segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

O Iº DIA DE RANS, O ZINZA

Até quando esse Atlas carregará o Mundo nas costas? PQP! O dia mais parece nórdico, monótono, gélido por algumas horas a confrontar o inferno do verão; o céu de agora é cinza e parece com o de Inglaterra no inverno ou de qualquer terra do velho mundo a norte. É um dia molhado e sonoro com os chiados das rodas nas poças, folhagens, cimento, barro, areia, bostas de cães e de miseráveis gentes em situação de rua, rebabas dos transbordos dos corguinhos assoreados, plásticos e mais plásticos esparramados... Miragem de ODS! Rans consome a cidade dirigida como Zinza, e sonha com outros locus acoplado às suas capengas realidades de todo lugar. Com toda segurança, traz à tona evidências de quem lança o que absorve cada vez mais autêntico e ajuda no que impulsiona e alerta mesmo que indiretamente as gentes, no centro do contexto do observante reclamante - uma boa parte do povo, é vero - , de tudo aquilo que é muito claro deixando de ser enigmático, isto é: Eita! Siga! Prova-se tamanho peso de um personagem que adentra as entranhas do Mundo, as covardias dos fracos, os vícios rasos e desmascarados dos invejosos, a pobreza dos maliciosos, a imensidão dos bons, a ganância explícita por sensações de poderes dos loucos, a ilusão dos supérfluos e outras fachadas... Pois vindo do Rans o Zinza, escorrem desabafos sinceros pelas pontas dos seus dedos quando pausa o que faz, o que toca de instrumento ou produz, o que escreve, sente, sendo luz nas trevas. Todo drama tem um naco de realidade e com isso a oportuna chance de fundar uma nova história desde o primeiro dia. Aliás, esse é o ano do: "Olá meu amigo! Olá minha amiga! Não é o abacaxi de Marataízes, mas chega aí para eu apertar a sua mão, aqui meu número, tapinhas e bocas malditas coçando saco fervilhando nas calçadas imundas e esburacadas, olhos gigantes desfilando e engolindo gráficos e likes, dentes afiam-se... Venenos humanos... Cuidado!
Cof Cof Cof.
___
*Imagem: Fotografia de um fragmento macro da obra Painel Tiradentes de Cândido Portinari. Réplica original Colégio Cataguases.

Nenhum comentário:

MEMÓRIAS DE UM IDO (S. MIGUEL/AÇORES - 2004)

Acredito: Depois que você entra no paraíso você descobre tudo aquilo que projetava e o que realmente existia. Além disso o que haveria ou nã...