terça-feira, 20 de dezembro de 2016

DEITO

*
Procuro ver se relaxo
É fim de ano
Aconteceram mais assassinatos
Na cidade maravilhosa
No mercado das luzes
Nos campos de batalhas
Eu tento
Lembrar dos bons momentos
Esquecer os males passados
Mas deitado escrevo
Num quarto apagado
Com os dedos no teclado
Assumo, esse é um trabalho
Que ninguém me deu
Que nasci com ele
Que não vale nada agora
Mas será a jóia do meu pedaço
Espero, por ter adiantado
Mais ou menos tranquilo
Mas um tanto apressado
Por mil chamados
Que me leve ao outro lado
Pois aqui não tenho torcida
Não se mexem bandeiras
Não espero mais barcos
Mas desejo embarcar
Então arrumo o altar
Onde há quatro prateleiras
A primeira é mais perto
Há imagens e formas de Deus
A segunda tem fotos
Quando as olho rio e choro
A terceira é pesada
Fiz ferros beijarem ímanes
A quarta é mais alta
E não me pertence
*

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