terça-feira, 26 de agosto de 2014

TIGRE

Cresci ouvindo ter que escolher uma profissão. Na verdade a questão era o que eu queria ser quando crescesse. Os esportes desenvolveram bem meu corpo e mente e eu podia assim ser um amador constante a trabalhar metais, talvez, pois esse era o sonho da minha avó ao seguimento do filho, meu pai. Mas no quintal eu tinha alguns animais livres como formigas, abelhas, lagartos, pássaros e um jabuti. E nas frestas do cimento onde a terra úmida próxima ao rio é fértil, certa vez imitei a história do João e o pé de feijão e semeei às escondidas grãos de um milho potentíssimo que depois de 6 meses cresceram mais de 2 metros. Uma noite encontrei um morcego caído no chão e na manhã seguinte iniciei a operação. Dentro da barriga havia um feto perfeito pronto para o nascimento mas ambos não haviam hipótese. Acabaram dentro de um vidro de formol nas prateleiras da Universidade. Daí então servi a pátria, não como guerreiro, mas como protetor da natureza. Embrenhei florestas e ambientes de cerrado, mata atlântica até a ilha do sol, voltando sempre para incentivar amigos a desbravarem seus sonhos também. Mais a frente com a sede de expansão acabei por estacionar bem no meio do mar atlântico e viver dentro de vulcões. Hoje escrevo várias coisas facilmente e ainda elaboro labirintos magníficos. Me interrogo se essas coisas todas são tudo o que sei fazer, se vivo ou sobrevivo, o que eu tenho além da flauta amarela e o que vale uma bagagem de histórias não encadernadas. Porém as questões não me ocupam tanto porque me lembro ter escolhido em silêncio fazer muitas coisas o que não deve ser nem a metade deste exprimir. Enquanto durmo em casas de senhorios que alugam seus imóveis, eu tenho ao meu lado um colar sequenciado de esferas. Cada avanço sobre os contos me ajuda a adormecer para poder despertar e realizar tudo aquilo que ainda devo fazer.

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