quinta-feira, 5 de maio de 2016

A PORTA DA LOUCURA

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Num profundo pensar, quieto, tranquilo mas sem unhas como o sereno chuvisco que molha e a noite que instala com a escuridão que esconde a luz, questiono a mim próprio como que num diálogo interno o que de fato é um monólogo silencioso, que o mais importante é ser compreensível, ainda mais depois das dúvidas sobre a condução da própria vida, com a sensação de manípulo invisível de forças sobre humanas, se entrego os pontos e paro longe dos vivos sem ser visto ou lido ou ouvido, nem nada em troca, apenas túnica e paraíso, ou se continuo sem pontuar esse texto que é o testemunho de uma prova de vida única, quase indiferente ao inferno astral de todos, a não ser que seja exemplo para sequenciamento ou rejeição dos próximos. Questiono como pude ter nos braços uma ninfa, fértil em corpo, neutra em alma e madura com a qual pudera ter a sorte fecunda de uma prole aumentada bela de sangue ouro e bens maiores em parceria para agora estar sozinho num deserto. Questiono se dormem como gente ou ogros os covardes indignos que lutam por moedas espalhadas pela mesa encobrindo nem a ínfima quinta parte da minha totalidade ainda por brotar. Questiono o sistema capital sem gratificá-lo ainda que o use sem fazer mal o porquê de tão demoníaco agir sedento sobre as posses mínimas e máximas das pessoas simples sofrendo o risco de ser revolucionado por um digno salvador arrebatador de maldades. Deparo com uma roda enferrujada construída para dádivas que está parada por minha conta própria no meio de dois exércitos num campo de batalha. É esse o peso que divido e até rezo o compromisso de tentar com óleo negro ou santo levá-lo ao movimento do público. Eu bem lembro de um conselho que me deram. Você pode escolher  abrir a porta e esperar a sua morte ou trancar a porta e salvar a sua vida.
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