Tarde de um dia chuvoso
Centro da cidade
A luz natural era dourada
Os sinos das torres marcavam a exatidão
Pessoas saiam da igreja
Um velho escarra no chão
O cenário paralisa
O que estava a frente diz:
- Põe-se à minha frente
Nas suas costas fez o mesmo que o velho
E o velho bebia água
Então ficou a pensar com toda vivência que tinha
Na luz dourada com os pingos d’água
No som dos sinos à hora certa
Nas pessoas levantadas após ajoelharem em prece
E na água engarrafada que bebia
Saberia que a humanidade já fez criação de pulgas de ratos?
A humanidade já alimentou a morte com a peste bubônica
A humanidade já construiu metades das torres que chegariam
ao céu
Desmoronaram castelos de areia na arrebentação da praia
E estas cidades que crescem no meio de um lamaçal
Por causa das gruas que empilham blocos maciços como Pisa
E as vias minadas como terrenos explosivos
Alguns cenários são tal qual o velho oeste, faroeste, bang
bang
E as poças da cidade traem a chuva que constante limparia
imundices dessa nossa pele
Mas o ser humano descobriu a porta da caverna (Talvez Platão
viu a casa vertical)
E fez dos terrenos limpos charcos de excrementos nojentos
Teve tempo, a velha do seu velho, ainda dizer:
E o assoar o nariz num lenço de papel?
No papel retido está o que jogas do corpo para fora
Sem lançar diretamente ao chão estes barulhos necessários
são pequenos
Infelizmente aposto que ali na frente jogarás este lenço no
solo
Se ainda o seu velho engolisse a própria raspagem de muco da
garganta
Evitava escurecer o ouro e a luz do céu
Evitava distorcer o som dos sinos com a porcaria que cospe
nas pedras
E não deixava nestes pisos seus rejeitos para outros
caminhantes
Creio que ficaram a pensar novamente
Quando alguém nas suas costas, lado ou frente, faz qualquer
gesto incoerente
Não repita, não replica, não se agrade!
Não deixem as crianças aprenderem coisas erradas
Senhores e senhoras de maior idade nem sempre são referências
para formação dos bons hábitos
Por querer, sem querer, por ingrata ignorância, pessoas de
TODAS as idades praticam más ações
Temos que caçar os detalhes negativos, temos que
intensificar as boas ações
Ainda há filhos que crescem sem escovar os dentes enquanto
dedilham telas de computadores
E o País? Não está em minhas mãos. O país está nos meus pés.
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