segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

CARTA DO ESPECTRO DE PESSOA PARA CASA

“Creio que irei mesmo escrever um grande relato, mesmo que diante de abalos ou leves preocupações sociais e econômicas. Cheguei a escrever no passado com a mesma segurança de agora, sobre as sensações da minha vida atual, e assim continuarei aproveitando a carta rápida. Agradeço desde já a interação bem responsiva, para os leitores de boa praça, bom natal e tempo igual. Aproveito para desculpar-me se em algum momento possa ter parecido menos leve, quando os abalos pesados e preocupações sociais e econômicas se fizeram mais intensos no passado, mas como o tempo e a vida nos proporciona refletir, pensar e agir, assim vamos pra frente. Irei seguir conselhos de adentrar no sistema e fazer-me atual. Mas, é bem claro e notável que estive apenas pouquíssimo tempo além-mar, em nobres academias, tomei alguns cafés e enrolei alguns cigarros sob o sol das manhãs frias do fim do ano e início do ano de 2018. Debaixo do braço como um pastor, Leal Conselheiro era um livro que carregava pelas bibliotecas, emprestando, mas creio que, tenha lido, sim, algo próprio de mim como pista de base para lançamentos de projetos de agora e futuros... Assisti Doutores e Mestres lecionarem boas disciplinas, bons Professores da história antiga, das réguas, personagens e utensílios sub-escondidos. As estruturas físicas das Academias eram interessantes e de acesso a todos, ainda que labirínticas como muitos complexos arquitetônicos e paisagísticos. Vivo atualmente dias de mudança e repito, tenho toda segurança para relatar a Casa, pois, antes do meu desligamento físico (que tanto lamentei até buscando atuar dentro de ofícios disputados, busquei atuar para além das minhas fundações, mas não fui aceito pelas comissões, talvez porque faltava-lhes ler essa carta de agora, ainda que tenha escrito as daquele tempo... Sobre o que absorvi e não tem preço quando estive em Casa, não é mensurável nessa carta, terei tempo de relatar mais... Devolvi toda e qualquer matéria absorvida obtida, inclusive papéis, ou seja os livros e outros. Aproveitando a lembrança da importância e bom uso dos papéis, lembro-me que uma das primeiras famas que ouvi de Casa quando aí cheguei aos 20 e poucos anos, foi que, a Casa era “o país dos papéis”. Na minha primeira concepção isso era bom, ora, papéis de várias naturezas, que se fizeram outras matérias. Eu li isso, escrevi isso. Outra fama, é que era um país com muitos vivos de faixa etária avançada, idosos, alguns pós-guerras “explosivos” e seus filhos e netos, alguns extravagantes nos becos do país, em meio aos miseráveis nativos e imigrantes buscando a Casa. De certo modo fiz parte desse tempo, desde o dia que cheguei ao último dia que vivi, justamente em Boalís, caminhando até o Tejo-Mar, e irei provar revelando os carimbos da cabine oficial que me filtra com desejos, na saída do país, data chave na minha vida. O termo de que figura como mestre me enche de orgulho ainda mais quando é para propor um horizonte novo, altivo e um tanto raro, para envolvendo papéis, mas fico também feliz por ser chamado de aprendiz, e ainda sou aluno de senhores e senhoras moradores em altos de torres que quase tudo enxergam, por toda parte da lusofonia. Interagi com todos que cruzei e absorvi de fato conhecimentos, escapando da morte, sendo roubado, com cobertores da China e espetos de traidores. Encontrei marinheiros dos Açores, gente de turbantes, nórdicos e do novo Mundo, jovens com celulares que indicavam sua próxima parada sem olhar pra frente, nos olhos, tudo na Cosmopolita Boalís. Vocês querem papéis impressos? Francamente, as palavras não lhes valem nada? Nem se eu disser que plantei papéis? Os valores dessas palavras, cada uma, que venho a destinar-vos, é sem dúvida uma para virem a receber mais em seus salários, todos os bons professores que me ensinaram e ensinam as pessoas. Expresso assim tão profundamente, porque autônomo eu consigo absorver muito mais da vida a cada dia que passa, (ainda mais quando mergulhado no éter da própria consciência, iluminado, sem rodeios que cansam, mas convertem, viajantes e fixos. A Casa, entenda como quiser. Pode ser um aroma, lembrança ou pulsar, muito mais do que possam imaginar. Penso humildemente que minhas saídas e chegadas nas terras onde pisei não mudaram o mundo positivamente, e arrepio-me de pensar que pioraram. Então, reforço que em breve chegarei em uma Terra Santa antiga, pela sétima vez, provavelmente ao lado de uma criação maravilhosa, para ensinar a infinita diversidade de Deus. Quando o espírito nos cobra o corpo, quando o corpo atende, a mente treina e a Casa reforça. Estou mesmo na plataforma e forte nesse decorrer do “tic tac” das garras da morte. Seguindo o enredo original, o calendário avizinha a lembrança do nascimento de Cristo, e deseja-se Boas Festas, mas, lembrai que todo dia há quem lamenta, todo dia há quem celebra num eterno desassossego”.

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