sexta-feira, 28 de abril de 2017

EU NUNCA PERCO OS ORIGINAIS

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Eles servem de base para novas criações
Eu já disse: “Eu não sou ator. Eu sou escritor”
Medíocre hoje, mas amanhã, quem sabe a Academia?
Ei, você que cutucou a onça com a vara curta
Sabido da minha resposta, eu te pergunto agora
Você só lê uma vez os meus textos e os interpreta?
Você pergunta se eu uso uma droga que sabe que não uso?
Logo você, pai como eu, colega de sala, de campo, de “dorf”
Acha mesmo que uso algo diferente do que você usa?
O meu texto é que é “no sense” ou a sua pergunta?
Ainda que eu usasse, você não me disse para eu fechar a porta do banheiro?
Você não acredita que estou em perfeito juízo, é isso? Louco?
Sua dúvida é o meu estado de espírito sobre o que escrevo?
Ou você reluta em acreditar nessa minha tese maioral?
Você tem sorte em poder me ver e ouvir. O próprio escritor
Imagino, pois, o que deve passar na cabeça das pessoas que só leem
As interpretações delas, a vontade delas manifestarem, o silêncio delas
Estou sujeito a todas as interpretações, estou ciente disso
Talvez pensem como você, que é o efeito de algo mais forte que o "natural"
Ou não. Talvez leem, esquecem, amam ou odeiam
Eu sou da tribo do abraço, paz, amor, mas, duas perguntas mais
Você está vendo o país sendo destruído?
Acha que eu sou o culpado ou a solução?
*

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CHEIRO DE FOGO

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