domingo, 18 de junho de 2017

O VELHO DA TORRE É O APRENDIZ

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O aprendiz é o velho da torre. Mas, antes de mais nada, eu, sou apenas o narrador. O aprendiz se apaixona como um mestre, sem dúvidas e instantaneamente. Pelo seu próprio sangue novo vindo do litoral. Maravilhado fica o mestre com a coragem do aprendiz de chegar junto à pele achocolatada da menina de dentes separados. Decepciona-se o aprendiz com os seus fracassos. O aprendiz é novo aos olhos dos velhos que ainda vivem. Mas todos são diferentes do aprendiz e do mestre. Porque o mestre pode ir ao velho mundo e lá ficar. Amanhã o mestre irá voltar e o aprendiz não irá casar. Porque o aprendiz não conquista quem próximo está. Tudo que o mestre e o aprendiz querem é uma tranquilidade de não mais existir. Isso faria chorar mães, pais, primos e leais. Até leões sentiriam a falta de ambos. E o País, ah o País, esperaria em caos a volta de alguém mor para a salvação, um salvador da pátria. Como um mestre, um aprendiz. Mas, eu, repito, sou apenas o narrador. Alguém que ama o próprio berço. Antes mesmo de ter nascido. Mesmo que nunca mais veja quem quero ao meu lado, sempre.
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