sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

MINAS MARRON

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O capitalismo mata mais que acidente de avião, todos os dias. O capitalismo gera câncer, transgênicos, entupimentos, ganância, poluições, competições e um ilusório poderio. Você que hoje bate na Vale – e eu também – precisamos do alumínio que embala as cervejas e os refrigerantes que bebemos a ver os novos craques milionários do futebol brasileiro. Para os catadores de materiais recicláveis o quilo das latinhas de alumínio vazias é o melhor peso para um mísero ganho repartido, quando estas não estão afundadas nos rios. É preciso de elementos periódicos, minérios, metais, calor, água, gás, para fabricar as pecinhas dos smartphones e os botões dos computadores de bordo dos carros, relógios e computadores. É verdade que as rodas e os eixos dos veículos da Vale, são tão grandes que servem de modelos para a NASA circular em Marte. Enquanto isso aqui em Minas Gerais o povo tem um sotaque bonitinho, fazem comida farta e boa à lenha, (uma herança pro rei) e prosam sobre tudo e todos nas praças meio iluminadas. Minas Gerais tem a marca na história do Império, do Brasil, dá um feriado mórbido e traidor, revolucionário e mártir da liberdade, onde brotam pedras coloridas e metais frios, brancos e amarelos. Em Minas Gerais tem um mar de montanhas, áreas naturais protegidas (mais ou menos) e um rombo financeiro político administrativo causado pela filosofia de um partido quase extinto, que caiu no colo de um empresário “rico”, coveiro dos falidos. Em Minas Gerais tem rios lindos e bichos aquáticos que batem nas barragens querendo subir os rios e não reproduzem de acordo com a ecologia desequilibrada da natureza, entrando assim para o Livro Vermelho da fauna da ICMBio. Em Minas Gerais os peões ganham 1, 2 salários mínimos, trabalham sob o sol sem ar condicionado e morrem na lama súbita, entupidos. Enquanto diretores, presidentes e todo tipo de representantes engravatados dessas logomarcas capitalistas que patrocinam as compras de todo dia de Minas e Energias do Brasil, ganham 7, 8, 9, 10 salários, dormem de meia e toca no verão, viajam de primeira classe, mas não caem lá de cima.
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