*
Minhas últimas lágrimas caíram após o fecho da porta. A criança correu ao lado do trem em despedida numa espontaneidade sentida. Sentei e eis que imediatamente apareceu um ameríndio. Sentou-se à minha frente mas virou-se para trás. Disse ele que viera do México. Tinha os cabelos compridos e grisalhos. O estereótipo de um indígena. Carregava nas mãos uma toca tipo asteca. Cheirava um tanto à álcool (compreensivo neste frio). Olhava-me nos olhos com profundidade. Talvez alucinado ou numa inspeção mística. Eu entendia seu espanhol e retrucava-o na mesma língua. Falou de muitas coisas em pouco tempo como um personagem sábio e mendigo de um livro. Ele me perguntou o meu nome e assim que ouviu disse que era um bom nome. Eu não sei qual era o seu, pois o trem foi enchendo de passageiros à cada paragem e a conversa era menos intensa. Ele ia descer em Cristiania. Ainda tentou me convencer a descer com ele para beber uma cachaça (ele disse mesmo assim). Mas ele não desceu. Continuou no trem até a minha última paragem ao aeroporto. Antes que eu saísse comprimentou-me com um aperto de mão e disse: "Boa sorte comandante".
*
quarta-feira, 16 de março de 2016
POR SER ASSIM DO MUNDO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
DOM KISS HOT VIVE, MAS SEMPRE QUASE MORRE
Existe um moinho de vento muito forte na estrada de Dom que é a ilusão. Ela consegue enganar seu coração levando ao chão vislumbres dos sonh...
-
* É básico e simples constatar através da análise e pesquisa que nas sociedades antigas a humanidade associava as reações do tempo e da nat...
-
Quando te vejo ao longe imagino campos fartos nesse atlântico maravilhoso Encho potes de mel vindos das abelhas que voam pelos bosques flor...
-
Um dos primeiríssimos eventos ocorridos no Centro Cultural Humberto Mauro (2001-2002), foi a palestra do Navegador e Expedicionário Amyr Kli...
Nenhum comentário:
Postar um comentário