quinta-feira, 8 de outubro de 2015

DOM KISS HOT E SANTO PANÇA em... OS FEITOS DO PASSADO

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(...) Kiss Hot não pode ser visto ainda porque se afastou tanto do mapa que se encontra mesmo à margem dele. Nem pombos correio chegam ou partem com informações. É nessas horas que Kiss Hot é lembrado. Como o seu presente é de profunda solidão, tendo abandonado a leal presença de Santo Pança e as birras de Dora Té (queres chá?), o melhor é o narrador contar-lhes alguns feitos do louco errante. Certa vez, Kiss Hot tomou um grande porre de vinho numa taberna, juntamente com Pança. Ele teve a coragem de subir no balcão e gritar bem alto: “Eu sou um semideus na terra! Porque os deuses estão no céu!”. Mas essa história não é muito boa, não tem grande piada. Noutra ocasião, Kiss Hot montou seu cavalo e num galope montanha acima chegou ao cume de um vulcão. Só que este vulcão não tinha lava. O vulcão estava cheio de água. Então Kiss Hot pegou umas bananas de dinamite e explodiu um lado da boca do vulcão, fazendo esvaziar toda água. Naquele mesmo lado onde vazou a água, Kiss Hot fez explodir um paredão na encosta onde as pedras que caíram restauraram a boca do vulcão fissurado como uma barreira contentora. Logo em seguida o magma subiu e tomou o espaço onde havia água, formando uma verdadeira lagoa de fogo. O terceiro feito de Kiss Hot é bonito. Certa vez ele passeava com Dora Té, até que viu um filhote de águia no chão. O filhote não tinha forças para voar, nem mesmo penas tinha, era um recém-nascido. Kiss Hot pegou o filhote nas mãos e lançou o mais forte possível para cima de um casarão abandonado para espanto de Dora Té que achou aquele ato um tanto bruto. Dois anos se passaram e Dora Té estava num prado colhendo flores para sua casa quando uma cobra venenosa pronta para dar-lhe o bote foi caçada como um raio pelas garras de uma grande águia vinda do céu. Dora Té, correu para os braços de Kiss Hot e com um beijo quente de agradecimento disse-lhe: “- A sua antiga força me salvou!”
(...)

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