quinta-feira, 19 de março de 2015

Dom Kiss Hot e Santo Pança em... SÓ O NARRADOR

Dom Kiss Hot não trotava mais. Havia descido do cavalo dias atrás. Passou por um oásis vazio e resolveu deixar a besta solta por lá. Mesmo que sem água algumas sombras de árvores deveriam refrescar. Seguiu como bom cavaleiro andante. Acabou por ver uma espada toda retorcida. Mas não parou. Também viu cinzas de papéis que outrora foram pintados com cores. Ladeou alguns castelos em ruínas. E não parou. Pisou em ossos de leões de antigamente e não encontrou sequer uma flor por onde passou. Depois de andar bastante tempo para frente sem qualquer noção de onde vinha o sol e para onde a lua ia, deparou-se com um rio cristalino. Foi então que teve uma brilhante ideia. Começou a desviar o rio para o rumo de onde vinha. A água que vazou para os campos fez crescer flores lindas. Das ossadas dos leões que pisara juntou-os na mão e peneirou na poça d’água até encontrar um dente canino de felino. Do barro que a água misturada fazia-se à terra fez novos blocos rijos que pilhados comporiam aqueles castelos onde faltariam apenas telhas. Mas isso as palmeiras do oásis agora rico pelo desvio produziria vigas para as pontes que ligassem o sobressalto das paredes. E aquele dente de leão que guardara no bolso foi a peça que afiaria aquela espada que agora esticada retrocedia extensa para compor a companhia de armas junto da sua lança que pousada estava sobre o cavalo que deixara onde novamente o montara naquela sombra onde deixou. Só que Dom não voltou para Dora Té. Ela ainda não o chamara. Havia ido até o rio cristalino sem nada para poder voltar com a ideia de continuar. Agora ele galopa para outro rumo que nem eu sei onde será.

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