Matérias prima são retiradas da natureza para construções urbanas
modernas. Diversos elementos desde areia, pedras, madeiras. Muitos
destes materiais já foram retirados no passado para a construção de
grandes estruturas. Antigas fábricas e casarões, espaços estes hoje
abandonados. O abandono é do pessoal privado, dos donos, que no decorrer
do tempo carregam o registro do pedaço
da terra em seus sobrenomes. Quando os primeiros antigos da família
construíram estes edifícios com certeza no passado era mais difícil
levantar estas estruturas. A 100 anos atrás, sem gruas e caminhões,
apenas braços, roldanas e rodas de animais. Em pé ficaram estas grandes
construções robustas, espaçosas, esqueletos hoje em dia. O Estado
deveria localizar, mapear, quantificar e reunir com os privados.
Elaborar um plano de revitalização com um calendário de 3 anos, por
exemplo, para que dentro deste tempo, recuperem ou vendam ou o
título-posse passe para o Estado. As estruturas físicas prontas já estão
construídas. A matéria-prima está lá fixa. O resultado do trabalho
árduo antigo é a firmeza persistente dentro de um ambiente em contínua
modificação. Mas, não destruam não! A articulação do Estado sobre os
privados com estas posses físicas paradas, não é uma imposição sem
alternativa. Pelo contrário, são “cutucões”, uma certa economia da base
extrativista a pensar na natureza mesmo e um grito para a participação
dos mais ricos e dos ociosos. A recuperação das estruturas físicas
prontas pode ser útil para muitas coisas. Podem ser albergues, podem ser
residências, podem ser centros de educação, formação cultural,
intelectual, social. Podem ser escolas de música, pintura, bibliotecas e
entretenimentos diversos. Ainda que precise de matérias prima para
reforçar bases, paredes e lajes, a iniciativa de recuperação e
salvaguarda da originalidade das arquiteturas existentes é uma
mais-valia incontestável, evidente e necessária. Gerará emprego para os
que fornecem materiais para a recuperação, para os que atuam na
recuperação e para os que atuarão dentro destes espaços como aplicadores
de fundamentos que enriquecem de fato a natureza e o intelecto da
sociedade. Incluindo o lazer. Este é um território que tem muitos itens
físicos materiais. Os itens têm donos. Há donos que não podem ser donos
por não terem condições de dinamizar o seu material que é dono, outros
que não sabem ser donos dos itens que possuem e os que podem e sabem ser
novos donos de itens parados. O Estado reúne os donos e localiza os
itens. Apresenta três alternativas aos donos, com tempo, sem pressão.
Projeta a diversidade de funcionalidades destes itens para a sociedade
que, usufruindo da vitalização dos espaços físicos serão mais
inteligentes, mais educados, mais gratos, mais funcionais e mais
dinâmicos e evoluídos neste tempo moderno. A teoria é mais fácil que a
prática, mas como a política é um mecanismo de poder, ela mesma com a
representação dos administradores do país, juntamente com os que aspiram
administrar o país, devem pensar no próprio território como uma mesa de
xadrez sem adversário. Mova as peças no tablado! Olhar para o
território, ver as peças, ver os itens, ver as pessoas, ver riquezas,
ver trabalhos iniciados, usar, manusear, usufruir, dinamizar, mexer,
aplicar práticas não só econômicas para a formação dos indivíduos que
crescendo neste meio, serão bons adultos e bons mantenedores da própria
mesa, deste tablado, que é o território. O Estado, ocupado com a missão
de pagar dívidas externas, poderia achar um tempo para reunir a faixa da
pirâmide social dotada de maior capital, isto é, os ricos do país que
associados buscarão a expectativa de autonomia. Relembrar a soberania, a
identidade e coragem de ultrapassar obstáculos com força, com
materiais, com pessoal e com inteligência. Eis o resumo do pensamento
teórico:
“Há uns quantos sem dentes que com dinheiro no bolso vão aos restaurantes comer lagostas
Há uns quantos com dentes que com dinheiro no bolso vão aos cafés comer sopa
Há uns quantos sem dinheiro com os dentes prontos a comer lagosta
Há uns quantos sem dentes com o suficiente para comer sopa
Há uma chance de na mesma mesa sentarem-se todos juntos”
“Há uns quantos sem dentes que com dinheiro no bolso vão aos restaurantes comer lagostas
Há uns quantos com dentes que com dinheiro no bolso vão aos cafés comer sopa
Há uns quantos sem dinheiro com os dentes prontos a comer lagosta
Há uns quantos sem dentes com o suficiente para comer sopa
Há uma chance de na mesma mesa sentarem-se todos juntos”
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