sábado, 10 de setembro de 2022

DIAS PAVOROSOS

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Poeira, sinais do calor chegando 
Castigo por tudo mal feito passado
Chamados vazios, retrocesso, calo
Um amargo dos mais poéticos restos
O orgulho invasor de castelos inacabados (acabados)
Horizonte longe e perto, cheio e arrebatado
Um vício simples de careta tecnológico
Dentre tantos que não tragam, mas cospem
Perdedor desse movimento rápido ilusionista
Até o calendário se perde com a síndrome do celular
Descamba, atropela e confunde quem pensa que ama
E faz um monte de asneira cotidiana, sem espelho
E uma onda solitária em alto mar, ciente
Daquelas esperas que retomam outrora
Dado que a dúvida surja se à frente ou atrasado
Espera que uma hora as coisas mudam
Treino calejado dessas ladainhas urbanas
Surja alguém que fale, goste e ame, antes apaixone
Mais que qualquer ilusão dos desejos findos
Não mudaria nada já amanhã, nem o apetite voltaria
Sentiria estar pior que dentro de uma caverna seca
Ainda que corra e sue, não embarco nem voo
Também não estou afogado, nem morto
Longe de mim estar louco testo um dom nato
Falo, sem medo em verdadeiro metaverso
São dias pavorosos ver os que competem
Ainda que seu time ganhe e as musas chamem
São dias pavorosos nesses tobogãs de pedra
Respingado de imundices de gentes nas boas horas lembradas
São dias pavorosos que se findarão na praia
Esses dias serão quebrados nas puxadas e espumas
Serão sal, sopa mundana e fragmentos da história
"Depois da tempestade a bonança"
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