sábado, 31 de dezembro de 2016

JÓ E JORGE, SALVE

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Passou um ciclo vindo, agora ido, em breve
Neste tempo blindei-me com o sorriso forte
Lágrimas caíram por ver dormir a minha cria 
No bolso a paciência de um cruzado simples
Ainda que armas me apontassem a todo instante
E vivesse sob a mira das bruxas que invejam o rei
A lua iluminada pelo sol girava junto e a meu favor
E aquele castelo que foi abaixo desenterro-o hoje
Corro leve mesmo que com o corpo cheio de vida
Os ouvidos das paredes são como os passarinhos
Que me contam o reflexo das maldades atiradas
E eternizam as lembranças das vitórias divinas
*

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

À LA ALLAN POE

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O dia apareceu na noite
Num sonho bem vívido e suado
Havia um píer em frente a mata
Alguns cavalos trotavam no pasto
Um carro de ré empinava as dianteiras
Um homem fazia fumaça na cerca ao lado
A dama à mesa comia e reclamava já cheia
Gatos malhados desesperados com as últimas vidas
Havia uma escada que ia pra cima, mas estava escorregadia

*

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

"VAMOS CELEBRAR A ESTUPIDEZ HUMANA"

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É assim desde Caim e Abel. Só que agora está sendo filmado. A pedra é a pisada na cabeça, a bala perdida, o ladrão que cata e corre em pleno dia. Sorrir? Os nascidos estão mergulhados em matrix. Bonecas camufladas no espelho, robôs retangulares nas mãos, cidades pegando fogo, florestas peladas, rios podres sem sangue natantes. Cara, eles cresceram, multiplicaram, extinguiram espécies. Andam a caçar leões, navegam a matar baleias, constroem atômicas às custas da ciência mas, basta uma praga do Egito, um tremelique do inferno, uma picada de mosquito zebrado ou de uma pulga bubônica, para que os foguetes sosseguem o facho.
*

domingo, 25 de dezembro de 2016

NATAL

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E aí?
Pensou Alepo?
Comeu Alepo?
Bebeu Alepo?
Rezou Alepo?
Acabou a jihad?
Oh, pobre de nós
Espectadores do teatro
De uma peça descontrolada
Então renasça
Por favor, renasça!
E que seja forte
Seja de turbante, burca ou barba
Com costumes outros santos
Pelas profecias ditas e esperadas
Nem que seja cavaleiro bruto
Arrebatador de mortes
Para assim fundar a nova era
E podermos marcar o novo calendário

*

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

COOL

*
Essa cidade tem medalhões
No sentido humano da palavra
Alguns vivos, outros mortos
Alguns ricos, outros pobres
Os mortos influenciam mais
Mesmo em placas e silêncio
Mas com marcas e realizações
Que os vivos e suas vaidades
Incapazes de trocarem um “dedão”
Nestas prévias exposições virtuais
Aí você olha para as praças sem lixeiras
Um cinema mal assombrado
Rios fedorentos como peido alemão
É preciso mapa pra chegar ao Cristo
Para sentirmos que estamos na Índia
Só faltam vacas e elefantes na estação
Então é preciso pele de camaleão
É preciso digestão de bode, irmão
É preciso uma coisa interessante
O matrimônio do patrimônio com a população
*

MANGA DE PESCADOR

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Essa manga é a manga Titã 
Tão grande que equivale a um almoço
São precisas quatro mãos para descascá-la
Se espremer o caldo enche um litro
Se tiver bicho nela ele morre de overdose dela
Os fiapos são os próprios fios-dentais
Seu cheiro emana como incenso aceso
Até quem não come mais quer voltar do além
Não se chupa, se mastiga, de preferência com os molares
O caldo dela escorre pelo peito até o pé
Para não melecar é melhor comê-la de talher, na tigela
É um exagero, mas até no caroço tem suco
Nenhum canídeo consegue chupá-la
E não é mentira que os macacos trocaram a banana por ela
Essa manga é das matas, das Minas Gerais
*




terça-feira, 20 de dezembro de 2016

DEITO

*
Procuro ver se relaxo
É fim de ano
Aconteceram mais assassinatos
Na cidade maravilhosa
No mercado das luzes
Nos campos de batalhas
Eu tento
Lembrar dos bons momentos
Esquecer os males passados
Mas deitado escrevo
Num quarto apagado
Com os dedos no teclado
Assumo, esse é um trabalho
Que ninguém me deu
Que nasci com ele
Que não vale nada agora
Mas será a jóia do meu pedaço
Espero, por ter adiantado
Mais ou menos tranquilo
Mas um tanto apressado
Por mil chamados
Que me leve ao outro lado
Pois aqui não tenho torcida
Não se mexem bandeiras
Não espero mais barcos
Mas desejo embarcar
Então arrumo o altar
Onde há quatro prateleiras
A primeira é mais perto
Há imagens e formas de Deus
A segunda tem fotos
Quando as olho rio e choro
A terceira é pesada
Fiz ferros beijarem ímanes
A quarta é mais alta
E não me pertence
*

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

DOIS MIL E DEZESSETE

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Toda hora chega lenta
Toda hora passa rápido
Essa roda uma hora sobe
Quando sobe pode ser que caia
Quero o seu calor de pão de manhã cedo Quero cheiro da cozinha índia-indiana em casa
Quero quadros, conchas e espadas na parede
E o som de viking da minha bela Iara
Pode ser que eu sirva a força armada
A Marinha seja dos dois lados do Atlântico
Eu já sirvo a força do espírito invencível
Mas é certo que meu amor nunca acaba
*

sábado, 17 de dezembro de 2016

SOBRE ESTAR NO ORIENTE

*
Este som, mensagem ida
Que apresento e mostro
Ser antigo em poderios
Ele, encontra-se ainda vivo
Para além de Bagdá!
Para o sol nascente!
No centro da mata abundante passageira
De corpos d´águas, frutos e animais
Entre a natureza bruta e a iluminada
Eis a escadaria temporária do homem no globo terrestre
Que remete ao pensamento de planos organizados
Como a própria procriação
*

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

TUDO POR CAUSA

*
Quebram os indignados pelo toque
Dão a cara na janela os que lamentam
Enquanto isso o país queima como palha
E você ri como se fosse seu aniversário
Sua assinatura vale a vida das pessoas
Desde os pequenos aos que não falam
Até aos que aprendem a sentar-se à mesa
Então você precisa de uma equipe atinada
Mesmo que não seja do seu sangue
Que proteja o seu lançamento forte
Meio à chuva, ainda que relampeje
Sob o ultra sol já que és filho dele
Pulse como um coração que nunca morre
Então comerás como um leão soberano
Ainda que hienas riem e abutres espreitem
Sua alma ficará ilesa e fixa no espaço
Justamente nessa atmosfera que respiras
Se estás, nada é mais bonito que seu olhar
Se não estás, nada é mais bonito do que sua ausência
*

domingo, 11 de dezembro de 2016

DOM SEBÁ

*
Diria eu sobre a chuva
Que não veio pois ficou
Aquecendo o manto mata
Puro, forte e com louvor
Houve lua que astuta ainda cresce
Como hora que às vezes míngua sempre
Chegaria às galerias veteranas D´Europa
Entendiam todos, entendiam os de manto ao vento
Em oferenda ao nu resquício raro mas notável
Já que expresso está adentro ao peito
É o passo da batida viva
Nosso Rei Dom Sebá
TIÃO
*

ATO I

*
Sincronizado
Enquanto uns riem
Outros choram
Aparentemente
Inerte mas auto
Suficiente e forte
Para sustentar a massa
Isto é um carrilhão de palavras mais

*

sábado, 10 de dezembro de 2016

SALON

*
Olha o retrato da cena
Olha a cara da República
Manchada, mesquinha
Dedam relógios, vasos...
Que chegam a mil, milhões
Aumenta o drama com republicanos
E chegarás à uma ferida pátria
Maldosos, podres, sem honras
Não amam o próximo, o povo
Mas amam o poder, que acaba
Se ainda fosse uma corte
Com o Estado todo nas mãos do Rei
Um primo lá do Rei seria Conde
Um irmão do Rei Governador
Os números chegariam aos decilhões
Isso só a metade do Império
Com festas maiores que o carnaval
Houve a era em que a fé fez estradas
Hoje a era engatinha para a queda
Logo ali, amanhã, a era revelará o Rei
*

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

ATENCION FOR ART

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Lembrem-se!
Temos uma rede global e isto também é uma arma!
Remember we have a global network and this is also a weapon!
Remember we have a newspaper and this is a gun too!

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… AWARE
*
How can a leader reject
Um velho experiente
 Pódium 3Th em conquistas
 How can anyone not want Paris?
 …
Then I'm the crazy one!

*

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

ÍNDICO

*
Vi isso noutra vida
Ter sido a mesma coisa
Convoquem-me!
Se quiserem
E assim irei convosco
Em travessias aquáticas
Em terras férteis e áridas
E voos sobre o cinturão da muralha

*

LION SOLDIER

*
Não compro dama alguma
Se nem arroz e feijão compro
Tenho disponível o destino
Já que prezo o amor sentido
Por isso meu tento vai àquela
Que sendo livre sou dela
Sem saber ela é minha
Sina que recolhe, não termina
Procura na chegança agalopada
Que até o galo ressuscita o canto
Enquanto o tempo passa pacato
Eu tenho plano pronto novo
Santos virariam estátuas boas
E robôs chegariam em outros planetas
*

BACCO

*
Imagine um elixir
Nem tanto líquido
Porém tanto misturado
Um misto de estados
Que eleva o espírito
Mexe com o infinito
Cria lei de razão certa
Puro porque alerta
“O Rei”, crede, é vero
Nele de avatar d´ouro
Necessário em todo Paço
Belo como a luz do sol
Absolutamente próprio
Único, máximo e raro
*

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ISTO É UMA FICÇÃO

Eu sou o autor
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Solida Mentum
*
Ho
Bisogno
Di dichiarare “guerra”
O di formazione
Contro tre città
Ho bisogno in quanto
Permette questa azione
*
BABEL É A TORRE ATÉ DEUS / Babel é a Torre que vê Deus
I need to declare “war” or training against three cities
I need the post that makes this action possible
*

EXISTE

*
A vida é uma escada
Ou será queda livre?
A vida tem portas
Tem trancas
A vida é o mar aberto
É o muro no rio
A vida é uma flecha
E um alvo vazado
A vida uma hora fixa
Noutra desvanece
A vida tem dor
Alegria
A vida começa
A vida termina
A vida germina
Frutifica
Apodrece
A vida é mistério
A certeza presente
O passado lembrado
O futuro imaginário
A vida é filha do tempo
Mãe das pirâmides
Pai das conquistas
*

domingo, 4 de dezembro de 2016

VOCÊ É O QUÊ?


No fim eu falo. A retórica dos dois últimos presidentes do Brasil era péssima, horrível e degradante. Eles permaneceram por cerca de 13 anos no poder. Como pode uma coisa dessas? É muito importante sim a qualidade de expressão de um líder. Ela é um convite para conquistar, agregar e unir as pessoas. Vai além da fachada corporal e até os erros de português, coisa que até Gullar (morto hoje) deve ter cometido. Como dizia Gandhi influenciado por ensinamentos orientais, “você até pode falar errado, contando que a mensagem seja entendida proporcionando práticas positivas”. Agora, o que Lula e Dilma falavam era comédia, o que levava a uma vergonha internacional. Reflexo disso é a situação do país hoje, desorganizado, com resquício do Governo sequencial do próprio covil. Ou seja, um país quebrado por conta dos descontrolados gastos públicos e da corrupção presente em 90% dos políticos brasileiros. Também acho a retórica do Temer ruim. Essas coisas de denominar termos importantes com palavras não clássicas como “conselhão”, onde está a seriedade disso? Entre outras faltas. A República está caduca. Descaradamente ela tenta proteger os corruptos. Isso não dará certo mesmo. E o povo sabe disso. Mas a povo, moço, o povo quebra tudo, cospe no chão, mete fogo, joga lixo no chão, sacaneia o próximo, o povo vota, cara, e entrega o poder nas mãos de incompetentes, o povo é causa disso tudo também. O povo tem três pecados “de-capitais” que os condena propriamente. Brincam com a religião, acreditam na democracia e veem os militares como inimigos. Sobre este último, era bom que os militares deixassem de proteger as fronteiras do país para que os contrários (os que pensam mal dos militares) fossem conquistados pela Bolívia, Venezuela, Equador... Quando morresse gente fora do país, deixava lá mesmo... Deixava os morros conquistados numa Babel Brasil. Eu sou um “Monarquista Novo”. Isso quer dizer que não sou a favor da retomada do poder pela última família imperial, não! Esta foi histórica e é hoje frouxa. Sou a favor de uma nova Dinastia, crente numa divina providência. Enquanto isso, acredito na força, pois enquanto engravatados e brancos pintados de índios brincam de carnaval antecipado, tanques, navios e aviões trabalham em prol da máquina, SIM, SENHOR.
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MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...