quarta-feira, 22 de março de 2017

VOCÊS PRECISAM SABER QUE EU SOU DA CASA DE PESSOA, SOU DA MALTA DE CAMÕES, MINHAS ARMAS SÃO LETRAS E MEU ESCUDO É O CORAÇÃO

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Não vou esperar para dizer. Está próximo de completar um ano da agressão que sofri na cidade do Porto. Foi exatamente nas primeiras horas do dia 25 de abril, data comemorativa da Revolução dos Cravos em Portugal. Eu tinha ido ao Breyner85 no dia 4 de abril (dia do meu aniversário), há 3 semanas antes, não paguei a única bebida que consumi porque é habitual ganhar pelo menos uma ao comprovar ser seu aniversário. Assim o fiz, ainda que o segurança João (personagem crucial dessa história) tenha ficado fulo por eu ter saído sem pagar aquela única cerveja que bebi. Quem consentiu no dia 4 de abril foi uma bonitinha do balcão, mas aparecerá uma “bargirl” lá no dia 25 de abril, chamada Susana (outra personagem crucial dessa história) uma verdadeira bruxa. Voltando ao dia 25 de abril, horas antes eu estava no forró de domingo no Espaço Compasso. Óh, eu só sei fazer dois pra lá e dois pra cá, junto a barriga nela e giro, e dá certinho. Antes da meia noite, saí do Espaço Compasso, pois sabia que ia trabalhar no feriado do dia 25 de abril. Verdade, eu trabalhava numa loja de lâmpadas e fui destacado para trabalhar nesse dia. Mas acabei por encontrar uns hippies na esquina que me convenceram a entrar no Breyner85. Entrei sob os olhos furiosos do segurança João, aquele mesmo do dia 4. Mal sabia eu que as próximas duas horas seriam um pesadelo horrível. Subi as escadas, bebi exatamente duas cervejas marcadas no cartão, o equivalente a 4 euros e quando o relógio apontou 00:45 atinei em ir embora. Lógico, cheguei ao balcão, apresentei o cartão, coloquei as moedas que tinha no bolso e a Susana, a tal menina bruxa, contou as moedas, empurrou-me de volta e disse que faltava um euro. O bar estava lotado, véspera de feriado, rock in roll rolando no palco, difícil de falar e ser ouvido. Mas voltei para o meio do público e encontrei um conhecido, pedi-lhe 1 euro, e ele me cedeu. Voltei ao balcão para pagar, coloquei as moedas à vista e a bruxa só balançava a cabeça, não aceitava o pagamento, não liberava o meu cartão, nem me respondia mais. Assim começava o meu cárcere privado. Desci para tentar falar com o segurança que havia algum equívoco, mas ele também negava a minha saída. Pessoas entravam sem parar, era 1:00 da madrugada já. Pedi para falar com o gerente e vim a conhecer o outro personagem crucial dessa história, o Rui. Entrei na sala dele, um anexo inferior no mesmo casarão onde funcionava o bar na parte superior, ele estava assentado frente a uma mesa com um ar de satisfação e com um riso debochado, como se estivesse esperando aquele momento há algum tempo. Perguntou-me se eu sabia quem era ele. Logo respondeu que era o dono do estabelecimento e só repetia que eu tinha que pagar. “Você tem que pagar”. E eu argumentava que tinha as moedas, mostrava o cartão, até que ele chamou um capanga para que me acompanhasse lá acima novamente para tentar fazer o pagamento. Este era Bruno (o último personagem dessa história, uma espécie de segurança a paisana. Bruno serviu o exército português. Espero que os Comandantes e os Capitães de todo “mês” leiam essa história). Fui ao balcão abarrotado de gente coloquei as moedas novamente no balcão, e a bruxa sequer me olhava, as pessoas pediam, fumavam, dançavam e eu chamava a menina sem qualquer efeito de resposta da parte dela. A sensação de desespero e descontrole da situação aumentava, sentia que estava sendo manipulado, sacaneado e agora tinha um capanga no meu encalço, onde eu ia ele me acompanhava, mesmo ao lado. Desci novamente para falar com o Rui. Ele se encontrava fora da sua sala, no hall de entrada. Neste momento algumas pessoas já começavam a sair e eu comecei a pedir ajuda às pessoas que saíam para chamar a polícia e até mesmo uma ambulância, eu dizia que estava passando mal, mostrava-lhes meus documentos todos, abri minha carteira e tentava entregar-lhes minhas identificações, pedia-lhes socorro de fora, dizia que estava sendo vítima de um cárcere. Bom, está bem claro que isso era tudo que eles queriam, aplicar-me uma maldade, talvez, consoante ao dia 4 de abril, que deve ter sido debatido entre eles “ah! aquele brasileiro bebeu uma (1) cerveja no seu aniversário e não pagou”, talvez porque eu estava com uma roupa social de linho vermelho e o Futebol Clube do Porto não ia bem no Campeonato de 2016; talvez por marcação, xenofobia, racismo ou pura maldade. Eu até cheguei a pensar que poderia ser uma perseguição política pois vivíamos os dias de impeachment no Brasil e eu manifestava minhas opiniões a favor. Mas não, isso é pouco provável, ainda que pudessem ter sido cativados à me atormentar não era uma retaliação política. Lembro-me que o Rui ainda dizia a sorrir em voz alta “esses brasileiros vêm aqui e não querem pagar”. Não seria por esse motivo que seria agredido nas linhas posteriores, não foi por causa da falta de um ou dois euros (que de fato não faltavam) que teriam razões para me agredir, eu estava marcado por aquele “bando organizado” e já vos faço pensar, quantas pessoas eles sacanearam assim? Alguns comentários na página do Breyner85 constatam situações semelhantes, menos graves a que eu passei, inclusive por outros brasileiros. Eu ainda voltei à parte superior para fazer a última súplica à Susana (a bruxa), dizia-lhe que tinha que ir embora trabalhar, que pegasse as moedas e carimbasse o cartão me liberando a saída, mas o que ela fez foi um sinal para o segurança João, que subitamente me apertou o braço esquerdo, empurrando-me pela escada. Constatado um dos hematomas no exame de corpo e delito nos dias seguintes. O drama chega ao seu ápice e colapso quando eu vejo uma brecha na porta de saída e tento escapar. Ora essa, eu estava sendo torturado fisicamente e psicologicamente há duas horas. Então o segurança me empurra na parede exterior, eu levanto meu braço direito para afasta-lo, ele puxa-me a camisa pelas costas, aplica-me um brutal soco no ouvido direito, eu grito em socorro, grito inclusive “PAI DO CÉU”, juro que chamei o meu PAI DO CÉU, já que meu pai da terra estava longe, levo mais golpes no rosto, costelas, pernas, dobro os joelhos, não caio completamente ao chão, ainda tenho a minha flauta no bolso, as moedas caem no chão, perco a chave de casa, o gorro está na minha cabeça, tenho um lapso de desorientação, vejo a figura de três homens à minha volta, Rui, o segurança João e o capanga Bruno, todos rindo do meu estado leso, perco um sapato, eles já não me batem, eu pego o sapato numa mão e grito: “VOCÊS ESTÃO ERRADOS!” e sigo rumo à minha casa, os habituais 3 km que fazia tranquilamente a pé. Ainda procurei algum carro da polícia, pois iria fazer queixa naquele exato momento. Para entrar em casa acordei metade da vizinhança após berrar por 30 minutos para que meus colegas abrissem a porta. Tomei um banho, escrevi uma mensagem a um colega de trabalho dizendo que não iria trabalhar pela manhã, e ainda tive tempo de fazer uma poesia, registrada no dia 25 de abril de 2016.
Na manhã seguinte, feriado de 25 de abril, cravos por todos os lados, dores no corpo, eu parecia mais o Salazar todo “fodido” sendo deposto. Liguei ao apoio do imigrante e a amigos de uma associação de apoio a brasileiros (Associação Mais Brasil) para que me acompanhassem até uma base da Polícia de Segurança Pública do Porto (PSP). Assim fiz a queixa, contei todo o caso ao policial receptor Vítor, e ainda escrevi uma carta de 4 páginas, relatando todos os detalhes, muito parecida com esta que estou fazendo agora, porém com algo mais. Fui encaminhado ao exame de corpo de delito, instituto médico legal (IML) do Porto onde os legistas constataram hematomas na face, tórax e membros. Não tive qualquer sangramento externo, não costumo ver a cor do meu sangue. Mas tive uma perfuração no tímpano direito, o que rendeu zumbidos por 3 meses. Iniciei o processo de averiguação dos fatos junto à PSP, estava pronto a entrar com um advogado e acusar aqueles agressores, vejam bem, ainda que eu faltasse com 1 euro (ridículo número) e repito que em verdade não foi o caso, mediante a manipulação intencional dos envolvidos, é passível de isenção a agressão e absolvição de pena dos meus agressores? Lógico que não! Pagariam. Na verdade ainda pagarão! Mas, eu tinha uma passagem marcada de volta ao Brasil daí há uma semana posterior, tinha a expectativa de um emprego no Rio de Janeiro, além do mais pensei que tinha engravidado uma menina de 19 anos da Eslováquia, na verdade ela também tentou dar-me um golpe da barriga, e pior o BCA – Banco Comercial dos Açores (Banco filho de uma puta, muito puta mesmo) já falido e extinto transvestido de Banif (outro banco filho de uma puta) também falido, comprado pelo SANTANDER TOTTA (outro banco de incompetentes filhos de umas putas também), retiveram 160,00 euros do meu salário de 240,00 para quitação de uma dívida de mais de 10 anos acumulada referente ao não fechamento da conta, ou seja a manutenção intencional e maliciosa da minha primeira conta de um banco extinto, o filho de uma puta BCA. (O que fazer com o Banco Central? Meu Deus! Se derreter não dá 1kg). Puta que pariu! Era hora de ir embora de Portugal. Ouvido zunindo, um filho imaginário na barriga de uma eslovaca e os bancos me arrancando as cuecas para comerem... Dei um tchau a Portugal, sem ninguém ver. Hoje, dou um “oi” para todo mundo ver. Mas, antes de partir num dia chuvoso de maio, escrevi ao comissário e comandante daquela base da PSP a qual fui prestar queixa e que deve constar nos arquivos até hoje, imagino, os seguintes desejos meus, deste cidadão pacífico, tocador de flauta, pai de uma filha dinamarquesa, peregrino e auto Alto membro da Ordem, amante das mais ousadas ações da monarquia portuguesa, como Pedro I o Cruel, mais ou menos o seguinte: “Gostaria, meus senhores, de comandar esse país. Ainda que não possa lhe dar ordens, ainda, estou disposto a trocar a diplomacia da advocacia e dos procedimentos legais, por uma boa dose de apresentação da minha pessoa, quando for o caso de eu receber aquela coroa lá do sol. Destacaria 5 oficiais dos mais fortes e caçava os meus agressores. Colocaria-os de joelhos em frente à Sé Catedral do Porto. Aplicar-lhes-ia a pena de 5 fortes tapas de mão aberta, dado por cada um dos oficiais, num total de 25 tapas bem fortes no rosto a pegar desde o queixo à orelha, à cada um dos meus agressores homens, que foram João, Rui e Bruno. Ao final dos tapas, se eles ainda ouvissem alguma coisa, deveriam falar-lhes os oficiais que esta foi uma lembrança do Rei. Já à bruxa, confesso que estou em dúvida se em pleno século XXI a Sé animaria em queimá-la viva ali mesmo no pelourinho sob a coroa que é minha. Mas, talvez mudar-lhe-ia a pena. Deixava-a viva, de cabeça para baixo amarrada num mastro de um barco pequeno ancorado dentro do mar por uma semana”. Eu não quero a fama de cruel, esta já pertence a Pedro I de Castela, e de certa forma ele me ensinou. Passou quase um ano da minha agressão sofrida injustamente na cidade do Porto, local onde vivi a ministrar aulas à crianças que cospem no chão, a pesquisar rios e peixes, a produzir músicas com hippies de bem, a reproduzir vidas, a pintar artes, a escrever maravilhas, a caminhar e rezar pelos bosques, a fotografar o cinza, a vender lâmpadas para iluminar-lhes a vida, e sorte, muita sorte a desses meus agressores que tudo isso aconteceu no dia 25 de abril que é bem antes do dia da minha coroação. Por fim, se os agentes da PSP por acaso chegarem até esta parte ou qualquer aspirante do quadro dos leais encontrem meus agressores por aí, por favor, 3 tapas já está bom.
Saudações aos bons!
Siga a Marinha! 
Viva! 
Para lembrar: VOCÊS PRECISAM SABER QUE EU SOU DA CASA DE PESSOA, SOU DA MALTA DE CAMÕES, MINHAS ARMAS SÃO LETRAS E MEU ESCUDO É O CORAÇÃO.
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