sábado, 3 de setembro de 2022

QUADRA: SÓ O OLHO SALVA

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Deixo num locus vida e amor
Uma maloca não só montada
Mas móvel, mutante e criativa

Deixo verdes que sobem e descem
Uns vasos cheios e pedras reviradas
Janelas abertas, estátuas de costas

Deixo um cheiro de misturas puras
Sons filtrados dos cochichos e pegas
Marcas de gozos, delírios, ira e perdão

Deixo um terrário tenebroso do abortado
Um pássaro com todas as cores picadas
Mesas com baús cheios de restos do passado
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