Ei! Psiu! Ou! Brasil! É a Copa do Mundo, cara! A arquibancada é montada na calçada. Tem rua aí? Faz o seguinte, enche a boca de arroz e feijão. Quem é do norte pega um sol no litoral e bebe água branca e de sabor. Quem é do sul caça uns bois e põe na brasa para o país. Há muito tempo atrás a novidade era o espelho, hoje você consegue se ver com uma máquina que levantada a mão te faz crer ter mais que a própria imagem. Você tem o planalto, o Palácio, deserto, fóssil, pedra e muita mata. Tem gente, tem muita gente. Faz assim, distribui, abre os braços, dá espaço. Depois de mastigar, pinta a cara, vê o jogo, ri ou chora – como diz o Samba – e tira aquela foto que te faz ver quem você é. Brasileiro, pois. Ou! Você nasceu aí cara, seu sangue é misturado, sua terra é gigantesca, tem cana, café, tem até gente grotesca. Existe o mal, isso é muito mal. Ei! Pense no bem, convença os vilões a estenderem as mãos sem te roubarem a alma, sem te apontarem armas, caso contrário, jogue bola com o couro deles. Calma aí! Não é para seguir a risca o sermão da montanha. Já rezou? Olha que paz. Pode pedir e agradecer até ao sol que Deus aceita. Eu já pesquei. Aliás, do prato verde e amarelo eu comi arroz com caldo que de certa forma o país deu aos meus pais que me deram a mim. Não posso cuspir na rapa do tacho, de forma alguma! Eu, aqui, brigo com quem cospe no chão, com quem aparece na televisão como bonecos de Madame Tussauds, e mesmo assim sou grato. Aos hospitais abarrotados de gente que me atenderam, às escolas sem horas e professores mansinhos, e mais, sou grato por conseguir viver neste Mundo quase caos. Eu sei quem sou sem qualquer espelho e sei onde estou porque cativo este apego. Não chamo mais! Eu posso muito mais. Mas, só farei quando acabar o jogo. E olha, já tá rolando há muito tempo. Assenta aí, vê ou faz alguma coisa mais que a ingratidão. Só um pouco menos de indignação. Se piorar eu vou morar no Vaticano, juro por Deus que vou. Até de lá reclamam. Não posso fazer o mesmo. Lá o chão é limpo e a colher é funda. Sim, só depois que acabar o jogo.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
SURREAL
Ei! Psiu! Ou! Brasil! É a Copa do Mundo, cara! A arquibancada é montada na calçada. Tem rua aí? Faz o seguinte, enche a boca de arroz e feijão. Quem é do norte pega um sol no litoral e bebe água branca e de sabor. Quem é do sul caça uns bois e põe na brasa para o país. Há muito tempo atrás a novidade era o espelho, hoje você consegue se ver com uma máquina que levantada a mão te faz crer ter mais que a própria imagem. Você tem o planalto, o Palácio, deserto, fóssil, pedra e muita mata. Tem gente, tem muita gente. Faz assim, distribui, abre os braços, dá espaço. Depois de mastigar, pinta a cara, vê o jogo, ri ou chora – como diz o Samba – e tira aquela foto que te faz ver quem você é. Brasileiro, pois. Ou! Você nasceu aí cara, seu sangue é misturado, sua terra é gigantesca, tem cana, café, tem até gente grotesca. Existe o mal, isso é muito mal. Ei! Pense no bem, convença os vilões a estenderem as mãos sem te roubarem a alma, sem te apontarem armas, caso contrário, jogue bola com o couro deles. Calma aí! Não é para seguir a risca o sermão da montanha. Já rezou? Olha que paz. Pode pedir e agradecer até ao sol que Deus aceita. Eu já pesquei. Aliás, do prato verde e amarelo eu comi arroz com caldo que de certa forma o país deu aos meus pais que me deram a mim. Não posso cuspir na rapa do tacho, de forma alguma! Eu, aqui, brigo com quem cospe no chão, com quem aparece na televisão como bonecos de Madame Tussauds, e mesmo assim sou grato. Aos hospitais abarrotados de gente que me atenderam, às escolas sem horas e professores mansinhos, e mais, sou grato por conseguir viver neste Mundo quase caos. Eu sei quem sou sem qualquer espelho e sei onde estou porque cativo este apego. Não chamo mais! Eu posso muito mais. Mas, só farei quando acabar o jogo. E olha, já tá rolando há muito tempo. Assenta aí, vê ou faz alguma coisa mais que a ingratidão. Só um pouco menos de indignação. Se piorar eu vou morar no Vaticano, juro por Deus que vou. Até de lá reclamam. Não posso fazer o mesmo. Lá o chão é limpo e a colher é funda. Sim, só depois que acabar o jogo.
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