sexta-feira, 18 de abril de 2014

TODOS



As travessias anteriores de dianteira firme cravada nas pontas das calçadas da cidade, cansara meu corpo que agora no abrigo da estrada está em quina, esquina do descanso voluntário, ao lado da defesa das matas, Vilar do Pinheiro, lar de combatentes do fogo. A companheira solidão. As marcas do passado reveladas na lembrança dos dias quentes. Saudade imensa da pequena criação que aprendia a minha companhia. Vai ficando o peso, desvanecendo as mágoas. O som dos pássaros no meio das florestas. O campo cansa, o corpo age, a mente limpa. As pernas ficam fortes. A anca afina os lados. A pança perde o álcool. Os pés desviam pedras. As pedras alavancam os saltos. Constata os olhos a terra. Riqueza gigantesca! As árvores têm muitas formas. As serras escarpadas. O som dos camponeses com as roupas da natureza. No caminho acordo, durmo, lembro, oro, toco, falo, escuto, cresço. E de alguma forma bem no meio do caminho encontro seio, vida, dama, beijo, ouro, espada e existências que me levam a percorrer novamente um caminho novo. A estrada da vida é plana. Porém possui buracos, que cheios d`água são poças ultrapassados com saltos, montado. A estrada da vida possui pedras que fixas sangram os dedos e soltas rolam montanha abaixo. Na estrada da vida sorris de alegria hoje com a entrega do bem a alguém mas choras amargo também com a decepção egoísta de outrem. O por do sol em Portugal tem um amarelo como o dia limpo. Reflete espelhos cristalinos em muitos rios. Na ponta, copa, está a clarear verdejantes pinheirais bem no cume da fronteira. O sol se põe extremo e a Europa inveja o velho mundo iluminado por mais tempo e amando fica esta terra. Como prova um suspirar de toda inspiração da natureza.

Nenhum comentário:

HISTÓRIA PARA IARA: NOSTRADAMUS

Figura iluminada, sábia, por conta da bagagem, de grande parte da história do universo d'ontem, ao que se passa hoje e amanhã talvez. Fa...