quinta-feira, 14 de março de 2024

CRÔNICA: TENDENCIONAMOS, WTF?

É tempo das bocas malditas. Tanto pela Quaresma quanto pelo frenesi das figuras em busca das renovações dos poderes políticos. Estrupícios de várias naturezas, estirpes, raças, gêneros, estilos, tamanhos, pesos, iludidos, deixando seus rastros por onde passam em quaisquer posições que estejam ou se autodefinam. "Tu é o quê? Pode escolher!". Pois, sendo um combustível introspectivo a forma como construo caminhando, pouso um pouco ao fronte de onde fica sintonizado um rádio que propaga para a rua anúncios e pronunciamentos, bate papos, chatices, melodramas, propagandas, chororôs e outras tantas comédias, ondas carregadas de coronelismo medonho, carente do que é essência e necessário, longe dos embates com abutres de uma cidade. Avisa-se que convém dar descargas ao fim e início dos dias. Então, ouve-se nuas palavras jecas sonoplastas, janotas de gravatas ou de poeira e barro nas botas arregaçadas, esquisitas lambisgóias em minutos de lambe pratos, gravados e reproduzidos, as embaçadas graças da corte dos palhaços... Eitá! Conta que nesse tempo lembrado até hoje, Jesus retirou-se 40 dias no deserto da Judéia e nesse tempo fora tentado por Satanás. Ele venceu a tentação, mas após esses dias, "morreria" crucificado, condenado por indução dos mais sábios da sua religião. O político lavou suas mãos frente ao povo, naquele tempo... É um bom exercício imaginarmos a sensação de poder de 2000 anos atrás e as sensações de poder modernas. O fato é que hoje, no canto dos retângulos, círculos e triângulos dessas praças responsáveis pelos Paços, aos cacos, choca os passos imundos de uma máquina pública e dormente privada viciada em extremos, malandragens translocadas e marimbondos antipáticos. Assim, nesse estado de espírito, muy bien operandi em modus abstrato, é uma dádiva conseguir constatar e imprimir essa sensação dos estratos sociais, do cheiro e sabor da natureza, vivente no tempo como persona entre personas, ouvinte, participante ao que passa em meio às abóboras podres, os coça-sacos, malandrões, malas sem alça, robozões e robozonas, e inhas, e inhos, nomeados da República com o rei na barriga. De prima, com isso, me contento e comprometo constatar quem guarda, quem divide, quem interessa, quem honra, quem fofoca, quem amarga, quem pica, quem enoja, quem envergonha, quem tendencia... O poder, nota-se na fala, mas também lê-se, vê-se, sente-se, pode haver ou não, pode valer pouco ou ser imensurável. Então, qual é o número do seu poder? 

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