sábado, 27 de setembro de 2014

BOA*LIS

Impera atriz, impera amor
Que eu atraquei em Santa Apolônia
Ao meio-dia voltei ao barco para o prato
À meia-noite já sonhava contigo em meus braços
*
Estas avenidas extensas com árvores dos lados
São linhas que conduzem ao cais do rio mar
Do homem projetista com a juba do leão na cuca
Para a nova casa sustentada poder mandar

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ARTE

Eu acabo de chegar de uma batalha
Num tempo que não descansa em paz
Participo de uma guerra contra o amor
Sem querer porque não cabe mais dor
Mesmo que levante bandeira branca
Ouço bombas que abalam meu sorriso brando
Vejo a testa frisada a lamentar com rancor
Seu passado caminho, seus pesares sem balança
Mas a chuva deixa límpido o céu noturno
É notável os pontos estrelares que ligam formas
E ferido o ar entra nas narinas e sai curando a pele
Porque assumo ser daquele exército azul distinto
De um único arqueiro divino de infinitas flechas
Que inspira os primatas pensantes às suas armas
Contra as mil faces da cegueira material mundana
Que confunde a mais bela das criaturas da Terra
Progenitora de outros filhos do filho de Marte

terça-feira, 23 de setembro de 2014

LA BRUJA

Há um caminho que já percorremos quase total por sinal. Eu o conhecia pois ia em busca da Ordem da Cavalaria antiga. Fizemos três pontes ou mais por causa do último gole de fé do café. Por isso no centro nós vimos a base do canto sagrado com flores no chão. Fomos ao norte de noite madrugando no porto dos trens de São Bento. De dia dançamos nas matas e bosques com frutos silvestres maduros. As paisagens guardamos na tenda sem teto pois o céu era o nosso topo. Pessoas, desenhos, chinelo de dedo, albergues em torres e água caliente tivemos. A faca vermelha que lascava as carnes e as peras se perdera com os óculos na porta da igreja. Na grande e altiva de pontas gótica as cartas portavam as conchas e um anjo de ouro com a Cruz de Malta. O homem confuso que louco gritava no banco banhava em incenso e buscava perdão. Partimos do campo estrelado rumo ao destino do fogo místico pagão. E no fim da terra da Europa ocidente doei a um crente a minha metálica canção. Agora trombetas angélicas quem ouve sou eu quando luz já vejo a tempos por isso te peço com paixão. Complete o desejo do encontro dos pés bem treinados com o corpo sarado e o coração nas mãos.

domingo, 21 de setembro de 2014

RIA

Chamaria a menina mais linda para navegar rios
Se a imagem que vejo fosse mais que memória
Salvaria aldeias e florestas inteiras das garras fabris
Com revista ao castelo que é o que resta de forte
Voltaria à terra que é palco de status das classes
Mas distante o silêncio abafa o desejo contento
Tocaria um tambor que estremeceria os leões
Lá do alto dos montes onde vejo aflorar o meu chão

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

IRMÃOS

Pálido como um guerreiro Pandava
Com as pernas anestesiadas de caminhar
Pronto para mais uma cidade antiga
Um olho na lente e o dedo que faz congelar

Lido o escrito próprio da fé gigantesca
Crente na reposta que fará o riso desenhar
Campanha de uma vida nova todos os anos
Seja a Bossa Nova ou o Fado a musicar

Quadras tão simples como a mesa sem pano
Rimas de um vocabulário luso triplo santo
Móveis automóveis conduzem aos amores distantes
Campos já prontos às mãos que os irão vindimar



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

CIDADÃO DA SILVA SALVA

Marina, eu fiz biologia marinha
Mas sou de Minas, Marina
Eu sonho ainda servir a Pátria
A Marinha, a cívica, a educacional
Enquanto ministrava o Ministério, Marina
Eu ministrava aulas de educação ambiental
E embrenhava na mata atlântica, no cerrado e litoral
Marina, tudo por amor ao estudo da vida mundial
Na minha cidade o papel derramou tinta no rio
E eu fui navegar nas lagoas dos Açores
Cheguei ao continente europeu, Marina
Já mestre do ambiente e do território
Ecologista dos peixes de rio, Marina
Buscando a Academia dos doutores, atual
Estou em Portugal, Marina, longe da terra natal
Mas, Marina, você tem o Brasil nas mãos
E nós queremos uma ponte forte! Inter-(e)-Nacional!
Onde seguros percorra todo povo brasileiro
O verdadeiro poderoso do Planalto Central

“Eis a minha tal política poética”

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

OUTRA VEZ

D´Bandada Al Porto aberto
Estava lá porém encoberto
Cantara a pedra aos navegantes
Sobre as festas que atracam amantes
Imagino agitos que ainda hão por vir
Quando em todo mês é dado ao povo lato
Do País completo de cidades e polos novos
Grande o culto destas artes que alegram
Um tributo que enriquece a vida de quem luta
Merecido crescimento neste plano protegido
Revelando o Quinto Império misterioso
Aos formandos de intelecto precioso

sábado, 13 de setembro de 2014

MÁGICA

O grão de areia que suplico para ser base de uma nova casa
É um fragmento de paixão da pedra dura que situa no coração
De uma branca lâmpada que abriga um gênio forte e imperdoável
Que me faz sentir ao longe o eco do meu grito de dor desesperado
Pingam gotas de amor por quem um dia ao lado andou estradas
E edificou pilares majestosos hoje em partes fissurados por enganos
Nem que fosse um rei com as minas de ouro e os instrumentos todos
Que alertasse os obstáculos do trajeto e o feliz encontro do tesouro
Da cria que queria que o par voltasse a bela história da ilha num passe

TERRA EM DIA

Toda Quinta lembra o cheiro da canela pronta ao paladar
Quer vinda das Índias ou dos quintais das capitais da Europa
Desde o castelo alto com bandeira ao vento e vista ao mar
Quando lembro do sonho desperto bem melhor com a idade
E não sucumbo antes à possibilidade de um fronte a fronte
Que por tamanho a pequena prende o grande de olhos claros
Sorridente como um arco-íris côncavo a fazer uma ponte extrema
Chegam cem palavras que talvez descarte por centenas de milhares
Mas aposto na coragem de enfrentar a lente que imprime nossa imagem
Neste tempo trabalhado das semanas num cantinho solo a contemplar as Quinas

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

UM E UM

Essa chuva é aquela mesma chuva antecipada e refrescante
Que me fez molhar os pés na poça inglesa da divisa
Vendo o vidro salpicado do museu com gotículas salgadas
Quando ia pela borda do quartel da Lapa rumo à missa
Pois havia já chegado ao norte com a sorte e o coração pulsante
Vivo com os viventes que alegraram simplesmente por estar ali
Todo peixe que extraído seus cristais são a muito decompostos
Mas a coleção descansa em tubos de ensaio curtos em fileiras longas
E na mesa dos jurados já está bem explicado que eu subo o patamar
Com a garra de buscar naquele eixo rico entre o beijo do rio e o mar

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

SELAR (Inspirado em José de Alencar)

O sertanejo apaixonado está por Sinhá moça agora
Pela doce e delicada Dona com a força da roça parda
Esta rosa que aprova a fala da explicação histórica
Mas foge da linha que alinha os olhares da sedução
Do campo translada à cidade daí cruza o atlântico
E encontra o seio que abraça com amor que arranha
Mas como não leva trela reparte palavras e parte só
Para Américas d`artes ou África das ciências humanas
Isto porque após nascido o Tio ergueu na janela o filhote
Saudando os que viam o branco no alto de nobre encanto

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CRIATIV * MUNDI

Viva ativo e intensivo para o Mundo
Sabendo do Mundo desperto nas mãos
Estude os traçados e as rotas do Mundo
As voltas que Mundo dá não são em vão
Suba a escada da torre e observe o Mundo
Imprima palavras que o Mundo traduz então
Reúna todo mundo e organiza o sistema do Mundo
Que o poder do Mundo é um misto da nossa grande união

terça-feira, 9 de setembro de 2014

SHIVA, KRISHNA E MAIS

Nas noites do Porto eu vi algumas figuras marcantes. Levava comigo quase sempre um instrumento de sopro que sonorizava quando estava mais desinibido e a rua cheia de gente. Diria que estas pessoas marcantes apareciam num ápice, participavam do som e logo sumiam misteriosamente. Porém eram de fato reais. Posso relembrar um e outro. Um, trazia consigo um instrumento de toque e seu sorriso seguro era constante. Sua batida no tambor era forte e eu ritmava o sopro por minutos contínuos em conjunto com ele. Os ouvintes não se aproximavam muito mas ficavam com os ouvidos colados, gratos talvez pela substituição do murmurinho massivo das conversas. O outro, fazia um assobio, uma vibração sonora sem qualquer instrumento, exceto a própria caixa bucal. Quando ouvi a primeira vez aquele som fiquei à procura de outra flauta pois esse era o som que se assemelhava. Depois que descobri que era alguém ao meu lado a fazer aquele som fantástico tive um enorme respeito por aquele indivíduo ao ponto de imaginar que era um sinal do próprio Krishna. A minha felicidade maior era ter estado junto destes personagens como uma dádiva sem os ter procurado mas os próprios procurado a mim. Entre outras pessoas que conheci nas noites do Porto haviam outros personagens mais assíduos, não menos marcantes que estes dois lembrados. Nas ruas haviam pelo menos 10 guitarristas, 5 percussionistas, 3 flautistas, 2 gaiteiros e muitos cantores e cantoras. Era um encontro que prosseguia num palco aberto, uma enorme banda livre, sem medos, cercada de beldades participantes que passavam noites quentes, frias ou chuvosas e chegavam até o dia claro seguinte neste evento vivo que não acabou ainda.

Co. IN. B. RE. PRÓ. VAI.

Um monte de professores assentados
Não andam na frente da bancada
Nem usam o quadro negro ou branco
Mas clicam assegurados pela fibra ótica
Que os expõem como superiores supérfluos
Comparados aos amadores que brincam
Ao invés de criarem novos exemplos
Estes professores assentados em gabinetes
Aplicam gabando exames ao enxame confuso
Com base nas páginas de acesso às plataformas
Que não formam por registro virtual apenas
Mas engana e faz vexame esta edução superior caduca
Composta de tanta gente posta a não ser “bosta” nenhuma

Ass.: Mestre

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PRIMEIRA PESSOA

É verdade, eu não estou num posto atual
Aparento estar antigo no tempo
Com todas as qualidades que impedem malícias
E também avançado no tempo com prontas fundações
Eu sou mineiro, uai! Daquela região famosa, sô!
De arquiteturas vindas de cá da terrinha, ô trem!
De tantos alimentos que não cabem na mesa pro rei (oi : )
Dos líquidos mais fortes com sabor de terra e árvore
Dos cavalos e cavaleiros que cravam cruzeiros noturnos
Dos viajantes que exploram o Mundo em conquistas
Graças a Deus, crente no máximo poderoso
Falante com gestos ou sem gestos, apenas o olhar
Como o velho bordão do come quieto e agradece
Por estar acostumado com a chuva na praça
Junto dos moleques descalços de várias cores e raças
Que utilizavam fortes armas capaz de desarmar qualquer um
Por fim, uma unidade distinta e ao mesmo tempo igual
Pois, eu sempre coloco o título do pensamento no final
A não ser que comece o título de início
Mas isso nunca é uma regra geral

LIBERTAS IDE

Tenho acesso aos postais do dia
Mesmo antes ou depois do dia
Dos acontecimentos marcantes de outrora
Que na beira rio se fez parte dessa história
Mas agora a Vila se enfeita eufórica
Nas ruelas ao lado da igreja as tendas
Abundantes produções por mãos de artesãos
Ajudados pela vida fértil desta terra antiga
Sou o último a desligar o banho quente
Para ser o primeiro a preparar para a despedida
Porque tem mais encanto ouvir que fique agora
Quando sinto que venci a saudade d´outros anos
Não que estive perdido pois a bússola sempre aponta
Para um rumo noviço ou dá voltas e chega ao meu próprio canto

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

CAPA

As manhãs bem cedo tem as ruas limpas. Jogam água nas calçadas com aromas de bom cheiro. Eu costumo retornar aos lugares que a primeira vez vou. E agora passo muitas vezes em trechos do caminho de Santiago. Não despeço da cidade grande ainda porque as peças velhas que carrego se amontoam em três baús. Neste trilho as paisagens mudam como as quatro estações. Sobre a ponte entre as nuvens, beira mar litoral sul douro. Campos florestais impõem matas verdes, nos telhados o barro seco ao sol.

LIVRO

Vivendo como um simplício
Entregue às orações cristianas
Fugindo de maya que prende 
Buscando na vida o nirvana
Inevitável a roda do tempo
Com o sol que chama as plantas
Com a água que as raízes procuram
Ao lado do mel e do pão com manteiga
Intácta a perna salgada transmontana
O quejo curado em terras distantes
No meio que os olhos expertos vigiam
Na mesa com dois musicais empolgantes
Lembrando do mar que não sinto revolto
Sabendo pensar, esperar, jejuando
Carente daquilo que finda mas compra
O texto ilustrado do amor que se dá

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

KAMA

Pensar alto demais até ao ponto de estampar
Na vista preocupante dos que protegiam ao par
Fui treinado simplesmente para ser capaz de chegar bem
Observando os mais velhos próximos que foram além
E não pensaram alto somente mas incrementaram
Fundiram casas cheias ao calendário dos nascimentos
Juntaram às festas contribuintes vindos aos montes
Que me fizeram mais beneficiário dos meus próprios dotes
Porque tardando o meu sucesso destinado é certo haver
Espaço para mais tempo ao agrado dos guerreiros bravos
Perdurando aquelas glórias planejadas ao fim do trabalho árduo
Que aprendi com rapidez saborear quando faço o que faço

ZONA

Percorre-se o País facilmente
Da faixa centro se vai ´prao´ sul
Do sul se vai Algarve e Equador
Se vou ficar, País, vou viver
Se vou partir, País, vou voltar
Aonde estou o sol se finda tarde
No topo das montanhas e nas estradas vazias
Conversaria com mais gente se estivesse fixo
Mas a motricidade do corpo me isola
De vez em quando conto que naveguei mercante
Que preso estive no comando do meu comando
Como posso tomar tudo se tudo segue a me tomar?
Talvez porque me falta a corte, a cortesia
De um conjunto de mestrias que reconheceriam
Um forasteiro errante portador de um corpo nobre
Mais que os pelos do rosto e os músculos das pernas
Mas principalmente com amor pelo ambiente do território
Que ora parece um deserto pobre despovoado
Um terreno amaldiçoado pelo ócio da esperança
Ou apenas um castigo para quem espera
Um desperdício de todas essas funções

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SARA O MAGO

Coimbra B ruma à Capital
Campanhã é a Coimbra B de São Bento
Sobre estações que passam em Aveiro
Em cidade fama de estudantes
Antes a base, sempre tende ser assim
A cidade tem um rio longo
Tem também uma ponte que atravessa
Toda serenata em noite escura revela o nome
Entre as gentes que se banham em lua nua
De uma poesia que encanta cordas instrumentais
Canto, eternamente canto
Internamente o pranto
Caminha no meu chão
Belo, austero e viril

TE VEJO TEJO

O momento ao vivo tem algo de fantástico
Hilário, emocionante, instantâneo
Desde escutas e falas de quadros diretos
Até os jogos de interpretações quaisquer
Mas a calma no meio destes movimentos todos
É o aconchego de um seio tenro constante
Onde os bons dias passam com crescimentos lentos
Melhor que a estagnação de análises já passadas
Ou a negatividade de um confronto civil
Estes personagens incluindo o próprio passatempo
Nascem para assistir ou serem assistidos
Em qualquer pedaço deste Globo quase único
Ora, a língua tem esse poder de toque
Chega agora nos quatro pontos cardeais

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...