terça-feira, 9 de agosto de 2022

ISSO É FAZER GOLS

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Eu não sou besta pra tirar onda de herói, mas tenho que dizer, como há muito tempo uso esse dizer, que a política ambiental nacional e precisamente a local é um tanto lesiva. Há certas coisas que para um matuto é muito fácil perceber que para um doutor não. O ribeirão Meia Pataca é um riacho não muito extenso com 28km aprox. que nasce no alto das serras pros lados altos do distrito do Glória, nos mares de morros de Minas, encharcado pelas nuvens a 500m de altitude. No que diz respeito aos trechos urbanos onde corre o ribeirão Meia Pataca próximo e dentro da cidade de Cataguases até chegar em sua foz no Rio Pomba (curva da pedreira de Santa Cristina), ele é muito poluído há anos, desde que o tal Progresso saiu do lema para a moda. Os mais variados sólidos e líquidos fétidos foram lançados para o rio, algo semelhante a um degredo territorial incontestável, de subdesenvolvimento, atraso em todas as esferas, mas precisamente de responsa do poder público local atual. Entra ano e sai ano, e é tudo meio que mais ou menos, ou menos mesmo. Ou seja, progresso nenhum. Algumas ações de cunho administrativo passado, plantios diversos (ainda que pouco significativos no âmbito da resolução do problema gritante urbano do ribeirão Meia Pataca, ou seja, 30 árvores boas e bem plantadas não seguram de fato enxurradas e enchentes, mas 3.000 árvores (conceito ciliar) equaliza bem as caudais dos rios nos períodos chuvosos. Então melhor seria que, mesmo dentro das cidades as matas ciliares existissem continuamente inclusive, mas se não, melhor 30 aqui, 50 ali, 80 acolá, do que uma árida planície com alguns itens citadinos. Assim, defendo com unhas e dentes que é melhor plantar do que derrubar árvores, pelo amor de Deus, ainda que em poucas quantidades, os plantios servem de ação educativa, mostra, amostra, é ato marcante exemplar registrado, gera expectativa futura: “Como ficará amanhã essa árvore que plantei hoje?”; “Plantei essa e plantarei mais”; “Plantei e cuidarei”. Plantios devem ocorrer sempre que possível, ser preservados o máximo possível, manejados o máximo que possível, ainda mais os plantios de sucesso, aqueles que suportam o fogo, a seca, o lixo, a falta de capina, os cavalos, a subida e a descida das águas. Esse texto vem dizer sobre uma zona específica do ribeirão Meia Pataca, e não somente sobre um ato ou dois. Sobre a gestão do zoneamento territorial e de como um poder público pode indicar e agilizar o funcionamento de uma Associação de Coletores de Recicláveis ao lado, na frente, vizinho de um ribeirão propenso e problemático historicamente com suas enchentes? Um tipo de atividade com manuseio de materiais delicados ao nível ambiental (seletivo), com poucas máquinas que ficariam dentro d´água com a subida do ribeirão, dá pena, tanto de quem indicou que não sabe uma coisa dessa (mas ganhou), como para quem foi indicado para trabalhar com papel, plástico e “lixo” quase dentro de um ribeirão (e perdeu coisas), riacho que quando vira e mexe chove muito, sai da caixa. Além dessas lambanças de responsáveis técnicos concursados, entre ociosos e marrentos, naquele tempo ainda ocorriam ações registradas, inclusive, onde participaram coletivos escolares, cívicos, clubes, bandeiras e movimentos, que além de agirem em conjunto (pois cataram lixos ali na beira do riacho) também plantaram e replicaram ideias até hoje continuadas. Ações dentro d'água mesmo, a exemplo da EcoRemada, já eficaz em suas atividades no Pomba, limpeza de margens, pesca desportiva e ações multivariadas, tendo fabricado com confiança do poder privado e lançado a EcoBarreira, esta algumas vezes lesada, mas sempre funcional com relatórios a consultar. Há poucos dias estiveram representantes dos poderes municipais, secretário, assistentes, IEF, transeuntes, observadores, cientistas, associação, voluntários e funcionários no lançamento da EcoBarreira, “porra!”, desculpa o palavrão, mas algumas vezes é necessário, não é?! Nome grande da porra. : ) É para alertar mesmo! Sobre o que poderiam ter comunicado simplesmente a evitar sustos e lesas, ainda que discutam assuntos de decisões em comissões e conselhos, e não há representantes desse específico caso. Todo mundo que vota sabe em quê/ está votando? Pensa bem: No dia 4 de junho de 2022 novamente sobre o ribeirão Meia Pataca, em meio ainda às árvores velhas mortas e caídas dentro do raso e sujo ribeirão Meia Pataca, fétido de fábricas e casas, retendo desde as últimas chuvas, meio ano ou mais, plásticos e tudo que desce dos bairros acima de onde o ribeirão passa. Ali, naquele cenário, voltava a EcoBarreira para dentro da água. Tava lá o gestor, “porra”!!! Dois meses depois tá aí a EcoBarreira levando porrada posterior à remoção das árvores caídas acima e abaixo com risco de maior danificação. Continua: Sobre os plantios que houveram a montante na margem esquerda perto da ponte da Matarazzo, havia nesse trecho de margem, plantios antigos resistentes às enchentes, e outras mais 30 mudas bem selecionadas, plantadas há 4 anos, alguns exemplares muito bem desenvolvidos em crescimento. Atualmente foram todas suprimidas, terreno e margem reduzidos, e platô do nível da rua árido. Pergunta ao Artêmio: Com a saída dos embates naturais da subida das águas, por exemplo árvores e outras parcelas retentoras de certo modo do extravaso das águas, quais serão as casas que nunca entraram enchente e que agora entrarão? Essa pode cair no ENEM, hein! Não poderiam manter as boas árvores fixadas, nem que fosse para amostragem? Pô! Que pena! Um exemplar de guapuruvu com tronco verde e brilhante, cara, lindíssimo chuto 15 metros, crescia ali, que doidera derrubarem todo o trecho relatado nas imagens. Haviam árvores em pé ainda semana passada. Lembravam poucos cílios de uma real mata, plantadas por crianças e coletivos registrados... Puts, que gestão terrorista, cara! Não dava mesmo para manter 5 árvores boas em pé? 10? 3? Ainda que houvesse um projeto moderno vindo do além do Oscar Niemeyer, não valorizariam todo esforço passado possível de conjugar de forma continuada, projetos e ações que se agregam? Que borracha horrível! Poderiam ter comunicado para retirarem a EcoBarreira antes de a arregaçarem? Esteve lá o gestor da sensação toda, cara, um metro e meio filmando quase tudo e não dá um alô prévio, nem nada? Conhecem a galera da EcoRemada? Ela será recuperada! Quanto às árvores, as mortas em lodo e plásticos removidas do ribeirão e as que cresciam a segurar um solo semi original, deixaram a mancha da aridez dos seus arrastos, incompetências ou desleixos ou sensações, “sei lá”, horrível, e o terrível oportunismo de dizer num futuro próximo o que se fez de novo ou novamente num ciclo vicioso da ânsia do poder mal feito. Mas as árvores num todo são fortes. As que morreram têm muitos irmãos, filhos, netos, têm muitos brotos, sementes e ainda há quem acha que cuida delas.

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