quinta-feira, 23 de julho de 2015

RÁ (Isto já estava escrito)

Eu vou. Eu sempre vou. Fico lá um bom bocado. Depois volto e fico aqui um bocado só. Não tenho um lugar fixo no extenso mapa que vivo. É previsível isto. Tenho ciúmes da língua portuguesa. Não tenho pretensão de dominar a inglesa – exceto inglesas (segredo) – se com o básico consigo alguns beijos no bordão da frase: “One kiss, please”. Mas isto não dá certo com as que falam português. Certa vez usei essa frase com uma brasileira, em português, claro. Ela me disse que não era feira. Eu bem que entendi freira. E insisti. Ora se não é freira mais fácil ainda, né? Ela negou novamente. Depois cruzei com ela pela cidade durante um dia de chuva. Ela estava fula com uma pasta sobre a cabeça. Acho que a irritei mais ainda, pois disse que isso era um castigo por ter me negado um beijo, a chuva estragava sua chapinha. Sim, há outros países de língua portuguesa. Eu tenho duas paixões, ou mais, mas, uma é a língua, outra é uma certa menina. Certa menina que não me nega um beijo. Uma menina que me pede um beijo. A menina que fala a minha língua e que vem comigo para toda parte que se fala português.

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