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Minhas últimas lágrimas caíram após o fecho da porta. A criança correu ao lado do trem em despedida numa espontaneidade sentida. Sentei e eis que imediatamente apareceu um ameríndio. Sentou-se à minha frente mas virou-se para trás. Disse ele que viera do México. Tinha os cabelos compridos e grisalhos. O estereótipo de um indígena. Carregava nas mãos uma toca tipo asteca. Cheirava um tanto à álcool (compreensivo neste frio). Olhava-me nos olhos com profundidade. Talvez alucinado ou numa inspeção mística. Eu entendia seu espanhol e retrucava-o na mesma língua. Falou de muitas coisas em pouco tempo como um personagem sábio e mendigo de um livro. Ele me perguntou o meu nome e assim que ouviu disse que era um bom nome. Eu não sei qual era o seu, pois o trem foi enchendo de passageiros à cada paragem e a conversa era menos intensa. Ele ia descer em Cristiania. Ainda tentou me convencer a descer com ele para beber uma cachaça (ele disse mesmo assim). Mas ele não desceu. Continuou no trem até a minha última paragem ao aeroporto. Antes que eu saísse comprimentou-me com um aperto de mão e disse: "Boa sorte comandante".
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quarta-feira, 16 de março de 2016
POR SER ASSIM DO MUNDO
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