sábado, 15 de agosto de 2015

A TINTA E O PAPEL

Um poeta não vale nem um copo cheio nem vazio
Ele é o copo e o líquido
Não ganha o pó da planta que dispensa
É o próprio fragmento ativo
Ele é o valor que vem depois
Depois que os vidros voltarem a ser areia
E os líquidos vazarem secas e sede
O poeta vive na borda máxima das coisas
Na alegria de chorar a dor
Ele dança entre a palma de um tambor
Entre o riso histérico dos magnatas
Ele cheira um aroma de tudo
Com o incenso defumado que o revela
Ele resguarda e assim não depende
Nem mesmo dos que leem
Porque segue motriz no pensamento
Independente como os giros que o planeta dá
Mas os expectadores precisam saber do poeta
Que o dinheiro acaba e eterno é o espírito
Que uma fagulha apenas é suficiente para gerar matérias
As partidas são de portos ou de super estações quaisquer
Certo é a chegada que acontece a cada pulso do relógio
Você já pensou na quantidade de ar que existe?
Ele também acabará pois somos moleculares compostos de fim
É com o punho que trabalho em ângulos totais
É com mente que se pensa o intelecto que se ganha
É com vida que se marca históricos nos calendários
É a morte que descansa a incansável obra de viver

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