sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

CATAGUASES É TUDO

O que serve, serve para alavancar. No entanto, há, pois, maliciosos à solta. Desde há tempos remotos, é verdade, só que agora mais e muitos. Mas há benfeitores também. O que fazem? Fazem? Combatem, mas vencem a maldade? Em todas as esferas da sociedade, atualmente, nesse calendário que só cresce, aumentam as desordens e desequilíbrios pelo mundo todo. Alguns países têm já equilíbrio, ainda que lesem o clima, pois produzem, gastam e descartam; ainda que encontram-se miseráveis e baderneiros pelas ruas. Algumas ruas – e elementos – desses países, inclusive, são tão ruins como as de países caóticos como o Brasil. Vivo nos limites do Centro de uma cidade onde atualmente com as chuvas desreguladas das alterações climáticas somadas às desordens do crescimento populacional, a mal educação e as carentes conduções da máquina pública, as águas dos rios invadiram trazendo o caos. A cidade é Cataguases. Tem uma boa fama passada, aliás, boa também a gente boa, mas más pessoas, como dito, pelo mundo afora haver. Atualmente, essa zona da Cidade, orelha da Central tombada, velha como quase a idade do município, poderia ser chamada de Cata – Caos. E antes que a crítica encontre alguma linha desumana, pensando que por estar no Centro não estou pensando nos degraus e depressões dessa pirâmide, é importante dizer que essas mesmas águas das chuvas, as cheias, invadiram ruas e casas e desalojaram pessoas nos apêndices, bairros e paralelos “arquitetônicos” às beiras dos rios que aqui passam. Então Cata – Caos é tudo que fica depois da subida e descida das águas. Antes, ainda que capenga, é um pré Cata – Caos, por outros quesitos que não só as águas, incluindo as águas, os sólidos, os bichos, o chão, as árvores... Tudo é Cataguases. Então, a gente descobre enquanto está vivendo o caos muito daquilo que já sabíamos, e até podemos prever o ano que vem. Dessa vez a enchente chegou no dia dos Santos Reis, e a próxima não sabemos em que mês. O que quero dizer é que as Cidades precisam se organizar. É preciso funcionar um Plano Diretor capaz, eficaz, elaborado, regido com alternativas de ações emergenciais, socorros, limpeza, manutenção, expansão, criação, lazer, rodagem, filtragem, distribuição, formação, equipamentos, regras, parcerias privadas entre capazes, pois não é simples conduzir uma máquina pública. Não é fácil. Que esse Plano Diretor reze dinâmicas exemplares de Cidades - Modelo, longe ou perto, que administre e angarie recursos públicos e privados bem “tesourados”, justos e com pertencimento, com amor, com coragem, com verdade e respeito. Ainda a meio texto, lembro-me que devo tomar remédio para matar vermes, porque andei por essas águas a empurrar lama, a levantar panos e abrigar ingratos. Vermes ingratos! E os vermes que falo estão nos restos em decomposição, em meio às bostas dos bichos soltos e domésticos, em meio aos miseráveis que se assemelham a zumbis revirando tambores junto com a água que subiu e trouxe de cima e de todos os lados a podridão da humanidade. Por isso, não posso esquecer-me de tomar o remédio para matar vermes. “Se essa rua fosse minha, eu mandava ladrilhar”. Porque depois que a enchente desceu a água continuou entupida. Depois de horas e horas, desceu, deixando catinga, chão torto, afundando junto com a margem, pois está no ângulo interno de dois rios, numa quina, onde moram e trabalham pessoas, onde passa o Progresso. Se essa rua fosse minha, eu fazia dela um cockpit e como um piloto decolava, lá do alto só pra verem - meus amores -, passando faixas onde liam que lá vem o rei. Mas, de viagem em viagem, com o pé no chão, limpo de espírito e a mente apurada, o corpo até espirra e tosse, é a vida, o rei que digo é um tanto desacreditado pela maioria, e não deverá ser absoluto, ainda, muito menos ditatorial, diante da possibilidade de o próprio povo, escolhe-lo como guia. Alguns poucos já o fizeram. Como eu. E como é difícil decolar com uma rua, aconselho que as gerências usem drones. Todas as gerências, no sentido de ordenamento do território, pois do alto se vê a água no horizonte, vê-se as manchas de peixes sob os espelhos d´água, vê-se grotões onde estão encravados diamantes. E é tão possível drones para as gerências, provando um presente futurista, que mesmo dentro de uma maloca na beira do rio, ou dentro de uma sede, base ou escritório, é possível comandar, organizar e manejar, como que com um mapa ou globo em mãos. Por fim, tenho que confessar que já quis (e ainda quero) produzir controladamente (monitorado) acerolas em Portugal (Centro-Sul). Já vi plantarem e colherem kiwi, entre outras frutas e plantas do Mundo todo. Quero, por causa da fonte de Vitamina C, suas propriedades para a população, novos produtos e a inserção de novas festas no calendário das colheitas e semeaduras do país. Isso me faz lembrar os laranjais, os pinhais, os olivais, e querer quiçá nessa vida ainda viver numa Quinta com pés de acerola, em paz, sem combater fogos, maldosos e cheias.

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