terça-feira, 31 de janeiro de 2017

MB

*
É com pesar que aborto
Dias antes de partir ao seu encontro
Sei que meu nome consta nos registros
Sem vocês se darem conta de quem sou
Neste tempo estudei a vossa história
A nossa história que ainda continua
Quantas vezes escrevi a vós
Com intuito de cruzar o mar
E participar dessa Amazônia Azul
Mas os meus papéis são do outro lado ainda
Deste lado já estou num posto verde
E é bem verdade que volte, e volte e volte, sempre
Torço para que antes da minha morte
Eu possa me fardar com os seus panos
Eu possa receber os seus comandos
Eu possa um dia lhe comandar
Com amor à Pátria
T.
*

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

DISTANTE E CEGO AMOR

*
Somos dois
Sou um fanático com a ideia de casa
De filhos, ofícios, irmãos, amigos e viagens
Madurados somos nesses ramos
Cega, por não ver que tanto quero
A continuidade desses planos
Cego, sigo com as letras e os castelos de pano
Que vão dar à sua vista, boca, corpo e lembranças
Sem notar que estou aqui distante, tão diante de si
Fico cada dia mais maluco a espera do sim
Um poder que mudaria tudo para muitos
Pois o sim transformará a dor em alegria
Neste caso sim porque juntos somos muito mais
Capazes de ir além do que já fomos
No sentido de andar cruzando meio mundo
Levando a parte que fizemos no caminho
Deixando marcas do nosso lado bom
Sou um cego tão focado nisso tudo
Que não há dúvida, eu te amo
Mas te vejo cega num mar de nãos
Sem ver as minhas mãos a te salvar
E as suas mãos que me salvarão
Enquanto o tempo, um monstro, nos devora
Para mim só há uma alternativa
Já que não inventaram a máquina do regresso, ainda
E ainda que não tivesse nunca me visto, beijado ou desejado
Ainda que tenha uma nova vida
Eu prefiro o meu ponto de vista, mesmo cego
Mas vivo só por causa da esperança no amor que há em si
*

NA TASCA DO ENGENHO GRANDE

*
Chegou um tricolor, sentou-se à mesa e pediu:
- Por favor, um bacalhau caprichado à moda da casa e quatro pratos. Para beber, suco de laranja e quatro copos.
O vascaíno dono da tasca vendo que só havia uma pessoa, retrucou:
- Mas, o senhor está sozinho...
E o tricolor respondeu:
- Por enquanto. Já estão chegando por aí o Wellington Silva, o Henrique Dourado e o Marcos Junior.
Ao fim do prato principal o vascaíno perguntou o que queriam de sobremesa
- Chocolate! "responderam os tricolores"
E o dono da tasca muito educado concluiu:
- Pois, quem manda é o "freguês"
Ou será o destino?
*
FLU 3 X 0 VASCO
Campeonato Carioca
2017

sábado, 28 de janeiro de 2017

CRÔNICA: O BOBO ÍNDIO

*
Mais uma vez saí para a noite, não com intuito de demorar muito, eu tinha um destino alto e até lá fui. Depois desci, com a única coisa que ainda carrego no bolso útil, rico apenas disso. Havia na avenida um som maneiro, de um velho amigo, na verdade gordinho um pouco mais que eu, mas tocante, cantante igual ou melhor aos outros bons tocantes e cantantes da cidade. Minha flauta não paga muita coisa, digo desde já, quando sopro, gera algum atento, as pessoas travam o gole, paralisam a mastigação, as pessoas ficam um pouco mais simpáticas momentaneamente, mas logo voltam às suas outras observações. Nessa noite encontrei com um índio, como em outras noites o encontrei. Num bate papo quente ali na beira rua pedi a ele, apenas uma vez, um trago na cerveja. Sorrindo o índio me negava repetindo a negativa como se aquilo para ele fosse o máximo. O índio tinha feito essa ironia outra vez noutra noite quando lhe pedi também apenas uma vez um trago de cigarro. Ele se eleva quando me nega. Enquanto eu fico inalterado. O fato é que em outras ocasiões, o índio também me pede, justamente aquela minha riqueza que vai à mão e à boca para o sopro. Pois, esse índio também é um bom tocador de flauta. Na livraria mesmo, num sebo da cidade, há poucos dias passados ele me pediu: “Me deixa tocar a flauta?”. E eu, como sempre inalterado nunca o recusava. Diria agora àquele índio se ele sabe sobre a lei da roda gigante. Uma hora a gente está lá em cima, noutra hora lá em embaixo. Sabendo disso, eu, não me afeto com as posições, seja lá em cima ou lá embaixo, o sim e o não, o dia e a noite, o preto e o branco, (a mulher já me altera um pouco) de resto não me altero. Agora, estou decidindo aqui comigo o que farei quando o índio me pedir a flauta novamente. Talvez lhe mande para o quinto dos infernos ou se calhar oficializo seu chapéu bouffon. E eu, ainda continuarei inalterado.
*

DOM KISSHOT E SANTO PANÇA DEPOIS DE MUITO TEMPO

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(...) 
Dom Kisshot ensinava a Santo Pança
Sobre a despedida, a ida
Que enquanto mais Dom Kisshot distanciava
Mais próximo Santo Pança deveria
Enquanto gárgulas indígenas confrontavam
Mais moinhos de vento Dom Kisshot vencia
(...)

O VELHO DA TORRE APONTA

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Sempre, o velho da torre ensina. Quando o aprendiz está ao seu lado ele ensina sobre tudo. Em cada segundo, em cada parte desse globo, o Mestre aponta. Ela te recusa, te aconselha, te mostra, te cega. A vida, ela parte e chega. A vida chega e parte. É um ciclo sem fim. Então o Mestre disse: “Veja!” E o aprendiz viu. Então o mestre disse: “Eu lhe mostrei”. Isso quer dizer que o velho da torre é o Mestre e eu (você) é (somos) o(s) aprendiz(es). O aprendiz perguntou ao Mestre: “Quando irá chover?” E o mestre disse: “Quando Deus quiser”. Então o Mestre ensinou sobre o que é Deus ao aprendiz, a mim e a você.
*

BOO

*
Milton Nascimento disse
Que o artista tem que estar
Aonde o povo está! Onde?
O povo olha, escuta e sente
O povo está para assistir “(espectar)”
Tanta coisa diferente
Que o susto pode ser algo bom
E o nascimento pode ser algo mal
Eu, não quero nascer mais
Diria a Deus três coisas
Depois da morte e desde já
Primeiro, mudar a minha voz
Que seja mais compreensível
Depois tirar-me as dores nas costas
Pois cavalgo no galope de um relâmpago
Por último, que me deixe descansar
Por muito tempo na matriz
*

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

SORRIA A PF ESTÁ TE FILMANDO

*
Os caras pegaram barbudos
Pegaram carecas
Pegaram velhotes
Pegaram laranjas
Pegaram os do malote
Pegaram doleiros
Pegaram colarinhos de vários cores
Pegaram ex governadores de Estado Pegaram até o "gato" que jogava na Copinha SP de Juniores
Estão caçando o alemão
Estão caçando o milionário
E contou-me um passarinho que irá pegar também quem mandou a PF "enfiar no angu"
*

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

FAZ TODO SENTIDO

*
Vê-se um filme de terror em alguns presídios brasileiros. Há imagens de homens degolando outros homens, arrancando-lhes os olhos, jogando bola com a cabeça decapitada, suspeita-se que fazem churrasco de carne humana. Coisas ao nível dos terroristas radicais islâmicos. Uma das formas de conter os malfeitores de um território é aprisionando-os. Além de retirá-los da sociedade livre justamente por causa dos seus péssimos feitios, é recomendável também estimulá-los, tanto fisicamente como mentalmente. Os presos podem trabalhar, podem estudar, podem praticar esportes, podem praticar atividades lúdicas, entre outras modalidades de ocupação do tempo com expectativas de correção. Dentre essa gama de possibilidades de proveito humano, ainda que maléfico, seria possível também aproveitar estes bárbaros na frente de uma linha de guerra. Dar-lhes, por exemplo, uma missão de combater os terroristas de outra região. É uma forma de aproveitar os males para confrontar os males, removendo esses efetivos maliciosos do país e enviando-lhes para frentes de guerra em regiões dramáticas como o oriente médio. Ora, lá, eles atam fogo em pessoas vivas, apedrejam mulheres, arrancam cabeças, fazem atrocidades contra crianças, dizem que em nome de Deus. Nota-se que os maldosos daqui possuem um ódio talvez contra Deus, ou contra o sistema que os representa. Poderíamos dar-lhes alguma esperança, com um aconselhamento bem preciso e mais rude que seus próprios atos. Faz todo sentido, juntar 100, 200, indivíduos desses bárbaros dos presídios brasileiros e mandá-los para o oriente com a missão de destruir os terroristas radicais de lá. Teriam pois a chance de mostrar serem piores que eles, mais temíveis, assim “melhores” e ainda poderem ter a liberdade posteriormente, contando que não voltem a praticar maldades, e essa parte é muito importante pois se fizerem maldades terão um castigo jus à crueldade do comando que fornece tal ideia. A ideia tem um resumo convincente. “Saído daqui os malfeitores (bárbaros presidiários) para combater outros malfeitores, elimina-se o efetivo maldoso do espaço local. Em outra terra, combatendo os terroristas do oriente, com suas específicas maldades e eventualmente vencendo-os, terão primeiro a sensação de vitória, tendo sido úteis a uma região necessitada de cessação daquelas maldades locais. Se forem mortos em combate terão cumprido um dever louvável que é o combate do mal com o próprio mal e consequente eliminação de uma parte do mal. Mas se vencerem, terão posteriormente a liberdade, com a condição de não praticarem qualquer outro tipo de maldade. Contudo, a exemplo de Pedro I de Castela, O Cruel, é importante aceitar que o mal tem que acabar de qualquer forma, que seja por um mal maior. Então, se os vencedores maus saídos daqui para combaterem outros maus de lá, poderem ser bons vencendo-os, ganhando a liberdade como prêmio, mas ainda continuarem praticar maldades pós-guerra em qualquer outro território terão uma punição severa, pior que a morte ou qualquer reclusão. Ficarão vivos, mas terão os olhos retirados do rosto, os dentes e a língua da boca, uma narina costurada, os tímpanos queimados, terão os mãos e os pés amputados, serão castrados e continuarão vivos, porque fizeram um bem com a maldade que tinham, eliminando a maldade de outrem, mas insistindo em continuar a fazer maldades agora não poderão fazê-las à ninguém. Recebem assim a maldade máxima, como dito, uma crueldade tamanha jamais comparada. Esse pensamento pode ser compreendido também com uma metáfora. Imagine que você (Pessoa/Estado) tem feras selvagens (leões, ursos, elefantes). Então você captura-os para serem utilizados em frentes de batalhas internas ou externas contra os inimigos. Isso de fato é uma arma viva. Se ainda pudéssemos domar as forças naturais também seriam. Se as feras destruírem os inimigos poderão ser domesticadas. Mas se permanecerem agredindo a nós próprios deverão ser penalizadas. Não justificaria porém fazer sofrer as feras aplicando-lhes a mesma punição infernal aos homens não modificados. Então as feras poderiam ser comidas, a pensar que se absorve a força da própria natureza delas. Isso que descrevo é um conceito de punho forte, já foi modelo antigo e poderia hoje ser aplicado neste caso, bem como em outros, aos governantes em palácios que maltratam à sua maneira o povo. Numa alegoria puramente fantasiosa (fictícia), mas que consta em formato literário e cinematográfico (O Senhor dos Anéis - J. R. R. Tolkien) Aragorn II, tem o poder de convocar uma legião de espíritos assassinos da pior qualidade que lutam a seu favor contra um exército mais numeroso estando assim livres da maldição que lhes fora atribuída anteriormente.
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FOR MB/ GENERAL BACANA/(1835-1840)

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Cabanagem era o nome dos abrigos no Pará do Brasil
Região que antigamente chamava-se Grão Pará, grande cabana
Que era governada por portugueses do braço de pedra de Pedro
Onde um forte participante desses tinha o nome Vinagre
O povo era uma mistura entre índios e portugueses, agres "zukas"
E o poder pendia ora para uma bandeira ora para outra, bruto
Em canhões na beira mar e descargas militares bem armadas
A guerra estendeu por 5 anos e o exército Imperial lutou na Amazônia
A Marinha tem uma tática que é o bloqueio e assim fez no porto de Belém
Os revoltos tentaram a resistência entrando para o interior da Floresta
Isso leva o crer que o insucesso de uma revolução atabalhoada
É facilmente vencida frente a uma doutrina como a dos guerreiros
Que revolucionam de certa forma seus próprios ideais de conquista
Aqueles comandantes tinham nomes bem como todos os comandados
Tinham nomes até os barcos, tinham nomes como fragatas, brigues e iates
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O QUINTO

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Nos livros (pró) constam, sobre o novo Império
Teorias sistemáticas, base bem gerida 
Numa escadaria (tri) onde precursores estão 
Mirando algo que eleva corpo e espírito
Peças jogadas num campo escuro (como um ponto no quadro negro)
Poderiam conter “chip” que emitisse sinos (micros)
Captados por aparelhos que nos vão aos olhos e ouvidos
Um manual sobre as possibilidades do poder
Poder que se crê ser empurrado ao povo
Isso de fato é feito pelo os estudiosos da vida
Com superioridade de controle sobre outras populações
Prevendo que o comportamento influência glória e castigo
Assim, põem-se piercings nas nadadeiras das tartarugas marinhas
E encontra-as noutras partes do planeta água sob e sobre ela
Aves, quatis, insetos produtores, flores e até minerais (Óh Minas)
Fontes que anseiam por ser controlados pelo equilíbrio
Quando o Dono deste Império O Quinto realizar a profecia
Enquanto isso... Escolham pois, uns números, dou-vos parte do infinito
*

SOBRE LIDERANÇA NESSA BANCADA

*
Que a ONU esteja ativa também para o aprimoramento e fortalecimento da segurança científica biológica em proveito da tecnologia, sobre avanços e preparações contra ataques de armas biológicas. Vivemos num tempo oco de acontecimentos, o que presume surgir figuras ou perversas e/ou salvadoras. Sobre os males, imagine uma mente brilhante porém maléfica, que fazendo prisioneiros seus inimigos de guerra, não os mata, os trata aplicando-lhes uma estirpe de gripe espanhola cultivada (por exemplo), depois solta-os devolvendo-os contaminados aos seus países, fechando a porta por onde saíram, subindo um muro que os impeça de voltarem. Neste tempo tão globalizado de rápido translado, de misturas e descobertas há também maldade estratégica pior que qualquer conspiração lunática e sobre essa é que devemos atentar. Eis a importância da ciência microscópica, patológica, naturalmente em combate nas abreviaturas em latim dos cientistas mas necessitada de armamento de defesa, isto é, um contingente físico e humano especializado, apto a criar antídotos que destrua enfim o provável inimigo. Ainda que não houvesse guerra induzida por um ou por outro mortal e a humanidade em maioria ignorância de descuido e falta de educação assim beneficiasse esses micros (organismos) destruidores, a ONU, órgão que preocupa-se com o Mundo e seus elementos animados e inanimados deverá cumprir essa missão. Em alto e bom português!
*

domingo, 22 de janeiro de 2017

PARA O CÂMBIO DA ECONOMIA

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Um país com famas excêntricas
Por essa regência dona ladra (repú ladrona)
Gentes nas posses de poderes “lítikas”
Que retiram um naco do bruto da Terra
Trocam por um pódio triplo apenas
Ao mandar mercadorias navegarem
E sobrevoarem, aliás, usar as redes
De qualquer ponto desse globo
É possível nivelar polos como mundi
E achatar everestes na caixa de pandora
Porém quem revelar esse segredo
Tal fama será maior que a dos partidos
Uno, liga à pelo menos este tal Império
Luso, de falar nos portos litorâneos muitos
Em chegadas e partidas com a mesma face
Este, desejoso capricho de se fazer visto
Oferendas lhe são dadas como água, pão,
Vinho, fonte, sangue vitalício, suculentas frutas
Sacrifício do alimento, gene silvestre, poli, muito
Por isso o pódio é um estendal com nuvens
Toda comunicação que tem sucesso tem magia
A magia de conter a chave da mudança da economia
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O VELHO DA TORRE E A LUA DO ARQUITETO

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Agora, o aprendiz foi até ao Velho da Torre responder-lhe o que nem fora lhe perguntado ainda. E chegou apresentando um símbolo logo acompanhado de uma interpretação narrativa de total controle: “A lua dentro do ventre simboliza o topo do nosso imaginário. Os pilares não estão deitados. A esfera no fundo é o equilíbrio máximo”. O velho da torre interrompeu-lhe dizendo: “Você tem um quadrado e em cada lado um guião. Quando ocorrem abalos em várias direções você age paralelo aquando, porém no núcleo ´a posteriori´. Sabendo disso você aponta os acontecimentos e recomenda a união da pena e da espada. Com ensinamentos práticos sobre as complexidades e as resoluções”. Depois disso, os dois beberam chá frente à janela vendo a lua minguante alta no céu. 
 *

ESTUDO SOBRE A PAZ

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Ao ler Eça de Queirós
Surgem-me fórmulas
Doutrina = Liderança
Estratégia = Visão
Processo = Tempo
Atitude = Ação
Decisão = Destino

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ARCH MMXVII

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Isso de internet na moderna era
É uma pilha de opções sonoras
Com imagens fixas ou audaciosas
Conflituosas, imaginárias e reais
Também são medicinais ou apenas...
JORNAL
Uma audioteca contentora de várias estações
De rádio e satélite e outros incensos mais
Uso porque quero e assim faço
Igual a “todos” os conectados
Tanto crato como limpo
Nesta rede ativa
Forte tanto
Bravo
Rei
O
*
The Litle Poesy of World
Nome: Filme
CALÃO
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https://youtu.be/54ERMI-ukqQ

sábado, 21 de janeiro de 2017

LEÃO

DECLARAÇÕES DEL DOM
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Essa é a nossa última foto em vida agora
O som que envio-lhe acoplado, Branca
É um som d´anjo, raro mas vivo, como nós 
Essa imagem marca um tempo presente em vida
Cronológico e conseguinte que vivamos, penso eu que
Vivermos próximos com a Gata Iara
Para que possamos ter mais filhos, Branca, como a Iara!
Essa imagem junta é muito fera, massa... Escute o som
E também aplique à Iara, Branca
Pergunte-lhe, se ela gosta de ouvir este som
Sí?
Hasta!
*
PSEUDÓ EÇA
DE QUEIRÓS

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

METÁFORA: NÃO CHORE

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Certa vez o Rei precisou embrenhar numa longa jornada em prol do Reino e secretamente pediu auxílio monetário ao maior comerciante do território. O comerciante era um burguês ao estilo Beatles, um titã da economia geradora do Rei. O empreendimento foi contribuído porém o palhaço, bobo da corte, indignado, divulgou que foram os bens do povo que pagara as jornadas do Rei. O Rei mais o único burguês que lhe ajudara decidiram aplicar uma drástica e justa pena ao palhaço apresentando as provas de que fora privado o translado. O palhaço fora multado com o equivalente do valor gasto privado pelo Rei. Impotente de quitar, o palhaço foi subjugado a carregar uma personalizada placa no pescoço que dizia assim: "Enquanto o Rei aumentava as riquezas por nós eu o blasfemei. Agora pago com a minha vida a bondade que maltratei.".
*

O VELHO DA LÂMPADA E O GÊNIO DA TORRE

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Certa vez quando o velho não havia chamado o aprendiz ao alto da torre, mas estava lá mesmo assim o aprendiz, o velho da torre fez um teste com o aprendiz e perguntou-lhe qual desejo ele gostaria de realizar. O aprendiz – que já tinha um filho – disse que gostaria de ter mais filhos até o fim da vida. O Mestre fez lhe a segunda pergunta: Por que?
- Aprendiz: Se nós subíamos nas árvores durante a infância, significa que a natureza crescia tal qual e junto conosco. E os adultos que nos viam na parte superior são iguais a nós adultos que vemos as crianças em interações com o meio ambiente (ainda existe o natural). Por isso, Mestre, quero ter mais filhos até o fim da vida.
(...)
*

ATOS

*
Pensei no passado próximo
Vívido d`outro tempo ciente
Que perdura até agora nato
Verdadeiro e iluminado crente
Olhos calibrados no oráculo
Para conseguintes nascimentos
Toda prole bem vinda é cuidada
Moldada ao intelecto abstrato
Associa-se até às tempestades
Que vê-se bravo e majestoso
Uma vez vivos devemos compreender
Nosso ser vindo de algo maioral
Então dever torna-se caminho
Que é justamente viver como dever ser
Com os pés na terra e o coração na lua
Numa união do Oriente e o Ocidente
Logo, Todo ato que bem feito e sem apego
Agrada ao Mor Supremo e sua mater matriz
*

https://youtu.be/pqxwXla3-Bw

sábado, 14 de janeiro de 2017

...COÇANDO PARA TRABALHAR

“Alguns casos acontecem e sobre eles – após eles acontecerem – novas condutas e legislações entram em vigor num sentido de adaptação social justamente por terem acontecido”. O raciocínio é completo quando a prática do sentido literal se faz, ou seja, as coisas acontecem e isso serve de conhecimento para moldes, tendências e decisões posteriores. Certo? Essa é uma ideia que lembro ter sido exposta por um professor de engenharia agrícola quando num curso de operador agrícola numa vila no norte de Portugal. É de fato uma frase padrão, corriqueira e talvez com outros formatos de colocação. Na época ele falava sobre legislação de trânsito no âmbito rural, no sentido de tratores, sinalizações de produtos, mercadorias, aspectos de segurança, etc, e comentou que de acordo com novos acontecimentos vividos no meio agrícola as legislações iam se adaptando. Eu vivo numa cidade com 140 anos de existência, apenas. É um complexo citadino urbanístico novo comparado à história das civilizações. Em 140 anos circulam descendentes de 5 gerações desde os pioneiros. E os pioneiros eram bandeirantes, um grupo expedicionário capacitado contratado pelo primeiro Imperador e II para desbravamento do interior do Brasil, na busca por riquezas gerais, mapeamento geográfico e consequentemente embate e miscigenação genética na mistura re-pró-criativa de raças e povos. Quem fincou a bandeira do “aqui será” em minha cidade, foi um francês chamado Guido T. Marllière. Quando eu escutava sobre ele sempre pensava que ele era italiano, talvez por causa do primeiro nome. Um detalhe dispensável. Depois da fundação da cidade a mesma cresceu. No decorrer desse crescimento as estruturas urbanísticas foram em tese se aprimorando em benefício da sociedade. Numa balança podemos pesar avanço e retrocesso. É confortável dizer que tende para um lado positivo, ainda que aos “trancos e barrancos” a cidade se mantém. Na verdade o que mantém o peso positivo da cidade é ainda o seu formato arbóreo, uma natureza vegetal que abriga muitos pássaros, de corujas passando por araras até tucanos. Porém, há um peso negativo nesta balança. Está no subsolo da cidade, nem tão profundo assim, mas ali onde estão abrigadas as redes de esgoto, escoamento de dejetos e rejeitos urbanos. Pensou que era ouro? Ora, isso não é problema. Com precisão há uma complexa problemática nos canos e tubulações que conduzem para o veio aquífero, rios (erradamente) esses rejeitos da cidade. Vale ressaltar que neste sentido de evolução a cidade tem aspirações de realizar o tratamento de águas residuais ainda nessa década. Isto é ordenamento do território, pelo menos teórico. Contudo tem uma rede antiga, velha, gasta e com necessidade de substituição reforçada e funcional. No sistema político constitucional, quem toma frente dessas ações é uma empresa ou outro privado qualquer. Aqui ela se chama COPASA, e é quase a única fornecedora de serviços dessa natureza, que é proporcionar o bom e ideal funcionamento das funções hídricas da cidade. Pertence ao Estado Central que sedia a Capital, porém “atua, ou tenta atuar” em outras regiões de Minas. Aponto para o problema existente que é esta empresa não conseguir sanar solicitações de reparo da rede. Ora, pois a velha rede. E é preciso renová-la. Até um pescador sabe disso. Porém tende haver com capaz de qualidade. O fato de ter capital e aplicá-lo em perda de tempo, em verdade é burrice. É o rebaixamento de um local medieval podre, rústico, insalubre. Numa metáfora minimalista, porca, hilária e rebaixada eu diria que ao “cuspir no chão estoura um cano de conduta” ... “se quando chove então, candango, é um cheiro sujo de bosta, é um Deus nos acuda” ... “pioram os cães pelas calçadas e porcos nas praças com seus biscoitos, nem pombos são piores” ... “que se acenda um incenso a cada badalada do sino”... Sabe-se que a COPASA tem a árdua missão de manter o adequado funcionamento da rede ao mínimo de falhas do funcional. E não é brando ou bonito, não é cheiroso ou certo ter em pleno Século XXI vazamento da rede de abastecimento e coletas de águas após uma chuva média. Então é preciso olhar o mapa, debruçar sobre o esqueleto da cidade, (alguém escreveu sobre isso). O trabalho tende ser especializado e bem feito, todo trabalho na verdade tende ser renovado, engenhoso e funcional. Caso contrário é inútil, dispensável porém substituível por melhor capaz. Isso se aplica a tudo, a qualquer função trabalhista executora, inclusive o mando ativo. 
 *

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

ARGUMENTO DO REI (Isto não é uma ficção)

*
Ser dotado de uma alma consciente tal
Diferente de quase todos na pirâmide
Raro igual aos outros no tempo necessário 
Para sequenciar acontecimentos bons
Como a evolução que progride em sucesso
Sendo dono máximo de um território amplo
Aplica seus dons para transformá-lo mais
Em alimento e outros atos prósperos tantos
A contar com corpos, instrumentos e matérias
Que elaboram as fundações dos patamares próximos
Estes apoiados nos pilares tão bravios do passado
Frente ao explícito atual sistema que ilusiona o povo
Partes com participações que maltratam e ferem
Estes enriquecem e nada fazem bem ao bem do rei
Sendo dono máximo até de mares que sua língua fala
Cria conexões potentes ao lançar empreendimentos 
Desmonta a ganância com a força de um mando só 
Eliminando a maldosa gente com seus pesados grãos
Vejam bem a régua cronológica e comparem as caras
Dessas, vejam os cognomes de coroas e suas histórias
Não aceitem homens que anseiam devastar Marte
Não aceitem governantes desonrados em palácios
Não aceitem mansões antes dos mestres e dos salva-vidas
Não aceitem aloprados que impedem o poder da união
Mas aceitem aquele que constrói o fim dessas maldades
*

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

LEMBRE SEMPRE DA BASE

*
Olhar do alto monte
Com fé, crente em Cristo
O mar de frente à mão
Imensa água da Terra
A linha do horizonte
E o sol descer no além
*
As caravelas portuguesas eram embarcações
Feitas com velas para todos os ventos
Seu emprego engenhou pelo mar mediterrâneo
Antes o alto oceano atlântico, por mãos ibéricas
Que controlavam até o tempo
*
Nas praias da costa mais ocidental do mapa Euro
As velas das caravelas eram pintadas com sinal universal
Capazes de serem vistas de terra firme
Conduzidas sobre as ondas por mestres aventureiros
Até o limite de terra à vista
*
Neste ponto máximo para além do conhecido
Os exploradores subiam e desciam margeando a vista
Enquanto o sol cruzava suas cabeças em trajetória
Para norte, às águas gélidas encontraram muitos peixes
Para sul em águas correntes também frias e gigantescas
*
As naus eram barcos maiores
Suportavam expedições longínquas
Era parte de um conjunto de navios
Tal tamanho de uma nave mãe que abastecia
Com mercadorias que levavam e traziam
Terrestres, marítimos do Globo, LUSO
*

CONTOS PARA SITAGHATA: O JARDIM DO MEIO

*
Certa vez um espirituoso príncipe do ocidente foi até a Índia com intuito de encomendar 4 grandes estátuas de pedra de deuses hindu, pois queria colocá-las em seu jardim a fim de criar um templo oriental posicionadas cada uma num ponto cardeal. As estátuas deveriam ser de Krishna, Ganesha, Hanuman e Narasimha. O príncipe reuniu apenas dois homens, um tesoureiro e um sacerdote e foram para a Índia. Chegando lá o príncipe incumbiu o sacerdote de procurar um escultor que fosse casto, devoto e também espirituoso, mesmo que ele não fosse o melhor artista. Ao mesmo tempo pediu ao tesoureiro que procurasse o escultor mais requintado, excêntrico e famoso. Os dois conselheiros voltaram com os orçamentos dos artistas que encontraram e o príncipe decidiu pelo talhador casto e espirituoso encontrado pelo sacerdote e explicou ao tesoureiro que antes mesmo que saíssem em procura ele já tinha feito a sua escolha. O príncipe só queria saber o preço que o talhador famoso e careiro cobrava para pagar 3 vezes mais esse valor ao talhador devoto e casto. Por um momento tanto o sacerdote como o tesoureiro não entenderam a decisão do príncipe, mas seguiram até o atelier do artesão e escultor devoto para dar autorização para iniciar as estátuas. O príncipe disse-lhe que as estátuas deveriam ser de Krishna, Ganesha, Hanuman e Narasimha, e ficariam cada uma num ponto cardeal do seu jardim. Pagou a quantia 3 vezes maior que o valor pedido pelo o outro artista e deixou tudo acertado para que as estátuas chegassem de mercante à sua terra. Voltaram ao ocidente e um mês depois chegaram as estátuas em seu casarão. Havia uma carta do artesão agradecendo a quantia paga, que esta serviu para ajudar a sua comunidade, principalmente crianças carentes e os mais necessitados. O escultor colocou ainda um bilhete em cada estátua dizendo:  “1) Krishna tocando flauta em pé e com as pernas cruzadas em perfeito equilíbrio, deve ficar no ponto norte, pois ele é a orientação máxima, o Deus dos esclarecimentos todos. 2) Ganesha, o deus com cabeça de elefante deve ficar no ponto leste pois sendo o deus da inteligência e abundância ilumina como o sol as nossas vidas e prospera como todo amanhecer. 3) Hanuman, o deus com cabeça de macaco deve ficar no ponto oeste pois engenhoso e persistente como o tempo ele percorre o dia, voa forte e chega como as luas que clareiam as noites. 4) Narasimha, o deus com cabeça de leão, feroz matador de demônios, deve ficar no ponto sul, para respeitosamente curvarmos a cabeça para baixo, para lembrarmos da morte que arrebata à todos, e para verdadeiramente praticarmos o bem.” Depois de posicionadas as estátuas o príncipe reuniu com os dois conselheiros que foram em viagem e explicou-lhes que o dinheiro pago por aquelas estátuas foi para a pessoa certa, o escultor casto, modesto e devoto que não usaria tal valor em deleites prazerosos próprios e ainda transmitiu conhecimentos do hinduísmo pacificamente ao ocidente. O jardim passou a ser um local público, de calmaria e recreio a todos que nele circulam. Brincam felizes os filhos do príncipe junto de outras crianças, com seus pingentes em crucifixo, os que olham para as estátuas refletem, despertam sobre elas uma fantástica sensação de estarem mesmo lá, em cada ponto cardeal, no interior de cada deus. O jardim tem um nome, Jardim do Meio.

*

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

GLÓRIA, OS CASTIGOS!

*
Podem apresentar-se duos
Instantâneos ou prorrogados
Justos ou injustos, duos como dito
Leves, brandos, regrados ou duplos
Sempre constam na roda do inevitável
Que é o dharma sustentador do tempo infinito
Se as passagens existem elas vêm do passado
E seguem oportunistas ao futuro, ao reinício
Todos os dizeres, até os não ouvidos ecoam
Todos os pensamentos cabem no universo
Toda folha, fruto, vida, nasce, atua e morre
Até o ouro, a prata, os cristais, aparecem e somem
Tudo isso faz parte das glórias e dos castigos
*

O PENSADOR

*
É possível
Idealizar qualquer área vista
Como um campo projetado à frente
Servente de modelo para os que entendem
Sobre as potências dos feitos dos presentes
Imagine, pois, imagine
Uma terra fértil onde crescem gentes
Por chover quando queira, por pura inteligência
Quando bombas lançam água a vaporizar até o ar
Essa ideia
Feito o sol natural, composto de brio
Provém em prima da divina providência
Pois iluminado é aquele que vive a boa nova
Só por causa do destino, que quis e escolheu Deus
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

EM ROMA

*
Depois que a vidente avisou que o meu dia chegaria
Juntei minha boca à branca Dama e assim percorremos
Centro, litoral, sul da nossa matriz de encontro oceânico
Línguas semelhantes em lato diagonal diversa de magias
Até ziguezaguearmos a bota flutuante em meia terra
E a norte do vulcão que espreita e impõe respeito
Chovia torrencialmente na hora da despedida
Pois os dias eram de calor, verão no auge, o sol no máximo
Não estávamos na linha do Equador, ainda cruzaríamos
Ainda assim o temperado trópico era atípico
Talvez por causa do sul da velha Europa rica
Talvez porque chorava as idas dos novos ao tropical
Que voltariam agora mais robustos das marcas internas
Aonde deixaram fotografias e fizeram um filho como a loba
Donos de terras, cavalos, lavouras, tetos pintados e livrarias
Onde se juntam gentes para aprender a maestria
De revolucionar a história do fragmento que é a humanidade
Com a consciência do poder dos mistérios da vida
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O MAPA DO CÉU

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Visto com precisão
Aos olhos da realidade
Tal como a ilusória “maya”
É num instante, todo, imaginação
Ele é o mago em ação
Imago, âmago
Harmônico
Sebá
Tião
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domingo, 8 de janeiro de 2017

VOCÊ

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Sem saber ou sem querer
Você vai me dando fôlego
Nesse oceano que nos separa
Seus sinais são seus olhos vivos
Sua voz que chega e entendo lusa (português)
Dói-me a angustia da nossa criatura sozinha
Na sala a empilhar a torre que desabamos
Ela não brinca, me espera, ela me quer
E você duvida, não acredita, não imagina
Que o amor que sinto por você é eterno
E mesmo que nessa vida eu acabe perdido
Fique velho, adoecido e com coração vazio
Na outra vida eu ganho só por nascer junto contigo
E é por isso que eu te sigo, justo, desde a outra vida
Tendo te encontrado nesta, eu persisto, por mais amor

*

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

ARI ANO ZERO

*
Ele ama mais que todos
Crê nas possibilidades todas
Concretiza o mais difícil
Contraria as impossibilidades
É o primeiro do zodíaco
“O último dos moicanos”
Seu planeta é vermelho
Neste já circulam naves
Guerra é o seu berço
Não escolheu, foi o destino
Vitória é o leite que bebe
Forte agora escolhe a paz
Tem o espírito de um deus grego
Morre quando mata a fera
Seja ela ele próprio
Pela sua própria espada
Que se chama Marte
Já que seu escudo age
A proteger tudo que uma vez amou
Cruza mapas com os pés e sob a chuva
Brinca na ciranda do tempo
Chega, volta, naturalmente
Exagera, olha para o sol
Namora as luas todas
Beija a rosa dos ventos
Não desiste enquanto vive
Vive a criar declarações
Rezem elas amor ou dor
Faz os planos para as realizações
Perpetua em suas invenções
Insiste, avança, conquista
Não termina, sempre recomeça
E é assim que continua...
*

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

BOM PRESSÁGIO

*
Escutei o estalinho da porcelana
Quando os dedos largavam a alça 
Ao pousar de um gole doce luso
Do velho vinho dos morros na xícara
Lembrou “déjà vu” ver o mar no jornal
E a menina na foto da estação do metrô
Painel gigantesco de azulejo azul e branco
Os momentos marcados mas dormentes
De uma terra que amo desde o meio atlântico
Até os campos onde o verde sobe rumo ao sol
O cheiro de comida é igual ao que sinto no quintal
Quando é frio vê-se vida na fumaça que sai das chaminés
No calor as ruas ficam coloridas com as roupas nas sacadas
Deu saudade do cheiro do caminho milenar entre os bosques
Da fonia irmã que a mim não confunde pois não tenho sotaque
Não espero que me esperem nem que saibam que estou vivo
Eu só quero em breve estar em dois sítios (lugar) que sejam o mesmo lar

*

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...