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“Rens”, o “Zinga”, vem se despedir de 2020 genuinamente
Deixando poucos subentendidos, “será que é pra mim?”
Com suas artes que não agradam casas, nem nenhum santo
Suas imagens, textos, fotos e sonhos desimportantes
Reconhece-lhe somente o tempo tapeando prazeres com dores
Nessa roda gigante curta de gozos, risos e constância
Mas condenado por velhos traumas perturbantes
Rejeitando até a sua cama absorvente de seus suores
Lotado de karma sem segredos e pontadas nas costas
Ainda que fuja dos carros, tratores o atropelam
A montanha que sobe desmorona, a estrada esburaca
Surgem naves com seres de anteontem que o sequestram
Não alcança nenhum pensamento bom pois a ilusão atenta
Indignado com a teoria de achar normal ser bicado por abutres
E a missão impossível de achar que o ser humano é imaculado
Incapaz de navegar até em portos seguros, treme-se em terra
Caçado por sons “on” e “off” de personagens que brotam
E dos cravos que todo dia espetam a maciez da sua rosa
Zombam de “Zinga” como que expectassem a crise do louco
Seus passos pra frente o desequilibram, dopam e tombam
Pesos caem sobre sua cabeça e esmagam suas dedicatórias
Sua alma, mente, corpo e concha derretem num ácido tártaro
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