domingo, 28 de maio de 2017

REVELAÇÃO

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Lembro, de forma bem corrida e clara, num parágrafo contínuo com um ponto só, final, quando novo, magro, cabeludo e a barba sempre cheia, caminhava pelos bosques da península noroeste da Ibéria, enfrentando cães selvagens e pedia pão e água para corrigir meus erros quando antes mais novo ainda tentaria abortar a minha própria vida, salva pela vista de um médico de família que me olhava como agora me olha, ainda vivo, gordo, com salário, sapato, perfume e mastigações, atos, que me fazem exatamente o mesmo, sem medo, o peito a frente, as mãos impacientes e o coração tão próximo como distante bem no meio de uma necessária revolução.
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