segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O CONVITE DE IARA

Cheguei de fora agora, na madruga da cidade aspirante a inteligente. E não será por gabaritos cheios ou sorte que será maravilhosa um dia. As cidades, quase todas, quanto maior a população maior a desorganização. Mas tudo depende do zoom do satélite. No início das administrações, cidadela significava controle, organização, real liderança por atributos provados diariamente até a morte. O chefão de antigamente e sua galera "ralavam pacas". Dedinhos e outras ferramentas atuais, não se comparam. Cidades necessitam de condução, seja ela conjunta e participativa ao máximo, não única, mas com capacidades pró-pessoais, aptidões, sinergias ou não prossegue o avanço. O progresso para ser progresso tem que chegar em algum lugar melhor. Um dia antes desse agora (pode ser qualquer dia), à essa mesma hora (pode ser qualquer hora) colocava meu corpo que envelhece no caminho que me apresenta. Tinha já tragado um chá verde morno no fogão. Das janelas vinham pios de pássaros silvestres quando não a maritaca assobiando. No mundo, cruzadas foram as serras, encobertas as neblinas, miragem de portos terrestres (tubolões). Similar aos marítimos, pois, ainda que estejam fixos servem aos movimentos do povo e tudo que carregam sobre rodas. Planejamentos infraestruturais da cidade em vias de chegadas e partidas da antiga capital do Império. Um constante frenesi misturado aos batuques pré inferno de um pedaço da máquina do Brasil. Ufa! Esse texto é baseado num convite ao futuro para pessoas que fazem parte da família sintonizada na pegada verde. Pois impactos e pegadas são inevitáveis e de vários tipos. Contudo podem ser impactos verdes, pô! Limpos, puros, que protejam e eduquem. Se liga na multidisciplinaridade. Sem querer assustar ninguém, saca essa estória aí: Iara, é o nome de um personagem folclórico brasileiro. Reza a lenda que ela vive nos rios da Floresta Amazônica, como uma sereia. Dizem que ela é bonita, mas cá por mim ela é uma mistura de peixe-boi com boto-rosa. A estória fala que ela tem poder de captar a desatenção da humanidade. Isso serve de alerta, um momento metáfora: O que ela faz é finalizar com as desordens do ser humano, drasticamente. É o seu impacto, o impacto dela como ser natureza sobre nós. Ela serve de análise a algo importante que é a casa dela, a Amazônia. E quando o ser humano adentra esse mundo sem atenção ou ordem, como fez em outros cenários, até agora, desequilibrando o meio ambiente, ele, o ser humano pode desaparecer sem ar respirável, sem água limpa, sem terra firme, sem amor à Terra, até encontrar Iara. Mas, em 2025 haverá uma Conferência das Partes integrantes das Nações Unidas, a COP30 em Belém do Pará. Faço votos para que pelo menos a Iara esteja lá. Mas já vou adiantando o cenário para quem chega, é mais ou menos esse: Desequilíbrio, racismo ambiental, injustiça sócio ambiental, desordem, descaso, incompetencia, má educação, bagunça, sujeira, calor, enchente, seca, fogo... E muito mais. Welcome to the jungle!

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