terça-feira, 5 de junho de 2018

S.O.S N.° 1000

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Infelizmente sinto um mal criador horrível. Como, bebo, durmo, mas estou num tabuleiro de jogo. Dão-me o que se acaba como se fosse tudo mas negam a paz e o amor que gera equilíbrio conjunto. Atormentam murmurando o meu nome, taxam e me caçam procurando meus restos no lixo, angariam outros, mentem e criam inconsequências, aflições como esta. Fincam-me, cravam-me e atacam-me com códigos e manias descaradas a fim de me calarem ou repelir. Atuam como crianças, ou loucos, ou maus, como ignorantes. Pensam que estou parado, que sou fraco, e por isso montam. Cobram o meu pouso, as células mortas do meu corpo, o tamanho dos meus pelos e o fluido que injeto no interior de quem desejo. Não tenho nada em mãos, exceto escrita. E as pontes e as rotas que muitas vezes percorri para sair desse jogo absurdo. Um mal antigo, controlador, atrasado, traumático e hereditário. Estou refletindo essa maldição. Preciso respostar o que ouço. E diriam alguns bons que só ouço por estar aqui. Ainda que tivesse uma rotina trabalhista como em outros tempos, não mudaria nada. Com certeza continuariam, como fazem quando comem a falar mal do próximo. Que tristeza, que pobreza, que verdade. Emprego-me pelo menos no estudo da sociedade, com experiências de sangue. Zombam das minhas falhas, babam sobre meus passos e comparam “A” e “Z” como a mesma coisa, olham “B” mas vêm “W” e estão sempre com o “T” ao contrário. Vibram com as mortes e as doenças dos outros, fingem devoção a Deus com uma tinta cal que sai com sopro. São treinados para o confronto porque a vida os treinou arduamente sob perdas e surras. E treinam agora os mais novos, para atuarem com a língua grande e suja contra nós próprios. Esse é um S.O.S dentre muitos anteriores e antes do próximo. Lido com transtornos narcisistas.
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