segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

EXPLICAÇÃO SOBRE O PLANTIO DE UMA (1) ACÁCIA AMARELA NA PRAÇA SANDOVAL AZEVEDO “(PRAÇA DR. LÍDIO)”

Cataguases, 04 de Dezembro 2017

Eu, Thiago Pinheiro Nunes, Biólogo e Ecólogo profissional, cidadão brasileiro RG: SSP-MG-11.940.777, funcionário contratado pela Prefeitura Municipal de Cataguases para trabalhar na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, atuante de fevereiro a novembro de 2017, gostaria de relatar a ação de plantio de um (1) exemplar de Acácia Amarela (Vachellia farnesiana) sobre a Praça Sandoval Azevedo ocorrida no dia 03 de dezembro de 2017.

Começo por dizer que sou morador da Praça Sandoval Azevedo (carinhosamente conhecida como Praça Dr. Lídio). Isto é, vivo na residência dos meus pais o que automaticamente é o meu endereço informado aos sistemas de registros de pessoas, desde o meu nascimento, local das minhas estadas temporárias e até mesmo o imóvel/bem, que um dia passará à descendência, tudo isto está ligado à área em questão.

Como profissional do Meio Ambiente e amante da Cultura e das Artes da cidade de Cataguases, sei que a Praça está dentro do perímetro tombado historicamente pelo IPHAN. Sei também que a praça tem um conjunto arquitetônico de casas (talvez o mais relevante), uma quadra para atividades esportivas (nomeadamente patins), um poste de iluminação central com apenas 4 luzes (falhas e fracas, por assim dizer), compridos bancos de pastilhas, árvores marginais e um busto de Sandoval Azevedo (sem placa informativa, inclusive) também central, acompanhado de um jardim (área gramada em forma de “poça”).

Diante da campanha de arborização da cidade, mobilizada pela Secretaria do Meio Ambiente, tanto em áreas verdes específicas e também em bairros, ruas, praças e centrais, teorizei a iniciativa de plantio de um (1) exemplar arbóreo num destes lobos de jardim da Praça Sandoval Azevedo.

Levei em consideração consultas profissionais e os seguintes pontos positivos para a iniciativa de plantio da árvore sobre a Praça.

1) No período de verão intenso, o miolo da praça fica completamente exposto à radiação, a Praça fica muito quente. Ausência de sombreamento que é sanada naturalmente com a frescura de uma sombra de uma árvore.

2) Um (1) exemplar de árvore que demorará cerca de 10 anos para atingir a fase adulta, NÃO descaracteriza conjunto arquitetônico qualquer. Pelo contrário, vem a compor a abertura da Praça sem impedir a intenção de clareira que é o modelo inicial da Praça.

3) A espécie escolhida foi a Acácia Amarela (Vachellia farnesiana). Esta, não se mostra com copas cheias, passa por períodos de “desfolhagem” natural (fica “pelada”), quando maduras e viçosas fazem cachos de flores amarelas. A árvore é atrativa de polinizadores, que atraem pássaros e contribui com a equilíbrio ecológico.

4) A expectativa de embelezamento (colorido/amarelo) de uma Praça antes cinza e sem chamariz, inclusive sobre o busto. (O transeunte poderá ser atraído para se aproximar do busto justamente por causa de uma árvore amarela paralela ao mesmo). Já pensou nisso?

5) O terreno é propício, pois não houve a necessidade de perfurações de chão sólido. O gramado possui terra fértil. A localização da planta não está próximo ao piso sólido, e a característica de crescimento da raiz não irá danificar o piso com estufamentos, por exemplo.

6) A participação de 90% da população pré-informada do plantio, inclusivamente crianças e moradores antigos, participaram da ação fazendo disso um marco histórico registrado e estímulo de identidade e proteção do ambiente onde vivem (EDUCAÇÃO AMBIENTAL).

7) O crescimento de uma (1) árvore no meio de ambiente urbano, remete às necessidades de adequação, melhoria e evolução dos espaços, ainda que tombados (sem alterações drásticas), como a própria Praça. Se pensarmos em problemas futuros, já enfrentamos na atualidade a inércia para resolução dos problemas presentes com relação à iluminação atual. Com certeza prevista no passado quando a construção da Praça. No entanto tal árvore não serve de argumento negativo no sentido de afetar significativamente o prejuízo da iluminação original, tendo esta a necessidade de já ser acompanhada por outros focos e pontos de iluminação.
(...) Entre outros

Pontuados estes 7 argumentos, basicamente convincentes, tenho que defender a ação e continuidade de desenvolvimento da planta no local. Ainda que um morador já tenha feito queixa, alegando questões pouco convincentes como o impedimento das suas câmeras de vigilância na totalidade da Praça, quando as câmeras eram para apontar para o perímetro de sua residência e não na vigia de transeuntes em meio público. E a péssima associação, para não dizer ignorância das pessoas que afirmam que aumenta a criminalidade com o plantio de árvores.

Confio piamente que a maioria dos profissionais precisamente das áreas da Arquitetura, Paisagismo, História, Cultura, Botânica e Meio Ambiente, dos órgãos municipais, estaduais e federais do Brasil, e a própria maioria dos moradores da região, estarão de acordo com a ação, pelo fato de apresentar bons argumentos e destaco um dos mais importantes a Educação Ambiental (vivenciada neste caso pelos infanto-juvenis), participantes da composição dos espaços onde vivem.

Atenciosamente,

Thiago Pinheiro Nunes.

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