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Um luau tradicional tende acontecer no ambiente aberto. Tem início com o esconder do sol. Não é preciso vê-lo de fato, exceto saber exato quando ele desaparece. Quando aquele arco não é mais visto no horizonte local, mesmo que estejamos dentro de uma floresta densa. A luz do sol permanece por algumas horas, mais conhecido como o entardecer, a penumbra. Este é o momento do meio entre a saída do sol e a chegada da lua cheia. Neste meio tempo o ritual começa. Não se acende o fogo ainda. Antes, há uma oferenda. Pode ser uma arte bem feita qualquer. Não de qualquer maneira, mas, sistemática e sabedora. Eu escolho o teatro pois ali se encontra a conjugação de expressões produzidas e participadas por todos. Com o fim da oferta - cerca de uma hora de entrega - após o sumiço do aro amarelo do sol, só depois da oferenda àquele que se foi por último (sol) e àquela que virá a seguir (lua) é que a fogueira é acesa. Depois, muitas coisas acontecem. A retribuição das energias que dedicamos à natureza invade como se devolvesse a nossa fidelidade. A lua cheia ilumina a ponto de enchergarmos tudo que é interno. Sem chuva o fogo queima todas as tristezas. Há uma felicidade bruta que viaja com as ondas sonoras dos instrumentos. As pessoas reconhecem-se numa só. E isso segue até o dia seguinte, quando aquele mesmo arco aparece no horizonte novamente e a lua inicia seu choro para vazar a alegria que a fez encher. Eis o manual.
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segunda-feira, 7 de março de 2016
A VERDADE CHEIA
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