Após 6 meses como voluntário na Rebio Uatumã, onde estive rodeado pela floresta bruta e o grande lago do rio represado, vivendo um misto de calmaria ambiental e lidando com pouca gente e seus gênios bons e maus (como os meus), desembarquei em Manaus. Ufa! Esse movimento é um mergulho arriscado, é um plano kamikaze, lançadas todas as flechas no espaço, porém é um passo inevitável no frenesi babilônico de uma metrópole capital brasileira em busca de reingresso no mercado de trabalho ou recolocação de emprego. Enquanto faço uma busca ativa por uma "porta aberta", chances, oportunidades, reuniões, entrevistas e entregas incansáveis de curriculum, eu observo a paisagem do meu País. É o meu País e, eu não me esqueço de que eu era o futuro, hoje árduo presente. Infelizmente, tudo que eu queixava de lixo esparramado pelas ruas e rios da minha cidade natal, aqui na Capital, tal degredo ocorre 50x pior. É uma constante em toda cidade grande. Tal observação tem fundamento na expansão urbana desorganizada somada às carências de educação ambiental, péssimo comportamento do povo, ausência de políticas públicas resolutas na disponibilidade de mecanismos urbanos de uma cidade minimamente organizada com agentes públicos incompetentes sem amor à Terra e à Humanidade, que receberam poderes temporários renováveis e altos salários provindos dos votos eletrônicos do povo com pouca ou nula sabedoria. Então não me calo, e faço, não somente falo, até morrer por isso para que a realidade mude para melhor. Nessa busca ativa por emprego, ainda estou na luta por conseguir, mas cheguei perto de ingressar em algumas oportunidades públicas e privadas. Traves ou entraves, logo eu, um artilheiro. Mas, nem tudo são textos do justo ranzinza que mora em mim. Em Manaus, conheci o INPA, o Bosque da Ciência, os laboratórios de pesquisas compostos de pessoas estudiosas onde pude ter altas conversas científicas e intelectuais; conheci a WCS Brasil e sua Direção capacitada e experiente, a UFAM, o Parque das Tribos, a arquitetura antiga do centro da cidade, as comidas saudáveis, a brisa rara do período chuvoso, a bondade, a fé dos devotos em Deus, e a hospitalidade que ainda existem... Algo acontecerá de bom em breve. Essas flechas atingirão os alvos. Os dados irão parar. A guerra será vencida. Eu não posso duvidar das consequências das ações, mesmo que o sol se esconda, eu quero afirmar que o sol se abrirá para mim!
segunda-feira, 31 de março de 2025
quinta-feira, 20 de março de 2025
MEMÓRIAS DA ARQUEOLOGIA EM LISBOA: ACORDANDO PESSOA
Diz a lenda que na Roma antiga os personagens que compunham o poder latente do Império e da República (vice versa), mantiveram-se em sucessões sanguíneas ou em novas dinastias, mudando por pouco mais de 1 milênio, seus rostos, passos, capas e egos. Personas com seus desejos mais eloquentes que marcaram de fato a história, e que de alguma forma até hoje respinga na gente. Entre nós, tantos sem atenção com celulares nas mãos, outros em fome ou em guerra ou alucinações religiosas, químicas e capitalistas. Mas, falo daqueles personagens do passado, que sucederam desde o primeiro ao último no papel de Imperador. O destino era a nascença e a trajetória até o fim, essa era a crença no destino. Tal figura que pela vastidão de poder, comandava através de selos com cunhas e ceras de velas com cheiros e pigmentos, com luz, semeaduras, colheitas, moedas, espadas, bravuras, faces, Damas, Crias, estampas e conteúdos, mosaicos... Imperadores moviam-se, trancavam, traziam ao mundo ou tiravam dele o meio amplo da pirâmide até o pé onde deita a base. Essa noção de poderio de Império e Maximuns, que conseguiram manter o grão pós morte continua sempre nos grãos posteriores ao presente e atual. Essa ideologia de Império e Destino, ou messianismo, filtrando como é possível apenas os sucessos e matando literalmente o que é medonho, na prática ainda há resquícios desse tempo (ou fragmentos) que são mais visíveis quando televisivos, citados em livros, cantados ou chocantes em news (Extra! Extra!), num mix atual de comportamentos humanos lesivos e aparentemente evolutivos, multiplicados, sem rédeas, que faz imaginar estar metido em guerras, em terras sem lei, sem comida, sem educação e sem governo bom. Estamos contando o que completa o primeiro quarto de tempo, do primeiro século do terceiro milênio, e o Mundo do Homo é cheio de nódoas. Roma, por mil anos na história do seu tempo atravessou a era de Cristo - e ainda lavou as mãos - talvez tenhamos vivido naquele tempo em território romano, antes ou depois de Cristo, os nascidos e os idos do tempo atual. Mas, Roma, por tamanha fama e expansão, semeando tendências e calendários e sufocando o meio e o resto da massa, dando e retirando a ilusão de poderes ao povo, fora assim lembrada agora por causa da propaganda das suas regras e poderios dos topos iluminados. Personagens como Papas, Reis, Guerreiros, homens e mulheres que procriavam, pois, a demografia depende desses atos para gerar figuras que asssumiam um papel relatado da história. Até os escravos. Visto que o território romano na sua máxima totalidade englobava homens e mulheres, e gêneros de auto-identidade sexual que pudesse manifestar na sociedade àquela época, e até a rebeldia já existia. Ou sofrer, ou diferenciar-se com significância, não pelo aspecto das formas do mundo e do corpo, mas com o espírito coroado, com visão superior, a frente, iluminado pela luz do sol, muitas vezes cego, sedento por Glórias, prazeres e conquistas, fartos em êxtases e autodestrutivos. Devo lembrar da difícil equanimidade que o Bhagavad Gita ensina. As perdas, de qualquer matéria sentimental ou física, seja mesmo o corpo e a vida ou qualquer outro bem material, revela emoções guardadas ou escondidas, existentes lá no coração. Todos temos alegrias e tristezas nessa vida. É uma frase cliché. O Buda já dizia isso. Por isso, acordando Pessoa, lembro da Arqueologia em Lisboa e sou grato aos convívios gratuitos de hoje, por compartilhar acertos e erros, suportando e digerindo igualmente balanças das atitudes humanas em meio à Floresta Amazônica. Nascido e seguindo um fim na média aos olhos do Supremo, e por saber que devo seguir assim, também percorro um caminho onde existem buracos, cobras, malícias e degredos que tentam engolir, picar e contaminar a vida. Assim como existem na vida outros elementos que contribuem com a história inversa ou branda, atingindo metas, Glórias, uniões, fundações, abundâncias e por isso é o que pende para aceitar o papel, torna conhecedores de nós mesmos, espelhando sempre na humildade do Todo. Creio que todo momento presente, o agora, é composto de emoções sutis ou marcantes, prazerosas ou repugnantes, eis a vida até que a morte chega uma hora a todos. Há uma crença de que o futuro será diferente e melhor, talvez com mais bondade e equilibrium, mesmo que para lá levemos as amarras dos apegos do passado, venceremos no futuro. O presente ora pode ser amargo, ora o paraíso. E o futuro é como uma esperança na existência de um paraíso real, para que sejamos genuínos às provas do tempo atual. Uma ponte eterna.
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sábado, 15 de março de 2025
CARTA ABERTA AO PROFESSOR SUCURÍ
Por aqui no norte do Brasil estou bem perto do meio do globo, abaixo da linha equatorial e num platô de relevo acima de uma grande barragem e Hidroelétrica no rio Uatumã - afluente da margem esquerda do Rio Amazonas. O período de chuvas ameniza o calor, mas não diminui os carapanãs ou acalma as formigas. No entanto o clima é pesado com abalos extremos, fruto de uma somatória de impactos atmosféricos que se sentem alterados até no "inverno amazônico", que é justamente os três meses da estação do habitual verão no hemisfério sul, porém apelidado de inverno, pela queda de temperaturas, por causa das águas das chuvas e dos ares atmosféricos do Oceano Atlântico, quiçá com influências dos ares e mares do Oceano Pacífico. A geografia é uma boa base para se viajar. Ainda sou um doador de sangue, suor e atos em participações de ofícios voluntários simples e fundamentais, desde braçal até pré textos e tantas outras páginas de produções-guias durante quase meio ano sem remunerações. Isso ao mesmo tempo significa força diante de forcas durante a sobrevivência com gastos alimentares, produtos básicos, mas caros no Brasil econômico atual, baleado pela ganância mercantil, usando números virtuais para translados poucos e poucos mergulhos às bases da consciência. Ufa! Isso é um bom sinal. Controladamente creio que vou adentrando num modo de desapego cada vez mais maduro, enquanto vivido e experiente, sabido dos riscos que é ser diferente por ser simplista ao passo que altivo, ativo e natural participante nessa montanha russa de apegos, sentimentos e desejos da vida humana. O ser humano só é mais complexo entre todos os seres da Terra por causa do coração, dos poderes temporários da ilusão (maya), dos desejos, sentimentos, sensações, ganas, amores, conquistas, iras, revoltas, insanidades, fervores, mentes sábias e ignorantes, que criam e destroem. Quando lembro dos momentos de êxtase e Glórias do passado situo-me no retrato do presente. Tal lembrança gera um alimento ou combustível (fagulha, pulso) que energiza a sina de chegar ao futuro e experimentá-lo, seja doce ou amargo, ou simplesmente rápido ou findo. Esse é um pensamento nativo que mora em mim desde que me entendo saído da infância inocente e entrado na vida adulta. Por aqui, venho buscando por ofícios remunerados citadinos ou em meios campestres e silvestres em logomarcas ou em operações no grande palco amazônico nacional em vários Estados Federativos, inclusive no DF, em todos os Biomas e ilhas do Brasil. O Cebraspe não acreditou que sou um CPF-NIS baixa renda, pois me viu de longe num núcleo do endereço da PDL. E como a análise é de longe, rápida e muitas vezes incompetente e injusta, dentro de uma sala com ar condicionado e um bom salário, os(as) analistas acabam colocando muita gente no mesmo saco, ou retirando. Nem passou na cabeça do Cebraspe que um cidadão brasileiro aos 41 anos pudesse estar em circulação no país exercendo trabalho voluntário reconhecido em órgão federal ambiental no meio da floresta amazônica. Essa carta bem que podia ser lida pelos capas pretas, os quais prezo por postura, inteligência e justiça. Então não farei as provas de 3 grandes concursos nacionais com excelentes cargos e funções científicos-ambientais nesse primeiro semestre de 2025, pois não paguei as GRUs, se é que me entende. Contudo, no exato momento, concorro em duas seletivas para trabalhar num núcleo de gestão integrada que maneja e gere um mosaico de UCs no Pará. Um emprego temporário num vínculo máximo de 3 anos, se a CF não mudar para algum tipo de efetivação ou aumento do tempo na função. Meu lócus pode mudar em breve de onde estou para onde vou, mas dentro da Majestosa Amazônia, ainda. Esse grande pedaço do Planeta necessita de cuidados e atenção, por isso estou aqui para contribuir, aprender e ensinar, em suma trabalhar. Constam na Amazônia núcleos de gestão de UCs que, quando dispostas num mosaico de áreas protegidas com seus respectivos funcionamentos (SNUC), avizinham-se umas das outras. Em alguns casos sobrepondo-se num verdadeiro mosaico de polígonos, tipo "puzzle". No entanto o que torna essa carta um tanto mística é Portugal e toda terra de língua lusa. Terras que estão sempre a um passo para cruzar o atlântico recapitulando ou sepultando um adeus ao cenário nacional. Por essas terras de língua portuguesa faço de tudo para conquistar um posto de trabalho que me proporcione lançar âncora, enquanto reforço elos de amizade, maestrias, luto contra o mal dos homens e os meus, alimentando os geniais sem nunca esquecer de reencontrar minha cria que porta a infinita herança do bem.
Att.
TPN
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terça-feira, 11 de março de 2025
A PIRÂMIDE
É de prima uma forma de bench
Dotada de conteúdo inteligente
Que define coisas pra gente
Ao fim ao cabo lança certeiro
Mas começa primeiro no simples
Ao passo do que é moderno e...
Complexo, que faça algum sentido
E coragem para navegar o Universo
Situando-se sempre nas bases dos meios
Onde muitos surgem e desaparecem
Tantos transitam em memórias por vir
Marcos, registros, históricos, cantos...
Seres de vida, paisagens ou apenas ócio
Tudo cabe na pirâmide social, em teoria
Rasos, medianos, miseráveis e ignorantes
Preenchem o bolo da demografia agora
Mas, no topo, mora o pensamento nobre
Sendo prático, principiante do ato, anda!
Um reino necessário que rima a letra, certo
Com novidades, diferente dos bisonhos
Personagens mundanos e televisivos
Poderes que devastam a repugná-los
Que deverão ser combatidos e vencidos
Pela esperança de que se unam os bons
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terça-feira, 4 de março de 2025
SOBRE UM VERDADEIRO FAROL
Antes de atracar num Porto seguro e controlado, toda grande embarcação recebe oficiais em lanchas rápidas conhecidos como "Pilotos" que emparelham-se à grande embarcação. Logo em seguida adentram através de uma escada móvel e maleável onde interagem com o Comandante e a tripulação. Quando saí da Ilha de São Miguel em 2006 de boleia num navio mercante com destino ao continente português onde pretendia fazer pela primeira vez a caminhada pelas rotas de Santiago de Compostela - eu precisava sair da ilha e, de navio era uma opção -, não desembarquei dessa vez - até podia ter "escapado" em Lisboa (estive lá e lembrei de tanta coisa...) - eu podia ter vivido como um forasteiro por tempo indeterminado pelos Caminhos de Santiago por toda Europa, quiçá falando e escrevendo em várias línguas. O tempo como não para permite lembranças e projeções, e cabe aos que compõem trabalhar no que bem sabem. Então venho na continuação de construção de cartas pela noite adentro, solicitando integração, socorro, dizendo: as chaves que adentram e encontram estabilidade ou adeus, se, talvez, Oxalá algo aconteça mais evolutivo e emocionante do que o pingo de gota pela educação e o crescimento das florestas contra devastação e poluição em cascatas. Nesse caso a ponte emergente não é tão diferente de outras travessias executadas no passado remoto e atual. Hoje, eu carrego voluntariamente uma bandeira que é o isolamento profundo. Não que isso me prejudique, ainda que sinta como castigado pelos erros de outrora ou agora, muito menos desejo que alguém passe por vulcões para encontrar Glórias. É porque não há tantos que escrevem assim, por isso que alguns poucos sabem dessa mística história de quem espera um triunfo mundial. Esse é o degrau máximo! O Quinto Império. Eis que no degrau onde estou, a Amazônia Central e sua atmosfera ajudam bastante no conteúdo da carta, mesmo porque não poderei deixar de escrever sobre o passado em Portugal, nem sobre o futuro que vem chegando. Só Deus sabe como será esse grito. Quem lê esse texto falado ao leitor, poderia pensar sobre a realidade de quem rege a carta, que é um cenário moderno, digital com celular "antigo" nas mãos, e acompanhado por forças e energias de outros tempos e outros personagens regendo juntos.
Você poderia ler o texto novamente ao fim desta leitura caso não entenda de prima e na pegada mística que é explícita revelar-se-á o vislumbre de um Mundo novo, criativo e harmônico. É um grande objetivo alcançar e eu confirmo isso desde quando a motricidade fina dos meus dedos de criança escalavam um móvel de madeira do chão ao teto, onde estavam dispostos às mãos e aos olhos, livros enormes de enciclopédias e outros exemplares e peças tridimensionais com seus interiores e geometrias que entravam na cabeça e me coroavam. Essa Copa energética ainda existe e vive! Está posta entre dois rios sujos desse Brasil atrasado de organização citadina maqueada por pessoas em poderes temporários da República e o desinteresse em livros ou filmes (produções artísticas todas) que poderiam e devem coroar o comportamento da sociedade ao máximo, pautado em ODS e o bem estar geral. Essa Copa a qualquer momento pode estar vazia, conter sons, itens, cheiros, farturas, ritos, choros, festas e risos. Quando escrevo posso ser tanto promessa como prometido, posso ser mais científico ou lúdico, misto, uno, vasto, infinito... Toda a Terra é um Paraíso se habitada sem maldades e ignorâncias, sem ganâncias e egoísmos. Eu sou daqueles que morrem para matar a utopia.
TPN.
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