terça-feira, 16 de março de 2021

A BALANÇA DESCALIBRADA DA VELHA NOVIDADE AMBIENTAL

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Quando estive dentro do setor público ambiental de 2017 a 2020 presenciei diversas situações referentes ao Meio Ambiente que me fizeram sentir na pele a realidade do Brasil, do brasileiro e do Sistema (Máquina) referente ao tema – ao nível local e regional – e que de certo modo me amadureceu sobre as virtudes, os pecados, erros, acertos, ócios e oportunismos da sociedade.
No primeiro ano – logo nos primeiros meses – presenciei como ouvinte às reuniões do conselho de meio ambiente daquela época literalmente desequilibradas compostas por gritos, atritos de membros, emperros de decisões, inadimplência e discussões extremas das mais rejeitáveis num eventual Plano Diretor ativo e efetivo. Dentre os temas mais explosivos as campanhas de podas ou o manejo adequado das árvores da cidade, nessa cidade altamente arborizada com diversos benefícios e problemas no meio urbano, houvera tanto quem errasse em “tesouradas” impactantes (ainda que numa proporção muito menor ao total executado) como quem defendesse a ausência de poda, desejando pois o crescimento livre das copas. Faltava então equilíbrio, faltava uso de capital existente, faltava melhor participação. Eu percebi que quando entrei já haviam problemas anteriores!
Ressalvo que em outros conselhos municipais que participei como titular no decorrer da atividade não houveram gritos ou atritos de membros, mas inadimplência ao limite de quóruns às pressas, o que entristece ou revolta ver muitas vezes a sociedade civil reclamar de qualquer coisa superficial quando têm a oportunidade, o direito e o dever de participarem de “hora e meia” trimestral sobre assuntos de políticas públicas democráticas e não fazem. Isso serve para ausências em outras reuniões públicas que não sejam as do conselho, como as da Câmara Legislativa e ainda assim haver queixas infundadas por elementos ilhados. O que quero dizer é que o povo precisa participar minimamente dos assuntos públicos, que seja na inteiração do que se passa através de leituras, audições até debates organizados.
Dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), tive a felicidade de participar direta ou indiretamente de quase todos os 17 temas chave que encabeçam teorias e práticas junto COM POUCOS aderentes e apoiantes de fato, pois houveram muitos convites que nunca foram respondidos ou aceitos, tanto por instituições públicas como privadas LOCAIS, a eventos simples, a reuniões de projetos, etc, onde sequer compareciam à uma data comemorativa, ao Dia da Água, por exemplo.
Mas, como se trata de uma balança, eu aplico o peso contrário ao que dizem não ter existido, e é importante haver esse “dito ter feito”, seja em redes sociais ou reuniões parlamentares, e que seja compreendido como no plural, nesse extenso resumo de ações que englobam direta e indiretamente os 17 temas chave dos ODS:
Ações conjuntas com “Secretaria de Ação Social” perante a moradores de rua, acumuladores de materiais em casa ou em locais abertos, na tentativa de integração dos mesmos em Associações que pudessem regrar minimamente renda ou eliminar as ações danosas. Ações conjuntas com “Esportes”, “Endemias” e Empresas, em diversos eventos de caminhadas ecológicas, campanhas de divulgação, feiras estudantis e públicas. Diversas palestras em escolas e interpretações da natureza no Horto Florestal, Educação Ambiental teórica e prática. Manejo de árvores em risco de queda sobre vias de acesso e área habitada por trabalhadores e utentes, naquela Unidade de Conservação EEAL. Coparticipações com a COPASA no âmbito de apoios às datas comemorativas e projetos de proteção de nascentes. Limpezas e retiradas de descartes irregulares em margens de rios, áreas centrais e adjacentes. Colocação de placas informativas e lixeiras. Centenas de plantios de árvores em meio urbano e rural. Participação junto às Associações de Catadores de Materiais Recicláveis com dedicação para melhorias das condições de funcionamento, orientações, proteção e divulgações públicas, inclusive um piloto de Eco Ponto. Proposta de recategorização da Estação Ecológica Água Limpa para “Parque Estadual sob tutela Municipal ou Privada”. Parcerias com instituições públicas e privadas (essas algumas): IEF, Emater, Energisa, Bauminas Hidroazul, Cia. Industrial Cataguases, Instituto Chica Peixoto, Escolas Públicas e Privadas da cidade, Universidades FIC UNIS e SUDAMÉRICA, Rotary Club, Lions, Tiro de Guerra, Maçonaria, ECOREMADA, ARPA, entre profissionais convidados, voluntários, Imprensa e etc...
Contudo ainda falta fazer mais e melhores políticas e gestões ambientais para o Meio Ambiente local, regional e nacional. Falta participação efetiva, leal e constante de ONGs e Poderes Públicos e Privados. Falta união de forças humanas profissionais ou “pérolas” capazes para melhorar o Mundo.
Eis a balança.
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