sábado, 31 de janeiro de 2015

PENSA NA PENA QUE O JUIZ DARÁ

Como é que não sabe o meu nome
Mas sabe que eu era “casado” de sangue?
Como é que as flores do Hawaii chegam a Copacabana
Se estes mares são de oceanos distantes?
Como é que se come e se bebe e se dorme
E mesmo que doa, ainda reclama?
Como é que se toca instrumentos da banda
Se os que ouvem não prezam o maestro regente que encanta?
Como é que se vive com medo da morte pedindo arrego
Se a morte anseia trazer nova vida aos derradeiros?
Como é que as medalhas que eu ganho
Vão parar em seu peito?
Em outros tempos os maldosos queimavam pensamentos destes
E expulsavam os Jesuítas que guardavam tesouros do degredo

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O SOM DO MARTELO

Quisera eu ter inexistido agora que a tormenta mexe o calmo azeite do oceano. Diante desse calor do inferno por causa dos impactos provindos dos gastos e excessos absurdos da população humana. Sedentos por pecinhas de circulações em mãos impuras que fazem compras alimentares para o próprio ego. Revoltado, não trabalho como Chaplin só porque precisam de domar padrões. Não se domam os leões, nem os ursos, nem os lobos, nem as águias, nada que é selvagem. Os domados pagam por suas maldições. Logo eu que em silêncio estruturo as bases das construções físicas, desde o teto ao chão e as letras que essa massa toda em falta de conjugações de educação usam sem qualquer gratidão. Ora penso que devia ter um Estado bem fundado dentro da lagoa de um vulcão. Onde o barco é um bem necessário para recolher pescados e alimentar o corpo que aviva o grito, para que um raio caia, ou o próprio vulcão expluda, num instante uma espada surja, tudo tão abrupto porque a natureza chora quando se acalma. Se ainda vivesse a 200 anos no passado, com roupas de linho, andando em calçadas de pé de moleque, ouvindo os cascos dos cavalos, mais preso que os escravos, assumiria ser um iluminista, renascentista, revolucionário, barbado, amante, descobridor de pedras preciosas, bebedor de águas límpidas e um poeta suicida por conter no fardo um conceito tão pesado como a ira chamado amor.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

FAROL

Oh, como pode? Eu
Te querer, ainda que pobre, eu
Contente por querer-te presente, seu
Se não me quis quando nobre, eu
Mirado por todo o povo, estátuas e eu
Me diz se fiz algum sinal contrário, eu
Para atracar o navio no porto ao lado, dela
Eu cheguei do alto mar ao litoral, nosso
Desci do meu navio ileso, mareado, eu
Para caminhar a beira rio, Douro, nosso
E ainda caminho sozinho de Forte em Forte, forte
Com resquícios das noites da Invicta fria, iluminado
Mergulhado num mar imaginário, quente
Só por pensar em te amar para sempre, sempre

O MEU APOIO É O SEU PILAR

Eu preciso vencer a noite
Eu preciso de locomoção
Interna, externa, aérea, aquática
Locomotiva, mística ou só paixão
Por uma linda maravilha na mesma estrada
Equilibrando e renascendo ao mesmo tempo
Porque é bom ter o horizonte sempre aberto
É como dormir bem e acordar melhor ainda
(Ainda não é o meu caso)
Mas caso eu "case" com a certa parte então será bom
Será uma conjugação de beleza vasta e artes natas
Que vai de ofícios nobres à fundamental religião natural das coisas
É fácil acreditar que estes itens guiam a organização
Creio que há pessoas tão corretas propriamente para elas
Que por onde passam suspiram aspirantes de emoção
E se permanecem surgem virgens florestais, brota o sol no mar sem fim
As histórias por viver ainda comporiam vibrantes canções
É por isso que a Turquia, o Egito ou Japão são daqui, logo ali, e sempre serão
Mas se eu quiser levar-te a Vênus ou Marte, preciso que me dê a sua mão

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

FABRICA

Eu tenho um irmão nos olhos
Outro na pronunciação
E tenho uma joia de irmã no coração
Mas falante era o velho do tabaco forte
Peão fumo de rolo guerreiro
Disse que se eu levantasse voo hoje, caia
Subia e caia, pois, em sua cabeça e ria
Mas eu não morria
Porque iria ver a Dona
Por isso comece já
Seu Pai Nosso e sua Ave Maria

ESTE É O ÊXODO DO GÊNESE

CONTO EVOLUTIVO
DO VELHO DA TORRE
QUE BEIJOU A LUA
... Havia um homem
Que com sementes
Caminhou e navegou
Subiu montanhas
Pisou vulcões de fogo
E no gelo resguardou a descendência
Este mesmo homem
Fez sons ao soprar madeiras
Devastou pragas inteiras
E nos bosques pedras verdes encontrou
Hoje esse homem vive
Na memória dos que miram sua luz
Pois sequência tem o homem transcendente
Pelo surgimento de toda a base
Todo espaço, existente...
REAL PROGRESSO DITO
DE ONDE SE É REI
ILUMINANDO O NOVO MUNDO

http://youtu.be/XV39HVz-oMY

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

NÃO DURMO

Nem que a vaca tussa
Nem que a insônia morra
Nem que o meteoro caia
Nem que o relógio pare
Mesmo que dormente o corpo todo
Mesmo que a “pelada” canse o fôlego
Mesmo que copie o céu de estrelas
Mesmo que o alho e óleo fritem a carne
Mesmo que as preces reze e os mantras cante
Nem que espere a Dama demonstrar vontade
Mesmo que continue a noite toda nestas frases
Bendita vida que me dá o mapa planisfério
E no globo hemisférios, meridianos e paralelos
Que me alerta donde vem os quatro ventos poderosos
Que me faz desperto para descobrir a rosa mística d´alma

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

AÇÃO TEM TEMPO CERTO

TRECHO DE: DOM KISS HOT E SANTO PANÇA

(...) Tudo que aprendeu lá dentro aconteceu no decorrer de trinta dias e não aprendeu sozinho como imaginava. Quando lá chegou o Prior deu-lhe uma túnica e disse-lhe sorrindo que não havia bolsos. O Prior sabia quem ele era. A comida era farta e o prior confessou que a comida era assim tão boa porque a terra sagrada era trabalhada. No fim do jantar, o Prior perguntou a Dom se ele sabia o que era união e sem deixar que ele respondesse sim ou não começou logo o sermão:
“...União é a participação contributiva de todos os elos. Os Franciscanos estão unidos porque renunciam às riquezas. Um colar completo é união, mas se alguma banda se solta, o conjunto no pescoço torna-se vão. O exército marcha pra frente, mas se há um soldado contrário é confusão. Artistas que dançam somente dançam. Artistas que pintam somente pintam. Artistas que escrevem somente escrevem. Mas homens que criam incitam a união. Qualquer desacordo é desunião...”

PANÇA: - Então Dom, como foi essa experiência?

DKH: - Havia 30 monges. No primeiro dia o Prior me disse sobre união. E a cada dia seguinte um monge me acompanhava com conselhos e sermões. Cada monge me dizia algo diferente sobre minhas funções. Parecia que todos eles sabiam quem eu era. No último dia, o Prior me disse para unir tudo, enfim, fazer a união.

DORA TÉ: - No primeiro dia eu te encontrei no silêncio. Mas recorri a três potes de uvas pisadas. Você bebia vinho num copo de madeira e eu sentia o efeito de uma marcha avante com você a frente a segurar um colar completo que envolveu meu coração.

AS DOAÇÕES DE PANÇA E O PORRE DE DORA TÉ

TRECHO DE: DOM KISS HOT E SANTO PANÇA

(...) Pança, para acelerar o processo que Dom lhe pedira, sobre secar as pipas de vinho, contou com a ajuda de Dora, porém fizeram em parte batota. Pança, não bebeu mais que uma garrafa e depois pensou: “Ora, se o Dom está no mosteiro franciscano...” Eureka! “Vou doar estes litros todos!”. Dora Té, tentando entender como encontrar o silêncio para falar com Dom, bebeu três garrafas, sozinha, ficou sonolenta e quietinha até se recolher para um sono profundo. Assim encontrava o silêncio e esperava falar com Kiss Hot.

A ORDEM FRANCISCANA E A CURA DA LOUCURA

TRECHO DE: DOM KISS HOT E SANTO PANÇA
(...) Dom Kiss Hot como sabem é um imortal conjunto raro e único de personagens. Sem contar seu jeito largado, cabelos esvoaçados e passos ora lentos, ora rápidos, Dom Kiss Hot tem dois pontos cruciais, aliás, como quase todos os mortais. A cabeça é uma ampulheta de ventanias e o coração um turbilhão de ápices. Na verdade, Dom é um misto de complexidade a procura do núcleo inicial de todas as coisas que é a simplicidade.
PANÇA: - Por que queres enclausurar-te neste mosteiro, Dom? E as conquistas dos moinhos mais longínquos? E as batalhas com as ovelhas negras? E a Dora Té que tanto amas? E eu? O que farei eu neste tempo todo?
DKH: - Vou prender-me. Só. Passar um tempo só fará com que eu viva um jeito diferente da multiplicidade. Isto me fará mais forte para regressar. Confie em mim. Então diga a Dora Té que procure encontrar o silêncio quando quiser falar comigo e quanto a você, segure aqui este escudo e essa lança, dê meia volta e só volte quando as pipas de vinho secar.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
AS DOAÇÕES DE PANÇA E O PORRE DE DORA TÉ

domingo, 25 de janeiro de 2015

UM APENAS

Três quintos do tempo depois do descobrimento o Imperador Dom Pedro entregava ao povo todo o terreno. Aquele caipira que ouvira o grito do monarca às margens do rio limpo dissera que viveria para além do seu sustento, tudo por causa do sentimento extasiado do seu patriarca. O povo multiplicou-se e a coroa dividiu entre dois países com arcas perdidas e monos nas árvores. O tataraneto do caipira que por herança traz hoje um metro quadrado de espaço, também traz a moda do seu tataravô. Olhando para cima ele vê o mesmo céu e o mesmo sol que as sojas em abundancia debandam ao litoral. Dali elas escorrem qual ouro e diamante, qual carros que chegam em naves navegantes. Porém ele olha para o rio e o rio não é mais limpo. O rio do grito sequer tem vida num fio d`água. Com efeito, e por justiça o grito magnífico de tão bravio e incisivo não terá efeito só no leite e no café, pois não? Há uma cidade que é um avião, isso envolve uma mistura peculiar com erva mate, garras, linhas e visão. Este hangar que só existe pelo grito, deixa indignada qualquer parte marginal dos participantes daquele passado acontecido. Porque com um Quinto, com o eco do grito e com este poderio todo, fácil de construir pontes, edifícios, plásticos e utensílios, como podem os consequentes extras daquele grito, aponto aos celulares, nem de sangue azul, nem cigarro de palha, moradores nos hangares, não saberem que o sol e o vento são energia, o mar é alimento, a língua é meio mundo e a lealdade é o passe para a fidalguia? E é com isso tudo que movem moinhos d`água que rodeiam toda a fonte do próprio grito. Este que é mais que generosidade, é uma evidente necessidade de um novo grito.

A FÁBULA DO JUIZ

No passado
Da mão andante
Escapa a flor
Ela paira
No vento
Invisível
Como a dor
Não, não há dor!
Saudade sim
Amor é tudo
Não tenha pena
Tenha calor
Perto estou
Tenha à frente o REI
Tenha, RAINHA, tenha!
Porque sei
Que morro de amor
Por ser seu
Verdadeiro
Amor

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

AINDA QUE GAGÁ O VELHO DA TORRE ENSINA

Na sua posição, fique aí, na sua posição. Haverá murmúrios que virão por verem suas mãos pousadas sobre os joelhos. Alguns caminhantes que passarem à sua frente te verão como a frente toda de um exército inteiro. Os idealistas o terão como ícone da expressão. Nós somos independentes dos executores, mas os executores dependem dos idealistas. Debaixo dos seus olhos seus entes testarão suas antigas habilidades de competição, esquecendo apenas que competia sem intenção. Conquistadas as medalhas, antes, todas elas não eram gravadas, mas já estavam registradas as vitórias em comunhão. Digo com firmeza que sustente mais algum tempo neste seu posto. Fique aí, firme. Poderá parecer que as condições te limitam, mas lembre que seu trabalho ditam as condicionantes do que é ilimitado. Isto é seu suor filosófico. Tem o mesmo peso que a martelada de um ferreiro. Continue. Um ou outro te dirá que a filosofia é vã. E você dirá que é rica, vã e pesa como um instrumento qualquer. Por fim depois de algum tempo levante e siga. Rumo à maresia que te isola das malícias. Faz visita à casa da vida aquática entre ilhas. Viva dentro de um navio. Desembarque em um belo porto, fixo, pronto, esta é a sua posição.

FUNÇÃO

Eu me pareço com você
Um ser orgânico simples
Com desapego sobre monetários
Mas utente dos minérios que existem
Receptor do sangue que nos dá afeto
Talvez com sorte por ter nascido nesta casa
Creio que a vida quis que assim fosse
Contudo todo mundo nasce com honra
O que de fato é um conceito complexo
Mas com autoconhecimento isto se torna certo
Nem por isso é falta de humildade ser teimoso
Poder fazer complexas teorias de ensino e política
Num posto sentado, tranquilo e ileso dos perigos
Criador de textos nobres só por causa do destino
Perto das batidas árduas que constroem edifícios
Estas posses perpetuam aos descendentes vindos
Serve tanto ao presente inteligente afirmativo
Como se houver futuro, que não será interrogativo

LIÇÃO DO QUINTO IMPÉRIO


Eu espero que a chuva caia
Com tanta força bruta
Que demonstre às crianças
O poder da execução

Gostaria ver de perto o rosto
Da beldade protegida equidistante
Ao saber que moro longe
Bem pertinho dos trovões

Quando vejo algum ratinho (humano)
Orelhudo, branco, zonzo e leve
Tenho pena dele, pois, por causa
Da patada do leão

É por isso que respiro e falo brando
Mexo os dedos e suplico aos anjos
Dos relâmpagos no horizonte altíssimo
Corram as nuvens e esqueçam o pranto

Pois o mando é de natureza régia
Quando grita forma o povo alerta
É ao mesmo tempo medo e crescimento
Do estrondo que cativa a audiência

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

FLECHA

O velho caderno amarelo encontra a fina ponta da tinta
Quando a irmandade acompanha desvendar novas trilhas
O topo no centro do chacra da minha coroa emana brilho
Por causa do sol majestoso que ilumina nossas vidas
A fronte da minha testa forte é cruzada e benzida
Porque a reza diversa do colar de esferas é simples
Meus punhos almejam espadas de luz como velas
Pois na terra escondida revelo tesouros magníficos
As líricas poesias impulsionam as paixões antigas
E os materiais decoram com beleza os casarões
Quando elevo o olhar para o céu estrelado delicio
Sinto falta do horizonte marinho quase todo infinito
Mas encontro razão cabisbaixo ao pensar que nasci amante
Sendo assim sou ciente que os desejos me seduzem a todo instante
Então peço ao destino que a chuva beije a terra e encha os rios
Sorridente e harmônico porque o tempo propõe-se eternizar os dias

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

D`ARC D`EUROPA

Por causa do som do seu reluzente presente
Ouço esperança em todo refrão consequente
Por mais que o embalo seja de um barco distante
O eco do seu nome é o que mais me faz fascinante

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A ESPOSADA

Vem primeiro que a corja enfeitada
É justamente o fogo na palha
Que deixará uma boa sequela
Parece tristeza mas é puro consumo
Pensam em fragmentos abstratos
Enquanto revelo as estradas do Mundo
Ouvi mil vezes, ouvi, calma
Respondo o oposto com revolta
Porque essas horas passam
E se não faço, as forjas param
Não vigora nada, inexiste muito
Pois baú graúdo é aquele aberto
Onde afloram gamas de ritos
Com poderio de invadir o peito
Sem causar efeito de mau juízo
Mas sim gosto da prova da felicidade

sábado, 17 de janeiro de 2015

CRÔNICA NA CERTA

Quanto mais bobeira fizeres
Mais bobo(a) serás
Com toda educação
Me perdoem os palhaços
Eles se esforçam
Para fazerem parte da corte
Até têm piada
No picadeiro
Óh, Coliseum
Essa nota que te apresento
É para me dares um papel
Tola(o)
Boa noite
Para mim a cerveja é doce
Por causa do amargo
Da sua maldade podre

O ATO

Se vê
Pronto
Destinado
Como a água que escorre
Pelas cachoeiras
Pois nada se parece com a caixa
Nem a negatividade absurda
Ora, o não, não seca nem molha
Dama
Perto eu vigoro
Contínuo
Como Mundus Partum
Que é visto como a Criação do Mundo
De histórias como essas
Então trate te situares
O meu reflexo é ileso
Porque ocorre no tempo
Como o rio na água, navego
Sorrio
Frente a uma mancha no rosto
Que conhece quem vive à sua frente
Mas prefere ser espectante
E só dança porque move a vista
Sobre quem te quer
Pensa que somente vivo só?
Enganasse
Ora essa, eu só, descanso
Trabalho agora mesmo
Mesmo só
Mas vivo
E agora apenas vivo
Tenho um plano
Para o seu sim
Eu sou o dono
De qualquer tempo
Até o fim

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

LIGA

Era um sonho
Eu partia do Porto
Por um rio fino
Onde só cabia uma canoa
Mas eu remava
E chegava em Lisboa
Bem na margem
Na beirada
Muita gente
Muitas casas
Eu desci da minha barca
Coloquei a vestimenta
Só calcei uma chinela
E na janela do horizonte
Vi um rio grande
Uma ponte
E um portal
Real

OIÇA (OUVIR)

O trem apita para avisar que vai passar aqui na frente
Quem tiver pratinha que corra logo, bem antes
Pouse numa linha para selá-la e aguarde
Mas quem não tem pratinha reclama da demora
Do trem que também transporta a bauxita das minas
Com apito também avisa que é possível imitá-lo em companhia
Digo, em companhia de amigos que em frente a estação, dos correios
Reúnem vozes, drinques e instrumentos sem espaço para o medo
Com abertura a qualquer "nêgo", principalmente às damas
Que a altas horas não se vêem, repousam nas camas, talvez acordadas
Mas, se lá no centro a Maria fumaça me conceder um grito diferente
Eu sem qualquer metal no corpo levo ao dente um sopro quente
E com olhos vivos mergulhado em êxtase por fazer parte disso
Entrego o nosso som proibido das noites e o incenso das árvores distantes
Até o delirante pensamento de estar em todas as partes de uma pirâmide

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A DECLARAÇÃO QUE O VELHO DA TORRE CHOROU

Quando cada ou qualquer desenho meu realçar o décor do seu coração quer dizer que realmente vivemos juntos no mesmo espaço. Para mim é tão simples como elaborar uma única letra ou ponto fazer-me presente e constante ao seu lado. Pois nos dois hemisférios já constam bibliotecas cheias desses ícones o que se estendesse cada obra seria como flutuar com um transatlântico pelo oceano. Se a minha riqueza é variada, espalhasse, um tanto mundana com mesmo tanto misteriosa e oculta. Porém o fruto vigoroso de um amor intenso é o melhor gozo terreno, é o maior espólio possível de ter. Enquanto vivermos e juntos estivermos é certo que a água da fonte mais bela transborda.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

SOBRE AS LINHAS

Sabe sim que eu vi
É impossível conter pensamentos
Saiba que expressar é um tipo de trabalho
Que não para já faz tempo
Esse tipo de escrita tem causa e motivo
É o tal poder que te digo ter você
E ter você como fiel é ser fiel
É mais que sorte, é efeito
Tudo que segue será muito positivo
Pense bem, bem feito
Como pode assim alguém
Fazer a outro alguém
Mesmo ao longe
Sentir tão bem?
Com poder
Aparentemente externo
Mas acima de tudo interno

CARAVANA DALVA AGAHATA

Quem vem? Ver quem? Dormir aonde? Comer o quê?
Vou pela Estrada Real qual Santiago de Compostela
Tenho a rota nas mãos e um formigueiro nos pés
Para registrar paisagens e escrever os sentimentos
Comportar viril status e declarar amor intenso
Assim começa a minha revolução na Pátria
Numa estrada negra, branca e amarela pelo sol
Pisando a terra chão, ouvindo os ecos do coração
Essa é minha proposta e basta um passo apenas
Prosperar sabedoria, produzir para te ter amante
Porque o que move é uma paixão constante
Que aviva a cada dia a nossa maravilhosa existência

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

RARA LUZ

Para com palavras cortejar a bela dama
Que é rosto do cerrado de olhos d`água
Necessária ponte pois estou na mata atlântica
Seu passado vem sereno, vem das índias
E eu nascido de uma tríplice oceânica
Sê feliz por essa heterogenia em genes
É tendência ter saúde e a família aumenta
Se um pingo de consideração valer a pena
É certo que fundo o castelo com pilares novos
Onde dentro bem faremos a terceira joia branca

domingo, 11 de janeiro de 2015

GIN

No belo horizonte de ondas gerais
Revelam desejos valentes que imperam
Os sonhos expostos no xadrez mais terno
Ouvinte, parelha na sala pequena da pausa
Diante do intenso texto e a pinga de café
Meu bem tenha dó dos maus de espírito
Não lhes consta beleza alguma sequer forçada
Quiçá momentos de clareza quando dormem
Confiai nas horas, elas seguem, as cavalgue
Eu te peço uma mão para erguer o pilar da união

CATITA

Eu te diria ao pé do ouvido o que verdadeiramente sinto
Demoraria uma vida inteira para você aprender o que sei
Por isso um toque nos lábios acelera e aumenta o calor
Há dias que levo uma flauta mas hoje eu portava um anel
Por não saber se fico ou se vou me apresento e despeço
Como Pessoa eu quero que me leiam sem saber quem sou
Eu já assumi a morte como sucesso e a vida como aventura
E sou imensamente grato aos que me suportam com amor

sábado, 10 de janeiro de 2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

DA SÉRIE: ÓIA PROCÊ VÊ / BÃO PRA DANÁ

Tudo começa com um pé carregado de goiabas
É uma árvore grande, branquela, cheirosa
Depois, pela estrada, cê vê um monte de pastos
É ali que está o outro ingrediente provindo das vacas
Da goiaba se faz goiabada
E do leite o queijo minas
Aí, cê corta um pedaço de um
E junta com uma lasca do outro
O doce mistura com o soro salgado
Aguça a saliva que enche e extasia
É conhecido como Romeu e Julieta
Eu prefiro a Julieta
Mas é só nessa hora que eu como o Romeu

O CASTIGO DO REI

Viva!
Porque tudo que fizer valerá um dia
Valerá por tempos depois da vida
Sonhe!
Porque seus sonhos são realidades
E a realeza dos seus sonhos é estonteante
Ame!
Porque seus desamores virarão árvores
Onde pousarão pares de ases para a evolução
Lute!
Porque suas vitórias mudam
Ajustam as falhas da direção
Peque
Porque sua desculpa agrada o criador
E serve de molde para as correções
Sofra
Porque a felicidade é ilusória
E assim está isento das prisões da dor
Morra
Porque a morte te renova sempre
Para continuar esta Tradição presente

ELA É TODA BELA

Toda pedra vale a base
Todo amigo sabe o bem
Todo gato preto é sorte
Toda lua dorme nua além
Todo não é sim de longe
Todo encontro some
Toda semana acaba
Todo anel encaixa
Tudo é nada pra mim

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

UM LADO SÓ

O fundo do meu olho esquerdo está vermelho
Porque o tatâmi que recebe minhas costas gira
Enquanto conhecidos amontoam em almofadas
Diretrizes não diferem liberdade de anarquismo
Abalam os que oram e matam os que brincam
É em silêncio que se bebe o vinho tinto sozinho
De boca fechada se alimenta com pão o espírito
É tampando os ouvidos que suporta aos gritos
E de braços cruzados que se engana o inimigo

RALLY

Veio ao longe sem obstáculos
E na minha mão retardatários
Eu te vi!
Eu te vi?
Eu te vejo em toda parte
Na insônia da minha ânsia
No museu da minha juventude
Nas palavras que escrevi
Nas que apaguei e não esqueci
Nestas mesmas que leu e fingiu que não entendeu
Se acostume
É assim com todo elemento plutônico
Gero por querer uma reação platônica

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

DOM KISS HOT E SANTO PANÇA NO BRASIL (I)

TRECHO DE: DOM KISS HOT E SANTO PANÇA
*
Pança explica para Dora Té, que Dom queria vê-la a todo custo naquele exato momento. Mas como ela estava de mau humor, trancou-se no quarto e negou. Ele então ameaçou partir como um foguete em erupção.
* *
Ele ameaçou voltar porque faz parte da natureza dele
Porque do lado de lá tem uma malta à sua espera
Nas ruas os músicos loucos procuram quem lança
Nos centros os azulejos eternizados querem novos traços
Nos montes as rotas peregrinas engessam as marcas dos passos
No frio o sangue do seu amor ilhéu, peninsular e romano aguarda
Até na corte que arregala cada vez mais os olhos debaixo da capa
Nos rios que ganham mais vida por causa dos seus desafios
E os cavalos que ele viu de longe relincham só porque ele pensou montar
(...)
O QUE DOM FALARA A DORA TÉ PELA PORTA
*
Dom era um homem bravio. Tinha um orgulho atrevido porque era seguro consigo. Além do mais, Dom, tinha fé e toda essa peitoral arrebatadora era abençoada pela humilde posição que ele servia a Deus.
* *
Vou me embora agora
Há outras mulheres que me querem
Farei sons até o sol raiar com meus amigos
E planejarei uma nova Catedral para aquela que se casar comigo
Vou a Santiago de olhos fechados guiando pessoas do mundo inteiro
Depois chego até ao pé do polo norte para beijar os pés do meu herdeiro (a)
Porque não há ninguém nascido com um aro invisível e tão claro como o meu
Ao mergulhar nos rios os peixes vencem as barreiras para continuarem o seu ciclo
Todos lusitanos e árabes que eu ver serão tratados e escovados para o meu Rei
JESUS CRISTO

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

QUEM É O GIGANTE?

Depois que o gigante acordar ele tem que ver televisão. Qualquer canal. Qualquer telejornal. Alguns anões perseguem este meio tecnológico informativo. Dizem haver manipulações, conspirações, dramatizações. Não pode ser mentira o que se vê. Nem ânimo, nem folias, nem santos, nem reis. O gigante, depois que acordar tem que ver TV. Ele ficará boquiaberto com o que se vê. Ele deverá levantar-se, convocar sua equipe, começar a caçar os crachás no topo desta pirâmide de poderios democráticos inúteis, limpar as carnes podres que infectam os rios e esbravejar para que o sistema de luz e água deste tempo moderno funcione para os seus filhos. Ele deverá chamar a armada para apontar seus canhões aos palácios e casarões onde discutem qual barril irá pra cave de quem no exterior e tomara que não derramem enquanto movem. Porque se isso acontecer creio que o gigante fechará as portas do jardim e colocará uma rolha no fundo do mar. Que seja impor para ensinar que a troca anual dos formatos plásticos dos celulares não serve mais que um livro, seja mesmo digital, lido enquanto descansa ao sabor de uma conversa ao vivo. É que o tamanho do gigante é continental. Ele é responsável por muita gente. Os seus planos são maiores que as partes lembradas de todos os sonhos. Ele existe, dorme, acordará a qualquer instante. Mas, quem é o gigante?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

BÔAS DO VALE

Compreendo perfeitamente os abismos do planalto
Estou de volta, cheguei a exatamente um ciclo completo
Não conseguia mais suportar viver de quarto em quarto
Ainda mais com o fim dos vínculos sem elos de renovação
E com o atraso do órgão do sistema onde sou apenas um neurônio
A verdade é que quero subir mais um degrau no estacionamento dos navios
E se não conseguir terei que elaborar um novo plano aqui mesmo
Mas, veja bem, gostaria que prestasse bastante atenção nesta parte agora
Chegou a hora de vestir a camisa para realçar a tatuagem da bandeira
Levar o escudo ao peito e entrar de vez nas batalhas que já estou a travar
Isto quer dizer que fico a disposição da Terra, das forças dos rios e do mar
Junto com um Partido novo para integrar de corpo e alma, desde já
Não quero mais ficar oculto com artes soltas numa biblioteca de ideias
Afinal existem jornais maiores e as lentes demorarão um pouco a captar
Acredito que posso contribuir nas vertentes do Meio Ambiente e da Cultura
Tenho alguns papéis pintados de biologia, ecologia, ambiente, território e educação
Como diria Renato Russo, vivo com meus pais, e o almoço é uma delícia
Visto as mesmas roupas de a 10 anos mais algumas peças do segundo irmão
Dependente do sistema familiar “leonino” por assim dizer, sem ferir e sem feridas
E como uma batata quente em busca de algum emprego logo e uma menina bonita
Por isso, me leve para o norte do Brasil, para o oceano da Amazônia
Apresenta-me a floresta densa, os grandes bichos, um rio da bacia, os índios
Quero ver a cultura nativa, deixa-me mais perto da linha do Equador, por favor
Deixe-me conduzir a bússola deste time, já estou pronto para a partida

O VELHO DA TORRE

- Mestre, não se assuste com o que vou lhe perguntar. Eu posso ganhar dinheiro com as coisas que faço?

- É claro que não me assusto. Sou seu mestre.

- Mas, Mestre, posso ganhar dinheiro com as coisas que faço?

- Pode.

- Só?

- Você não se contenta com o poder. Vá, abra aquela janela.

- Sim. Pronto. Agora está aberta.

- Vê aquilo tudo lá embaixo? Não custou nada, não foi você quem fez e quem fez só ganhou a imortalidade.

- Mas é verdade que todos renascem, até os que não buscam riquezas e vivem sem pensar em recompensas.

- Pois é, são como eu. Tenho você ao meu dispor e tudo o que você ganha serve para quem não tem ensinamentos.

- Então é melhor continuar querendo assim.

*** TEXTO CRIADO EM 2008 (CINEMA NOVO NO VELHO MUNDO)

– Introdução à intenção de exposição nunca adotada por qualquer CIA a não ser só por mim

Em fevereiro 2005 eu retornava ao arquipélago dos Açores e na ilha de São Miguel permaneceria até abril de 2008. Neste tempo integrei à equipe de pesquisadores da Universidade dos Açores num projeto limnológico de mitigação dos impactos biológicos ocorridos nas 3 maiores lagoas que na verdade eram as bocas dos vulcões (Sete Cidades, Fogo e Furnas) cheias de água. Consegui uma câmera emprestada com o departamento e fiquei logo incumbido de registrar a pesquisa. Entretanto filmei mais que biologia, pois queria registrar todo aquele espaço em que vivia. Afinal estava no meio do Oceano Atlântico Norte português, longe de casa e cercado por mar, céu, fogo e uma terra verde. Este é um “filme” completamente amador onde constam razoáveis tomadas e quadros arquitetônicos, paisagísticos e tem uma trilha sonora um tanto rara, (do meu gosto) por se tratar de música tradicional portuguesa antiga, centenária, diria eu. O fato de querer trazer à tona este vídeo e tentar apresenta-lo simplesmente em festivais como o CINEPORT é porque, eu, provindo de uma cidade berço da história do cinema brasileiro, sem rodeios, onde foram realizados os primeiros filmes de Humberto Mauro, pai do cinema brasileiro, poderia ser eu um filho escarrado também no enquadramento de movimentos? Tenho para mim uma máxima (frase) de outro cineasta brasileiro, Glauber Rocha, que também adotou a frase de outro cineasta, Paulo César Saraceni, ambos estudados quando descobrimos outras dezenas de artistas na escola e pela cidade de Cataguases. A frase de Saraceni era “Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” que para Glauber era “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” e para mim é: “Uma câmera na mão mil ideias na cabeça”. Os 20 minutos de registro visual que se seguem são da Ilha de São Miguel, Açores, conhecida como Ilha Verde, com um clip final do trabalho científico que participei como estudante de biologia marinha. TPN ***


http://youtu.be/zmLtNrG4M-4

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

LUSOS / ORDEM DE JESUS CRISTO / TEMP.DE.FRANZ

O Clero precisa manifestar terrenos para o povo
As Forças precisam escolher entre honras e política
Enquanto aqui o calor castiga sem dó nem piedade
Sorridente, pois não há alternativas ao viver num oásis
Sorte a vossa a terra estar muda, seminua e nada crua
O mar é que me procura e já preparo para ver cetáceos
As construções abrigam moradores que procuram portos
Os construtores deram carta branca desde que não sujem
Escritores, pintores, pensadores não residem facilmente
Porque aguardam os profetas messiânicos prestes a acordar
De um Templo iluminado por uma só vela que guarda a espada
Feita do suor que a palma abraça o punho de Nosso Senhor

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

ARIANO SCHMITT

De ciganos expulsos a emigrantes ingleses
De família festiva a dentes de leões ferozes
De uma pele branca e um sangue negro
De uma fé na bondade vencer a maldade
De uma vontade de chorar por sorrir tanto
De uma pessoa que ama sem ser amado
De um início filtrado para a pureza do fim
De um ganho absurdo só por pensar assim
De uma ida certa sem volta para a partida
De um tropeço tosco já com tenra idade
De uma espera por colo, certa, toda pra mim

SE EU NÃO TE VER

É porque tinha que ser
Porque o barco afundou
Ou a nave despenhou
Mas, seu pai era um andarilho
Um mestre desde nascido
Um crente em Deus de coroa
Um marinheiro das montanhas
Tocava instrumentos de ouvido
Os extraterrestres amavam sua língua
Fazia muitas outras coisas sozinho
Montava cavalos só por ler livros
Cantava mantras e preces em transe
Tinha um punho forte e um grito bravio
Onde surgiam formas e desapareciam inimigos
Não tinha nada mais que você primeiro
E antes de você, ele tinha a vontade de ter você
Ele sabia que essa vida era a continuação de outra vida
E a próxima vida será a continuação desta vida
Por isso, mesmo que você não existisse
É certo que ele se encontraria consigo
Bem no centro da matriz de tudo
Onde agora está bem vivo e diz: SEJA FELIZ!

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...