingo, 4 de dezembro de 2016

VOCÊ É O QUÊ?


No fim eu falo. A retórica dos dois últimos presidentes do Brasil era péssima, horrível e degradante. Eles permaneceram por cerca de 13 anos no poder. Como pode uma coisa dessas? É muito importante sim a qualidade de expressão de um líder. Ela é um convite para conquistar, agregar e unir as pessoas. Vai além da fachada corporal e até os erros de português, coisa que até Gullar (morto hoje) deve ter cometido. Como dizia Gandhi influenciado por ensinamentos orientais, “você até pode falar errado, contando que a mensagem seja entendida proporcionando práticas positivas”. Agora, o que Lula e Dilma falavam era comédia, o que levava a uma vergonha internacional. Reflexo disso é a situação do país hoje, desorganizado, com resquício do Governo sequencial do próprio covil. Ou seja, um país quebrado por conta dos descontrolados gastos públicos e da corrupção presente em 90% dos políticos brasileiros. Também acho a retórica do Temer ruim. Essas coisas de denominar termos importantes com palavras não clássicas como “conselhão”, onde está a seriedade disso? Entre outras faltas. A República está caduca. Descaradamente ela tenta proteger os corruptos. Isso não dará certo mesmo. E o povo sabe disso. Mas a povo, moço, o povo quebra tudo, cospe no chão, mete fogo, joga lixo no chão, sacaneia o próximo, o povo vota, cara, e entrega o poder nas mãos de incompetentes, o povo é causa disso tudo também. O povo tem três pecados “de-capitais” que os condena propriamente. Brincam com a religião, acreditam na democracia e veem os militares como inimigos. Sobre este último, era bom que os militares deixassem de proteger as fronteiras do país para que os contrários (os que pensam mal dos militares) fossem conquistados pela Bolívia, Venezuela, Equador... Quando morresse gente fora do país, deixava lá mesmo... Deixava os morros conquistados numa Babel Brasil. Eu sou um “Monarquista Novo”. Isso quer dizer que não sou a favor da retomada do poder pela última família imperial, não! Esta foi histórica e é hoje frouxa. Sou a favor de uma nova Dinastia, crente numa divina providência. Enquanto isso, acredito na força, pois enquanto engravatados e brancos pintados de índios brincam de carnaval antecipado, tanques, navios e aviões trabalham em prol da máquina, SIM, SENHOR.
*

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

DENTE DE LEÃO

*
Venho suplicado por um grão de areia
Para mim poderia ser até um átomo
Uma minúscula parte de chance 
Fato é que dentre trilhões de células
Hoje mastigamos as impossibilidades
Mas existem as possibilidades, é certo
Só lembrar que o hominídeo cruzou Bering
Uma ponte temporal no Ártico, a pé
E uma cruz ser mais famosa que castelos
Essa força faz lembrar a Europa Sul Moderna
Cruzada ao lado da minha velha amada
Esse dente chegaria à costa oriente da China
Transpassava qualquer fronteira de guerra
Pois aladas são sementes que decolam
Pousam nos gramados da pacífica gente
Saem bem de dentro do coração do Leão
*

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O ÁS

*
Procuro a volta
O ingresso sistemático
A confiança do forte
O fortalecimento do fraco
Procuro fixar raízes
Ainda que sobre os mares
Procuro a rotina massiva
Do cansaço do corpo
Do desenho das letras
Do ensino dos novos
Procuro Portugal no Brasil
E vice versa a mesma coisa
Um padrinho ciente
Um tutor de ciências
Um treinador de leões
Procuro Azzurra, as ilhas
O continente, os ares
Um mergulho na lagoa
Uma dama do norte ou do sul
De toda a rosa dos ventos
Procuro qualquer solo fértil
Águas doces limpas
As salgadas ricas de vidas
E todo cimento que reúna os homens
Para continuar os passos dados
Para organização das coisas todas
Do território pleno
*

sábado, 19 de novembro de 2016

IMPERA

*
Sobre conjugações
Devia haver na lei
Impera
Que toda lei criada boa
Tende a ser produto que impacta
Impera
Como um Som Real
Com V partes
Impera
De cunho belo e forte
Raro e uno ao Todo
Impera
A TODOS
*
https://youtu.be/jZKkLkw2hsE

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

CARTA AO AMIGO FRAN CRIPTOGRAFADO

*
Irmão, estou mesmo entre dois países. Tenho a idade de Cristo, não durmo a hora certa, não acordo para bater ponto. Quase toda vez que olho para o relógio vejo os números repetidos. Li em algum lugar que isso pode ser um sinal de qualquer coisa do universo. Ora, faz sentido, qualquer coisa do universo é bem possível que seja verdade. Engordo, ainda que não coma a rapa do angu todos os dias, pois a madre mia escondeu meus desenhos e isso não se faz com um projetista. Por outro lado o café da tarde me faz comer dois pães e ainda os miolos que sobre a mesa ficam. Converso com poucos, coisas interessantes, medito bastante, sobre as crenças dos homens, quando ando expio o céu, para ver o que lá vem, e de fato não acho um tostão no chão. Tenho apenas uma flauta e uma cria distante. Há muito tempo quero servir a Marinha, destes dois países, inclusive, mas não há nenhuma guerra ainda que precise de um corpo à frente de imediato. Não que recrutem apenas guerrilheiros, pois há outras chances para um aventureiro entrar nos moldes do padrão. Em falar nisso, sinto que a sexta república do meu natal será atingida por um canhão. A terceira dos patrícios meus, também. Elas estão capengas, não se vê comando, brio ou inovação, as escolas são covis, hospitais são cadeias, a diversão só passa na televisão, xii... que coisa horrível. Estou lhe escrevendo porque tudo que penso se realiza. Já cheguei de chinelos na Catedral no fim do mundo, já naveguei a fazer cada onda o meu porto, já vigiei a fome e o membro que aumenta, já convivi com vizinhos do Everest... Então quando eu chegar de branco em sua presença, por favor, não se assuste, pois chego pra deixar a patente dormente, entrar no meu claustro, preparar a saída, para o senhor coroar.

*

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

ALTAR DO QUINTO

*
Dado os joelhos sobre a cama
Cotovelos altos numa bancada
4 Budas à 1 e 11 da madruga
As vieiras margeiam Radha
O próprio Krishna a observa
Uma esfera ao centro da roda
Aos pés do prato do Siri Ganesha
Os cristais repousam lado o lago
Sob a chuva recarregam energias
Conchas, runas novas e medalhas
E a reza interna rosto e cruz de Cristo
Me trará alguém de cima uma resposta
Sobre a hora magnífica da mudança
Quando há tanto escudo reforçado
Vencedor contra a má pujança
Nos quintais que se estendem ao mar
Pastam, brotam, alimentam o Império
Recuperam casarões do Império
Tratam elos que conjugam o Império
Surgem naves que impulsionam o Império
Nascem os que habitam o Império
*

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

ANTICICLONE

*
Não vejo aviões rasgarem o céu. Já que o dia proporciona olhar pra ele sem gotas. O que vejo é o germinar de duas sementes grandes, lentamente, há três dias. Achei um monte delas, "pata de vaca", árvore à beira rio. A andorinha que mora no quintal voa rasante sobre minha cabeça enquanto monta o seu ninho. Minha sorte está dentro de um postal da Índia onde sobre ele tem 4 cristais em cada canto. Encabeça essa “mandinga” uma peça, uma roda de metal vazada, como o dharma. O café fica mais doce quando aloco um quadrado de rapadura na minha xícara. Há uma cratera aberta bem em frente à minha porta, causa essa a chuva que enche os rios. O filme "Ilha Verde" não será visto este ano, a própria ilha não me receberá. Pode ser que ela trema por isso. Eu vejo os campos férteis do lado de lá e isso não é um diário de rimas. Simplesmente isso é a vida que caminha, ainda que parado, a mochila aberta onde entram aprendizados, vazam coisas destas no mormaço, com saudade do abraço da menina minha, que não sai do pensamento meu.
*

domingo, 13 de novembro de 2016

MASSACRE

*
Antes de embarcar eu preparava
Sementes; semipreciosas e sons
Um sorriso por saber que estava livre
Pronto a reconquistar um lar de gelo
E as paredes colorir com emoções
Mas o meu amor está enfeitiçado
Sua testa enruga, sua voz lamenta
Minha ida branda pelo bravo mar
O céu até sangra e meu coração molha
Uma hora passa similar a um segundo
Bato aos cascos dos navios por carona
E sem medo uma nova ponte atlântica
Eu lembrei que um ariano ressuscita
Quando se trata do impossível
Ele junta as ruínas do Castelo
E inunda os buracos do deserto
Porque os astros se revoltam
Quando a lua cresce e o sol não vê

PEGUE SEU BANQUINHO

*
Sobram chutes, dardos cegos
Você precisa de fontes certas
Antes de atravessar a ponte
Faça o teste com um elefante
Porque se confiar no acaso
Pode ter um grande atraso
Isto é, um tombo que arrasta
Seus ouvintes, sua amplificação
Então você precisa de humildade
Para aceitar a bola no travessão
E não confundir com o campeão
*

PUBLICA DE NOVO

*
Já pensou nisso?
"Re-publique"
Nada de novo
O que é público
É de todos
Ou quase todos
A Lusa sangrenta
Brasilis dada ao rio
Primeira, segunda...
Tomada por dizer duro
Terceira não engata
Eu sou monárquico
Monarca?
Tudo novo
Porque o rei não nasceu
Ainda
Ou
Está encoberto
*

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

COMO QUIETO

*
Não venho falar de meninas. Concluo o assunto com o título, pois gosto muito. Em tempos em que as pessoas entendem que “A” é “B”, será melhor dizer sobre esse abafado calor que me incomoda mais que qualquer flamenguista (na esportiva). O calor, para mim, é um dos convites para me fazer sair, como se fossem setas indicativas ou placas gravadas: “Vá para o mar!”. Não como uma expulsão, pois ainda que acenda ali na esquina um incenso de vez em quando, tenho sempre a palavra certa pra doutor não reclamar. A cidade terá uma nova administração a partir de janeiro de 2017. Estratégias funcionais e pró-ativas sobre os setores como a Educação e o Meio Ambiente são importantíssimos para o avanço e a melhoria dessa sociedade. Quando há chuvas fortes – por causa desse calor infernal – no centro da cidade principalmente e não só, a tromba d´água escorre pelas ruas, descendo pelos bueiros que vão dar ao córrego de nome “Lava pés”, corrente dentro e abaixo de duas grandes avenidas de nomes: Humberto Mauro e Astolfo Dutra. Porém, alguns bueiros, internamente estão entupidos no decorrer dos períodos sem chuvas. Estão entupidos de folhagens e galhos que fazem uma rede natural e que é agravada com os lixos que a população humana descarta pelo chão. A rede de drenagem não é eficaz. E digo sinceramente, só por ver a chuva cair e a água não descer, mas sim subir, afirmo o fato da ineficácia função da rede de drenagem e escoamento de água das chuvas (pluviosidade) da cidade. Análises e ações sobre o Meio Ambiente são funções profissionais que trazem à tona respostas da atual situação que se encontra a organização da cidade e o próprio funcionamento do Meio Ambiente; e isso inclui o comportamento humano. Quando eu cruzo a praça e vejo adolescentes e adultos descartando lixo no chão, é tão fácil prever que quando a chuva cair forte, como uma tromba d´água – por causa desse calor infernal – aqueles lixos entupirão os bueiros juntamente com as folhagens. Então as avenidas ficarão cheias por causa da água que desceu pelos bueiros junto com as folhagens, os galhos, o lixo humano e entupirá as curvas, os túneis e as bocas do córrego “lava pés”. Ele transbordará. Ao mesmo tempo a água que não desce pelos bueiros empoçará, unindo-se à água que vazou do córrego, e as ruas ficarão inundadas, com lixos e rejeitos de todas as más qualidades sanitárias à superfície onde locomovemos. Por isso, quando começar o ano que vem, (poderia ser até desde já) casemos (unir) a Educação com o Meio Ambiente. Tracemos estratégias para tratar a rede de escoamento com ações inclusive sobre as folhagens e os rejeitos arbóreos justamente sobre o córrego, seja por contenção ou recolha, com ciência de análise, experimento e ações para prevenir eventos de cheias instantâneas, justamente esses colapsos aquáticos fétidos. Elaboremos um plano assíduo, intensivo, prático, funcional e formador de Educação Ambiental nas escolas, às crianças e adolescentes, para tratarem a finalidade dos resíduos humanos nos devidos locais, nas lixeiras, e que haja distribuição das mesmas sobre o fundamental ordenamento urbanístico. Ao final de um ano com essas ações associadas, comparemos os registros de transbordos do córrego dos anos passados aos decorrentes e veremos notável diferença de ocorrência, isto é, espera-se que não ocorram ou ocorram menos, até o ponto de cruzar dados pluviométricos, em concreto uma ciência citadina exemplar para gerir e administrar um território com finalidades benéficas ao povo. Contudo, eu acabei de jantar, está um calor desgraçado, daqui a pouco vai chover, eu vou mesmo para o mar e não poderia ficar quieto.

*

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

TR EN PT

*
Trip
Trump
Trupe
Tripa
Trans
Trap
Trampo
Trust
Troll
Treco
Triplo
Truco
Tralha
Truta
Trolha
Trevo
Track
Treva
Trade
Trigo
Trufa
Tree
Troco
True
...
*

ÁTMA

*
Toda matéria pode quebrar-se
O universo visto e não visto desfragmentar-se
O tempo pode pulverizar-se
O próprio nada pode existir
Mas só o espírito é eterno
*

A REALIDADE DE MARX

*
Todo radical uma hora dança
Pode ser de imediato por ser crato
Ou como Roma, pós milénios
O vegetariano que não mata
Deixa voltar a selvajaria
Tem leões e serpentes a porta
A hipocrisia é a meta a ser evitada
Quando você aponta ao hippie
Que por sua conta planta a filosofia
Ele colhe o exemplo da auto-suficiência
Então você veste e come marcas
Iludido ser um bom capitalista
*

APAIXONANTE BASE DA VERDADE

*
A caneta útil não precisa de adornos
Sua essência é máxima quando bem atua
Até mesmo tronos são diversos
O primeiro Papa vivo ouro tem
O segundo Papa vivo tem o povo
A escrita é em suma a organização
Desde o arquiteto que desenha a planta
Ao juiz que percebe e condena justo
Todas outras faculdades e suas funções
Diria até mesmo as forças armadas
Sendo elas três protetoras do Governo
E um Governo bom é aquele que evolui
Veem-se então escolas entrincheiradas
Com aloprados vazios e bizarros anárquicos
Que não analisam as potências ou poderios
Simples, como professor que ensina, simples
E o militar que forte toma a ordem necessária
Poderia ser este um aviso como a PEC p/ex.
Uma guia desejável para o bem da massa
Através de uma diplomacia de primeira
E o absolutismo no dedo do escritor

*  

terça-feira, 8 de novembro de 2016

PROTÓ TIPÔ

*
Desenhei uma arma mágica
Ela é uma espada clássica
Sobre ela mestres trabalham
Sua lâmina é de aço, claro
Na munheca uma tampa d'aro
Punho oval de madeira, é a lei
E um copo geométrico em taça
Para que fique em pé sobre a mesa
Como peça que traduz respeito
De ponta a cabeça a copa fica cheia
Essa espada arranca os olhos do capeta
Inspirando a bela, a justiça da balança
Desejosos ficam os mares do oriente
Já que Shiva sai do transe só pra vê-la
É ao mesmo tempo ataque e defesa
A segunda que irá pairar na nova parede
Minhas mãos pedem que não a quebre
Uma vez que fiz um oito com a primeira
Essa espada é o meio da história
Isso quer dizer que existirá a terceira
*

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

DECLARAÇÃO

*
A minha insônia continua
E como digo, a minha hora de trabalho
Por pensar de mais
E fazer algo fácil e bom qualquer
Então isso é para você
Porque enquanto estou aqui
Você está dentro do meu coração

*

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

LUVA

*
Na vida tudo passa
Diriam os comediantes 
A uva também
Exatamente tudo passa
A vida do homem passa
Ainda que a arte perdure, ela passa
E podem esbravejar, irar-se, morder os dentes
A morte chega e iguala
O pensador e o braçal
*

ESPÉCIES

*
No mundo todo há pessoas que acreditam ser estrelas. Isso é um tanto relativo uma vez que elas são naturais do céu e do mar, as estrelas. O fato é que há estrelas temporárias, isto é, pessoas, como as cadentes, não confundir com decadentes. Há estrelas caladas como aquelas amputadas que chegam às praias. Há as simpáticas, as mais próximas por sinal, por serem nobres de espírito. E as antipáticas muitas vezes relutantes e invejosas. Há também as que correm, que agilizam e constroem. Depois existem os comuns, eles não pensam nem acima da cabeça nem abaixo dos pés e são poucos os que falam sobre essa espécie.
*

UMA CURTA POESIA BEATNIK

*
Em breve envio-lhe docs
O objectivo é transformá-los em papéis 
Legíveis e prossegui-los para a porta
Da oportunidade de trabalhar até a morte
Isto vale tudo que imaginares
*

O CHÃO ERA LISO

*
A onda passou
Haviam tribos 
Haviam! E Avis
Havia raridade
Na resposta
Do sistema
É lógico
A rede é um difusor
De mensagens
Que como disse
Podem ser além de
Imagens podem ser sons
O que você dirá para os que ainda irão nascer?
Algo bom, por favor, união é bom
Veja
Você pode encontrar o palhaço
E pedir a ele um milagre
Desde um malabar de fogo
A união de quadrados
Pois, há cigarros que entorpecem
São de satiwa e isso quer dizer harmonia
Não é impossível essa possibilidade
A Harmonia
Que é exatamente o controle máximo
De um ser único homo verdadeiramente sapiens
Alguém que lança o dardo ao alto
E mirante vê o universo Todo
Logo esse dardo sucumbe
Mágico aos acertar em cheio
A lógica do equilíbrio perfeito
Simples como agora
Lusa por letras e “otras cositas más"
Extensiva além de dimensões
Se é que existe o multi
Ainda que viera certo
Tudo vem de Parabrahma
O Inexplicável
*

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CONVITE PARA O CONFLITO

*
Coitado do caretasso de sotaque
Namora a irmã do palhaço de peruca
Ela não é boba só porque é bonita
Ela vacila porque esconde a canjica
Aposto que o dono da tasca a patrocina
É claro que não me chamam, não tenho grana
Mas eu tenho a salvação na beira do rio
Onde a névoa sobe entre as árvores
Juntamente com o pio, um fino explícito
Acompanha um ronco grave inteligente
Essa gente acha que me aflijo
Quando perco a chamada do trem ou navio
Mas mal sabem que não indo
Eu não levo nada deles ao vivo
Nem de bom, nem de mal, seus vazios
Para mim é como fazer o câmbio num bar
Deixo as unhas, uns rabiscos e vou, até já
*

O VELHO DA TORRE UM TANTO MÍSTICO

*
O velho da torre chamou o aprendiz
Chegou à janela da torre e com um lançamento atingiu-o
O aprendiz passou muito tempo em busca de ensinamentos
Subia correndo as escadas em busca de respostas do mestre
Então o mestre resolveu recompensá-lo
Deu-lhe um instrumento que servia de ferramenta
O mestre foi rígido ao dizer para cuidar perfeito
Das crianças que poderiam brincar fortes
Desde cedo conduzidas a usar bem sem danos
Aquele instrumento que era um aro extremo
Uma chave importante que abre e liga um circuito
De milhões de portais que completos ligam pontes
Entre o mundo perceptível e as parabólicas da ilusão
*

domingo, 30 de outubro de 2016

SELO

Mapa Império 
Controle d´águas
Doce e sal
Carne, sal
Frutos, doces
ET AL



MANUAL DO BITUCA

*
Quando as cigarras começam a “cantar” às 3 horas da madrugada, numa sequência que aumenta até quase um frenesim sonoro é sinal que o dia vai ser quente como um raio. Noto, porque à essa hora estou escrevendo muitas cartas para o lado de lá. Todas elas são enviadas e todas elas hão de incitar as respostas a voltarem. As cartas falam de idas, de águas, da terra verde, do sangue (parte), falam dos bichos, falam dos homens e o que eles fazem e o que eles não fazem. É interessante porque aqui à essa mesma hora os músicos da cidade param de tocar e cantar. Quando param não tocam mais, cansados, pois, tocam para ganhar. E ganham. Mas não ganham a ousadia de tocar mais que podiam. Poderiam motivar as esquinas, toda a avenida, juntar o transeunte sem grana ao garçom que lhe serve sem som e um tímido gaitista. Poderiam até derrubar uma árvore no frio para picá-la e tocar fogo, poderiam até serem naturalistas, naturalmente nus em noites quentes. Iriam cansar mais e dormir mais, iriam marcar mais, impactar mais, sem ganhar mais, sendo apenas autênticos artistas. Como as cigarras cantam até o meio dia e por isso são notadas nas cartas que vão dia após dia.
*

sábado, 29 de outubro de 2016

PARA CONTAR (Isto é uma ficção)

*
Certa vez encontrei com o Gigante
Ele estava numa avenida do futuro 
Mais perto dos núcleos alimentícios 
Numa casa paralela à outra avenida
Do poder resoluto desse encontro
Descobri o que o mestre queria ouvir
As aventuras de quem estava ali
Para virarem cenas extensivas
Esses atos respondem perguntas
Primeiro, histórias são vivências
Para depois serem transmitidas
E por fim serem benditas (benéficas)
*

IMAGINE

*
Uma poesia que mude meio mundo
Por essência de entendimento a todos
Desde a tomada dos Planaltos todos 
Às Amazonas, rios quentes de vida
Conseguir com um tanque apenas
Ou letras explícitas ou sopro só
Isto é um índio de formato corajoso
Bem capaz de conectar o pensamento
Numa teoria que reúna os professores em salas
E expliquem-lhes! Por favor, expliquem-lhes!
Que é mais fácil difundir um pensamento organizado
À massa executante da recepção
Justamente atuantes com a capacidade que possuem
Óh, professores! Imaginem-nos como líderes
Para moldar infanto-juvenis a tornarem-se adultos
Esta é a revolução escrita exemplar às anteriores
Funcional, não paralítica ou regressiva
Anarquistas tiram pedaços, não plantam
Findam, estas são uma solução progressista
Melhor será reativar as linhas férreas
De norte a sul do Brasil em vias de abundâncias
MIL
Esta decisão ultrapassa a necessidade
É de fato o que deve ser feito
Imaginar e realizar
*

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A CURA

*
Estava com uma dor na nuca
Já que sou um pouco corcunda
Dormia até de cabeça pra baixo
Pensei até que fosse macumba
Agora pouco o céu ficou pesado
Então a dor passou porque caiu a chuva
Também acontecia com a tartaruga
Ela só aparecia para anunciar a água
Mas o quintal não tem piso selvagem
Isto é um sinal que estou de passagem
Pois o teto quadrado ainda está aberto
E eu preciso sentir a água do mar
Para o sal renovar-me e purificar
O meu amor terreno que irei reencontrar
*

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

CONFISSÕES DE UM PESCADOR

*
Avisa lá na Central que há brasileiros demais além da fronteira. Ah se Galileu soubesse que a fácil liberdade da ciência hoje é tão mal patrocinada por um combustível negro capaz de esgotar em 100 anos só por causa de viagens de lazer dentro desse globo. Responda-me, por favor, CNPq e CAPES, sem rodeios, com gráficos e cabeçalhos, quantas pessoas foram para fora do país com intuito de formarem-se, desde o início da sucção da piscina debaixo do sal? Quantas voltaram? Com o quê dentro dos canudos? Quais teorias defendidas e aplicadas desde já para o bem dos nossos netos? Eu já contei essa história, mas tenho gosto de reforçar os capítulos. Início: Eu saí em 2003 após longínquas experiências voluntárias em parques e reservas ambientais do Brasil. Tive que vender rifas de uma geladeira para angariar a passagem, a primeira. Além de receber a cortesia de um teatro e a dádiva de uma “fábrica madrinha”. Fui para o meio do Oceano Atlântico Norte e além de ter concluído o curso – fator principal da minha saída – sem qualquer bolsa (financiamento) do governo, ainda andei a pescar peixes dentro da boca de um vulcão. Apenas 4 toneladas. É verdade que fui contestado pela alma de um amigo, que Deus o tenha, mas entendo, é porque eu tentava caminhar em alto mar e na verdade era mais fácil jogar bola aos finais de semana. Mesmo assim fiz um relatório quase único, pois atípico, meu relatório foi filmado em mais de 10 horas de gravações que congelaram além de ciência a cultura local. Na defesa do estágio já no fim do curso deram-nos, aos finalistas, apenas 15 minutos para concluir o trabalho de 3 meses intensivos. E a minha introdução, acreditem, tinha tudo a ver com o Dom Sebastião. Logo consegui explicar apenas essa parte o que me rendeu a aprovação. Beleza. É verdade que meu tutor zangou-se comigo por eu ter roubado o jipe para sair com uma russa, mas também se alegrou comigo por eu ter reunido a malta para comer os peixes que virariam biogás. Depois então eu fui pra terra firme e migrei em duas Universidades onde numa eu perguntava tanto aos professores que um decidiu me chumbar. Tudo bem, era genética e esse não é o meu forte, exceto o fato de ser um sobrevivente da procriação dos meus antecessores. Isso me renderia também a média, não acham? E de fato existiam outras Universidades em Portugal. Decidi ir para a Invicta, mas ali só teria teoria, nem mesmo tanto Piolho (Bar) enquanto as minhas práticas eram feitas na Galiza. Vocês estão seguindo o trilho? Eu não tinha bolsa alguma. Eu já tinha uma cria! Na Galiza eu abria as cabeças dos peixes e extraía cristais. Tá tudo registrado para maiores informações, caso alguém desse país ou daquele precise de alguém que saiba sobre peixes. Ora, afinal essa é uma confissão de pescador. E hoje estou aqui, nesse país com 27 capitais mais as outras grandes cidades, com litoral, interior, e tá tudo uma zona (bagunça) só. Os professores estão colocando minhocas nas cabeças dos estudantes, e as minhocas são iscas de peixes. Os peixes, que são muitos, mas digo os peixes grandes, no sentido figurativo da palavra quero dizer os políticos, estão sendo pescados, mas parece que reproduzem mais que a sua mortandade. Chego a uma conclusão de stock. Vejo aquários gigantescos, com a estrela de Davi, com ícones de partidos cheios de lampreias (parasitas), que pagam a ração aos funcionários, vejo rios secos, sujos, fedorentos, um calor do inferno e é por isso que, ou caio na água e luto como um Netuno ou voo para além da fronteira, para a tal Pasárgada.
*

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O IMPERADOR E A SUA PEDRA FUNDAMENTAL

*
É tão fácil saber 
Que ao nosso redor
Tudo é parte do Mor
Sabe-se sendo simples, assim
A viver em contributo prima
Numa frente certa una
Meio à natureza pura
E a humanidade em evolução
De um Império belo e vasto
Conhecido como o Quinto
Onde a riqueza somos nós
Nossa alma e nossos atos
*

domingo, 23 de outubro de 2016

TUDO NO PASSO

*
Eu levo sempre um punhado
De toques que são sons soprados
Na boca e nos dedos que abrem caminhos
Até chegar numa muralha maciça
Onde vejo a porta que me leva às calçadas
De pedras abstratas dos Paços lusitanos
Assentado, vejo a aorta da cidade
Um rio raso molha as asas de uma pomba
Outro rio molha as canelas de uma garça
Sem ouro no bolso, mas o céu como teto
As palmeiras são colunas que oscilam no vento
Enquanto falo com um mestre pacato
Sobre o Império que está marcado
No selo da alma de quem se revela
Para alegria máxima de quem acredita

*

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

CRÔNICA: AS CARTAS QUE AINDA NÃO FORAM

*
Logo na saída as portas avisam 
Enquanto portões se abrem na chegada
A noite estava quente e a lua oval 
O comércio semiaberto preparava
Um sucesso para o dia de amanhã
Uma vez que a grana é uma sina
Para aqueles que acreditam mais
Que a sua posse não é um fracasso
Tanto é que na descida da praça
Um pediu-me alguns centavos
Mas com certeza ele sabia
Que os templários morrem sem nada
Isto é, com a alma limpa, lavada
Já outro, louco, alucinava
E eu com minha chave rezava
Para que algum cruzado o levasse
Pois estes sim morrem com muito
Mas na verdade isso não adianta nada
*

domingo, 16 de outubro de 2016

PARA MINHA SALVAGUARDA

*
Estou correndo para ajudar a todos
Falando a verdade estou fugindo para além mar
Onde os monstros marinhos não me pegam
Os covardes nada cravam em minhas costas
Estou rodeado de remédios por toda parte
Os mais velhos estão pirando, estão pirados
Há um indignado com a bola no gramado
Mais que com os que aram os campos
Mergulhado em álcool vomita éter
Quase tudo cai no chão e some num negro buraco
Há outra que morde a própria língua e gosta
Tanto que é uma viciada em quebrar elos 
Então eu vou correndo para ver a forca
Meço bem a altura da ponta da lança
Prevejo fácil o futuro dramático dos maus
E estou completamente protegido
Por uma fagulha que se chama Deus
*

TAROT

*
De vez em quando a cigana mostra
Meio à natureza e as nuvens do céu
As linhas pré feitas do nosso destino
Ela mostra o quão despertam as vias
Dentre tantas a da vida, a da sabedoria
Ainda que fosse quiromancia ou runas
Ainda que fosse presente a própria magia
A loucura pode ter uma aceitável teoria
Se pensarmos que já vivemos mais que devíamos
Talvez fosse uma estratégia controlada
Pela própria majestade do indestrutível
É justamente aí que carrego toda a energia
*

QUE HAJA SEMPRE O QUE É BOM

*
Concordo com a exposição do que é bom
Discordo da “desprodução” da essência d´artes
Imagens podem ser mais que, ser além, pode até ser som
Eis a escada do plano da ideia escrita conjugada para a realização
*

sábado, 15 de outubro de 2016

PÓS DIÁLOGO COM O EGO

*
A sua sorte é tu seres meu pai
Tal qual eu ser teu filho
Como comer, beber e respirar
Como alguém ileso à qualquer preço Máximo, abstrato, sonoro
Só por ser, literário
Ainda que a matéria tente
Estar fundido ao Tudo
Poder estar em qualquer parte
Reconhecível pela face
Tão constante e verdadeiro
Ao mesmo tempo pertencer ao Todo
Isto é permanecer no Sempre
Infinito além dos ciclos simples
Como morar em Lisboa
Frente ou lado ou sobre o Tejo
Viver para ampliar o Império
Só por artes muitas e única
Capaz de decepar demônios
E fazer das asas de um anjo
Uma espada Santa em ouro
Em pele forte e sábia
Que finda a ignorância
*

domingo, 9 de outubro de 2016

PARA SER MAIOR

*
Que coragem a minha
Dizer com peso, fulo, puto 
Que o antigo “Dono da Casa”
Cedeu o território inteiro
Ao povo todo misturado
Uns dizem que no dia ele sentia
Dores de barriga, euforias exageradas
Outros dizem que ele amava
Sua própria vida e as que o pressionava
Que era em cima de um burro
Que palitava os dentes com a espada
Depois um grito pariu o progresso
As estradas foram alargadas
As cidades de concreto subiram
Rios que não secaram os poluíram
Nos palácios utensílios não usados
Mas que coragem a minha
Fumar palha como comer milho
Beber latas como se fossem taças
Soprar flauta na frequência exata
Consciente frente aos olhos da massa
Crente na certeza que o mando absoluto
É um conjunto de peças raras
Que estão algures dentro de uma mata
Destinada a um único iluminado
Que uma vez nascido sobe uma escada
Capaz de suportar o peso do poder imaginável
Até ao ponto de mandar navios cheios
De matérias vivas ou inanimadas
Para toda costa que se fale a Lusa
Mas que coragem tão astuta a minha
Dizer que o pensamento é um trabalho
Dentre todos os pensantes o que assentado age
Até mesmo de braços cruzados comanda Bandeirantes
E vive ileso bem no meio fio de dois lados
Um lado é o mistério da existência, a gênese
Outro lado é a consciência do destino, o máximo
*

sábado, 8 de outubro de 2016

A PRAÇA

*
É um quadrado aberto cinza
Margeado por árvores majestosas
Com casas e comércios cheios
Onde o sol raia diferente e forte
Sobre cucas que pensam no Mundo
Abastecendo ideias ousadas
Aquecendo velhos e crianças
Ali passam estudantes e viajantes
Namoram magricelas, novatos
Moram araras, corujas, pombos
Na praça dormem bêbados de dia
De noite pastam bestas brancas
De tempo em tempo enche dágua
Dois rios estão bem ao seu lado
Vê-se os pastos nas montanhas
Nesta praça mora um caminhante
Que é amante d'ondas do mar distante
Parte quando chega e volta quando vai
*

O SUSTO

*
Você vê todo dia a pessoa comer, veloz
Por causa da hora sistemática da grana
Na maior passividade digna de “minutos-santo”
Ainda que peque em escolhas como todos nós
Tomba como uma torre sobre seus amantes
Depois de rir ou chorar, sei lá, com Deus e o diabo
Se ainda avisasse como um tornado que atropela
Talvez não causasse tanto espanto por uma só vida
Tão importante que a mulher levanta-o e o filho iça-o
Para nós novamente, como nosso, pais e irmãos
A vida tem a irritante forma de lembrar a morte
Quando transforma sorrisos altivos em emergências
Atos, palavras e até pensamentos são armas
E por isso que nosso escudo tem que ser polido
Para que o mal bata, não agarre e reflita
E se pulverize no fogo que o Mestre tem
*

sábado, 1 de outubro de 2016

SOB AS BARBAS DA AVENIDA

*
O som vinha de dois lados
Qualidade que trilha a vida
A via de pedra molhava
Paralelepípedos pareciam prata
Não se via carros com sirenes
Mas “sambulantes” que alarmam
Gentes de todos os tipos
Tipo cabeça, tipo atraente
O sopro metálico do negro
Um índio matuto, o flautista
Pobres alienados com política
Exaltados, confusos, partidos
A chuva tinha um cheiro raro
Era um cheiro libertário misturado
À alegria de estar entre árvores gigantes
E o amor por uma terra distante
Todo sistema tem um formato
Dentro do mesmo os participantes
Não concordo com tantos apoderados
Quase todos são desgovernantes
A morte talvez fosse a solução
Já que a independência calou a soberania
Cabe a mim o que me resta
Saber, palavra, corpo, alma e coração
*

O PENSAMENTO NATO

*
É aquele que existe de fato
Entre cordas dedicadas
Do darma inevitável
Isto são provas que o abstrato
De todos os pensantes
Pode estar misturado
Em meio à sociedade
Totalmente utópico
Além da forma física
Nem as cores vivas
Chegam a próxima
Máxima do ser Supremo
Que finda e gera vida
*

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O TÍTULO

*
Eu assinarei no fim um pseudônimo. Em outros tempos eu bebia vinho em comemorações maiores do que estas histerias de hoje em dia. Mas agora quero falar de um amor quase impossível. Dentre tantos obstáculos, o sangue é o que mais aproxima. Dentre outros amores, a distância insiste persistir. Ela estava vestida como uma autêntica Dama de preto. Vestido de branco eu a olhava de longe como um Príncipe ansioso pelo futuro. Vale ressaltar que eu não sou daqui, desta terra. Pertenço cada dia mais a uma terra velha virada para o atlântico. Aquela terra tem as chaves do mundo todo. Onde as paixões que lá tive não duraram meia vida. Pediram-me para cuidar do mestre porque ele é aquele que ajuda as pessoas. Além do mais o mestre me ajuda. Enquanto outros se perdem eu venho aprimorando o meu rumo como um mestre. Que volta a ser o mesmo sítio. O lugar onde fala essa língua. Seja em ilhas, vales ou colinas. Durante o dia a chuva avisa, mas não chega. Durante a noite ela não avisa e chega. Quem me ensinou isso foi o Pajé. Mas eu, eu sou o Cacique.
BRASIL, 2016.
*

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

CRÔNICA: O FIM DO MUNDO

*
Periodicamente as ruas (pessoas em máquinas) emitem sons desagradáveis para o interior das casas. A altura do som dos carros é algo extremamente incomodativo. Com certeza essas práticas maléficas afetam a maioria bruta das pessoas causando insatisfações gratuitas. Imagina, pois, idosos e recém nascidos recebendo esses impactos durante a noite. Imagine qualquer pessoa dentro de um cômodo, seja de madeira, pedra ou vidro, a projetar ofícios dignos de bem com alvo à todos, e, constantemente ser confrontado com essa distorção exagerada vinda da inconveniente atitude de uma minoria que ostenta uma exagerada emissão de som sem qualquer finalidade prazerosa. Esses indicativos constatam duas coisas importantes de serem resolvidas o quanto antes. A tal liberdade mal educada e ignorante atua com o intuito de prejudicar a sociedade e, a segurança pública é falha no seu trabalho. O termo "à paisana" existe justamente por causa da observação da paisagem e nós vivemos num tempo tão fácil de captar informações que eu tenho que lançar esse pedido na rede: O vácuo (LEI) pode passar por aqui ou teremos que arrancar orelhas (RESPOSTA) ?
*

CIÊNCIAS

*
Há uma semente potentíssima que brota e uma vez crescida frutifica abrindo frequências que modificam as próprias línguas. Além de projetar sobre o horizonte uma ponte vista como um caleidoscópio tão multifacetado que bate às portas de outros mundos. Tudo por causa do elemento que residente na central do pensamento é capaz de encontrar cristais nas cabeças dos peixes e castelos de nuvens no ar.
*

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A VIDA É CÃO, SEBASTIÃO


Porque a velhota sujou o chão da praça
Porque a separação abala os alicerces 
Porque parado dormem emoções
Porque o remédio cora o sangue
Porque as festas uma hora acabam
Porque o povo descrente não avança
Porque o clima secou as monções
Mas a vida é um leão alado mítico
Como a juventude é uma esperança bela
A liberdade prova conquistas e reconquistas
E é assim que o globo se agita
Com a pura qualidade de bem fazer
No movimento genuíno do tempo
Os iluminados atraem benditos
Até a chuva enche os rios e os campos férteis ficam
*

NO MEIO

*
Pense
Que as teorias sistemáticas da organização
O próprio universo até o entendimento das coisas básicas
Provém de uma fonte, alimento
Que é a energia divina
Agora pense no risco do destino possível
Viver no Rio de Janeiro
Local de famas históricas
Com mil cruzeiros?
Pense que você está no meio do Atlântico
Onde podes colher uvas com sabor vulcânico
E até caminhar por dias nas brumas
Exatamente onde está o seu Ying Yang
*

POSTAL PARA ENGENHARIAS E ARQUITETURAS

*
"O modernismo é um maduro velho
Movimento que equivale ao futuro"
*

domingo, 18 de setembro de 2016

LAKSHMI

*
Em um sonho de uma tarde quente
Corri nos corredores de um labirinto
Achei uma piscina límpida suspensa
Mergulho e ascendo num estádio cheio
No meio de um campo verde vejo bandeiras
E a rota que a minha cria fará ao leste
Pedi à minha amada para perguntar ao Brâmane
Se o meu planeta se fundirá ao dela
Já que o mapa do amor vaga nas estrelas
Eu portava um cordão de esferas de madeira
Da árvore com galhos para baixo e raízes para cima
Então acordei com a certeza que a sorte virá amanhã
Na noite chuvosa que o sol criara com seus raios
Para reensinar a língua e aprimorar os dons
*

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

VAZANTE

*
As fontes falhas desmascaram
Tanto os lunáticos desvairados
Quanto os velhacos experientes
Elas funcionam como guilhotinas
Ora afiadas que degolam a massa
Ora cegas (sem corte) deixando-os cômicos
É certo que todo rio leva e traz
Tudo quanto é coisa, crias e fins
Eu pensei que estava chegando
Vindo de norte às lágrimas ao sul
Mas na verdade afirmo partir farto
Em busca do que não me canso
Justamente a minha parte viva
E uma insaciável fome de Sede (Fundação)
Noutros ares que me encantam
Bem por beijos de beldades
Ou arquiteturas mais antigas
Essa tromba d´água armada alta
Uma hora cai também bendita
A lavar as porcarias humanas
Noutra hora proliferam pragas
Pode ser que Lisboa publique
A revelação do oculto régio
Pode ser que escale o Cristo
Sal do mar no corpo a pé levado
E é por isso que hei de caminhar
Como a Terra move-se no tempo
Semeando planos com olhares
Navegando mares de paixão
Com a fé inabalável no Supremo
E as chaves dos castelos no coração

*

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O PASSADO VOLTA A SER PRESENTE

*
Isto é um canto interpretado vívido (Teatro)
Ao povo que expectante é ciente, olhe!
Olhe a zona que está esta política (Democrática)
Chamadas para caçar gravatas (Democratas)
Onde estão as músicas reacionárias? (Régias)
Aqueles que atuantes impactam
Vivem a construir a base fácil
Um Império! Verde e amarelo
Por potência de gerais minerais
De terras com florestas e animais
Um globo todo navegável por estrelas
Fértil pelo sol que amena as cucas nossas (Cabeças)
De falas entendidas instantaneamente (Ibero-Lusa-Latina)
A sociedade sempre muda, é inevitável (Óh tempo, infinito aperfeiçoamento)
Causa da divina graça iluminada (Sua)
(A DIVINA PROVIDÊNCIA) (Necessária)
Estes atos provam ser por Ordem (Certa)
Na máxima maestria de reger novidades (Abstratas)
DEL REY DELEON
*

sábado, 10 de setembro de 2016

SERRA, CERRADO

*
No topo do morro do vale
Vê-se no horizonte ondas
Um mar de montanhas de Minas
Sobre o olho d´água que brota
Os gaviões planam no mormaço
Os pastos são como filhos do sol
A Ybirá plantará uma floresta
Que será um cabelo pro monte
Uma ponte terrestre verde vértice
Para que as aves multipliquem
A chuva escorra nos riachos
E a paisagem fique mais atlântica
*

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

TENHO PANOS ONDE NELES CONSTAM LETRAS, TENHO PLANOS ONDE NELES CONSTAM GLÓRIAS

TENHO PANOS ONDE NELES CONSTAM LETRAS
TENHO PLANOS ONDE NELES CONSTAM GLÓRIAS
*
No espaço onde vivemos o que é preciso? A sociedade precisa de punho forte. Se não há punho forte haverá o alimento para o caos e a desordem. Esta é uma expressão que à primeira vista revela quase instantaneamente uma interpretação única remetente à força corporal. Em suma este termo bruto engloba para além dos membros – que realizam obras ou destroem, criam graças e desgraças, atos que necessitam ação – também a teoria dos planos, as adaptações no meio ambiente, dons e a coragem de aplicar práticas já residentes dentre a mente, que são capazes de transformar a própria história do tempo vigente. A política é uma arte tão importante quanto plantar arroz. Porém a política é destinada aos políticos por essência com domínios exímios e capacidades sobre tal arte, ainda que saibam plantar arroz. Eis a variedade dos dons. Os grandes filósofos como Platão, Aristóteles, Sócrates, entre outros revelados quando se mergulha nos estudos sobre as sistemáticas das políticas e sociedades da Grécia antiga, devem ser a base necessária e fundamental – e digo com punho forte – exigência obrigatória a qualquer indivíduo aspirante ao poder das massas humanas e materiais. No Brasil, vivemos um sistema democrático republicano que aceita a candidatura de indivíduos aos cargos de governança pública desde que apresentem o mínimo necessário para tal. Isto é, as regras pré-políticas aceitam o mínimo (relativo e direcionado à capacidade ou dom de governabilidade) de um indivíduo, quando deveria solicitar o máximo dos indivíduos. Em verdade, no Brasil, há muitos casos explícitos de indivíduos que acederam aos cargos públicos por causa dessa democracia republicana, mesmo sendo eles corruptos, ladrões, maléficos, incapazes, inclusive, ex-palhaços de circo e ex-jogadores de futebol, entre outros indivíduos que estão engajados na política do país, sem a arte de tal regência, sem a capacidade de tais funções, “todos”, acobertados pela constituição política atual do Brasil. Imaginemos um cenário no passado que possa exemplificar com referencia à aspiração de poderes ou funções que não eram de seus domínios. Pensemos num salão onde uma corte inteira se encontrava reunida, o próprio rei com seus conselheiros, inclusive o bobo, e este bobo solicitando a palavra ao rei aspirava um ministério qualquer. Após todos rirem acreditando ser uma piada o rei poderia decidir três vereditos. O sim imediato; o não imediato – ambas as decisões poderiam impactar o reino com os úteis ou inúteis conselhos do aspirante bobo àquele ministério – e por fim um teste, o que seria mais sensato, além de mais um espetáculo no salão. No mesmo modo sobre as capacitações, imaginemos um homem bom e leal nesse mesmo reino. Cego e sem os membros superiores queria ele participar de uma frente de guerra como cavaleiro daquele próprio rei. Ainda que houvesse tempo para testar as potencialidades daquele homem que buscava tal função surpreendente e inimaginável numa frente de guerra, antes do sim ou do não, eu quero confrontar-vos com o punho forte. Em conexão, do hipotético passado ao real presente, hoje homens e mulheres, pessoas com deficiência (termo definido por lei) competem e superam em alto nível a Paralimpíada, modalidades esportivas originais, adaptadas ou criadas, a ponto de provarem o poder da capacidade com estas superações. O que precisamos no local onde vivemos? Punho forte!
*

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...